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Democracia

Professora presa ao defender seus alunos

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Na manhã de ontem (15) a professora Camila Marques foi detida na escola em que leciona, o campus de Águas Lindas do Instituto Federal de Goiás, por gravar um vídeo de seus alunos sendo presos pela polícia.

A professora, que ensina sociologia, afirmou no vídeo abaixo que perguntou aos policiais o que estava acontecendo para que eles prendessem seus alunos: ‘é sigilo, é sigilo.’- Eles responderam, e por isso ela começou a filmar com seu celular.

Os policiais não permitiram que ela continuasse com a gravação, pediram incessantemente que ela parasse, que não filmasse seus rostos. A professora, que também é coordenadora geral do seu sindicato (SINASEFE), disse que como agente público ele deveria permitir que ela o filmasse, mas mesmo assim a resposta foi negativa.

O policial responsável pela ação foi com a professora para trás da escola, e afirmou que ela estava ‘tumultuando, o diretor chamou a gente aqui porque tem uma denúncia de que pode ocorrer um atentado como de Suzano, agora que a senhora estava tumultuando vai ter que ser levada como testemunha, e seu celular vai ser apreendido.’

A professora não achou que havia problema algum até ali, mas mesmo assim ligou para o advogado do sindicato, apenas para acompanhar.  A viatura que chegou para levá-los, no entanto, não estava caracterizada, e ia ligar para o advogado quando foi impedida pelo policial de forma agressiva: ele gritou que ela não ia ligar, pegou o celular dela, apertou a mão dela, a algemaram na frente dos alunos, a colocaram na viatura e a trouxeram para o posto policial.

Ela relatou que no caminho não parou de falar que iria ligar para o seu advogado, e com isso os policiais não pararam de gritar para ela calar a boca, que seria tratada da forma com que merecia.

Mesmo na delegacia não permitiram que ela ligasse para seu advogado, ‘só quando terminar a qualificação.’ Neste momento, abriram a bolsa dela para encontrar os documentos, além de não permitirem que tivesse acesso aos estudantes.

Apesar do término da “qualificação” ainda não foi permitido que ela ligasse para o advogado, ‘cala a boca, você não manda aqui.’ A levaram para o hospital, onde somente então  retiraram a algema. O médico perguntou se ela foi agredida, todavia  os policiais não deixaram que ela conversasse com o médico, falaram que o machucado era da algema, gritaram com ela durante toda a consulta.

O médico havia pedido que fizesse um raio x, mas quando saiu do consultório a algemaram novamente com os dizeres de ‘agora sim você vai ser tratada do jeitinho que merece, agora sim você vai ver.’ Quando voltou à delegacia ainda não conseguiu o acesso ao advogado, apenas depois que o delegado chegou, também agressivo e machista, ‘você procurou por isso, você quis ser presa.’

Até a noite do dia 15 a professora se encontrava no hospital, concluindo os exames que os policiais não permitiram que fizesse. O celular não foi devolvido.  A professora, no vídeo abaixo, denunciou a violência com que os jovens periféricos no Goiás são tratados:

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6 Comments

6 Comments

  1. Inácio da Silva

    16/04/19 at 8:13

    Como soy a acontecer…apresenta apenas a versão de um dos lados …todo o relato é segundo a professora…como ser dessa profissão conferisse um grau de honestidade maior que a das outras…

    Certamente os policiais estavam atrás de “anjinhos” estudantes que nunca se meteram em ações criminosas…eu estudei em escola pública, na época da ditadura militar e nunca a polícia entrou na escola para buscar alguém para interrogar…o que acontecia é que eram todos, na escola, estudantes e não delinquentes…é simples, quando esses garotos pararem de delinqüir, a polícia para de ir atrás deles…

  2. Luiz Sampaio

    16/04/19 at 10:32

    Inácio da Silva. menores de idade não podem ser presos (o termo técnico é apreendido) e se houvesse um real motivo para se prender quem quer que seja (mulher, homem, ladrão, assassino, mula sem cabeça, o que você possa imaginar) seria DEVER dos policiais dizer de maneira clara e objetiva a razão da prisão para quem quer que seja (isso é uma garantia constitucional no caso das prisões, a nossa constituição que veio depois que a merda da ditadura militar que acabou, dá essa garantia, tem haver com a publicidade e legalidade dos atos administrativos e da vedação a prisão sem justa causa).
    Quanto a prisão de alunos na ditadura militar, isso foi amplamente documentado, eles tiravam alunos de dentro da sala de aula, mas você provavelmente não tem idade para saber sobre isso e pelo jeito não gosta de estudar história. Fica uma dica: a merda dos seguidores do Bolsonaro não entendem de história eles acham que o mundo é plano e que o nazismo é de esquerda, não acredite no que eles falam sem ler antes livros de história de verdade.
    Há outra coisa, nossa polícia é uma das mais violentas do MUNDO!!! O fato chega a ser corriqueiro.

  3. Danielle Bacelete de Souza

    16/04/19 at 16:35

    Eu sou da época da Ditadura Militar. Estudei na Escola Estadual Governador Milton Campos, Bairro Santo Antônio, zona nobre de Belo Horizonte, mais conhecida como “Estadual Central”, onde passaram muitos ilustres belorizontinos e mineiros. Lá a polícia, tanto a Militar quanto a Civil, dava batida todos os santos dias. Entravam com camburão e tudo. Presenciei inúmeras “batidas” nos alunos, sem qualquer motivação. Simplesmente chegavam, entravam e punham os jovens na parede, dizendo que era pra “verificar se havia maconha”. Mas aproveitavam para tirar uma lasquinha dos meninos, principalmente porque eram todos de classe média-alta e os gambés morriam de inveja, pois eram, na maioria, um bando de policiais burros, ignorantes e sem boas condições financeiras. Aqueles com quem encontravam maconha, sempre rolava um suborno. Recebiam a graninha que queriam e sartavam fora. Do outro lado da Avenida do Contorno, morava um mega traficante. Era o fornecedor. Todos sabiam, a cidade inteira sabia. Não existia tráfico em favelas. Era na rua mesmo. A polícia NUNCA, NUNCA, NUNCA se deu ao trabalho de prender o cara, pois no final de cada mês, ele deixava uma grana num envelope pardo escondido entre as gretas do muro. A polícia era de bem, mesmo, nessa época!

  4. Sergio

    16/04/19 at 17:07

    ELA DO PSOL, PT, PCDOB, PDT OU ALGO PARECIDO.

  5. Ricardo

    16/04/19 at 17:15

    Hummmm, já imagino essa professora defendendo os alunos!!!!
    Só pelo currículo, camisa para dar aula ou frequentar a escola, coordenadora de sindicato deve ter sido de uma histeria que contaminou o ambiente, imagino!!!!!

  6. Ana Dorotéia Magalhães

    16/04/19 at 22:36

    É verdade que neste pais as pessoas, infelizmente, não optsm pela direita ou esquerda, mas sim peli ódio e ignorância. Impressionante como ainda existe ser humano pra defender ações absolutamente estupidas, que em nada justifica a truculência, o despreparo e o abuso de autoridade por parte da polícia. Tive um aluno adolescente que foi preso injustamente. A polícia recebeu a denuncia do roubo de um carro, as caracteristicas do meliante, que era negro, correspondia ao biotipo de meu sluno. A policia ao ve-lo, no momento que estava ssi do da escola, o imobilizou, algemou e levou à delegacia, lá a vítima não o reconheu como assaltante, posto que era. Bom, pediram desculpas e o liberam. O consttangimento e trauma pelo qual o adolescente passou, não foi considetado. Isso sim, é CRIMINOSO!!!

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Democracia

Urgente! The Intercept Brasil acaba de vazar áudio de Deltan Dallagnol

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Via The Intercept Brasil

Na manhã do dia 28 de setembro de 2018, a imprensa noticiou que o ministro do STF Ricardo Lewandowski autorizara Lula a conceder uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Em um grupo no Telegram, os procuradores imediatamente se movimentaram, debatendo estratégias para evitar que Lula pudesse falar. Para a procuradora Laura Tessler, o direito do ex-presidente era uma “piada” e “revoltante”, o que ela classificou nos chats como “um verdadeiro circo”. Uma outra procuradora, Isabel Groba, respondeu: “Mafiosos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”

Eram 10h11 da manhã. A angústia do grupo – que, mostram claramente os diálogos, agia politicamente, muito distante da imagem pública de isenção e técnica que sempre tentaram passar – só foi dissolvida mais de doze horas depois, quando Dallagnol enviou as seguintes mensagens, seguidas de um áudio.

28 de setembro de 2018 – grupo Filhos do Januario 3

Deltan Dallagnol – 23:32:22 – URGENTE
Dallagnol – 23:32:28 – E SEGREDO
Dallagnol – 23:32:34 – Sobre a entrevista
Dallagnol – 23:32:39 – Quem quer saber ouve o áudio
Dallagnol – 23:33:36 –

Leia a matéria completa no site do The Intercept Brasil:

https://theintercept.com/2019/07/09/vazajato-audio-inedito-deltan-dallagnol/

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Censura

Senadora do PSL cassada por caixa dois ofende jornalista por fazer seu trabalho

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Os bolsonaristas, muitas vezes eleitos com apoio da Grande Mídia, agora deram para atacar e ameaçar jornalistas que não passam pano para ilegalidades. Incensada pela imprensa tradicional de Mato Grosso quando aceitou a delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (MDB) e o condenou a 13 anos e 7 meses em 2017 (mas permitiu o cumprimento da pena em casa), por exemplo, a então juíza Selma Arruda foi apelidada de “Moro de Saia”. Sob os holofotes favoráveis dos jornais, Selma se aposentou da magistratura e se candidatou, com o apelido na propaganda eleitoral, ao cargo de senadora pelo Partido Social Liberal (PSL), o mesmo de Bolsonaro. Ganhou fácil!

Depois disso, sua relação com o “modelo” não mudou. No último dia 19 de junho, por exemplo, durante depoimento do ex-juiz e atual ministro da justiça e segurança pública, Sérgio Moro, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a senadora fez questão de dizer que “É absolutamente normal juiz conversar com o Ministério Público”. Moro respondeu com elogios: “É normal uma discussão de logística. Tem aqui a senadora Selma, que atuou muito destacadamente como juíza lá no Mato Grosso, teve várias operações, é normal depois da decisão proferida haver uma discussão sobre questão de logística, quando vai ser cumprida, como vai ser cumprida, e eventualmente pode ter havido uma mensagem nesse sentido. Isso não tem nada de revelação de imparcialidade ou conteúdo impróprio”, disse. Nenhum dos dois comentou, nem de leve, a condenação unânime do Tribunal Regional Eleitoral, em abril, à perda do mandato por caixa dois. Ela e seus dois suplentes, também cassados, não conseguiram mostrar ao tribunal a origem de R$ 1.2 milhão gastos na campanha.

Com a revelação do caixa dois, as relações da senadora com o jornalismo sério passaram a uma nova fase. Enquanto o Tribunal Superior Eleitoral analisa em segunda instância se ela deverá ou não deixar o cargo, Selma aproveitou as câmeras da TV Senado para insinuar que a atuação do jornalista Glenn Greenwald, vencedor dos maiores prêmios mundiais de jornalismo, não é profissional, mas guiada por interesses políticos. “O sujeito que vazou é marido do suplente do Jean Wyllys. Ele é intimamente ligado, né. Politicamente, óbvio que é uma estratégia para colocar em dúvida a atuação do juiz e do Ministério Público”, afirmou. Sobre as suas intenções políticas ou as de Moro quando ainda estavam na magistratura, não houve uma única palavra.

Na imprensa matogrossense, a antigamente sempre disponível magistrada passou a escolher com quem conversar. Na semana passada, por exemplo, foi procurada pelo jornalista Lázaro Thor Borges, do jornal “A Gazeta“, o maior diário do estado, para comentar uma reportagem, com dados oficiais obtidos a partir da Lei de Acesso à Informação e do Portal da Transparência, sobre salários de servidores públicos acima do teto constitucional. Via aplicativo de mensagens, a senadora respondeu com xingamentos e, novamente, insinuações de interesse político acima do jornalístico. “Tadinho, você é ridículo. Nem li nem sei do que você está falando. Sua opinião não faz efeito na minha vida e nem na de nenhum matogrossense”, escreveu a parlamentar. Borges, educadamente, respondeu apenas: “tudo bem, senadora”. Mas ela não parou por aí. Além de chamá-lo novamente de coitado e mandar “catar coquinho”, ainda o chamou de “retardado”, ao que Borges respondeu: “É só meu trabalho, senadora”. 

A reportagem, publicada no dia 22 de junho e que infelizmente não está disponível online no portal do jornal, trazia o valor mensal líquido de R$ 53,8 mil desde de março desse ano, mais de R$ 14 mil acima do teto de R$ 33,7 mil recebidos pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. De acordo com a matéria, apenas 11 dos 84 magistrados aposentados do Superior Tribunal de Justiça de Mato Grosso receberam acima do teto em abril, mês do levantamento.   Os ataques da parlamentar ao jornalista foram repudiados em editorial do jornal, que publicou os prints das telas do celular mostrando as grosserias da senadora. Os as respostas mal criadas ao profissional também sofreram grande condenação do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso, em nota também assinada pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Está passando da hora de TODOS e TODAS jornalistas se unirem para barrar o crescimento do fascismo e as das ameaças aos profissionais, à liberdade de imprensa e à própria democracia.

 

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Democracia

Deputado do PSOL que chamou Sérgio Moro de “ladrão” já havia chamado Eduardo Cunha de “gângster”

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Por Rafael Duarte I Agência Saiba Mais

O deputado do PSOL Glauber Braga (PSOL/RJ) desestabilizou os parlamentares governistas nesta terça-feira (2), na Câmara dos Deputados, ao dizer que o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sérgio Moro passará para a história como um “juiz ladrão e corrompido”.

As palavras duras do parlamentar mexeram com os brios dos colegas que participaram da sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para defender o ex-juiz das graves acusações de interferência no julgamento do ex-presidente Lula reveladas pelas mensagens trocadas entre ele e procuradores da operação Lava Jato.

Moro se esquivou da maioria das perguntas e voltou a tentar criminalizar o site The Intercept Brasil, que vem divulgando a conta gotas as mensagens. Acuado, o ex-juiz deixou a sala da comissão sob os gritos de “ladrão” e “fujão”. A sessão foi encerrada após um tumulto generalizado:

– “A história não absolverá o senhor, da história o senhor não pode se esconder. E o senhor vai estar no livro de história como juiz que se corrompeu, como um juiz ladrão. A população brasileira não vai aceitar como fato consumado um juiz ladrão e corrompido que ganhou uma recompensa pra fazer com que a democracia brasileira fosse atingida. É o que o senhor é: um juiz que se corrompeu, um juiz ladrão”, disse já sob os gritos da tropa bolsonarista.

 Após o discurso, as redes sociais do deputado foram inundadas de xingamentos e mensagens de apoio. Ele agradeceu a solidariedade e voltou a provocar tanto Sérgio Moro como a militância que o defende:

– Obrigado pelas inúmeras mensagens de apoio ! E pra turma da extrema-direira que veio aqui desabafar, infelizmente não posso me desculpar. O herói de vocês feriu a democracia brasileira e recebeu a recompensa de Bolsonaro. E em linguagem bem popular, juiz vendido é juiz ladrão ! Boa noite. Fiquem bem!”, escreveu.

Esse não é o primeiro discurso de Glauber Braga que repercute no Congresso e na imprensa. Em 2016, durante a votação para a abertura do processo de impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, o voto do deputado do PSOL também foi um dos mais comentados. Na ocasião, ele chamou de “gângster” o então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, atualmente preso, em Curitiba. E evocou figuras históricas da democracia brasileira:

– Eduardo cunha, você é um gangster e o que dá sustentação à sua cadeira cheira a enxofre. Eu voto por aqueles que nunca esconderam o lado fácil da história. Voto por Marighella, voto por Plinio de Arruda Sampaio, voto por Evandro Lins e Silva, voto por Arraes, voto por Luís Carlos Prestes, voto por Olga Benário, voto por Brizola e Darcy Ribeiro, voto por Zumbi dos Palmares, voto não.

Perfil

Glauber Braga é advogado, natural de Nova Friburgo (RJ), tem 37 anos e está filiado ao PSOL desde 2015. Ele exerce o quarto mandato na Câmara Federal. O primeiro assumiu como suplente, em 2007, quando ainda militava no PSB, e os demais foram exercidos como titular da vaga.

Braga ocupou a liderança da bancada do PSOL em janeiro de 2017. No ano anterior, disputou a eleição para prefeito de Nova Friburgo e ficou em 2º lugar.

Progressista, Glauber Braga realiza um mandato participativo defendendo bandeiras em defesa da democracia e direitos humanos. Está na linha de frente da luta no parlamento contra a reforma da Previdência.

O parlamentar do PSOL foi relator da Comissão Especial de Medidas Preventivas Diante das Catástrofes Climáticas, que gerou a primeira Lei Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres Naturais (12.608): o Estatuto de Proteção e Defesa Civil. O estatuto foi sancionado pela Presidência em abril de 2012.

Em 2018, Glauber Braga foi escolhido pelo júri especializado do portal Congresso em Foco como o melhor parlamentar do Brasil.

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