A terceira lei de Newton

Quem acompanhou a transmissão ao vivo dos Jornalistas Livres no dia de ontem, pode ver em tempo real como estava linda  a marcha que saiu do estádio Mané Garrincha rumo ao Congresso Nacional. Milhares de brasileiros vindos de todos os cantos do país, de todas as idades e de diversas correntes políticas, umas progressistas, outras nem tanto, estavam cantando, dançando e, o mais importante, se organizando.
Chegando ao ponto interditado pela polícia para que os manifestantes não se acercassem do Congresso, os adolescentes (que são mestres na arte de provocar) começaram com os xingamentos típicos, endereçados aos militares. O que mais me espantou foi a rapidez com que a polícia reagiu a essa provocação jovial, e a forma truculenta para lidar com uma situação totalmente dentro do controle. Em poucos minutos, muito gás de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borracha atingiam não só os adolescentes “revoltados” mas também crianças, gestantes, idosos e adultos em geral, todos os presentes.
Como diz a terceira de Newton… Não demorou para que uma catarse coletiva tomasse conta da esplanada dos ministérios. Toda essa raiva que sentimos do atual governo, que mesmo quando tentamos um diálogo, responde da única forma que sabe… não conversando, mais uma vez impondo.
Por sorte dos golpistas, menos de 1% chegaram as vias de fato com seu sentimento de revolta. O que pude ver (e sentir) foram os moderados (como eu) que, mesmo sem participar diretamente das ações dos adolescentes e jovens, percebiam-se representados pela fúria que destruía as vidraças dos ministérios, ateava fogo a moveis e papeis da burocracia estatal, e derrubava placas de rua, enquanto pichava a fachada dos prédios de um governo que lhes nega todos os direitos.
Era uma forma selvagem de extravasar a raiva que não poderia ser devolvida para uma polícia covarde e criminosa, que em certo ponto do ato passou a usar armas letais contra um pequeno grupo “armado” de pedras e paus.

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