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A era da máfia está começando no Brasil?

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A ascensão da “nova direita” no mundo, com ideias conservadoras (no sentido mais obscuro que se possa pensar), tem sido uma espécie de “Ragnarok” da moral e da ética. Observamos o surgimento de figuras públicas que chegaram ao poder, com discursos cada vez mais violentos e extremos (no pior sentido da palavra), como é o caso de Donald Trump, nos Estados Unidos.
Ocorre que essa virada conservadora tem revelado uma ligação profunda com o crime organizado, basta ver que o presidente estadunidense foi acusado de envolvimento com lavagem internacional de dinheiro, entre outras ações que o colocam sob a ameaça de um impeachment. Fonte: (https://exame.abril.com.br/mundo/negocios-de-trump-sugerem-lavagem-de-dinheiro-diz-pesquisador/ e https://br.reuters.com/article/topNews/idBRKBN1DH1TY-OBRTP).

Corrupção é

O sobrenome Bolsonaro parece estar no centro de um escândalo sem precedentes na história brasileira. O governo de Jair Bolsonaro já mostra sinais de desgaste com pouco mais de um mês no poder, e tudo graças ao escândalo originado pelo relatório do COAF (Conselho de Atividades Financeiras). A “Folha” publicou, ainda em dezembro de 2018, a reportagem sobre o relatório do órgão.

Ver mais: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/12/coaf-aponta-movimentacao-atipica-de-ex-assessor-de-flavio-bolsonaro.shtml e o jornal espanhol “El país” recentemente foi mais direto: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/01/19/politica/1547855965_283326.html.

A pressão de parte da velha mídia convencional, capitaneada pela “Folha de S. Paulo” e pelo “Grupo Globo”, alijados de vultosas verbas publicitárias, tem provocado rachaduras na imagem de “caçadores de corruptos”, aqui incluídos a família Bolsonaro e o ícone da nova direita, Sérgio Moro.

O Ministro da Justiça no Governo do principal beneficiário de sua atuação, quando era Juiz Federal em Curitiba, está cada vez mais desmoralizado pelo “queirozão”.  Os fortes indícios de um lucrativo esquema de corrupção no gabinete de Flávio Bolsonaro e sua curiosa falta de posicionamento, que era regra contra o PT e Lula, estão desmanchando a fama de intolerante contra corrupção, construída com muito autoritarismo.

Milícias

Mas o relatório do COAF causou um estrago ainda maior: expôs o envolvimento de Queiroz com as milícias do Rio, bem como do próprio senador eleito Flávio Bolsonaro,  já que empregava em seu gabinete a mãe e a companheira do suspeito de ser o principal líder do “escritório do crime”, Adriano da Nóbrega. Elas também teriam depositado dinheiro na conta de Queiroz. Além disso, Flávio Bolsonaro indicou Nóbrega para uma menção honrosa em 2004, mesma homenagem que prestou para outro suspeito de ser um dos líderes milicianos.

Flávio Bolsonaro, recém empossado senador, enquanto era deputado estadual no Rio,chegou a dizer, em sua conta no Twitter, que a juíza de direito Patrícia Acioli, morta por julgar e mandar para a prisão diversos policiais ligados a grupos de extermínio, era culpada por “colecionar inimigos”.

Flávio disse que Acioli tinha costume de “humilhar gratuitamente réus”. Para o deputado, a magistrada impunha aos acusados atitudes de humilhação, chamando-os de vagabundos, adjetivo que a família Bolsonaro usa com frequência para se referir a pretos e pobres, quando são presos.

O próprio presidente Jair Bolsonaro, em 2003, chegou a parabenizar a atuação dos grupos de extermínios (assassinatos cometidos pelas milícias) ,  já que não há pena de morte no Brasil. O discurso pode ser visto no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=RDk7H3rjYm4.

O jornalista Glenn Greenwald, principal repórter do “The Intercept”, acaba de lançar um reportagem sobre o tema, detalhando o escândalo, mas tem sido alvo de bots pró-Bolsonaro, para evitar que o vídeo receba evidência no YouTube.

Máfia

Outras Nações já enfrentaram problemas semelhantes, através do envolvimento de agentes públicos com a corrupção e outros crimes ainda mais graves. Na Rússia, pós-dissolução da URSS,  a máfia  cooptou muitos membros da KGB e do exército e infiltrou seus membros em muitos países, para obter negócios extremamente lucrativos e sofisticados. Veja mais: https://super.abril.com.br/historia/czares-da-mafia/

Seremos os próximos a conviver com uma estrutura política tomada por assassinos de aluguel e pessoas da pior estirpe? Nossas instituições serão capazes de conter as milícias e impedir que se estabilizem no Planalto?

Queiroz é só a ponta do iceberg.

Fábio Dias Ribeiro é advogado atuante, especialista em Direitos Humanos e Cidadania, Mestre em Sociologia, graduando em filosofia e ativista social.

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8 Comments

8 Comments

  1. Marcia Gatto

    07/02/19 at 22:51

    Lembra daquele filme República dos assassinos?

  2. Fábio Dias Ribeiro Elste

    08/02/19 at 10:30

    Bahh, o roteiro é beeem semelhante, e em 1980!! bem lembrado.

  3. João

    08/02/19 at 14:35

    A Justiça federal está prendendo quem fez denúncias contra venenos agrícolas.

    • Fábio Dias Ribeiro Elste

      09/02/19 at 19:05

      Não soube a notícia, podes dar a fonte?

  4. Wagner

    09/02/19 at 16:31

    Acredito que o autor do texto desconhece ou esqueceu de mencionar o PCC , o CRBC , a Ceita Satânica entre outras máfias, como chamadas por seus integrantes as famílias. O PCC está dentro de partidos ditos de esquerda e de centro.A realidade que estamos passando em nosso país onde os partidos de direita levantam a bandeira da Ética? Isso aconteceu com a importância demasiada da esquerda em querer permanecer no poder, se instalar como os únicos donos da verdade, que triste, em um momento em que estava criando um equilíbrio dentro das faculdades entre seus frequentadores de várias classes sociais o que seria um diferencial no futuro. Interessante o texto porém , superficial para uma pessoa mestre em sociologia e graduado em filosofia.

    • Fábio Dias Ribeiro Elste

      09/02/19 at 17:08

      Wagner, acho que você precisa ler o texto e interpretar o sentido das informações. Inicialmente, não pretendo abordar a existência de facções criminosas no Brasil, pois isso é óbvio e não precisa ser reafirmado em um espaço tão exíguo. O PCC, por exemplo, surgiu no governo do PSDB, e conta com a complacência dos sucessivos governos tucanos (e antes que você pense em.dizer que tucanos são de esquerda, sugiro que perceba o alinhamento político do PSDB com o governo corrupto do Temer e com o atual governo Bolsonaro. O objetivo do breve artigo é apontar o surgimento de um governo intimamente ligado a milícias do RJ. Só para lembrar que o “ético” Bolsonaro foi deputado federal 28 anos em um estado que tem dois ex governadores presos, presidente da assembléia preso, do tribunal de contas e todos eles por corrupção, e o que o “ético Bolsonaro” e sua família igualmente ética fez? Condecorou milicianos. Mas eu compreendo sua indignação, é difícil depositar suas esperanças em um indivíduo e perceber que ele não é aquilo que dizia. Mas… Você tem o direito sagrado de não gostar do artigo, vamos comemorar que ainda não estamos na ditadura. 😉

  5. Wagner

    09/02/19 at 18:42

    O que não entendi foi o direcionamento para o estado RJ, que passa por uma crise de décadas, sou da cidade de São Paulo por isso relatei as facções
    criminosas , porém elas existem em todo território nacional agindo contra o Estado Democrático de Direito concebido com muito suor e as milícias atuam do mesmo modus operandi . É sem dúvida uma questão de segurança pública , mas não com uma visão limitada , estreita e rasa como vem sendo tratada nestes últimos meses virando bandeira de partidos. Observei o direcionamento à família Bolsonaro e sabemos que levantaram a bandeira da Ética e que sejam responsáveis pelos seus atos, palavras e omissões que cometeram ou cometam, como todos aqueles que também são servidores públicos e partidos. Quanto a direita ou esquerda, sou servidor público e conheço quem são e como agem.
    Mestre, parabéns pelo respeito que tomou com meu pifio comentário, peço tolerância, por vezes a emoção toma conta da razão.

    • Fábio Dias Ribeiro Elste

      09/02/19 at 19:04

      Teu comentário não foi pífio, de maneira nenhuma. É bom perceber que algumas reflexões (certas ou erradas) servem para promover o debate. Estamos todos do mesmo lado, os reflexos da corrupção e do crime organizado são sentidos em qualquer setor (com exceção daqueles que estão no topo da pirâmide). É só através do diálogo fraterno que podemos atingir o consenso. Tem um artigo muito bom, que saiu no “el país” sobre as milícias serem o próprio Estado no Rio, bastante recomendável! Abraço e sigamos vigilantes!

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fascismo

O Bolsonaro de sempre: porrada na boca do povo e de quem revela seus crimes

Já para os amigos milicianos, a famiglia delinquente e o grande capital é sombra, água fresca, Rodrigo Maia e o STF acovardados

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Bolsonaro é porrada @Antonio Cruz/Agência Brasil

É conhecida a fábula do Sapo e o Escorpião. Certo dia, o escorpião pediu ajuda ao sapo para levá-lo a outra margem do rio. O sapo temia ser picado, mas o escorpião garantiu que não faria isso, pois se o sapo morresse, ele também morreria afogado. Com a explicação convincente, o sapo decidiu ajudar o “amigo”, mas no meio do rio recebeu a picada mortal. Antes de morrer perguntou: “Por que você fez isso?” O escorpião respondeu: “É da minha natureza”. Assim age Bolsonaro. Como o escorpião.

Por Dacio Malta*

Sempre foi assim, e assim continuará.

A trégua que ele deu ao país, após a prisão do amigo Queiroz, foi para inglês ver.

O capitão é caso perdido.

Nem curso intensivo da Socila  — escola tradicional no ensino de etiqueta e boas maneiras — daria jeito no capitão meio bandido, meio desastrado, mas completamente ignorante.

A resposta dada ao repórter de “O Globo”, que perguntou ao presidente por que a terceira primeira-dama Michelle recebeu R$ 89 mil de Queiroz, mostrou um Bolsonaro em sua forma mais genuína:

 —Minha vontade é encher sua boca de porrada.


Um milhão de tweets já publicados contra a declaração, em nada mudará seu comportamento.

O capitão é assim.

Desastrado ao ponto de, no Piauí, pegar um anão no colo pensando ser uma criança.

Grosso ao dizer, em Mossoró, na mesma semana, que na política “sou imbrochável”.

 —E não é só na política não. Eu tenho uma filha de 9 anos de idade, que foi feita sem aditivo.


Em princípio teremos de conviver com a besta por mais dois anos e meio.

Supersticioso, o presidente da Câmara não quer discutir o impeachment.

E tem lá suas razões.

A pandemia é a desculpa, mas a razão verdadeira é o apoio do centrão ao presidente que, junto com os R$ 600,00 alçou sua popularidade a 37% de aprovação, o que é muito pouco, mas suficiente para segurá-lo no cargo.

Obviamente, é preciso haver o combate diário não só contra ele, mas também contra os Ernestos, as Damares, os Ônixs, os Pazuellos, os Salles, os Mendonças e todos aqueles que insistem em avacalhar o país aqui e no exterior. E em especial ao Corisco do Lampião, e que atende pelo nome de Paulo Guedes.

Nos próximos 28 meses ainda iremos sofrer e nos envergonhar por termos de conviver com um presidente tosco com viés miliciano.

Mas ele passará.

Sua força é com um castelo de cartas.


Quis fazer um partido para chamá-lo de seu, e disputar as eleições deste ano, mas já sabe que não conseguirá formá-lo nem para 2022. Precisava do apoio de 492 mil eleitores, mas só conseguiu 15.762 apoiadores.

A resposta virá.

E o melhor.

Ele, e os filhos bandidos, terão o destino que merecem: a cadeia.

*Dacio Malta trabalhou nos três principais jornais do Rio – O Globo, Jornal do Brasil e O Dia – e na revista Veja.

Leia mais Dacio Malta em:

HTTPS://JORNALISTASLIVRES.ORG/BOLSONARO-FACILITA-FUGA-DE-ABRAHAM-WEINTRAUB-PARA-OS-ESTADOS-UNIDOS/

CADÊ O QUEIROZ? BRAÇO DIREITO DE BOLSONARO TEM A SENHA PRA DERRUBAR O PRESIDENTE

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BOLSONARO DEVE DEIXAR SAÚDE COM PAZUELLO, QUE CONFUNDE HOMENS COM CAVALOS

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Brasília

Racistas, fascistas, não passarão!

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Em um lado da Esplanada dos Ministérios, um ato em defesa da democracia, contra o racismo e o fascismo. No outro, a marcha do ódio e antidemocrática dos bolsonaristas defendendo o mesmo de sempre: fechamento do STF, intervenção militar, morte aos comunistas, maconheiros e outros absurdos.

Houve muita provocação verbal dos dois lados, mas apenas os bolsonaristas tentaram criar um embate físico, ao cruzarem a barreira policial no gramado central, para correr entre os manifestantes antifa. A polícia? Parecia mais preocupada em intimidar aqueles que defendem a democracia. Mas a resposta dos que lutam contra o racismo e o fascismo foi linda: muito grito de luta, um ato cheio de emoção e sem violência, como era esperado.

Confira a galeria de imagens da cobertura dos Jornalistas Lives em Brasília

Galeria 1- Fotos: Leonardo Milano / Jornalistas Livres

 

Galeria 2- Fotos: Matheus Alves

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#EleNão

Ato na Paulista, neste sábado (13/06), faz protesto “contra governo da morte”

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Neste sábado (13/6), a avenida Paulista será o espaço de mais uma manifestação pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. O ato está sendo organizado por grupos sem vínculos partidários ou institucionais, que protestam contra o genocídio produzido pela irresponsabilidade do governo federal diante da pandemia do Covid-19 e contra a violência policial e estatal que vitima os brasileiros mais pobres e vulneráveis.

Bolsonaro, que já vinha pressionando prefeitos, governadores e empresários para um “retorno à normalidade”, antes mesmo do Brasil atingir o pico da pandemia e a contaminação estar controlada, estimulou, em live transmitida na úlltima quinta-feira (11/06), que a população invada os hospitais, filme os leitos e envie as imagens para a Polícia Federal e para a Abin, colocando em cheque os números apresentados pelas secretarias de saúde de estados e municípios. De acordo com nota divulgada pelo grupo que organiza o Ato, não resta outra alternativa que não seja ocupar as ruas e confrontar o governo com os resultados de sua própria política, “o Brasil não pode mais aguentar duas crises ao mesmo tempo: a pandemia e Bolsonaro. Uma se alimenta da outra. A única maneira de lutar contra a pandemia é derrubando este governo irresponsável. Não sairemos das ruas até que ele caia”.

Jair Bolsonaro também ameaçou, nesta quinta-feira (11), vetar a prorrogação do auxílio emergencial, caso o Congresso mantenha o valor de R$ 600. A proposta apresentada pelo governo é reduzir o valor pela metade, para mais dois meses de auxílio.

“A função primeira de um governo é proteger a população. Bolsonaro e seus seguidores zombam dos mortos e conspiram contra políticas que poderiam salvar vidas”.

 

 

 

Outra medida tomada por Bolsonaro esta semana, que vai de encontro às reclamações do Ato Contra o Governo da Morte, foi a exclusão da violência policial do relatório sobre violações de direitos humanos, uma tentativa clara de maquiar os números, assim como é a política oficial com o Coronavírus.

Serão distribuídas para os manifestantes, 500 fotos com vítimas da violência do Estado na ditadura e nos dias atuais, pela polícia e Covid-19. O uso de máscaras e a observação da distância de dois metros uns dos outros será obrigatório. Uma equipe irá garantir a distância e a segurança dos participantes.

O Grupo que organiza a ação é apartidário e espontâneo, composto por ativistas, artistas, advogados, professores, profissionais de saúde, estudantes, comunicadores. Cidadãs e cidadãos que não verão calados mais um genocídio do Estado brasileiro contra o seu povo.

Leia a íntegra do manifesto:

 

 

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