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Internacional

Trump toma a decisão “mais estúpida dos EUA desde a guerra ao Iraque”

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“Os americanos das gerações futuras vão olhar para a decisão de Donald Trump, de abandonar o Acordo de Paris, como uma das ações mais ignorantes e perigosas já tomadas por qualquer presidente”

O presidente Donald Trump tomou uma decisão que os críticos estão qualificando como “uma das ações mais ignorantes e perigosas já tomadas por qualquer presidente”: retirou os Estados Unidos do acordo climático de Paris, na tarde de quinta-feira

“Uma abdicação da liderança americana e uma desgraça internacional”, desse modo o senador Bernie Sanders descreveu a decisão de Trump, anunciada no Jardim das Rosas da Casa Branca.

Com pouquíssimas menções à palavra “clima”, Trump fundamentou sua decisão no interesse dos “homens e mulheres esquecidos” da América, que prometeu proteger contra a “exploração” das nações estrangeiras, colocando “a América em primeiro lugar.” Os argumentos, há muito desmascarados, da indústria de combustíveis fósseis, sobre perdas e sofrimento econômico, pontuavam seu discurso, considerado “literalmente errado em cada um de seus aspectos”.

O magnata imobiliário disse que “estamos saindo” do acordo não vinculativo, mas disse que negociaria novamente o acordo atual ou forjaria “um contrato inteiramente novo, em termos justos para os Estados Unidos, seus negócios, seus trabalhadores, suas pessoas, seus contribuintes […] e veremos se podemos fazer um acordo justo. E se pudermos, será ótimo e, se não pudermos, está tudo bem”.

Ele terminou o pronunciamento dizendo que é hora de colocar as cidades americanas como “Youngstown, Detroit e Pittsburgh … antes de Paris, França”.

Os ativistas do clima e outros defensores de um esforço global

para combater o aquecimento global

condenaram imediatamente a mudança.

“Os americanos das gerações futuras vão olhar para a decisão de Donald Trump, de abandonar o Acordo de Paris, como uma das ações mais ignorantes e perigosas já tomadas por qualquer presidente”, declarou o diretor executivo da Sierra Club, Michael Brune. “A decisão de Trump de ignorar a grande maioria do público americano e a comunidade científica prejudicará nosso país, nos custando vidas, empregos e nosso papel como líder mundial. Trump isolou nosso país no cenário mundial, cedendo nossa posição de liderança e nossa vantagem econômica sobre energia limpa para a Índia e a China, com um justificativa a altura de um slogan de chapéu de basebol “.

“É uma decisão estúpida e imprudente”, declarou o cofundador de 350.org, Bill McKibben, na quinta-feira, ao New York Times.

“O ato mais estúpido de nossa nação desde o lançamento da guerra no Iraque.

Mas, não é estúpido e imprudente de modo normal.

Ao contrário, seu ato equivale a um repúdio completo de

duas das forças civilizadoras em nosso planeta:

diplomacia e ciência”.

Trip Van Noppen, presidente da Earthjustice, disse de forma semelhante: “Longe de colocar a América em primeiro lugar, a retirada de Trump do Acordo de Paris é um favorecimento míope ao lobby dos combustíveis fósseis. É um profundo fracasso da liderança global americana. Ele ignora deliberadamente a crise do clima. Isso custará aos trabalhadores dos EUA empregos em energia limpa. A história julgará a retirada do Acordo de Paris como um grande erro “.

“Trump tomou sua decisão e estamos tomando a nossa”, disse o diretor executivo de 350.org, May Boeve. “Não seremos arrastados por um fantoche míope e destrutivo da indústria de combustíveis fósseis na Casa Branca”.

“Vamos transformar a indignação pública em uma ação local significativa”, continuou Boeve. “Ao trabalhar a nível local e regional, as comunidades podem organizar mudanças poderosas e duradouras, forçando os funcionários eleitos pelo povo a escolher um lado: o do Trump e seu gabinete bilionário do combustível fóssil, ou o da gente que luta por um clima estável e uma economia que funcione para todos “.

Kierán Suckling, diretor executivo do Centro para a Diversidade Biológica, lamentou, “com o nosso mundo indo rapidamente para uma catástrofe climática, Trump apenas pisou no acelerador”.

Mas, continuou Suckling, “o resto da América continuará lutando contra o aquecimento global e este presidente imprudente. Vamos combater a sua perigosa agenda nos tribunais, nas ruas e no nível estadual e local em todo o país. Não vamos deixar o poder corporativo e esta administração corrupta condenar nosso planeta ao desastre “.

Tradução do artigo ‘Destructive Fossil Fuel Puppet’ Trump Ditches Climate Deal with Fact-Free Speech, por Lauren McCauley, autora em CommonDreams, publicado em 01/06/2017, em https://www.commondreams.org/news/2017/06/01/destructive-fossil-fuel-puppet-trump-ditches-climate-deal-fact-free-speech

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1 Comment

1 Comments

  1. Esmael Leite da Silva

    03/06/17 at 12:12

    Em 1992 durante o Forum Global sobre Meio Ambiente, o então presidente Bush disse que não assinaria o Acordo Climatico proposto naquele Forum, no mesmo dia fizemos uma passeata com mais de 100 mil pessoas, ambientalistas de todo o Mundo, presentes no encontro, a palavra de ordem na passeata foi a de “Boicote aos Produtos Americanos em todo o Mundo”, na manhã do dia seguinte O Presidente do EUA recuou de sua decisão. Trump não sabe disso e se sabe acredita que nada acontecerá, ledo engano ele está provocando o inicio do fim, o mercado consumidor da Europa tem novas opções, e os europeus não suportarão uma concorrência industrial fora dos padrões europeus, Angêla Merkel deu sinal claro que haverá resistência, o neo liberal cometeu um erro fatal.

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Internacional

Rui Costa Pimenta lança livro, em Lisboa, sobre o golpe no Brasil

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Rui Costa Pimenta, jornalista formado pela Faculdade Casper Líbero e presidente do Partido da Causa Operária (PCO), fez uma turnê pela Europa, promovendo seu novo livro, “Golpe de Estado no Brasil: Balanços e Perspectivas”, onde realiza uma análise dos governos capitaneados pelo PT desde 2002 até o golpe de 2016, bem como da organização da resistência ao golpe e as perspectivas dessa resistência.

Foto: Bruno Falci

Foto: Bruno Falci

Em Lisboa, Rui falou sobre os problemas do golpe de Estado no Brasil contra a presidenta Dilma Rousseff, contextualizou a prisão do Lula dentro desse processo de intesinficação do golpe e perspectivas futuras para restabelecimento da democracia.

Estiveram presentes dezenas de participantes , entre brasileiros e estrangeiros portugueses e de outras nacionalidades, que ao final fizeram perguntas. Também marcou presença o presidente da Associação Vasco Lourenço, um dos líderes da revolução de 25 de abril de 1974 – Revolução dos Cravos, que pôs fim a 41 anos da ditadura salazarista. A mesa foi mediada por Maurício Moura, membro do Coletivo Andorinha.

Antes de Lisboa, Rui Costa Pimenta passou por várias cidades europeias, entre elas Londres, Paris, Amsterdã, Vigo, Barcelona, Frankfurt, Copenhague, Hamburgo, entre outras.

O evento foi organizado pelo Coletivo Andorinha e transmitido ao vivo pela página dos Jornalistas Livres e pelo canal do PCO, no Youtube.

 

Texto: Bruno Falci e Maíra Santafé

Fotos: Aparecido Lima e Bruno Falci

 

Foto: Bruno Falci

Foto: Bruno Falci

Foto: Aparecido Lima

Foto: Aparecido Lima

 

 

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América Latina e Mundo

CHAVISMO OBTÉM VITÓRIA ESMAGADORA NAS ELEIÇÕES REGIONAIS NA VENEZUELA

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Por Juliana Medeiros para os Jornalistas Livres

O PSUV, partido que reúne as forças chavistas, obteve uma vitória incontestável nesse domingo (15), nas eleições regionais ocorridas na Venezuela.

Os candidatos a governador chavistas conquistaram 17 dos 23 estados, 54% da votação nacional, frente à 45% da oposição.

A presidenta do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, informou em comunicado na sede do órgão em Caracas que a tendência já era irreversível, com 95,8% de urnas apuradas.

 

A MUD – Mesa da Unidade Democrática (aliança que reúne os partidos de oposição) conquistou 5 estados e apenas 1, o estado de Bolívar, ainda não tinha o cenário irreversível no momento do anúncio. O resultado deixa a MUD em uma situação difícil, especialmente por terem perdido o estado de Miranda, tradicionalmente opositor.

A participação eleitoral foi de 61,14%, cifra superior aos 53.94% das eleições regionais de 2012.

Depois dos resultados divulgados, os venezuelanos saíram às ruas para celebrar o fortalecimento de sua democracia e o encerramento de mais uma jornada eleitoral, que transcorreu com normalidade.

Para estas eleições 18.099.391 venezuelanos estavam habilitados a votar em 13.559 centros de votação instalados en todo o país. Só os habitantes do Distrito Capital não participaram do pleito por ser Caracas.

A jornada eleitoral começou às 6h da manhã de hoje e a votação contou com Acompanhamento Internacional integrado por um grupo de mais de 60 convidados, entre acadêmicos, ativistas sociais, parlamentares e jornalistas, oriundos dos EUA, América Latina e Europa, sendo 8 brasileiros.

A Revolução Bolivariana venceu em um cenário de imensa tensão. O chavismo foi derrotado nas últimas eleições para a Assembleia Nacional e desde então, a Venezuela vive um estado de conflagração permanente. No entanto, a decisão de Nicolás Maduro de convocar uma Assembleia Constituinte, demonstra haver sido acertada. A oposição tentou impedir a realização da Constituinte, concluída em 30 de julho, com muita violência. A resposta do povo, portanto, foi sábia. O voto de hoje nas eleições regionais foi um voto contra a violência, um voto pela paz.

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América Latina e Mundo

DITADURA VENEZUELANA – “MAIOR FAKE NEWS DA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA”

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Por Juliana Medeiros para os Jornalistas Livres

Neste domingo (15), a Venezuela realiza suas Eleições Regionais, para governadores, em 23 Estados nesta que é sua 22ª eleição em 18 anos de chavismo, o que de pronto classifica o país como a “ditadura” que mais realizou sufrágios na história contemporânea.

Toda a imprensa mundial acompanha de perto a disputa, ávida por encontrar evidências de fraude ou captar imagens para sua narrativa de impacto sobre a diariamente pautada “crise econômica e política” do país.

No entanto, ao mesmo tempo em que a presidenta do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibsay Lucena, informa em coletiva de imprensa que todas as etapas para o pleito vem sendo cumpridas com a participação de observadores internacionais e membros de TODOS os partidos, que também fiscalizam o processo, os correspondentes credenciados no país tratam unicamente de noticiar as supostas “fraudes” cometidas pelo governo Maduro, ainda que representantes de cada corrente política estejam validando o mesmo processo que a oposição (e a mídia) procuram deslegitimar.

Mas do que se trata essa tal crise na Venezuela? Essa é a pergunta que muitos se fazem nesse momento. Para responder, é preciso antes se perguntar o que faz com que um pequeno país caribenho de repente se torne o assunto dos almoços de domingo de boa parte dos países do mundo, onde seus cidadãos muitas vezes sequer conhecem seu cenário local mas sabem o nome de políticos venezuelanos e falam sobre a tal “crise” como se fossem conhecedores profundos do tema.

Charge do Latuff

Antes ainda, é necessário perguntar se Nicolás Maduro – ao invés de denunciar constantemente a ingerência norteamericana e se recusar terminantemente a seguir suas ordens – fosse um amigo de Washington, será que o país continuaria nos noticiários?

O mais provável é que ele poderia ser de fato o “ditador” que querem que ele seja, por exemplo, oprimindo cruelmente as mulheres como o rei Abdullah bin Abdul Aziz Al-Saud da Arábia Saudita; ou deixando mais de 1 milhão de pessoas morrerem de fome, cólera e bombardeios de aviões aliados em seu próprio solo, como Addrabbuh Mansour Hadi do Yemen; ou ainda usando de maneira violenta e extremada sua polícia contra manifestações pacíficas pelo direito de votar, como Rajoy da Espanha; ou inaugurando uma nova era de presos e desaparecidos políticos como Macri, na Argentina; ou mantendo sob barbárie a última colônia do mundo em um campo murado e minado no meio do deserto do Sahara, como o Rei Mohamed VI do Marrocos; ou pior, fazendo tudo isso, com direito a malas de dinheiro em contas ilegais no exterior e mais uma série de delitos (com Supremo com tudo) como naquele país, vocês sabem onde. Bastaria à Maduro ser menos “guapero” em linguagem latina, aceitando condições comerciais injustas, acordos políticos nefastos e uma ou outra base militar em seu território e tudo estaria resolvido.

Ou seja, no fundo o mundo inteiro sabe que não se trata de motivos humanitários e que a OEA ou o (atual) Mercosul, just don’t give a damn para o que acontece realmente na Venezuela. Se assim fosse, as “guarimbas” – espécie de barricada montada pela oposição como estratégia recorrente de ataque – seriam tão conhecidas quanto todos os outros fatores que parecem fazer com que simples eleições regionais na Venezuela sejam mais importantes para a mídia do que, por exemplo, a possibilidade cada dia mais real dos EUA iniciarem uma nova guerra mundial.

Sem precisar recorrer à estatísticas, é muito provável que você, leitor(a), jamais tenha ouvido falar sobre as tais “guarimbas” com homens armados até os dentes com fuzis e bombas caseiras, fios de arame que decapitam motoqueiros, ou os “poopootov” (lançamento de garrafas cheias de excremento humano), ou ainda pessoas sendo queimadas vivas nas ruas e filmadas enquanto agonizam até o fim. Ou pior, você até já ouviu falar em tudo isso, mas acredita na versão de que foram crimes cometidos pela Guarda Nacional Bolivariana.

A verdade é que a ditadura (ou a crise) na Venezuela, como bem definiu seu Ministro das Comunicações, Ernesto Villegas, não passa do “maior fake news da história contemporânea”.

Por mais que a própria oposição venezuelana declare publicamente em suas páginas oficiais que todas as estratégias citadas acima (e outras) são aceitáveis, ninguém lê porque é invisível até para os pauteiros da grande mídia. E ainda que muitas vezes as críticas à violência do governo Maduro não tenham sequer uma imagem para fundamentar, essas são as notícias que interessam ao mainstream.

Aliás, muitas vezes há imagens sim, como as que a imprensa espanhola produziu horas depois de uma guarimba explodir cerca de 8 policiais em suas motos no meio de uma avenida de Caracas. O frame convertido em instantâneo, foi retirado de um vídeo produzido por uma das câmeras dos próprios policiais que vinham atrás dos que foram atingidos. A mesma imagem foi reproduzida nas capas de vários veículos, sem crédito, com títulos que criticavam a “repressão” de Maduro. Uma notável e descarada manipulação.

Nesse mesmo dia, o jornalista venezuelano Luis Hugas, que acompanhava o grupo de militares em uma das motos (e quase foi atingido também), flagrou em video produzido para o Canal La Iguana TV, os correspondentes de meios internacionais escondidos atrás de uma das barricadas, ou seja, já preparados, poucos antes da explosão, no melhor estilo “se por acaso acontecer algo aqui”.

Não se trata de dizer que não há problemas, a Venezuela vem sofrendo uma pesada guerra econômica precisamente por um equívoco do próprio projeto chavista. Quando Hugo Chávez chegou ao poder, todo o recurso bilionário do petróleo venezuelano era destinado unicamente à elite que controlava o país. A radical transferência de renda iniciada por ele, produziu uma mudança profunda em uma sociedade miserável. A questão é que Chávez não só reduziu drasticamente a desigualdade no país, levando educação ou saúde gratuitos para a população, mas também iniciou um processo de conscientização política. No entanto, a manutenção da dependência econômica sobre uma única commoditie, fez com que a nação caribenha continue precisando importar quase todos os produtos que consome, porém usando como moeda os mesmo barris de petróleo que agora estão em baixa no mercado mundial. E são justamente os comerciantes – boa parte estrangeiros – a usarem a estratégia de retirar os produtos das prateleiras ou colocá-los a preços surreais, como única ferramenta política da direita que tradicionalmente não possui habilidade para construir bases de outra maneira.

Em uma série de vinhetas produzidas pelo canal venezuelano VTV, uma jornalista fala de sua indignação pelas últimas declarações do Depto de Estado norteamericano acerca da lisura das eleições venezuelanas e finaliza dizendo: “Venezuela é garantia de paz na América Latina”. De fato, esse é o ponto.

Depois de passar décadas com pouco interesse sobre o que ocorria na América Latina (mais concentrados em regiões como o Oriente Médio e o Norte da África), os EUA sob Trump decidiram redirecionar seus canhões para nosso continente. Não é coincidência que, ao mesmo tempo em que o mundo está tremendamente interessado em saber qual será o novo governador de Táchira, os EUA tenham reiniciado sua política de bloqueio econômico-financeiro impondo o chamado “Nica Act” à Nicarágua, sob o batido pretexto de promover a “democracia” no país centro-americano. O problema dos EUA com a Nicarágua, Venezuela, Bolívia, ou Cuba é o mesmo: controle dos recursos e combate ideológico.

E a Venezuela parece ser a peça que pode colocar em xeque toda a região, agora que Trump vem ameaçando com uma intervenção armada, que aliás, parte da oposição venezuelana tem a indecência de pedir textualmente em canais de TV privados pelo país. Subserviência e vira-latismo que mais parecem a nova epidemia desses tempos.

Foto: Guilherme Imbassahy

O fato é que mudam os presidentes mas a estratégia yankee não muda. Num primeiro momento, financiam grupos opositores protofascistas na tentativa de promover golpes parlamentares que permitam um alinhamento à sua geopolítica de interesse para a região, como é o caso do Brasil ou Paraguai (que por casualidade tinham nesses momentos a mesma embaixadora norteamericana, que também por acaso foi por anos quem esteve à frente da USAID para América Latina).

E assim como ocorrido no Iraque ou na Líbia, quando a intervenção via “revoluções laranjas” não é suficiente e torna-se necessário recorrer às armas, a primeira a atingir o país-alvo da vez é sempre a propaganda, difundida com muita eficiência (e cumplicidade) pela imprensa internacional.

Convencida a opinião pública de que é preciso intervir, não há problema caso depois alguém se dê conta de que se equivocou ou “pesou a mão”, basta recorrer à indústria Hollywoodiana e produzir algum enlatado (com cara de mea culpa e jeito de planejado) ou apenas, como é o caso da Líbia, jogar no limbo do esquecimento midiático o país que estava todos os dias no noticiário enquanto era importante convencer a todos de que era necessário destruí-lo, sob o irônico pretexto de “salvá-lo”. O problema com essa estratégia em relação à Venezuela (para aqueles que desde fora defendem essa absurda possibilidade), é que um ataque ao país certamente vai ter consequências regionais graves e cuja extensão é difícil de prever, inclusive para o Brasil e todos os países que lhe fazem fronteira.

O mais curioso, é observar como a narrativa hegemônica faz com que qualquer país que demonstre ter um forte sentido de soberania enraizado em sua cultura, passa a ser ridicularizado e seus líderes tratados como loucos. O mundo parece mesmo convencido bovinamente de que o único país ao qual é permitido esse sentimento é aquele que por décadas vem tentando controlar todos os outros.  Resta saber se vamos mais uma vez assistir impassíveis a tudo isso.

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