É domingo na avenida. Entre faixas de pedestres há lamento, gratidão, paixões ou indiferenças.
Cientistas brasileiros, estudantes e bolsistas protestam contra ameaça de corte nas bolsas de pesquisa anunciadas pelo governo enfadonho desse perverso momento. Como avatares, Hare Krishnas rompem a maresia dos escapamentos, colorem receios, encantam os prédios. Grita na rua ciência de 5000 anos, me diz adepto na procissão das Carruagens.
Ah, meus cientistas e outros adeptos na avenida, tão primitiva e moderna ter na vista a via agora, em tarde fria sem saída. Paradoxo amplo, doce enigma. De repente acabou a capoeira desse confronto dos dias. A tudo agradecem os Krishnas. E cantam e dançam.
Surpreende a alegria de estrangeiro que vejo, hare hare, é dia da procissão, o Ratha-Yatra, embalo de caras pintadas e tecidos coloridos. Tudo protesta contra o tédio.
Só é cantador quem traz no peito a cor e o cheiro de sua terra, cantava Vital Farias em sua Saga. Enfim é isso mesmo, aqui agora tudo prova.
*imagens por Helio Carlos Mello©
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