Ministra de Bolsonaro é suspeita de sequestrar criança indígena

Foto divulgada em rede social da ministra

Mais um escândalo relacionado a atual ministra do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo Bolsonaro, Damares Alves, veio a tona. A reportagem da revista Época, assinada pelos jornalistas Natália Portinari e Vinicius Sassine, investigou a história da jovem indígena Lulu, a filha adotiva de Damares Alves. Ela teria sido sequestrada e não adotada, como afirma a Ministra.

De acordo com a matéria, há 15 anos, Damares e sua amiga Márcia Suzuki foram até a aldeia Kamayurá, localizada no norte do Mato Grosso e pegaram menina Kajutiti Lulu Kamayurá. Elas se apresentaram como missionárias e deveriam levar Lulu até a cidade para tratar dos dentes, com a promessa de que estariam de volta assim que entrasse de férias.

Na época, Lulu estava com 6 anos e por falta de recursos da mãe a menina era criada pela avó paterna Tanumakaru. 

Antes da polêmica a ministra apresentava Lulu como sua filha adotiva e chegou a ser defendida pela jovem em uma entrevista dada a Rede Globo em dezembro do ano passado. Em uma residência bem simples, Lulu agradece Damares por ter a acolhido quando ainda era criança e que as reportagens estão tentando transformar a Damares em uma pessoa ruim. 

Ao ser questionada pelos repórteres da Época, Damares disse que não tinha nada a esconder. Posteriormente, a ministra afirmou que Lulu recebe visita de seus familiares com frequência e que outros membros da mesma família também saíram da tribo para residir em Brasília, mas não respondeu sobre o processo de adoção, apenas alegou que a reportagem é falsa e disse que salvou a garota de ser enterrada viva.

A ministra também afirmou que a garota nunca perdeu o contato com seus familiares mas conforme foi informado pelos índios, a primeira visita só aconteceu há dois anos.  

O fato de que a garota seria enterrada viva foi contestado pela reportagem, pois essa prática comum em 13 etnias indígenas do Brasil apenas enterra crianças recém-nascidas com graves problemas de saúde.

“Antigamente, tinha o costume de enterrar. Hoje, a lei mudou”, disse a pajé Mapulu que conviveu com Lulu durante a infância na tribo.

Damares acusou a jornalista Natália Portinari, uma das responsáveis pela reportagem, de entrar no Xingu sem autorização e disse que ela foi expulsa pelos índios, outro caso que foi desmentido por Natália em seu perfil no twitter.*

“Mentira, é claro. A coordenação autorizou nossa entrada, temos tudo documentado com gravações. Fomos bem recebidos. Os kamayurá quiseram falar com a gente”

De acordo com a lei para adotar uma criança indígena é necessário passar pela aprovação do Ministério Público Federal, Funai e Justiça. Não há registros sobre os procedimentos legais da adoção de Lulu.

ONG de Damares é investigada pela Polícia Federal

A Organização Não Governamental Atini, ligada a Damares, é alvo de investigação da Polícia Federal por tráfego de crianças indígenas. As investigações ocorrem sob segredo de justiça.

Fontes: Época, Revista Fórum, Globo.com e Terra

COMENTÁRIOS

Uma resposta

  1. Essa mulher, como Ministra de governo nos envergonha. Como sou idosa, fico comparando os Ministros de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jango com os atuais… Poucos tem a envergadura dos Políticos antes do golpe militar.
    Agora, Ministros meliantes e associados a golpes e crimes, contra a população em geral, é inaceitável! Não sei se é hipocrisia ou cara de pau, mesmo!

POSTS RELACIONADOS