É conhecida a fábula do Sapo e o Escorpião. Certo dia, o escorpião pediu ajuda ao sapo para levá-lo a outra margem do rio. O sapo temia ser picado, mas o escorpião garantiu que não faria isso, pois se o sapo morresse, ele também morreria afogado. Com a explicação convincente, o sapo decidiu ajudar o “amigo”, mas no meio do rio recebeu a picada mortal. Antes de morrer perguntou: “Por que você fez isso?” O escorpião respondeu: “É da minha natureza”. Assim age Bolsonaro. Como o escorpião.
Por Dacio Malta*
Sempre foi assim, e assim continuará.
A trégua que ele deu ao país, após a prisão do amigo Queiroz, foi para inglês ver.
O capitão é caso perdido.
Nem curso intensivo da Socila — escola tradicional no ensino de etiqueta e boas maneiras — daria jeito no capitão meio bandido, meio desastrado, mas completamente ignorante.
A resposta dada ao repórter de “O Globo”, que perguntou ao presidente por que a terceira primeira-dama Michelle recebeu R$ 89 mil de Queiroz, mostrou um Bolsonaro em sua forma mais genuína:
—Minha vontade é encher sua boca de porrada.
Um milhão de tweets já publicados contra a declaração, em nada mudará seu comportamento.
O capitão é assim.
Desastrado ao ponto de, no Piauí, pegar um anão no colo pensando ser uma criança.
Grosso ao dizer, em Mossoró, na mesma semana, que na política “sou imbrochável”.
—E não é só na política não. Eu tenho uma filha de 9 anos de idade, que foi feita sem aditivo.
Em princípio teremos de conviver com a besta por mais dois anos e meio.
Supersticioso, o presidente da Câmara não quer discutir o impeachment.
E tem lá suas razões.
A pandemia é a desculpa, mas a razão verdadeira é o apoio do centrão ao presidente que, junto com os R$ 600,00 alçou sua popularidade a 37% de aprovação, o que é muito pouco, mas suficiente para segurá-lo no cargo.
Obviamente, é preciso haver o combate diário não só contra ele, mas também contra os Ernestos, as Damares, os Ônixs, os Pazuellos, os Salles, os Mendonças e todos aqueles que insistem em avacalhar o país aqui e no exterior. E em especial ao Corisco do Lampião, e que atende pelo nome de Paulo Guedes.
Nos próximos 28 meses ainda iremos sofrer e nos envergonhar por termos de conviver com um presidente tosco com viés miliciano.
Mas ele passará.
Sua força é com um castelo de cartas.
Quis fazer um partido para chamá-lo de seu, e disputar as eleições deste ano, mas já sabe que não conseguirá formá-lo nem para 2022. Precisava do apoio de 492 mil eleitores, mas só conseguiu 15.762 apoiadores.
A resposta virá.
E o melhor.
Ele, e os filhos bandidos, terão o destino que merecem: a cadeia.
*Dacio Malta trabalhou nos três principais jornais do Rio – O Globo, Jornal do Brasil e O Dia – e na revista Veja.
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