“Povo negro lindo é povo negro forte! Que não teme a Luta; que não teme a Morte!” Por Rafael Braga!
Nesta segunda, 24 de abril, foi realizado na Avenida Paulista, um Ato-Vigília em solidariedade a Rafael Braga, condenado no último dia 20 de abril a 11 anos de prisão por suposto trafico de drogas e associação para o tráfico. O Ato político é um entre tantos outros que acontecem no Brasil, em universidades e espaços públicos.
A concentração começou a partir das 18h00 no MASP. Os organizadores entre eles Mães de Maio, Frente Alternativa Negra, Agenda Preta, Contra o Genocídio negro e UNEafro Brasil, contaram com um carro de som que era aberto a todo negro que quisesse falar em nome de algum coletivo ou por si mesmo. Mas o ato não se deu apenas no âmbito do discurso, contando com performances de um coletivo de jovens negros que denunciavam o encarceramento e o genocídio da juventude negra.
Além de representantes e militantes de diversos coletivos do movimento negro, inúmeras pessoas não vinculadas a nenhuma organização estiveram presentes com velas e cartazes. Nota-se que o ato foi inteiramente protagonizado por homens e mulheres negras de diversas gerações. A denúncia à violência estatal foi uníssona, mas houve espaço para a diversidade de ideias durante as falas. As principais falas pontuaram como o caso de Rafael representa o estado da justiça no Brasil: seletiva, racista e classista, justificado por meio da guerra às drogas. Muitos deram testemunhos de ações violentas que passaram na mão da polícia militar.
A marcha seguiu de forma organizada e combativa até a frente do Escritório da Presidência da República em São Paulo, que fica em frente ao metrô Consolação, na Avenida Paulista. O objetivo seria exigir providências do Governo Federal em relação aos abusos cometidos pela PM. O fim da Polícia Militar era exigida em gritos de ordens entoados ao longo do ato.
Essa mesma Polícia Militar que acompanhou a vigília, inicialmente observando e filmando as movimentações do ato, acompanhando de longe o caminho e, finalmente, esperando os manifestantes no final do ato. Não causou espanto que estivessem prontos para iniciar mais um daqueles massacres tão comuns a um estado que reprime qualquer forma de democracia que supere os limites burgueses.
O ato teve fim na frente do escritório com a simbólica ação de deixar os cartazes e velas em frente a porta de entrada, esperando que assim a voz de muitos, dessa vez, não fosse silenciada pelas autoridades.