POBREZA NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

UNICEF alerta que pobreza é mais que renda e chama a atenção para as múltiplas privações a que meninas e meninos estão expostos

Florence Bauer, representante do UNICEF no Brasil

No Brasil, mais de 18 milhões de crianças e adolescentes (34,3% do total) vivem em domicílios com renda per capita insuficiente para adquirir uma cesta básica de bens. Mas a pobreza na infância e na adolescência é ainda maior. Isso porque, para entender a pobreza, é preciso ir além da renda e analisar se meninas e meninos têm seus direitos fundamentais garantidos.

Para colocar luz sobre esse tema, o UNICEF lança o presente estudo e faz um alerta: 61% das meninas e dos meninos brasileiros vivem na pobreza – sendo monetariamente pobres e/ou estando privados de um ou mais direitos.

Incluir a “privação de direitos” como uma das faces da pobreza não é comum nas análises tradicionais sobre o tema, mas é essencial para dar destaque a problemas graves que afetam meninas e meninos e colocam em risco seu bem-estar.

Educação, informação, proteção contra o trabalho infantil, moradia, água e saneamento foram as dimensões consideradas pelo UNICEF para esta análise, realizada com base na Pnad 2015. A ausência de um ou mais desses direitos coloca meninas e meninos em situação de “privação múltipla”, uma vez que os direitos de crianças e adolescentes são indivisíveis.

No Brasil, quase 27 milhões de crianças e adolescentes (49,7% do total) têm um ou mais direitos negados. Os mais afetados são meninas e meninos negros, vivendo em famílias pobres monetariamente, moradores da zona rural e das Regiões Norte e Nordeste.

Com este estudo, o UNICEF quer contribuir com o Brasil em todas as suas esferas (federal, estadual e municipal) para identificar onde estão os principais pontos de atenção, entender o que pode ser feito para reverter o quadro atual e atuar para reduzir a pobreza na infância e na adolescência, em suas múltiplas dimensões.

https://www.unicef.org/brazil/pt/pobreza_infancia_adolescencia.pdf

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