Há um minuto de silêncio por João.
Jair nos trai, nem se importa com notas
musicais ou luto,
com saberes e cor da camisa canarinho.
Seu terno é véu.
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Brasil que sonha,
torce, retorce,
Maracanã, paixão que guarda e chora.
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Nem sabe o presidente que o amor é o tal,
céu e mar, mato, terra de índio
chão de preto, caiçara, operário, fugitivo,
gente que segue.
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João não liga, repousa em paz.
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A insensatez que ele fez,
ao levantar a taça, sem força,
desalmado, sem sinceridade,
condena, pune.
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Quem semeia vento
colhe tempestade, diz a canção.
Jair homem de mando,
desafinado,
caco de vidro, estilhaço na estrada.
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Nosso cantinho, nosso violão,
nossa aldeia, nossa floresta;
tudo ele ameaça, mancha a taça,
mancha terra e rumo, sem alma, sem canto,
perna de pau.
Se esse governo é dos ruralistas, do agronegócio,
sei apenas que cada pedaço,
terras da nação, devolutas, pública, minha, tua,
é nossa.
Melancolia em que não cabe fugaz
presidente.
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As coisas mais sérias que tentamos, ele zomba.
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Bobo nem sabe do que a multidão é capaz.
Levantou a taça, impróprio, vaias, jogo de cena.
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Brinca com coisas sérias, besta sem sabor ou senhor.
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Houve eclipse solar, todos viram,
seguimos na sombra, frio do inverno,
o sol nos lábios firmes.
Gritam
vá tomar no cu, torcidas em estádio
encurralam presidentes no mandato,
é gol, é pânico, penico,
pena capital.
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Quem nunca amou, não merece ser amado.
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