
Para quem não esperava nada de uma quarta-feira, além de chegar em casa e ver um jogo de futebol, ou saber das notícias do dia, o 22 de junho em Belo Horizonte surpreendeu: diversas manifestações da classe trabalhadora contra o governo corrupto e golpista de Michel Temer foram realizadas.
É importante falar da raiz da palavra corrupção. Segundo o autor José Murilo de Carvalho, corrupção é colocar desejos pessoais acima dos interesses coletivos.
Sendo assim, é legítimo chamar um governo marcado por interesses pessoais da elite brasileira, que para se consolidar enquanto governo teve de emergir por meio de um golpe. Ao falar a palavra golpe, que alguns consideram “forte”, basta compreender que a justiça e a constituição não são levadas em consideração quanto às acusações que destituiu (mesmo que ainda temporariamente) o governo eleito democraticamente em 2014.
Contra o retrocesso
No Conselho Regional de Psicologia (CRP), ocorreu um debate que reuniu diversos profissionais e estudantes para discutir o desmonte das políticas sociais. O evento Psicologia em Foco teve entre as falas mais expressivas a chamada para que trabalhadores, estudantes e educadores, saiam às ruas em luta contra esse ataque neoliberal.


Nas intervenções, todos iniciaram dizendo: Primeiramente fora temer.
Também ontem em Belo Horizonte ocorreu o lançamento do livro “A Resistência ao Golpe de 2016”. Os autores presentes analisaram sob diversos aspectos o golpe em curso no país. A obra foi lançada na Faculdade de Direito e Ciências do Estado da UFMG.


O lançamento, que foi um ato político, reuniu profissionais, movimentos sociais e estudantes de diversas instituições de ensino, que manifestaram repúdio ao Golpe e conclamaram a população a resistir ao ataque às conquistas populares.
O representante da Associação Latino Americana de Juízes do Trabalho, Hugo Melo Filho, disse que não tem sido fácil falar em nome de juízes e demais operadores do direito no país.

“Somos 14 mil juízes e nem todos concordam com o que ocorre no Judiciário brasileiro. Estou aqui para mostrar que não concordamos com as medidas adotadas e quando o Judiciário não promove a garantia de direitos, ele se desvia. Esse golpe não passaria não fosse a complacência do STF. Se concretizar no senado, não passará nas ruas.”
É evidente que o apoio do judiciário junto a alguns meios de comunicação e o parlamento validam as ações que, por fim tendem a privatizar empresas públicas e diminuir o acesso da população aos direitos conquistados nos últimos anos.
TEMER jamais

Também na quarta-feira, apesar de as empresas de rádio e televisão esconderem dos seus espectadores, surgiu ao longo da partida de futebol entre Atlético Mineiro e Corinthians, que ocorreu no Mineirão, uma longa faixa colocada por torcedores com os dizeres: Lutar, lutar, lutar, TEMER jamais.
A resistência ao governo golpista está cada vez mais forte e ganhando mais a adesão do povo. Diariamente nas cidades brasileiras, atos nas ruas, plenárias e reuniões acontecem para garantir a unidade dos trabalhadores contra o retrocesso. Não temos nada a Temer, não vamos aceitar nenhum direito a menos.
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