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Festa-mico do MBL: nem a quadrilha apareceu!

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Por Flávia Martinelli e Adolfo Várzea para os Jornalistas Livres

Kim Kataguiri até parecia animadinho no vídeo em que convocava sua galera para o Arraial do MBL, o auto-denominado Movimento Brasil Livre, um dos grupelhos que organizou atos pró-impeachment com a conversa fiada de que era apartidário e apolítico.

 “Vai ser no domingão, dia em que você não vai fazer absolutamente nada além ficar vendo Faustão!”, convidava o garoto-propaganda de 19 anos. Famoso pelo mullet no cabelo e por usar o repertório da série infanto-juvenil Power Rangers para convocar militantes pró-impeachment em sua coluna no jornal “Folha de S.Paulo”, Kim anunciava as celebridades do evento: “Vai ter Ronaldo Caiado! Vai ter Danilo Gentilli! Vai ter o Pauderney, o líder do DEM na Câmara dos Deputados!”. Kim contava que também haveria comida e bebida. “Mas não alcóolica!”, ressaltava.

Ao seu lado, no vídeo, aparecia Fernando Silva, de 19 anos, que escolheu Holiday como sobrenome. Silva ficou famoso por vociferar impropérios contra negros. Diz que “por ter mais melanina”, não precisa “roubar vagas dos outros na universidade”. O rapaz já comparou os negros que lutam pela política de cotas a “vermes”, “porcos no chiqueiro fuçando a lama do resto do Estado” e “parasitas atrás do Estado querendo corroer cada vez mais e mais, com esse discurso de merda, com esse discurso lixo”.

Numa sessão solene da Câmara dos Deputados, Silva rasgou o “Hino à Negritude”. Era o Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial. O deputado Vicentinho (PT-SP), presente na ocasião, apenas lamentou ver “um jovem negro sendo usado pela direita branca desse país.” No vídeo em que convidava para a festa junina do MBL, Silva sorria, simpaticão, e dizia que a quermesse seria um momento para “bater um papo bem legal e, claro, curtir a fogueira de São João”

Da fogueira à promessa de animação, tudo era falso no arraial do grupelho que se dizia apartidário e hoje tem candidatos pelo DEM e PMDB

Endinheirados no palco dos estupradores

O evento foi aberto a todos que se dispusessem a pagar R$ 25 pelo convite comprado pela internet ou no local do evento que, por sinal, merece destaque. A festinha do MBL aconteceu na Associação Atlética Acadêmica Oswaldo Cruz (AAAOC), a Atlética da Medicina da USP, o curso mais concorrido da universidade mais prestigiosa do Brasil.

Na piscina da AAAOC, um calouro de 22 anos foi morto durante a festa de recepção dos bichos em 1999. De lá para cá, o local também apareceu no noticiário como cenário de inúmeras denúncias de casos graves de abusos sexuais, incluindo estupros (alguns coletivos), castigos físicos, humilhações, machismo, racismo e discriminação social que ganharam investigação do Ministério Público (MP-SP) e da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Sobrou vaga pra estacionar… Na ciclofaixa.

O MBL pagou R$ 6.625 pelo aluguel do distinto local – num acordo em que depois do centésimo ingresso vendido o valor dos bilhetes era repartido entre a Atlética e os promotores da festa. Compareceram 170 pessoas, metade dos convivas estimados para o evento ou 25% dos que haviam manifestado interesse em participar no Facebook, o que representa menos de 5% dos 4 mil convidados. A bilheteria arrecadou módicos R$ 2500.

Foi prejuízo pra todo mundo. Até para os prestadores de serviços das quatro ou cinco barraquinhas de comida. “Perdi a chance de faturar numa festa grande, em pleno Dia de São João, porque eles falaram que ia ter gente de grana nesse evento”, contou um dos fornecedores que não sabia o que é MBL.

Os carros estacionados ilegalmente na ciclofaixa, que fica na rua do clube, tornavam evidente que os convidados (alguns endinheirados) desprezam a lei e as coisas públicas. “Eles não gastaram muito, não. Vendi pouco. Isso aqui tá muito ruim”, completou o vendedor.

 

Caneca Moro Caneca Moro

Vinho clandestino na caneca “Somos todos Moro”

Numa tentativa de se infiltrar no rolezinho da direita, dois Jornalistas Livres foram conferir a quermesse. A expectativa era de, ao menos, participar das rodinhas de conversa para saber como comemoram os que se dizem arautos do golpe. Mas nem isso deu.

Depois de horas entediantes no evento, a conclusão foi uma só: assim como o próprio MBL, quase tudo o que se viu naquela festa junina foi de mentira. Da promessa vazia de uma evento animado ao papinho furado de que não teria bebida alcoólica no convescote, passando pela decoração gourmetizada de espantalhos limpinhos e estilizados. Até a fogueira do MBL era fake, feita de panos esvoaçantes iluminados com luzes fluorescentes…

Teve álcool na festinha, sim, senhor! Vinho quente adocicado de garrafão. Circulou no bar por R$ 6. Uma diminuta fila de espera, de não mais do que 10 pessoas, aguardava ansiosa para ser servida. Cada um tinha sua própria caneca com os dizeres “Somos todos Moro”. Essa, por sua vez, era vendida por R$ 40 na barraquinha do MBL – “no site custa R$ 50, viu? Leva a sua já”, propagandeou a militante que já tem como certa a candidatura do juiz à presidência.

            Arraial MBL   Arraial MBL

Mas, ah, por que diabos até o vinho tinha que ser escondido, clandestino, na festa junina do MBL? “Houve um suposto estupro aqui nesse clube e por isso o pessoal da faculdade não deixa vender bebida no bar”, contou outra militante que, com perspicácia, fez questão de dar ênfase, muita ênfase, no suposto do estupro. Ela também fez o gesto de aspas no ar com dois dedos das mãos. E logo completou: “Mas a gente está comprando vinho e o clube tá fazendo vista grossa”, revelou.

Cada um no seu quadrado

O local é capaz de recepcionar 500 pessoas. Sendo otimista, contava com no máximo 50 visitantes às 19 horas, horário de pico de qualquer quermesse de condomínio. Até o fim do evento, às 22 horas, nenhum sorriso foi retribuído e ninguém bateu nenhum “papo legal” com os repórteres que se dispuseram a fazer amigos e conhecer pessoas num verdadeiro esforço de reportagem. O máximo que ganhamos foram olhares ressabiados.

Arraial MBL Arraial MBL

Um rapaz grandão de jaqueta com os dizeres “POLI USP” em letras garrafais deu uma boa encarada quando passamos a tirar fotos. Foi um vacilo. Aquele cenário, nem de longe, merecia registro. Também sentimos desconfiança quando nos aproximamos das pessoas. Pudera. As rodinhas de conversa, em geral, estavam separadas por gênero: de homens ou mulheres. Quanto aos casais, todos héteros, era cada um no seu quadrado. Apenas uma dupla desajeitada prestigiou o sanfoneiro Ismar. Ele ficou feliz, até caprichou no forró e o DJ aumentou o som. Mas a estratégia não atraiu mais ninguém para o arrasta-pé.

Para piorar o clima, o sanfoneiro foi embora antes do fim da festa e a caneca Somos Todos Moro custava R$ 40

Nem a quadrilha completa apareceu

Pra piorar, pobre Kim, nem a quadrilha completa de “celebridades” apareceu no seu arraial. Não teve Danilo Gentilli, o humorista que chamou a senadora Regina Souza, mulher negra do Piauí, de tia do café e já humilhou uma seguidora do Twitter por ser gorda. O senador ruralista Ronaldo Caiado (DEM), que responde a denúncias de campanhas financiadas pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira em Goiás, também deu o cano.

Das estrelas alardeadas por Kim, o único que deu as caras foi padrinho político do MBL, o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) que apoia o jovem Fernando Silva, ops, Holiday, em sua pré-candidatura a vereador pelo DEM. Puxa… Ele chegou cedo e saiu rapidinho. Os Jornalistas Livres perderam!

Arraial MBL Arraial MBL

 O congressista é velho conhecido das listas de escândalos políticos e corrupção. Em março, foi condenado a devolver cerca de R$ 4,6 milhões desviados em contratos ilegais e superfaturados de aluguéis de imóveis para escolas quando foi secretário de Educação de Manaus. Pauderney ainda foi denunciado pela revista Veja, aquela considerada pelo MBL como excelente fonte de informações, como beneficiário do recebimento de R$ 250 mil de empresas citadas na Lava Jato para sua campanha de 2014.

Apesar de menos prestigiado – por nem sequer ser citado como destaque do dia no vídeo do MBL ­–, outro político que deu o ar da graça foi o deputado federal Darcisio Perondi do PMDB-RS. Se ficha suja era requisito, ele cumpriu o protocolo. Perondi teve as contas de sua eleição de 2002 rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul. Médico, ficou conhecido em todo o Brasil por ter cobrado consultas de pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) quando era presidente de um hospital em Ijuí (RS). Em parceria com outros 13 indiciados, foi acusado de enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário, atentado contra os princípios da administração pública, estelionato e formação de quadrilha. O arraial adorou.

Lider “abafado” do MBL na foto com padrinho político

Na única foto do arraial do MBL que foi divulgada no facebook, Kim e Silva, ops, Holiday, aparecem com Pauderney e um outro integrante do grupelho, Renan Antônio Ferreira dos Santos. O rapaz de 33 anos andava sumido. Apresentado como o terceiro tripé de liderança o MBL, a imagem de Renan não é mais usada em fotos, vídeos e em materiais de divulgação desde que ele foi flagrado em áudio que assume o recebimento de dinheiro do PSDB, PMDB, DEM e Solidariedade para organizar manifestações contra Dilma.

Postagem na página de Facebook do MBL

Seu nome também foi apontado em problemas na Justiça. Nome, aliás, que ele tentou escamotear. Diretor nacional do MBL, já assinou um artigo na “Folha de S.Paulo” (sempre ela) como Renan Henrique Ferreira dos Santos. No facebook, era Renan Haas e num pedido de impeachment da presidenta Dilma – entregue a Eduardo Cunha – rubricou como Renan Antônio. O despiste não deu certo. Mas tinha motivo.

Réu em pelo menos 60 processos, Renan é acusado em ações que incluem fechamento fraudulento de empresas, dívidas fiscais, fraude contra credores, calote em pagamento de dívidas e fornecedores, ações de danos morais e trabalhistas, etc. São processos que envolvem R$ 4,9 milhões. Suas empresas e de sua família têm negócios tão variados como os relacionados à venda de lâmpadas, distribuição e logística, esquadrias e materiais metálicos, estamparia, filmagens, panificação, engenharia e viagens e turismo.

Uma dessas empresas, investigada numa reportagem da revista “Carta Capital”, cuida de negócios vultosos em comércio de produtos de siderurgia, mas possui sede numa portinhola em Jundiaí (SP) com correspondência entregue num modesto bazar onde ninguém nunca ouviu falar de Renan e família. É tudo bem estranho.

Mas passa a fazer sentido quando se sabe que Renan é de Vinhedo (SP), cidade dos condomínios fechados que fica na região de Campinas, onde o MBL nasceu em meio a grupos políticos dominados por investigados em corrupção. Só para se ter uma ideia, foi lá que o ex-prefeito Milton Serafim (PTB) renunciou para não ser cassado depois da sentença de 32 anos de cadeia por receber propina em troca de facilitação de licenças de loteamentos imobiliários. Antes de suas quatro gestões, Vinhedo tinha três condomínios de luxo. Depois de Serafim, quarenta.

Renan, do MBL, já ganhou até homenagem na Câmara de Vinhedo. Recebeu as honrarias do presidente da casa, Rubens Nunes, pai de outro aguerrido militante do MBL, Rubinho Nunes, que é o responsável pelos assuntos jurídicos do MBL. Rubinho virou pré-candidato a prefeito de Vinhedo pelo PMDB e é bem próximo de… Aécio Neves. Literalmente. Rubinho fez escolta para o senador que é campeão nas citações da Lava Jato em uma das manifestações golpistas. Eita, mundo pequeno!

Vendedor de pamonha teve prejuízo e ainda pagou R$42 ao MBL

Mas nem toda essa ascendência, todas essas teias de relações envoltas em poder e tráfico de influências mudou o destino melancólico do arraial do MBL. Por volta das 21hs, uma hora antes do fim da festa, o pipoqueiro já tinha ido embora. O vinho clandestino, acabado. O churrasqueiro nem se deu ao trabalho de reacender a brasa úmida. Pizza? Só se fosse um pedaço daquela que estava pronta, ainda nem na metade, de mozzarella. Dava para reaquecer na beira do forno.

Tristeza maior, no entanto, veio do carrinho de milho e de pamonha. Pelo acordo com os organizadores da festa, de cada produto vendido a R$ 5, R$ 1 iria para o MBL. Uma moça alta, então, passou na carrocinha para recolher a parte que lhe cabia. Colocou no bolso R$ 42. “É… não vendi nem 50 pamonhas”, disse o micro empresário que chegou a levar um ajudante na expectativa de bom faturamento. “Não sei dessa crise aqui, não. Mas se eu tivesse ido na quermesse do meu bairro ia faturar no mínimo umas 200 vendas. Qualquer festa dá isso… E o pior é que pamonha estraga, vai pro lixo”, contou, inconsolável, pouco antes do sanfoneiro Ismar parar de tocar e botar sua sanfona no saco. Um DJ visivelmente entediado, então, colocou um forrozinho na esperança de protelar o derradeiro fim.

Arraial MBL

Foi então que os Jornalistas Livres observaram uma cena curiosa: uma garota chamou Kim Kataguiri para dançar. Foi olho no olho. Ele disse que não sabia nada de forró. “Eu também, não, mas vem cá”, disse ela, rindo, já conduzindo as mãos do rapaz em sua cintura. “Eu sei que precisa dar uns pulinhos e requebrar a bundinha, Kim, vamos!” O líder supremo do MBL não gostou da brincadeira. Soltou a mão da menina, deu um passo pra trás e falou: “Ah, não, sem essa de requebrar bundinha!” E ela ficou ali, de mãos abanando, meio rindo, meio nervosa. Depois dessa, só mesmo indo embora.

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30 Comments

30 Comments

  1. bbentoblog

    07/07/16 at 16:16

    até a fogueira é falsa, puro jogo de cena…

  2. Emanuelle

    07/07/16 at 16:58

    Primeiramente, FORA TEMER! Depois…
    Muito boa a cobertura, gente! Parabéns!
    Só uma coisinha: deem uma olhadela de volta no texto, tem uns parágrafos que se repetiram! Acho que deu algum problema na hora de publicar!
    Parabéns de novo!!

    Beijo,
    Manu

  3. Valdir Borges Filho

    07/07/16 at 18:10

    Adorei.

  4. Cláudio

    07/07/16 at 18:13

    Sou de direita mas não tem como eu negar que esses liberteens são umas comédias

  5. Rita Candeu

    07/07/16 at 18:18

    com esses convidados?
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    oh! céus – mas nem coxinha vai numa festa dessa
    dia 31 promete gente
    se promete – os garotos estão com tudo
    bombando na rede

  6. Samuel Cruz

    07/07/16 at 19:09

    HAHAHAHAH…Entendi logo que não houve festa e que trabalhadores tomaram prejuizo – Coisa de COXA ‘Apartidaria’

  7. Vera Moraes

    07/07/16 at 19:19

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Kim, que mico menina vietnamitazinha KKKKKKKKKKKKK

  8. F4310

    07/07/16 at 21:00

    O problema é que tinha muito pamonha na festa. Por isso que sobrou. E o caneco do Sérgio Moro por R$ 40 é um roubo!

  9. Adorei ler cada linha,

  10. carlos

    07/07/16 at 21:50

    “Olha o movimento que veio salvar o Brasil da corrupção… É mentiraaaaa”

  11. SEU MACHO

    07/07/16 at 23:53

    Crianças brincando de ser adultos…

  12. Fernanda Paz

    08/07/16 at 10:07

    Nossa, galera. Que angústia que me deu ler isso aqui…. O vazio dessa gente me causa profunda tristeza. Festa estranha com gente esquisita, eu não tô legal.

  13. Wladimir Raeder

    08/07/16 at 10:26

    Excelente matéria! Esses pseudo-moralistas precisam ser desmascarados!

  14. Ricardo

    08/07/16 at 11:49

    Que péssima matéria!
    Apenas demonstra o desespero de pseudo-jornalistas que perderam a boquinha da quadrilha petista, tentando desqualificar um movimento legitimamente popular, o MBL.
    Acabou a farra, ladrões!

  15. Inês Fernandes

    08/07/16 at 12:35

    Meu marido disse que vai comprar uma caneca “somos todos moro”, pra mijar todo dia dentro dela.

  16. Luiz Eugênio Ferraz

    08/07/16 at 12:55

    Rsrsrsrssss… Patético.

  17. Artur de Bem Duarte

    08/07/16 at 14:04

    Estes são os “criadores” do NOVO BRASIL, de TEMER e seus comparsas…

  18. Paulo Sergio de Lima

    08/07/16 at 14:23

    Tinha barraca do beijo? Rrsrsrsrrs…O fato é que já cumpriram o seu papel (golpe) e ganharam um bom dinheiro dos partidos golpistas.

  19. Marcio

    08/07/16 at 15:39

    Sensacional a reportagem!

  20. esdrascaleboliveirasilva

    08/07/16 at 17:31

    nossa que deprimente

  21. Augustus Miguel Arcanjo

    08/07/16 at 17:39

    kkkkkkkkkkkkk vocês xoxaram legal!

  22. Eduardo Veiga

    08/07/16 at 19:07

    esse site eh um EGO da esquerda
    a quem interessa saber se o Kim sabe dançar? hhhahahahahah
    vergonha alheia

  23. Dimitri Fernandes

    08/07/16 at 19:11

    Jornalista “livre” de esquerda precisa ficar fazendo boatos para duvidar da opção sexual de alguém? (e daí se o Kim não quer dançar com uma mulher? Ele é obrigado? Se ele obrigasse uma mulher a dançar com ele seria legal?

  24. alecrim75

    08/07/16 at 19:17

    Hahahahaha a cópia piorada do Jaspion não serve nem para aprender forró!

  25. Oduvaldo Gama de Oliveira

    09/07/16 at 2:59

    Excelente texto! Parabéns! Uma crítica mordaz à hipocrisia e à falsidade do pessoal do MBL.

  26. Jonatas Knauber

    09/07/16 at 7:11

    Eles incomodam tanto vocês, que as crianças têm que fazer um puta textão falando mal das festas dos caras, isso só prova que vocês (autores) querem a qualquer custo, ferir um possível reputação do MBL, será que eles são uma ameaça tão grande assim? Haha, ridículos.

  27. Maria Luiza

    10/07/16 at 16:48

    Gente, muito bom vcs terem ido e coberto os detalhes do festão…quer dizer, festinha. Patético, como aquela marcha até BSB. Gostei do trabalho de investigação sobre as figuras “exemplares” quanto a moral e o uso para benefício próprio dos serviços públicos. E pensar que a PIG inflou esta mediocridade. Ninguém merece!

  28. Rick Deadpool

    10/07/16 at 23:37

    Simplesmente hilário, a cara de morto dos convidados, não tem preço.

  29. Romulo Pontes

    07/07/17 at 17:31

    Lendo em 2017 e sentindo como se fosse hoje.. melhor matéria ever!! ♡♡♡♡

  30. Melissa Miranda Natividade

    07/07/17 at 19:55

    Muito emblemático o cara com o casaco da FEA / USP.

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#EleNão

Moradores da Maré são bailarinos em espetáculo com temporada na Suiça

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Foto: Andi Gantenbein, de Zurique, Suíça, para os Jornalistas Livres

Denúncias sobre os atuais tempos de antidemocracia, assassinatos da população preta, pobre e periférica e o da vereadora Marielle Franco aparecem em cartazes erguidos pelos bailarinos de “Fúria”, espetáculo de Lia Rodrigues, considerada uma das maiores coreógrafas brasileiras da atualidade e uma das mais engajadas na realidade política do país.

A foto é da noite deste sábado (16), durante apresentação do grupo brasileiro no ‘Zürcher Theaterspektakel’, em Zurique, Suíça.

No Brasil, Fúria estreou em Abril, no Festival de Curitiba. A montagem evidencia, de maneira crítica, relações de poder, desigualdades, e as interligações entre racismo e capitalismo.

O espetáculo foi concebido no Centro de Artes da Maré, na Maré, RJ. O local foi inaugurado em 2009, e o projeto nasceu do encontro de Lia Rodrigues Companhia de Danças com a Redes da Maré. Os bailarinos são moradores da favela e de periferias do RJ.

Fruto dessa mesma parceria é a Escola Livre de Dança da Maré que resiste, em meio ao caos do governo violento de Witzel contra as favelas do RJ.

 

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Temer/Kassab preparam ataque ao seu direito à Internet

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O método Temer de solapar direitos dos cidadãos brasileiros tem novo alvo: a Internet. Sem qualquer discussão prévia, os golpistas querem mudar a composição do Comitê Gestor da Internet.

A consulta pública determinada pelo governo, sem diálogo prévio com os membros do Comitê e com apenas 30 dias de duração, certamente pretende aumentar o poder e servir apenas aos interesses das empresas privadas. As operadoras de telefonia têm todo o interesse do mundo em abafar as vozes de técnicos, acadêmicos e ativistas que lutam pela neutralidade da rede, por uma Internet livre, plural e aberta.

Veja, abaixo, a nota de repúdio ao atropelo antidemocrático da consulta pública determinada por Temer/Kassab. A nota é da Coalizão Direitos na Rede que exige o cancelamento imediato desta consulta.

Nota de repúdio

Contra os ataques do governo Temer ao Comitê Gestor da Internet no Brasil

A Coalizão Direitos na Rede vem a público repudiar e denunciar a mais recente medida da gestão Temer contra os direitos dos internautas no Brasil. De forma unilateral, o Governo Federal publicou nesta terça-feira, 8 de agosto, no Diário Oficial da União (D.O.U.), uma consulta pública visando alterações na composição, no processo de eleição e nas atribuições do Comitê Gestor da Internet (CGI.br).

Composto por representantes do governo, do setor privado, da sociedade civil e por especialistas técnicos e acadêmicos, o CGI.br é, desde sua criação, em 1995, responsável por estabelecer as normas e procedimentos para o uso e desenvolvimento da rede no Brasil.

Referência internacional de governança multissetorial da Internet,

o Comitê teve seu papel fortalecido após a

promulgação do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014)

e de seu decreto regulamentador, que estabelece que cabe ao órgão definir as diretrizes para todos os temas relacionados ao setor. A partir de então, o CGI.br passou a ser alvo de disputa e grande interesse do setor privado.

Ao publicar uma consulta para alterar significativamente o modelo do Comitê Gestor de forma unilateral e sem qualquer diálogo prévio no interior do próprio CGI.br, o Governo passa por cima da lei e quebra com a multissetorialidade que marca os debates sobre a Internet e sua governança no Brasil.

A consulta não foi pauta da última reunião do CGI.br, realizada em maio, e nesta segunda-feira, véspera da publicação no D.O.U., o coordenador do Comitê, Maximiliano Martinhão, apenas enviou um e-mail à lista dos conselheiros relatando que o Governo Federal pretendia debater a questão – sem, no entanto, informar que tudo já estava pronto, em vias de publicação oficial. Vale registrar que, no próximo dia 18 de agosto, ocorre a primeira reunião da nova gestão do CGI.br, e o governo poderia ter aguardado para pautar o tema de forma democrática com os conselheiros/as.

Porém, preferiu agir de forma autocrática.

Desde sua posse à frente do CGI.br, no ano passado, Martinhão – que também é Secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – tem feito declarações públicas defendendo alterações no Comitê Gestor da Internet. Já em junho de 2016, na primeira reunião que presidiu no CGI.br, após a troca no comando do Governo Federal, ele declarou que estava “recebendo demandas de pequenos provedores, de provedores de conteúdos e de investidores” para alterar a composição do órgão.

A pressão para rever a força da sociedade civil no Comitê cresceu,

principalmente por parte das operadoras de telecomunicações,

apoiadoras do governo.

Em dezembro, durante o Fórum de Governança da Internet no México, organizado pelas Nações Unidas, um conjunto de entidades da sociedade civil de mais de 20 países manifestou preocupação e denunciou as tentativas de enfraquecimento do CGI.br por parte da gestão Temer. No primeiro semestre de 2017, o Governo manobrou para impor uma paralisação de atividades em nome de uma questionável “economia de recursos”.

Martinhão e outros integrantes da gestão Kassab/Temer também têm defendido publicamente que sejam revistas conquistas obtidas no Marco Civil da Internet, propondo a flexibilização da neutralidade de rede e criticando a necessidade de consentimento dos usuários para o tratamento de seus dados pessoais. Neste contexto, a composição multissetorial do CGI.br tem sido fundamental para a defesa dos postulados do MCI e de princípios basilares para a garantia de uma internet livre, aberta e plural.

Por isso, esta Coalizão – articulação que reúne pesquisadores, acadêmicos, desenvolvedores, ativistas e entidades de defesa do consumidor e da liberdade de expressão – lançou, durante o último processo eleitoral do CGI, uma plataforma pública que clamava pelo “fortalecimento do Comitê Gestor da Internet no Brasil, preservando suas atribuições e seu caráter multissetorial, como garantia da governança multiparticipativa e democrática da Internet” no país. Afinal, mudar o CGI é estratégico para os setores que querem alterar os rumos das políticas de internet até então em curso no país.

Nesse sentido, considerando o que estabelece o Marco Civil da Internet, o caráter multissetorial do CGI e também o momento político que o país atravessa – de um governo interino, de legitimidade questionável para empreender tais mudanças –

a Coalizão Direitos na Rede exige o cancelamento imediato desta consulta.

É repudiável que um processo diretamente relacionado à governança da Internet seja travestido de consulta pública sem que as linhas orientadoras para sua revisão tenham sido debatidas antes, internamente, pelo próprio CGI.br. É mais um exemplo do modus operandi da gestão que ocupa o Palácio do Planalto e que tem pouco apreço por processos democráticos.

Seguiremos denunciando tais ataques e buscando apoio de diferentes setores,

dentro e fora do Brasil,

contra o desmonte do Comitê Gestor da Internet.

 

8 de agosto de 2017, Coalizão Direitos na Rede

 

Notas

1 A Coalizão Direitos na Rede é uma rede independente de organizações da sociedade civil, ativistas e acadêmicos em defesa da Internet livre e aberta no Brasil. Formada em julho de 2016, busca contribuir para a conscientização sobre o direito ao acesso à Internet, a privacidade e a liberdade de expressão de maneira ampla. O coletivo atua em diferentes frentes por meio de suas organizações, de modo horizontal e colaborativo. A nota está em https://direitosnarede.org.br/c/governo-temer-ataca-CGI/ .

2 Para ouvir a entrevista, à Rádio Brasil Atual, de Flávia Lefévre, conselheira da Proteste e representante do terceiro setor no Comitê Gestor da Internet, que afirma que as mudanças visam a atender interesses do setor privado e ferem caráter multiparticipativo do Comitê: https://soundcloud.com/redebrasilatual/1008-enrevista-flavia-lefevre

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FRAGMENTO E SÍNTESE

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Ligar a tv logo cedo num pequeno quarto de hotel no interior do país é desentender-se dos fatos nos telejornais matutinos. Abre-se a janela e uma menina vai à escola à beira do rio, um menino faz gol de bicicleta entre guris e o homem ergue a parede de sua casa.  Tudo tão distinto das ruas em alvoroço de protestos urbanos ou políticos insanos.  No rincão o que se busca é continuar vivo entre chuvas e trovões, sem não ou talvez. Tudo é certo. Sem modernidades calam ou arremedam nossa urbanidade, gente que se defende com pimentas e ervas, oração e vizinhança. Voz sem boca, boca sem voz, essa gente não é parte nas notícias selvagens dos jornais distantes.  Se resolvem entre cozidos, arte, bola e santos. No país de tantos cantos, muitos voam fora da asa e sem golpes entre si vão tocando suas mazelas e graça.

Mas vivemos tempos obscuros, a noite persiste em nossos avançados quinhentos e tantos anos e muitos santos. Dizem que burro velho é difícil se corrigir nos hábitos. Em manhã chuvosa na grande São Paulo, ligo a tv e o notbook, as janelas se abrem antes que a cortina deixe entrar o novo dia. Surpreendente ver na tv o deputado Jair Bolsonaro afirmando em um clube israelita na cidade do Rio, que se presidente for, não teremos mais terras indígenas no país. Ao mesmo tempo o computador expõe na rede social a opinião de meu amigo Ianuculá Kaiabi Suiá, jovem liderança do Parque Indígena do Xingu, onde leio ao som do deputado que ladra:

Jair Bolsonaro, obrigado por você existir. Graças a você, hoje, temos noção de quanto a população brasileira carece de conhecimento, decência, consciência, juízo, amor e que carrega um imenso sentimento de ódio sem saber o porque. Sim, sim, não sabem. Um exemplo? Veja a bandeira de quem te aplaude, é de um povo que, assim como nós, sofreu as piores atrocidades cometidas pelas pessoas que pensavam como você. Enfim, eu não sei se essa parcela do povo brasileiro pode ser curada, mas vou pedir para um pajé fumar um charuto sagrado e revelar se o espírito maligno que se apossou da tua alma pode ser desfeita com uma grande pajelança.

Ianuculá sabe o que diz, sabe de todo martírio vivido pelos povos originários, e mesmo assim se propõe a consultar o mundo dos espíritos.

 

É deus e diabo na terra do sol, a mesma terra que ofende também abriga e anuncia uma mostra de cinema indígena nos próximos dias. Terra de etnias e corpos na terra, a cidade maravilhosa do Rio não se calará diante do fascismo desses tempos sombrios, acompanhe.

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