Os Jornalistas Livres sempre estarão onde a esquerda estiver

 

Domingo, 16 de agosto, também foi o dia da esquerda qualificada.

Dormi muito mal de sábado para domingo. Dentre todas as preocupações normais que antecedem essas manifestações da direita, outros problemas de ordem bem particular, porém não menos pesados, me afligiam naquela noite, Contudo, nada era mais duro do que imaginar como seria a recepção dos Jornalistas Livres na Avenida Paulista. E eu não estava escalada para ir até lá.

Por volta das 3 da madrugada, consegui cochilar. Mas não consegui aprofundar nos sonhos. Não! Naquela noite, o máximo que fiz foi ver nos cenários dos ‘braços de Morfeu’ muita gente de verde e amarelo, tresloucada, confusa e com ódio. Um verdadeiro episódio da minissérie americana ‘The Walking Dead’.

Despertei logo bem cedo, liguei a TV no PIG e de cara, vi os flashes das ruas pelo Brasil todo. Senti um frio na barriga e, ao mesmo tempo, pena daquelas pessoas com seus cartazes criminosos pedindo a morte da presidenta Dilma, com seus selfies e nudes.

Imediatamente, voltei à lucidez, pois lembrei que além da cobertura e intervenção na Avenida Paulista, a missão dos Jornalistas Livres era mediar/apresentar a ‘Jornada Pela Democracia’, em frente ao Instituto Lula. Um ciclo de debates riquíssimos, com pauta central focada na hashtag #NãoVaiTerGolpe, e isso, claro, me trouxe um alívio imediato.

Pensar que, enquanto na Avenida Paulista, 99% dos presentes não promoveriam debates qualificados e, na realidade, estariam alimentados pelo crescente discurso de ódio, implementado pela mídia tradicional no ‘cérebro’ e no coração do pessoal da Av. Paulista, me fez sentir que eu estava indo para o lugar certo, a zona sul de SP, mais precisamente ali no bairro do Ipiranga, onde estava a esquerda paulista e sua promoção sadia do debate da luta de classes, direitos humanos, minorias, chacina de Osasco e muitos outros temas que nunca veremos num ‘carna-coxinha’.

Os Jornalistas Livres tem lado sim. E esse lado se chama esquerda, se caracteriza pelo lado dos movimentos sociais e dos direitos humanos. Portanto, onde a esquerda estiver, os Jornalistas Livres sempre estarão presentes. Essa é uma premissa básica de nosso jornalismo. É quase uma questão de civilidade.

As mesas de debate na Jornada Pela Democracia serviram, sobretudo, para reaquecer nossa esperança de um país melhor e mais justo. Eduardo Suplicy, Laerte, Palmério Dória, Esther Solano, Adriano Diogo, William Nozaki, José Luiz Del Roio, Léa Marques, Kitanji e muitos outros lutadores da bandeira dos direitos humanos e democracia, abrilhantaram aquela tarde de domingo em frente ao Instituto Lula numa contra narrativa qualificada em relação aos momentos bizarros que aconteciam ali perto, na Av. Paulista.

Entre uma mesa e outra, mais de cinco mil pessoas gritavam “Não vai ter golpe!”.

E aquele grito ecoava sim do Oiapoque ao Chuí! Pois já que a mídia tradicional fazia seu circo de horrores em plantões televisivos, nos momentos mais bizarros, para mostrar as manifestações pelo país contra o governo federal, a Jornada Pela Democracia era transmitida ao vivo para o país e mundo via satélite e web.

O saldo do sentimento é que fomos ao local certo. E sempre estaremos nesses espaços, pois são esses os habitats da esquerda qualificada e da democracia. É assim que somos!

A Avenida Paulista ficou diminuída, perto do clima solidário e acima de tudo de mais amor e nenhum ódio durante a bela tarde de domingo. Saímos fortes, revigorados e aquecidos.

 

 

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