RN registrou em média 1 feminicídio a cada 15 dias em 2019

Por Rafael Duarte I Agência Saiba Mais

Das 28 mulheres assassinadas nos primeiros quatro meses de 2019 até segunda-feira (22) no Rio Grande do Norte, oito foram vítimas de crimes com características de feminicídio, crime cometido contra a mulher pelo simples fato de ser mulher. Os números revelam que, em média, ocorreu uma suspeita de feminicídio a cada duas semanas no Estado este ano. Desde 2015, o feminicídio é tipificado como crime.

A última vítima foi a jovem Tereza Raquel de Oliveira, 30 anos, assassinada dentro de casa a golpes de arma branca, no conjunto Vale Dourado, Zona Norte de Natal. O principal suspeito é o ex-companheiro, Décio Sobrinho, que não aceitava o fim do casamento com Tereza. Os dois mantiveram um relacionamento durante 10 anos, mas estavam separados havia seis meses.

Décio Sobrinho é o principal suspeito de matar Tereza Raquel

Testemunhas disseram à polícia que viram quando o suspeito saiu às pressas da casa da vítima. O corpo de Tereza Raquel foi encontrado em cima da cama coberto por um lençol.

Décio foi preso horas depois do crime numa unidade de saúde de São Gonçalo do Amarante após ter ingerido veneno de rato.

De acordo com dados do Observatório da Violência (Obvio), nos últimos quatro anos, entre 2015 e 2018, o Rio Grande do Norte saltou de seis para 28 feminicídios.

Sem julgamento

A maioria dos casos também segue sem punição dos culpados. Relatório apresentado em março pelo Conselho Nacional de Justiça mostrou que de 2016 a 2018 subiu de 22% para 113% os processos envolvendo violência doméstica e feminicídio pendentes de julgamento.

Somente em 2018, 32 acusações de feminicídio ficaram sem resposta da Justiça.

Levantamento da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) relativo ao período de janeiro a março deste ano colocou o Rio Grande do Norte na 11ª posição entre os estados onde ocorrem mais feminicídios no país. No estado potiguar são apenas cinco Delegacias Especializadas da Mulher: duas em Natal, uma em Parnamirim, outra em Mossoró e em Caicó.

A primeira Delegacia da Mulher 24 horas do Estado está funcionando desde 30 de março no mesmo prédio da delegacia de plantão da Zona Norte. A iniciativa é inédita e a principal ação do Governo para reduzir os índices de violência doméstica e feminicídio no RN

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