Era Abril de 2018 e amigos diziam que era preciso olhar com cuidado Ciro Gomes, mas que ele estava do lado esquerdo no espectro político. Com minhas reservas e um monte de perguntas e desconfianças, resolvi dar crédito aos meus amigos e incluir Ciro na minha lista de candidaturas de esquerda que não falaria absolutamente nada contrário durante o pleito. Construir unidade é sobre não falar asneira em rede social ou veículo de comunicação, contra o coleguinha, pois mesmo não sendo companheiro ainda é coleguinha.
Mas o problema central aqui é que Ciro e seus ciber-devotos, não cessam de falar misérias. Na última semana em entrevista concedida a BBC Brasil, insinuou que Lula é corrupto, fez pouco caso com a prisão política e falou de sua frente ampla, composta basicamente por indivíduos de direita, ligados a banqueiros, famílias tradicionais sudestinas, nordestinas e sulistas.
Ciro aos poucos vem se mostrando melhor, parte de sua claque também. Lancei em meu perfil pessoal uma pequena apreciação sobre a entrevista de Ciro e dias depois uma foto onde posam lado a lado Ciro e Lula com a legenda: Não deve ser fácil para o Ciro Gomes. O que ocorreu na sequencia me lembrou e muito os ataques que sofri no twitter pelas hostes bolsonaristas. Segue o menu de grosseira, vocabulári
o limitado e repleto de ódio, ofensas de teor sexista e ameaças no meu Messenger e fotografias.
É um fato que Ciro pode e tem o direito de se auto-proclamar progressista, acredito inclusive que existem elementos progressistas em sua carreira política, contudo é bem complicado ver ele se colocar como trabalhista e forçar uma imagem de Brizola 2.0, primeiro pela origem política de Ciro, notadamente fruto dos acordos familiares do ARENA e PDS, no interior do Brasil, segundo por sua filiação ideológica ao PSDB, notadamente fruto/filho do sentimento anti-brasil da elite paulista.
Outro assunto interessante para falar sobre Ciro é que de 1977 até 2015, ele trocou de partido 7x, sempre oscilando no espectro político da direita para a esquerda e vice e versa, não chamarei Ciro Gomes de coronel, como alguns costumam insulta-lo, sou cearense e sei o peso dessa palavra, embora os Gomes, Saboya e Jereissati, sejam dinastias do Vale Acaraú, Cariri e Fortaleza. Acredito que o termo que cabe melhor a Ciro é oportunismo. A postura que Ciro enverga agora contra o PT, Lula e Dilma, é bem parecida com aquela que envergou contra Itamar, FHC e PSDB, quando o candidato tucano escolhido foi FHC. Falta para Ciro Gomes, um pouco de gratidão, psicanalise e um Prozac para temperar o humor.
Seu discurso de ressentimento tem arrebanhado alguns celerados do bolsonarismo, com a mesma matriz de ódio antipetista, mas Ciro ao contrário de Lula, não possui um partido e base social, apenas um discurso de ódio, por vezes carregado de elitismo e cego para a prisão política do maior estadista do continente.
Quem beija a mão de Steinbruch, cabe no bolso do Lemann e consente com Tabata e Hulk.
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