Em entrevista ao programa Pensa Nisso! dos Jornalistas Livres, o professor de jornalismo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Juarez Tadeu de Paula Xavier falou da necessidade de criação de uma frente ampla de brancos antirrascistas para enfrentamento do que chamou de “necropolítica” que tomou o poder nas últimas eleições no Brasil.
“É muito indigno e cansativo passar a sua humanidade provando que você é humano. O desgaste humano disso é brutal”, declarou.
Apesar de se ver nessa luta diária, o professor que foi xingado de “macaco” e esfaqueado na quarta-feira, 20, no estacionamento de um supermercado em Bauru, interior de São Paulo, se diz satisfeito pelos apoios que tem recebido depois da agressão que aconteceu no Dia da Consciência Negra.
Para Xavier, a “sacada” para sairmos da atual situação de proto-fascismo explícito “é compreender quer as questões étnicas e raciais não são um problema de pretas e pretos, é um problema da sociedade brasileira”. Para o professor, a estratégia da frente antirracista em apoio as ações de coletivos de pessoas negras foi responsável pelos avanços conquistados na América Latina e do Norte.
“Nós precisamos criar uma frente ampla de pessoas brancas e não racistas no Brasil. Essa estratégia foi decisiva nos Estados Unidos particularmente nos anos 5o e 60”, destacou.
Assista a entrevista na integra:
Entenda o que aconteceu em Bauru
Xavier, de 60 anos, voltava de uma consulta médica quando foi atacado por Vitor Munhoz, de 30 anos, com um canivete. “Ele parou e me chamou de ‘macaco’. Fui tirar satisfação.” Os dois, então, iniciaram luta corporal. “estou vivo porque já fui capoeira e consegui segurar o agressor”, contou o professor.
Testemunhas disseram à polícia que Munhoz continuava chamando a vítima de “macaco”, enquanto o agredia. Ele ajudou a conter o agressor e se tornou testemunha do caso.
O professor foi atingido no ombro esquerdo, no braço e nas costas, onde teve de fazer uma sutura. A alta foi no mesmo dia do ataque e ele diz estar bem e medicado. Apesar da violência do ataque, o caso foi registrado como injúria racial e lesão corporal.
Testemunhas disseram à polícia que Munhoz continuava chamando a vítima de “macaco”, enquanto o agredia. Ele ajudou a conter o agressor e se tornou testemunha do caso.
O professor foi atingido no ombro esquerdo, no braço e nas costas, onde teve de fazer uma sutura. A alta foi no mesmo dia do ataque e ele diz estar bem e medicado. Apesar da violência do ataque, o caso foi registrado como injúria racial e lesão corporal.
3 respostas
Ótima ideia.
O próprio professor agredido pode liderar esse movimento.
Eu estou dentro!
Sou branco e morador de Salvador tem todo meu apoio em tudo que o senhor disse, professor
Mesmo com todas as provas de que foi crime de racismo, o agressor não será julgado por isso, só no Brasil.
Em fim, apoio as palavras do professor.