Com Rodrigo Maia eleito na Câmara, Governo prepara o ataque aos direitos

O último e o primeiro - foto por Lula Marques - Agência PT e Jornalistas Livres

A disputa pela presidência da Câmara dos Deputados envolveu seis candidatos. Rodrigo Maia teve 58% dos votos e se elegeu presidente no primeiro turno. O candidato do Centrão, que foi relator do golpe, teve 21% e o candidato do PDT, apoiado pelo PT, teve 12% dos votos. Luiza Erundina teve 10 votos. Bolsonaro teve menos votos (4) do que os votos em branco (5).

Candidato

Bloco

Votos

Percentual

Rodrigo Maia (DEM-RJ)

PMDB, PSDB, PP, PR, PSD, PSB, DEM, PRB, PTN, PPS, PHS, PV e PTdoB

293

58,13%

Jovair Arantes (PTB-GO)

PTB, SD, Pros e PSL

105

20,83%

André Figueiredo

PT, PDT, PCdoB,

59

11,71%

Luíza Erundina (Psol-SP)

PSOL

10

1,98%

Júlio Delgado (PSB-MG), ;

PSB

28

5,56%

Jair Bolsonaro (PSC-RJ)

PSC

4

0,79%

Brancos

5

0,99%

Total

504

100,00%

A eleição foi recheada de deserções, a começar pelo bloco de Rodrigo Maia, que deveria alcançar 359 votos dos 13 partidos que o compunham, mas teve 293 votos, 66 a menos. Provavelmente, boa parte foi para Jovair Arantes, que teve mais de 60 votos de fora de seu bloco. O candidato do PDT, com apoio do PT, teve 19 votos a menos, lembrando que o PC do B orientou o voto em Rodrigo Maia, e Erundina 4 votos a mais que sua bancada.

O grande fiasco da eleição ficou na conta de Jair Bolsonaro, que teve menos votos que os brancos, e sequer conseguiu garantir os 10 votos da bancada do PSC. Bolsonaro tentou uma jogada de marketing para fortalecer sua campanha para presidente, mas com sua pífia votação o tiro saiu pela culatra.

Temer consegui manter sua base, e eleger os presidentes do Senado e da Câmara, o que facilita a aprovação dos ataques aos trabalhadores e estudantes, como a reforma do ensino médio no Senado e as reformas da previdência e trabalhista.

A agência Câmara informa que o presidente eleito já indicou os relatores das comissões especiais para reforma da previdência (Sérgio Zveiter – PMDB-RJ) e trabalhista (Arthur Oliveira Maia PPS-BA), confirmando a pressa para aprovação destas reformas. Há, no entanto, resistência de deputados da base que já se movimentam para diminuir o alcance do texto.

Temos, agora, que acompanhar os vários “bodes” plantados no projeto de reforma da previdência.

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