Acordei pensando em bandeiras e flâmulas, pedaço de pano de tempo e espaço, o devir.
Tonteei no mastro o trapo em dúvida, especulação em brado e insônias. Sou retirante de anseios, planto minha fome e sede entre insanos no governo. A ordem e frequência do pulso dita o regresso das nascentes, as águas temem o oceano, fogem das nuvens. É aridez o que vejo.
Desmatam, usurpam, grilam. Atuam inocentes tão de repente, dizem que as terras ao mercado pertence. Araras e borboletas desesperam, onça lamenta. Julgam bobagem o sofrimento das árvores, ser quieto e imóvel. Desconhecem o pecado que legalizam, armando a todos para o desmate e acerto de contas. Será a lei do mais forte, e pronto.
Minha bandeira jamais será vermelha porque sei das veias dessa gente que guarda o sangue para a vida. É verde que te quero, virgem sim na mata, cheia de ouro e pedras guardadas na terra, como no céu são estrelas que vejo.
O que diria Rondon, Portinari ou Niemeyer sobre a flâmula desse tempo, na alvorada deste dia?
São tantas notícias dissonantes, quando abro a porta é o sol que bate na cara e a polícia toda observa.
É bandeira ou bandeirante essa gente toda que bate e cala?