Sementes ou pedra, qual o tesouro dessa terra, bicho?
Metralhadora cheia de mágoas, corais da Amazônia,
poeta carioca, preto baiano, planta do cerrado.
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Fumaça paulista cegarei,
bandeirante catando índio.
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Não sei porque comemoramos dia da árvore,
talvez porque cremos na lenha da cruz.
Não chegaremos aos céus, não se iluda,
remissão tão rara,
nossa opção cega aos olhos do rei.
Não damos importância,
tão farta a vida nos quintais.
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É pau, é pedra, cedo aprende-se descuidos.
Nada de novo em nossos erros, farsantes dominam a cena.
Do pau fazemos lenha, carvão para bom churrasco,
jiral para cama e sonhos, cerca para demarcar,
uma festa insólita em palácios,
implosão.
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Árvores tão belas,
floresta partirás,
bioma findaremos.
Se Deus é brasileiro, há de ter plano para toda caatinga que seremos.
Muito ricos nos queremos menos. Secos, fúmidos, cactáceos.
Põe fogo no mato,
diz a voz no comando desse tempo,
desentende os povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos ou caiçaras.
A todos afoga, afagos é questão comunista.
Infeliz seremos, tudo vira história.
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Nem sei, mas o fato americanos afirmam, abjeto, samba da bênção,
objeto voador não identificado confirmado.
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É preciso um bocado de tristeza, senão, não se faz bom samba não.
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Uma resposta
Uau, muito bom!