‘Tecnicamente estamos numa ditadura’, afirma o ex-preso político Ivan Seixas

A cada dia fica mais claro que vivemos uma ditadura no Brasil e os últimos acontecimentos referente a posição do desembargadores do TRF-4 para evitar a liberdade de Lula só aumentam esta sensação de injustiça e ilegalidade que ameaçam fortemente os fundamentos da democracia no Brasil.
por Redação RBA publicado 09/07/2018 16h10

 

Diferentemente do golpe de 1964, a nova ditadura do Judiciário não tem comando centralizado, aponta Seixas

São Paulo – Desde a noite deste domingo (8), após as manobras jurídicas e o conluio entre o juiz Sérgio Moro, desembargadores do TRF4 e a Policia Federal que impediu a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, viralizou pelas redes sociais texto escrito jornalista Ivan Seixas intitulado Sejamos objetivos: Abaixo à nova ditadura (leia abaixo).

Em entrevista à Rádio Brasil Atual nesta segunda-feira (9), o ex-preso político e presidente do Núcleo de Preservação da Memória Política, diz que ditadura é quando um dos poderes, que deveriam atuar harmoniosamente e em iguais condições, subjuga os demais. “Hoje, é o Judiciário que subjuga o Legislativo e o Executivo”, destaca Seixas.

Com o Legislativo que “não representa o povo”, e deputados dominado por interesses “venais” das grandes empresas capitalistas, e o Executivo com um presidente enfraquecido, duplamente denunciado por corrupção, “o Judiciário decide o que os demais poderes devem fazer. Isso caracteriza uma ditadura”, explica. Segundo Seixas, “só a luta de massas pode derrotar” essa forma autoritária de governo, que opera de forma descentralizada, alinhada aos interesses do PSDB.

Sejamos objetivos: Abaixo à nova ditadura

1 – A atual ditadura tucana não tem a mesma centralidade da ditadura militar, que tinha no Estado Maior das Forças Armadas o verdadeiro centro de poder. O judiciário não estabeleceu o centro do poder da atual ditadura tucana. Nem mesmo o STF cumpre esse papel hoje. Daí esse clima de barata voa em que cada juizeco manda e desmanda, como fazem os ministros da suprema corte;

3 – A direita sabe que a população é sensível ao apelo do projeto político da esquerda, por causa disso rachou a sociedade brasileira, criando um amplo espectro fascista na tentativa de neutralizar essa tendência popular;

4 – O objetivo da ditadura tucana é tirar a esquerda do cenário político nacional a começar pelo PT e seus aliados. Nem o PSOL, com sua retórica branda e seu zig-zag ideológico vai ser perdoado nesse jogo bruto da direita nacional. Tudo para ter uma democracia exclusiva para a direita;

5 – Está na hora de a esquerda entender que está enfrentando uma ditadura baseada na aparência de democracia, dada pelo judiciário e referendada pela Globo. E para enfrentar uma ditadura a resistência não é feita com as mesmas forças dos ditadores, nem no mesmo campo do inimigo repressor;

6 – Não existe possibilidade de se travar a luta contra a ditadura tucana no campo do judiciário. Salvo as raras exceções de sempre, os membros do STF, do judiciário das instâncias inferiores e do MPF são parte golpe e operadores da atual ditadura. Essa gente é o atual SNI e a rede de DOI-CODIs como dos tempos da ditadura militar. Só a luta de massas pode derrotar a ditadura tucana;

7 – Não derrubamos a ditadura militar, mas a derrotamos com uma forte campanha de denúncias no exterior. Hoje tempos internamente uma ampla rede de meios alternativos nas chamadas redes sociais, coisa que não tínhamos no tempo da outra ditadura. Além disso, devemos travar as batalhas nas ruas para denunciar o Estado de Exceção em que vivemos e denunciar ao mundo o que passamos aqui dentro;

8 – Chega de se iludir com a formalidade do Estado burguês, que existe para a manutenção do status quo da burguesia brasileira, que é entreguista, submissa do imperialismo, escravagista, reacionária, homofóbica, racista e odeia pobres. A classe média é tudo isso, sem o poder do capital, repercute e amplifica para a sociedade como é seu papel. Está na hora de virar a mesa e fazer o que o povo trabalhador precisa.

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COMENTÁRIOS

Uma resposta

  1. Que tal mudar o nome para “esquerdistas livres”?

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