30 horas no Presídio Central de Porto Alegre

A prisão arbitrária e mal explicada ocorreu logo após o trancaço das garagens da CARRIS, uma das principais empresas de transporte público do estado, que era primeira ação tática da greve desta sexta-feira (30) em Porto Alegre.

Movimentos sociais e centrais sindicais planejavam piquetes e ações de rua em diversos pontos da cidade ao longo do dia, contra os disparates do governo Temer, porém, por volta das 7h30 da manhã, um grupo de manifestantes foi cercado por 6 viaturas da Polícia Militar.

Com chutes, pontapés e xingamentos machistas e homofóbicos, a Policía Militar silenciou a manifestação que passava pela Avenida Bento Gonçalves, e iniciou uma sessão de tortura, mantendo-os contra a parede por mais de 1 hora.

Os manifestantes foram revistados com truculência e Altemir foi detido, por volta das 8h, sob a acusação de portar explosivos e apresentar perigo à sociedade.

A máquina pública destilou sua face mais abusiva e carregada de excessos e preconceito, escancarando os ideais do novo governo contra Altemir, militante histórico do Rio Grande do Sul, com mais de 30 anos de luta no movimento social, e atualmente membro do MAIS (Movimento por uma Alternativa Independente Socialista).

Foram mais de 10 horas de silêncio e desinformação, dois centros prisionais e 30 horas de liberdade privada, ainda que o primeiro alvará de soltura do professor tenha sido emitido às 20 horas.

A justificativa para a manutenção da prisão seria uma dificuldade técnica de emitir a guia de soltura, porém na legislação brasileira vigente não há indicativos de que esta não pudesse ser feita em forma manuscrita. A liberdade do professor de filosofia só veio às 13 horas do outro dia. Segundo informações jurídicas do MAIS, ainda que Altemir portasse explosivos, ele não poderia ter sido detido por tanto tempo.

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