Conecte-se conosco

Manifestações

Para as Marias que vão com as outras

Publicadoo

em

Por Fernando Castilho*, do Blog Análise e Opinião, colaboração para os Jornalistas Livres


As pessoas que defendem a defenestração de Dilma Rousseff do Palácio do Planalto, a prisão de Lula e o fim do PT, não o fazem por causa da corrupção, está claro.

Sobre a honestidade da presidenta não pairam dúvidas, fato reconhecido até por FHC.

Sobre Lula, a mídia e a oposição tentaram criminalizar o lícito de apresentar empresas para obras no exterior e de receber doações dessas mesmas empreiteiras, mas esbarraram nas corretas prestações de contas do Instituto Lula e também na coincidência de que naquele exato momento Obama levava empresas americanas para Cuba. Além disso, FHC também recebe doações para seu instituto. Então não deu.

Eduardo Cunha até agora é o único político que pode ser preso com provas (esqueçam o tesoureiro do PT, Vaccari que está preso sem nenhuma prova, já que não haveria como saber se as doações para campanhas eram dinheiro de propinas ou não, certo?), mas nem por isso alguém saiu às ruas para protestar contra ele.

Aécio Neves, além do aeroporto construído em terras de seu tio-avô, tem agora contra si a divulgação feita pela Folha a pedido, possivelmente de José Serra ou de Geraldo Alckmin, de que fez 124 viagens ao Rio de Janeiro em finais de semana com jatinho oficial. E ninguém bateu uma mísera panelinha que fosse. Talvez só Serra ou Alckmin.

Portanto, não é pela corrupção.

E se o motivo não é esse, qual seria?

O PT em 12 anos de governo foi exitoso em tirar o Brasil do mapa da fome, além de criar inúmeros programas sociais, o que acabou por criar uma nova classe social, a daqueles que deixaram de ser pobres passando a possuir poder de consumo.

Então está claro que a revolta contra o PT passa pela velha luta de classes de quem não aceita que outros ascendam socialmente. É só isso. Mais nada, certo? Mas é claro que há gente que está sendo iludida por uma mídia que a dirige em direção ao golpe. Mostra somente o lado ruim do governo. Omite suas realizações. E as Marias acabam por ir com as outras. Os Mários também.

Pois bem, caso consigam seu intento, após o golpe contra Dilma, como vai ser o dia seguinte?

Primeiramente é preciso que demonstremos que ainda não há uma crise econômica instalada no país. Pelo menos com as cores que estão pintando.

As reservas internacionais estão na casa de US$ 371 bilhões ou R$ 1,47 trilhão de reais, enquanto na época de FHC, em 2002, eram de apenas US$ 37,8 bi (R$ 150 bilhões de reais).

A inflação projetada para 2015 está em cerca de 5,95%, enquanto que em 2002 chegou a 12,53%.

O desemprego está por volta de 8,3%. No governo FHC chegou a 12,6%.

O salário mínimo está em 200 dólares enquanto que em 2002 estava em apenas 50 dólares.

Seguem agora vários gráficos comparativos do governo Dilma com governos passados.

Divirtam-se, como eu me diverti.

Fonte: Banco Mundial

Fonte: Banco Central do Brasil

Fonte: ONU

Fontes: Banco Central e ABECIP

Fonte: FMI

Fonte: Banco Central

Fonte: Banco Central

Fonte: Petrobras

Entendem agora? Já está desenhado. Lógico que nesses gráficos não se incluem os avanços sociais, afinal quem se dá ao trabalho de confeccioná-los? Eles que deveriam ser os mais importantes? As coisas estão maravilhosas no Brasil? Claro que não, afinal há uma crise internacional e o Brasil não escapa. Até a China acusa problemas na economia.

Mas entendem no que é que a oposição quer por a mão? A dica está nesse gráfico verde aí em cima.

A oposição precisa derrubar Dilma para que as investigações cessem e não atinjam políticos que estão sendo delatados. Só assim as coisas poderão continuar com dantes no quartel de Abrantes.

Enquanto ficamos hipocritamente protestando contra uma CPMF de 0,2%, os ratos fazem a festa na nossa frente, com o nosso apoio.

Derrubada a presidenta, em menos de três meses, com outro presidente, as notícias na mídia serão todas otimistas. E então dirão que para por ordem na casa será necessário privatizar a Petrobras e entregar o Pré-sal para os americanos.

E todos, Marias que vamos com as outras nesta Internet, exultantes e felizes com a queda daquela dentuça encheremos o peito e suspiraremos: que bom, agora o Brasil vai pra frente!


*Fernando Castilho é arquiteto urbanista, professor e blogueiro. Analisa e comenta fatos importantes da vida política no país, fora da lente da grande mídia.

Belo Horizonte

Marcha das Vadias – Por um mundo de respeito a todas as mulheres

Publicadoo

em

 

Fotografia: Sô Fotocoletivo

 

 

Marcha do que ? DAS VADIAS! Mas isso é xingamento! Sim… assim como puta, piranha, biscate ou “novinha”. Se as mulheres são seres marcados e oprimidos pela sociedade machista e patriarcal, que elas possam se remarcar e ser o que quiserem ser: bela, recatada, do lar (aff)! Mas também puta, da rua, da luta.

E não é não!
E marcharemos. Marcharemos até que todas sejamos livres.

 


A Marcha das Vadias surgiu em 2011, depois que o policial – segurança de uma universidade em Toronto, no Canadá, disse “para as vadias se comportarem para não ser atacadas”. Ele se referia à onda de estupros que estava ocorrendo lá. As vadias eram as mulheres vítimas dos ataques. O caso indignou as mulheres, que criaram a Marcha das Vadias para denunciar a Cultura do Estupro. Ela existe, não adianta negar. Assim como o machismo, e precisa ser extinta. A pauta é das mais urgentes.

A cada minuto uma mulher é violentada no Brasil. Os dados são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) e são assustadores. No mês seguinte ao caso de Toronto, as mulheres no Brasil passaram a marchar também. Em vários países elas marcham contra a Cultura do Estupro.

 


O ato começou espremido na Praça da Estação, pois o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, alugou a praça pública e assim “ela é privada hoje e não pública”, como disse o funcionário que ajudava na desmontagem da estrutura que havia no local. Na saída da Marcha das Vadias, o batuque do Bloco Bruta Flor e Tambores de Luta foi abafado por um som ligado bem na hora na tal estrutura. Estávamos ali há mais de uma hora e nada de som até ali. Coincidência não?

Mas marchamos.

Marchamos por respeito a vida de todas as mulheres.

 

 

Marchamos pelo fim da Cultura do estupro. Pela legalização do aborto. Pela igualdade. Pela maternidade como escolha, e não imposição. Pela vida de todas as mulheres. Marchamos contra o golpe em curso e em repúdio a políticos corruptos, machistas e homofóbicos:”Ei Temer, não sou da sua laia. Fora Cunha, Bolsonaro e Malafaia”.
E marchamos. Denunciamos. Brigamos. Piadas machistas não podem mais ser toleradas. É preciso revidar. Um homem não pode afirmar que uma mulher gosta de “piroca”. Isso é invasão, é desrespeito, é a cultura do estupro no seu sentido mais “desenhado”. E não, você não diz o que a novinha quer, só ela sabe e o querer é dela.

 

 

Tinha mulher vestida de todo jeito, e inclusive com pouca roupa. E não era um convite. “Tô de minissaia. Não te devo nada!”. A marcha terminou na Rua Guaicurus, no centro de Belo Horizonte. Local conhecido por abrigar muitas casas de prostituição, havia muitos homens ali, e foi ali que rolou olhares furtivos e piadas machistas. A marcha das vadias também é pelas putas. É por todas as Mulheres.

Continue Lendo

Campinas

Parada LGBT resiste mesmo sem apoio oficial e atrai milhares às ruas de Campinas

Publicadoo

em

O domingo (26) na cidade de Campinas teve suas ruas tomada de cores, pessoas, alegria, música e protesto. A 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas, neste ano, tem como tema “Diga sim à educação e não à transfobia. Intolerância: o vírus mais assassino. Contra qualquer forma de opressão” . O tema, segundo Douglas Holanda, um dos organizadores é um alerta a todo e qualquer tipo de intolerância”.

A luta contra a incompreensão do segmento LGBT sofre no seu dia-a-dia se estendeu aos órgãos públicos. A Polícia Militar e o Ministério Público aconselharam a Prefeitura a não apoiar a Parada por falta de segurança. A Prefeitura também já havia sinalizado a insuficiência de recursos para colaborar com a Parada, assim como vem fazendo há alguns anos. O impasse aconteceu na semana passada, faltando poucos dias para o evento.

Segundo Lúcia Costa, integrante do Aos Brados e da Comissão da Parada LGBT de Campinas: “A Prefeitura nos desrespeitou ao acatar o Ministério Público, não lutou por nós, não pensou em nós. Ela se negou a dar banheiros químicos, segurança para as pessoas se recusando a pagar horas extras para a Guarda Municipal e Saúde. É um retrocesso e desrespeito ao movimento. É um movimento pacífico que leva grande número de pessoas, não há uma agressão. É menos violento que qualquer dérbi. O ato mais agressivo é um travesti retocando seu batom”.

Mesmo com a falta do apoio público, a Organização da Parada se articulou e conseguiu ajuda para que acontecesse a 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas. Mais de 20 mil pessoas acompanharam os dois trios elétricos, durante o trajeto pelas ruas centrais da cidade com muita  animação.

Várias pessoas residentes, na área central, acompanharam a Parada das janelas dos apartamentos,  algumas acenavam para os Trios Elétricos, na Avenida Francisco Glicério houve chuva de papel picado vinda dos prédios.

Encerrando o trajeto, a multidão que acompanhava lotou as praças do Largo do Rosário e Guilherme de Almeida (Praça do Fórum).

Este ano a concentração da 16ª edição da Parada foi ao lado do Fórum, na Avenida Dr. Campos Sales. De lá, a multidão subiu a Avenida Francisco Glicério até Dr. Moraes Sales, seguiu até o cruzamento com a Rua Irmã Serafina, continuando pela Avenida Anchieta até a Avenida Benjamin Constant. Ao retornarem à Avenida Francisco Glicério, o grupo seguiu até o Largo do Rosário.

A manifestação transcorreu pacífica até por volta das 20h, quando, segundo relatos a Polícia Militar  quis dispersar as pessoas que ainda estavam pelo centro da cidade. A concentração era na Praça Bento Quirino, um local habitualmente frequentado pela comunidade LGBTQ+.  Ainda segundo os relatos, a PM usou gás de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borrachas para dispersar as pessoas. Algumas pessoas ficaram feridas e foram socorridas por populares durante a ação truculenta da Polícia.

Continue Lendo

Campinas

A cidade de Campinas amanhece com faixas de denúncia ao Prefeito Jonas Donizette.

Publicadoo

em

Campinas amanhece com faixas de denúncia contra governo de Jonas Donizette espalhadas pela cidade.

Nesta quinta-feira (30/06), mesmo dia em que a prefeitura inaugura a conclusão das obras da avenida Francisco Glicério, agentes culturais espalharam pela cidade faixas com uma série de críticas à gestão de Jonas Donizette (PSB).

Faixas laranjas foram fixadas em pontilhões e passarelas localizados em pontos de intensa circulação e fluxo de pessoas. A má gestão dos recursos, o atraso de pagamentos, a terceirização de serviços públicos que prejudica o atendimento à população, o descaso em relação à criação do conselho municipal de cultura, cuja lei não foi encaminhada à câmara e está parada há dois anos, e a recente repressão ao movimento LGBT ocorrida no final de semana, foram temas criticados pelas faixas.

Assim como no dia 8 de junho, em que faixas semelhantes foram estendidas das janelas do 15º andar da prefeitura, onde se localiza a Secretaria de Cultura, as faixas espalhadas pelos viadutos e passarelas na manhã de hoje trouxeram como assinatura apenas o termo “#cultura”, e até o momento a autoria não foi assumida por nenhum movimento específico da cidade.

 

Continue Lendo

Trending