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Agricultura Familiar

Desertos Pântanos e Oásis alimentares: O que comer? 

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Entre a ausência da comida de verdade e a podridão apresentada pela indústria dos alimentos o que nos resta é ir além dos Oásis alimentares e construir uma rede entre o campo e a cidade que possibilite a população a alimentação saudável enquanto um direito no país.

Exposição e debate com o site O Joio e o Trigo no Metrô Vilarinho em Belo Horizonte

 

Em uma breve volta ao passado, podemos demarcar um tempo histórico dos últimos 100 anos que apresenta ao Brasil e ao mundo um novo horizonte sobre a alimentação. As últimas décadas o que é argumentado pelo agronegócio e toda cadeia industrial agroalimentar é que não é possível produzir comida saudável em suficiência para toda a população. Porém como há tanta comida e ao mesmo tempo tanta fome no século 21? Fica a pergunta.

A revolução verde da agricultura e a Ditadura Militar no Brasil, de forma conjunta apresentaram para o campo, águas, florestas e as cidades urbanas um novo panorama na alimentação da população brasileira. Os agrotóxicos, ou veneno, tinham como garantia a produção de alimentos para o monocultivos em larga escala e a ausência de pragas na produção. Também na mesma narrativa, a revolução verde trouxe o discurso do Produto Interno Bruto PIB da agricultura acima de qualquer política econômica e a ideia modernista de comer alimentos industrializados por sua praticidade e versatilidade. O que restou desta narrativa são os estudos científicos que ligam as doenças graves como o câncer crescente na sociedade.

Quem não lembra que após Ditadura Militar, com as eleições, o Frango foi a grande bandeira política em debate no Brasil. O ex presidente Fernando Henrique Cardoso apresentou a avicultura em confinamento e o seu controle químico como a alternativa de reposição proteica para a população em situação de pobreza. Neste mesmo processo a queda do valor da moeda, o recente criado real, apresentou um aumento no consumo de alimentos americanizados e a invasão dos fast food como o Brasil do futuro. Na atualidade as barras de cereais que contém todos os ingredientes, menos os cereais.

A luta das trabalhadoras e trabalhadores nos movimentos sociais rurais em qualquer tempo deste diálogo  é sinônimo de resistência. Com a vitória do ex presidente Lula, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional CONSEA e a articulação entre governo e a sociedade civil foram fundamentais para reposicionar a alimentação e a nutrição no cenário político. O tema: Brasil, país rico é país sem pobreza tem muito para nos dizer.

As políticas de aquisição de alimentos, às compras antecipadas, os recursos para fomento, a assistência técnica e a extensão rural apresentaram uma realidade que sobreviveu na resistência dos povos e comunidades tradicionais. 

É a agricultura familiar quem produz o que comemos. Mas o processo da dialética é complexo, ao mesmo tempo cresce a resistência do campo é o tempo que se amplia o agronegócio e as bancadas ruralistas. Que se luta pela comida de verdade se apresenta a propaganda para crianças de alimentos ruins para a saúde.

Nos últimos anos o Guia Alimentar para a População Brasileira traz à sociedade um novo panorama, que além de combater a fome é necessário pensar o que se come. Estar alimentado não é o mesmo que estar nutrido!

Os desertos e pântanos alimentares estão a cada dia tomando conta da cartografia do país. Se entende por desertos os territórios que apresentam a ausência de venda ou acesso de alimentos saudáveis e por pântanos os espaços territoriais em que a grande oferta alimentar se resume aos produtos ultra processados e de baixo valor nutricional.

Esta conjugação entre a ausência de alimentos saudáveis e a presença de alimentos ruins para a saúde da população não fica apenas nos centros urbanos. A cada dia ganha as periferias das metrópoles e a ruralidade. Atravessa a questão da renda e apresenta em especial às famílias mais pobres, chefiadas por mulheres negras, a ausência do papel do estado enquanto regulador da economia e responsável pela saúde pública.

O Governo Federal, após o Golpe em 2016, avança em pacotes de veneno, incentivos para a indústria dos alimentos e perseguição aos movimentos sociais e aos povos e comunidades tradicionais. Uma conjugação que nos leva à ausência da democracia, perda da soberania e da segurança alimentar e nutricional e consecutivamente a morte em larga escala. A alimentação é indispensável para a vida.

Especialistas apresentam a ideia de que a oferta dos alimentos saudáveis em uma delimitação cartográfica devem ser compreendidos como Oásis. Porém este conceito também nos remete para algo distante, quase inatingível e possibilitador da vida frente aos desertos e pântanos. Os Oásis não podem ser a única forma de se comer com qualidade em um país de tamanha dimensão espacial, biomas e de toda formação ecológica que temos.

Lutar pelo Direito Humano à Alimentação Adequada é fortalecer as práticas e as culturas alimentares e apresentar para a população alternativas reais que possibilitem transformar a realidade que vivemos. As tecnologias e as redes sociais podem ser aliadas as feiras, as compras colaborativas e aos mercados alternativos.

E se comer é um ato político, a nossa organização coletiva nos alimentará!

Leonardo Koury Martins – Assistente Social, professor, escritor e conselheiro dos Conselhos Municipal de Belo Horizonte e Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Minas Gerais. Especial para os Jornalistas Livres

 

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2 Comments

2 Comments

  1. Cida Martins

    13/11/19 at 18:06

    Prezado Professor Léo Cury, lutar pelo DHAA ; acredito que também seja, mobilizar e organizar a base para fazer valer Direitos constituídos.
    Parabéns pelo artigo!

  2. Moacir Jr.

    13/11/19 at 19:10

    Olá, Jornalistas Livres! Tudo bem?
    Matéria excepcional, pois reaviva a possibilidade de debatermos cada vez mais a questão dos alimentos, tanto no âmbito da qualidade do consumo, quanto no que se refere ao desperdício.

    Está procurando melhor qualidade de vida através de alimentação saudável e criada por você?

    Acesse o link e aproveite: http://bit.ly/produzindomarmitasfit

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Agricultura Familiar

Brasil sofre com pandemia da Covid e pandemia da fome

É o Dia Mundial da Alimentação Saudável, mas o Brasil está prestes a voltar para o mapa da fome

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16 de outubro é o Dia Mundial da Alimentação Saudável e em todo o Brasil estão ocorrendo ações em defesa da soberania alimentar. A política de governo de Jair Bolsonaro, marcada pelo desmonte dos direitos dos trabalhadores, aumento histórico da taxa de desemprego e a não valorização da vida do povo têm contribuído diretamente para o aumento da fome entre os brasileiros.

Em Goiânia, o Fórum Goiano em Defesa dos Direitos da Democracia e da Soberania, Fórum que reúne diferentes movimentos sociais e entidades sindicais, distribuiu alimentos da agricultura familiar na movimentada Praça A, região central da capital, local onde fica um terminal de ônibus.

Foto: Alex Catira

Apesar de Jair Bolsonaro tentar se gabar pela produção de alimentos para 1 bilhão de pessoas durante discurso da ONU, o presidente não citou que a fome se alastra pelo Brasil. A insegurança alimentar é uma realidade desde 2017-2018 para 84,9 milhões de brasileiras/os (IBGE), sendo 10,3 milhões de pessoas residentes em domicílios com insegurança alimentar grave, ou seja, falta comida em casa com frequência. O número não leva em consideração os moradores em situação de rua.

Segundo a Central Única dos Trabalhadores de Goiás (CUT-GO), os alimentos da ação solidaria em Goiânia, durante o ato pela soberania alimentar, foram produzidos pelos assentados da Reforma Agrária ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e o Movimento Camponês Popular (MPC).

Foto: Jornalistas Livres

Conforme conta Jéssica Silva Brito, do Movimento Camponês Popular de Goiás, presente no ato em Goiânia, o fato de poucas empresas atuarem no controle dos preços dos alimentos, apesar de cerca de 70% da alimentação que chega na mesa dos brasileiros vir da agricultura familiar camponesa, é o monopólio criado pelas empresas que acaba por controlar os preços dos alimentos.

Segundo o IBGE, o arroz ficou quase 20% mais caro desde o início do ano, o preço do feijão subiu 32,6%, da abobrinha, 46,8%; e da cebola, 50,4%. O desemprego já atinge 13,7 milhões de pessoas.

Os pequenos produtores vêm sofrendo com fim das políticas públicas para o setor e o consequente aniquilamento dos programas que garantiam comida de qualidade e acessível na mesa do povo.

 “O estado deveria mediar, controlar o mercado, mas não o faz e ainda não tem investido na agricultura familiar camponesa”, explica. Ainda, com a pandemia, “os agricultores perderam cerca de 40% da sua renda, por conta do fechamento dos comércios e dos pontos de venda”, afirma.

Os dados do IBGE de 2018 sobre a fome no Brasil mostram que a pandemia da covid-19, apesar de acentuada no Brasil pela negligência do governo federal e muitos governos estaduais em enfrentar a crise sanitária, esta pode ser considerada o único vilão da pandemia da fome que se espalha pelo Brasil. O aumento no preço dos alimentos combinado com desemprego estão a refletir diretamente para este retrocesso enquanto Nação e o possível retorno do país para o Mapa da Fome.

Os avanços na erradicação da fome se deveram, no passado, à implantação de uma política de segurança alimentar e nutricional a partir de 2003, no primeiro governo Lula, com a aplicação de políticas públicas, com os aumentos do salário mínimo acima da inflação, com a geração de empregos e com a implementação do programa Fome Zero.

O trabalhador e sindicalista Mauro Rubem, importante liderança do estado de Goiás, afirma, em entrevista ao Jornalistas Livres, que o incentivo à plantação de monocultura que é dado no país é também o causador do flagelo da fome e lembra que está destruindo o meio-ambiente. “Esse modelo é destruidor da terra, é um modelo onde eles querem esgotar toda a riqueza natural, transformar a classe trabalhadora em escravos e jogar as pessoas em um conflito social sem tamanho”.

No próximo dia 15 de novembro, a população vai às urnas eleger os próximos parlamentares municipais, prefeitas e prefeitos. Ainda que a batalha por garantias de direitos plenos, como soberania alimentar, não se limite à disputa eleitoral, eleger candidatos comprometidos com a luta de classes cria condições para avançar rumo a este norte.

“A população tem que ser atenta ao processo eleitoral municipal de agora, porque as eleições para vereança e prefeitura criam caminhos para começar mudanças”, afirma Mauro Rubem.

https://www.instagram.com/p/CGaXWIIBQ11/

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Agricultura Familiar

Marmitas orgânicas da agricultura familiar beneficiam moradores em situação de rua

Campanha ‘Lute como quem cuida’ realiza entrega de 300 quentinhas da agricultura famil por dia em ação coletiva do MST e do MSTC

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Na cozinha do projeto, o trabalho é coletivo para preparar as marmitas da agricultura familiar - Arquivo Brigada Zilda Camargo Ramos

Uma rede de voluntários e militantes que atuam da produção ao preparo de alimentos orgânicos, saudáveis e da agricultura familiar tem feito a diferença na vida e na saúde de moradores em situação de rua e em condição de vulnerabilidade da cidade de São Paulo, por meio do projeto Lute como quem cuida. Elaborado e colocado em prática de maneira coletiva pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento Sem Teto do Centro (MSTC) de São Paulo, o projeto distribui aproximadamente 300 marmitas todos os dias há mais de três meses.

Por Nara Lacerda, do Brasil de Fato

A ideia é criar uma rede de solidariedade contínua, que atenda essas populações em um momento delicado, com a crise causada pelo coronavírus. A falta de recursos e trabalho pode agravar ainda mais a insegurança alimentar e nutricional. No Brasil, o acesso a alimentos cultivados sem veneno ainda é limitado. Em parte, pelo preço que as grandes redes varejistas praticam, mas também pela falta de incentivo à agricultura familiar.

A dirigente do MST no estado de São Paulo Daiane Ramos explica que a campanha teve início no âmbito da Brigada Estadual de Solidariedade Zilda Camargo, formada por militantes de diversos municípios, e cresceu com foco na coletividade. Segundo ela, a intenção é chegar à doação de 30 mil marmitas entre julho e agosto. 

CLIQUE AQUI PARA CONTRIBUIR COM A CAMPANHA

“Essa brigada está desde o dia 20 de abril participando desse trabalho intenso de solidariedade para a Rede Rua e o Prédio dos Imigrantes (que abriga pessoas de outros países em situação de vulnerabilidade). No fim ela se estendeu, na parceria com o MSTC. As organizações se unem por uma causa única, de trazer esse alimento saudável e orgânico para essas pessoas mais vulneráveis. Infelizmente, com a covid, vem aumentando esse número.” 

Mais que a simples doação dos produtos, o projeto tem cuidado especial com a garantia de que essas pessoas vão receber o melhor da produção orgânica do país. Todo o preparo – da higienização ao embalo – segue normas sanitárias criteriosas, que ficaram ainda mais rígidas com a pandemia. O cardápio é definido entre os militantes, mas leva em consideração também as sugestões de quem recebe as marmitas.

Moradores de rua do centro de São Paulo recebem os alimentos. / Arquivo Brigada Zilda Camargo Ramos

Os mais de 200 quilos semanais de arroz, por exemplo, vêm de assentamentos do Rio Grande do Sul, que hoje são os maiores produtores do grão na América Latina. A Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema (Região Metropolitana de São Paulo), fornece as hortaliças e o pão. Assentamentos e acampamentos de outros municípios enviam em média por semana 90 quilos de feijão, 30 quilos de macarrão, 230 quilos de carne, 120 dúzias de ovos e 150 quilos de legumes.

O trabalho é totalmente coletivo e dividido. Cada voluntário tem a oportunidade de passar por diferentes etapas do processo, para ampliação da experiência e dos laços criados entre quem está na colheita e atrás do fogão e as pessoas que recebem os alimentos. Oscar do Nascimento Teles, militante do MST e morador do Assentamento Dom Tomás Balduíno, no Pontal do Paranapanema (SP), faz parte dessa rede. Ele relata o cuidado existente em todo o processo. 

“Os companheiros estão fazendo isso com muito amor e carinho, porque a gente viu a realidade na rua de quem tá recebendo o alimento. Você ver as pessoas na fila, erguendo as mãos para pegar aquela comida. Isso fortalece demais nosso trabalho na cozinha, em fazer isso com amor, carinho e preparar os alimentos com todo um protocolo de higiene e cuidado. Nessa grandeza que é São Paulo, é um pouquinho que a gente está fazendo, mas de grande proporção. A gente sabe da importância”, finaliza.

Pela “manutenção imediata da vida”, a iniciativa “Lute como quem cuida” convida a sociedade civil para também colaborar. As doações podem ser realizadas por meio do site da campanha na internet

Saiba mais: Quem é Carmen Silva, a líder dos sem-teto que a (in)Justiça quer prender
 

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Agricultura Familiar

Assentados de Gália pedem socorro

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Há pouco mais de sete anos, dezenas de famílias transformaram a terra improdutiva do fazendeiro José Ivan Cassaro, no município de Gália, no Centro-Oeste de São Paulo. A área foi reflorestada e hoje os moradores do assentamento Luiz Beltrame de Castro são responsáveis pelo abastecimento de inúmeros alimentos à população da região. Pois bem, depois do renascimento produtivo da área, o latifundiário cresceu o olho na terra e agora luta para tê-la de volta. E, pior, encontrou uma juíza que lhe deu ganho de causa. Por isso os assentados estão em luta para se manterem produzindo naquele pedaço de terra e, para isso, querem seu apoio. Pedem que você faça como o ator Marcos Palmeira e manifeste ao desembargador Hélio Nogueira seu apoio e solidariedade aos sem-terra que desejam se manter trabalhando no local ao lado de suas famílias.

As cartas solicitando a suspensão definitiva do despejo devem ser enviadas para o seguinte endereço, podendo usar o texto apresentado abaixo:
Gabinete do Desembargador Federal Hélio Nogueira: gab12410@trf3.jus.br

Nós , ________, vimos através deste, solicitar justiça às famílias assentadas do assentamento Luiz Beltrame de Castro, no município de Gália, estado de São Paulo.
A área onde estão morando, produzindo e contribuindo com a economia da região e contribuindo também para a melhoria dos hábitos alimentares das pessoas que consomem seus produtos, recebeu a classificação de terra improdutiva pelo Incra há sete anos atrás.
Uma vez assentadas, as famílias reflorestaram a área transformando-a em belíssimos pomares. Tal atitude trouxe ganhos ambientais incalculáveis para a região. Através do suor derramado de seus rostos, a terra se tornou produtiva. De lá saem mandioca, banana, feijão, doces, geleias, legumes , hortaliças, temperos, queijo, ovos e leite pra alimentar as cidades do entorno. As famílias assentadas conquistaram sonhos, entre eles, o da casa própria. Casa essa que de forma cúmplice guarda os segredos do futuro pensado durante um almoço, jantar ou durante um cafezinho às pressas. Esses sonhos dizem respeito ao aumento da roça, do plantel de galinhas ou porcos, melhorar a alimentação do gado e obter um leite melhor. Nesse processo não existem motivos inconfessos a não ser o de trabalhar mais e mais para contribuir com o desenvolvimento do país alimentando a parte que lhes cabe nessa imensa nação. Portanto, é imensamente injusto ceifar essas vidas, retirando-as das terras que essas famílias fizeram renascer. É um plano de muito mau gosto devolver a terra ao senhor José Ivan Cassaro, que inclusive na época da desapropriação alegou não produzir pois a terra não prestava.

Pois bem, esses trabalhadores que lutaram pra conquistar terra, transformaram a improdutividade num espaço pulsante de vida. A partir da terra nua transformaram-na num organismo com vida, com árvores que já estão produzindo frutos e, principalmente cumprindo a função social da terra: colaborar com a economia da região, aumentar o emprego e produzir alimentos. Isso por si só já lhes garante o direito de permanecer na terra, que por um gesto arbitrário de uma juíza, deu ganho de causa ao latifundiário.
Solicitamos que analise esse processo à luz das leis, da Constituição Federal e dos interesses difusos de forma a restabelecer a credibilidade do sistema Judiciário. Sem mais para o momento, subscrevemos.

O desembargador responsável em julgar o processo do assentamento Luiz Beltrame no TRF-3 é o juiz Hélio Nogueira.

 

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