Congresso ocorreu na Universidade Estadual de Campinas – Unicamp e reuniu mais de 2 mil estudantes
Nesse final de semana, a União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP) realizou na, Universidade Estadual de Campinas, a 12º edição do seu Congresso.
Na tarde de sábado, a entidade organizou um ato contra a redução da maioridade penal, que foi um dos pontos altos do evento e marcou a unidade de todas as forças políticas representadas no congresso.
Carina Vitral, ex-presidenta da entidade, que deixou o cargo neste congresso e assume a presidência da UNE (União Nacional dos Estudantes), deu início a atividade convocando todos para a Marcha contra a Redução da Maioridade, que será realizada na próxima terça-feira, dia 30.06, em Brasília, data da votação da PEC 171 no Congresso Nacional.
Para ela, o tema é unitário dos movimentos estudantil e deve unificar as bandeiras da juventude. “ No congresso da UEE, como no congresso da UNE realizado em Goiânia, o tema da redução da maioridade penal é um tema unitário do movimento estudantil paulista. É um tema que vai unificar a juventude nas ruas, é barrar o retrocesso e tentar impedir que a nossa juventude seja encarcerada (…) O caminho na nossa opinião, a opinião dos estudantes, da juventude e do movimento estudantil, não é encarceramento, mas sim aprofundamento do direito, mas sim mais escolas e menos cadeia, mais lazer, menos cadeia, mais direitos, menos cadeia, mais sonhos, menos cadeias, mais luta, menos cadeia. Tudo, menos cadeia”, destacou a presidenta eleita da UNE.
Tamires Gomes Sampaio, primeira presidenta negra do Centro Acadêmico do curso de Direito da Universidade Mackenzie e integrante da executiva da UNE, frisou sobre a necessidade de mobilização na sociedade e conclamou a ida à Brasília para acompanhar a votação da PEC da Redução. “Esse congresso nacional é o mais conservador da história desde da ditadura. A gente precisa cada vez mais pautar essas questões de esquerda, porquê a juventude negra está morrendo, mulheres estão apanhando em casa, as mulheres estão sendo estupradas, a violência está acontecendo na periferia todos os dias e isso só vai acabar se a gente ter unidade”, disse. Segundo ela, as forças da juventude nas ruas pode barrar as pautas do congresso “Com o povo na rua que a gente vai poder ter mais avanços, mais direitos e menos retrocessos”.
Presente no evento, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB–SP) chamou atenção para o número da PEC e sua representação. “Essa PEC tem o número que merece: 171, que é o número do estelionato no Código Penal Brasileiro. (…) É um estelionato o que ela propõe, coisas que não vai fazer. Quem defende redução, defende uma farsa.”, frisou o deputado.
A 12º edição do congresso da UEE-SP elegeu, no domingo, a estudante de Farmácia da PUC Campinas Flavia Stefanny para presidir a entidade nos próximos dois anos.
O ato, que reuniu os delegados e delegadas do Congresso, contou ainda com apresentação da rapper da baixada santista, Preta Rara, “pipaço” e diversas intervenções artísticas, além da participação de movimentos sociais e do secretária adjunto da Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de São Paulo, Eliseu Soares.