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MST

Mil Sem Terras participam de ato de desagravo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais

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Por  Geanini Hackbardt, da Comunicação do MST, especial para os Jornalistas Livres.

Em repúdio à truculência policial na Escola Nacional Florestan Fernandes (SP), nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, conduzida a partir da chamada “Operação Castra”, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais convidou o MST, nesta quarta-feira, 09, para um ato de solidariedade. Cerca de mil sem terras acompanharam as falas de apoio de representantes dos Poderes Executivo e Legislativo, Ministério Público, Defensoria Pública e representantes da sociedade civil.Dentre eles estava o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MG, Willian Santos, que condenou a invasão da Escola Nacional e advertiu sobre o aumento da criminalização dos movimentos. “Isso que aconteceu em São Paulo é o início de um planejamento para algo muito pior”, apontou o presidente.

Ele também explicou que o mandado apresentado pela polícia em São Paulo, através do Whatsapp e sem qualquer assinatura, é totalmente ilegal. De acordo com o advogado, seria necessário um mandado de busca e apreensão específico, assinado a punho por um juiz do local onde a ação foi realizada.

“Estranhamente o Mandado se originou na Comarca de Sete Quedas, Estado do Paraná. Os envolvidos nunca foram ouvidos ou chamados e conforme dito pelos trabalhadores rurais, quando foi exigido o Mandado, este somente chegou meia hora depois pelas mãos da Polícia Militar, que teria acabado de imprimi-lo. Evidente de que sem a presença de algum oficial de justiça, o Mandado do Paraná sequer foi enviado ao juízo da Comarca onde ocorreu a invasão, a Cidade de Guararema”, esclareceu Willian.

Já o promotor Afonso Henrique de Miranda Teixeira, coordenador do Centro de Apoio Operacional da Promotoria de Justiça de Conflitos Agrários, garantiu que algo semelhante não ocorrerá em Minas Gerais. “Não sei o que vai acontecer no Paraná e em São Paulo. Em Minas Gerais, o Ministério Público tem posição institucionalmente firmada de que a luta por direitos fundamentais não pode ser criminalizada”, assegurou o promotor.photo734839020419393836

Governo e legislativo condenaram a ação
O Secretário de Governo de Direitos Humanos, Participação Popular e Cidadania Nilmário Miranda afirmou que a invasão na Escola Florestan Fernandes foi arbitrária. Para ele, “questão social não é assunto de polícia, é assunto de política”.

O Deputado André Quintão, em discurso no plenário da assembleia, lembrou que os movimentos campesinos precisam ser defendidos, porque são responsáveis pela produção de alimentos. “Quero manifestar aqui meu repudio a ações como a invasão da Escola Nacional Florestan Fernandes. Todos sabem que a cidade depende do trabalho dessas pessoas para se alimentar. Pois se o campo não lavra a Cidade não almoça.”

Os deputados Rogério Corrêa, que requereu o Ato, Geraldo Pimenta, Cristiano Silveira, e Doutor Jean Freire e a deputada Marília Campos também prestaram solidariedade.

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Sociedade Civil
Representando a direção do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Joceli Andrioli, expressou a indignação diante do acontecido e defendeu o MST. ”Não permitiremos nenhum retrocesso do ponto de vista da luta social. O MST é um movimento legítimo, enfrenta latifúndio, enfrenta o modelo tecnológico que contamina e mata através dos agrotóxicos. Além disso, tem a coragem e a ousadia de discutir o futuro nosso país defendendo a revolução brasileira, a construção de uma sociedade em outros marcos, onde a democracia significa a socialização dos frutos do trabalho”, definiu o dirigente.

A jornalista Lidyane Ponciano, do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), destacou a importância da democratização da comunicação como garantia do direito à expressão. Como exemplo de má conduta da grande mídia, citou a matéria veiculada no Fantástico no último domingo, 06|11. “Não é ético fazer uma cobertura em que não se ouça os dois lados. Essa é uma atitude abusiva e tem como objetivo primordial criminalizar o movimento enfraquecer a esquerda brasileira”.

Em nome do FNDC-MG, a jornalista ainda propôs um requerimento à Comissão de Direitos Humanos da ALMG, exigindo explicações da Rede Globo de Televisão sobre o fato de não ter ouvido o MST. A proposta será votada pelos deputados na próxima audiência pública.

A Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG), Sindicato dos Eletricitários (Sindieletro) e Levante Popular da Juventude e outras organizações que compõem a Frente Brasil Popular estiveram presentes.

Tentativa de homicídio
Durante o Ato, o acampado Antônio Gaspar Flores, ainda com várias escoriações e pontos na cabeça e no corpo, denunciou a agressão que sofreu na última sexta-feira, na Fazenda São Severino, em Guarda-Mor (região do Alto Paranaíba). Ele descreveu como se safou da tentativa de homicídio: “só escapei porque fingi de morto. Não vi o rosto, mas ouvi jagunço dizer que recebeu R$ 5 mil de um fazendeiro para me matar”. O deputado Cristiano Silveira afirmou que a Assembleia cobrará da Polícia Civil mineira a apuração do caso.

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MST

Líder do MST é sequestrado e assassinado no interior do Paraná

Neste final de semana, mais um militantes do MST foi assassinado, desta vez em Rio Bonito do Iguaçu, no interior do Paraná. Ênio Pasqualin foi executado a tiros, depois de ter sido retirado de casa por sequestradores. O MST divulgou nota cobrando o esclarecimento dos fatos, a investigação e prisão dos envolvidos.

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do site do PT

“Há tempo a violência no campo é realidade no Paraná. Com a eleição de Bolsonaro e Ratinho Jr as coisas só pioraram”, afirma a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann. O MST divulgou nota denunciando e cobrando o esclarecimento dos fatos, a investigação e prisão dos envolvidos

Bolsonarismo estimula violência no campo

Neste final de semana, mais um militantes do MST foi assassinado, desta em Rio Bonito do Iguaçu, no interior do Paraná. Ênio Pasqualin foi executado a tiros, depois de ter sido retirado de casa por sequestradores. O MST divulgou nota cobrando o esclarecimento dos fatos, a investigação e prisão dos envolvidos. A presidenta do PT e deputada federal (PR), Gleisi Hoffmann repudiou o bárbaro crime também cobrou apuração.

“Há tempo a violência no campo é realidade no Paraná. Com a eleição de Bolsonaro e Ratinho Jr as coisas só pioraram”, afirma Gleisi. “As ameaças de despejo são frequentes na Justiça e contra a vida de militantes, por parte de fazendeiros”, denuncia Gleisi. “O governo do PR tem obrigação de manifestar sobre o crime, apurá-lo e garantir segurança aos militantes da Reforma Agrária”, advertiu Gleisi em suas redes sociais.

De coordenador de base a dirigente estadual do MST Paraná, Ênio participou de diversas atividades e ocupações de terra na região de Rio Bonito do Iguaçu, segundo o MST. Líder dos assentados na região, Ênio comemorou seus 48 anos de vida junto a sua família, no dia 15 de outubro. “Tiraram a vida de um pai de um marido, deixando suas duas filhas, o filho e a esposa com uma dor inexplicável e inaceitável”, diz a nota da Direção Estadual do MST-PR.

NOTA DO MST

É com profunda tristeza que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Paraná comunica o falecimento do companheiro Ênio Pasqualin. O militante foi executado a tiros no município de Rio Bonito do Iguaçu, onde vivia com a família, no assentamento Ireno Alves do Santos. Ênio foi retirado de sua casa por sequestradores na noite deste sábado, e seu corpo foi encontrado na manhã deste domingo nas proximidades do assentamento, com claras evidências de execução.

O companheiro iniciou sua militância no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no ano de 1996, em Saudade do Iguaçu/PR. No mesmo ano, mudou-se para o acampamento Buraco, em Rio Bonito do Iguaçu/PR, fazendo parte de uma das maiores ocupações de terra do MST, em 17 de abril de 1996, quando três mil famílias Sem Terra ocuparam o latifúndio da Giacomet Marodin, atual madeireira Araupel.

De coordenador de base a dirigente estadual do MST Paraná, Ênio participou de diversas atividades e ocupações de terra na região de Rio Bonito do Iguaçu. Ênio Pasqualin sempre foi um camponês aguerrido na luta.

Em Rio Bonito do Iguaçu, Ênio e sua família criaram raízes, assentados no Assentamento Ireno Alves dos Santos no final de 1996. Ele continuou ajudando a construir a luta por Reforma Agrária, seja no âmbito da produção e na organização dos assentados quando foi Presidente da Central de Associações Comunitárias do Assentamento Ireno Alves dos Santos (Cacia), ou quando ajudou os filhos e filhas dos assentados e assentadas a se organizarem para continuar a luta pela terra na extensa área da Araupel.

No dia 15 de outubro, Ênio comemorou seus 48 anos de vida junto a sua família e hoje, 10 dias após seu aniversário, deixa sua família de forma inaceitável. Tiraram a vida de um pai de um marido, deixando suas duas filhas, o filho e a esposa com uma dor inexplicável e inaceitável.

À família e aos companheiros e companheiras enlutados os mais profundos sentimentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Cobramos o esclarecimento dos fatos, a investigação e prisão dos envolvidos.
Aos nossos mortos nenhum minuto de silêncio, mas uma vida toda de luta!

Rio Bonito do Iguaçu/PR, 25 de Outubro de 2020.
Direção Estadual do MST-PR

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Arte

GOG, o poeta: “Se tivesse teste psicotécnico, Bolsonaro não seria presidente!”

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Ao Vivo JL entrevista GOG

Os repórteres Katia Passos e Fernando Sato, dos Jornalistas Livres conversaram com o poeta GOG, Genival Oliveira Gonçalves, no último dia 5, sobre sua carreira, que completa trinta anos em 2020, política, RAP e seu novo lançamento. O artista nascido em Sobradinho, no Distrito Federal, é conhecido como poeta do RAP Nacional e tem um grande histórico de contribuição para a construção do estilo no país, tendo sido o primeiro a abrir o próprio selo.

Ao relembrar os trinta anos de carreira, GOG destacou o papel político de suas canções ao abordar o racismo e os partidos de esquerda:

“Nossa carência política é de lideranças. Cadê as pessoas, a sororidade? Você não percebe isso nem na esquerda nem na direita. Quem está fazendo, quem está nas quebradas, hoje é o movimento social, é o MST que está produzindo.”

GOG também não poupou de suas críticas o governo Bolsonaro:

“Se tivesse teste psicotécnico, o Bolsonaro não seria presidente. Qualquer gestor público tem que passar por provas de inteligência emocional.”

O poeta ressaltou que o presidente perdeu a oportunidade de unir o país neste momento. Para ele a crise política dos partidos esquerda pode ser resolvida quando ela se voltar para si mesma, esquecer o Bolsonaro e voltar e para as base.

GOG destacou a importância das mídias independentes e como essa contra-narrativa dialoga  com o próprio RAP, como forma de comunicação crítica de de produção de narrativas marginalizadas. Ao longo da entrevista, o rapper cantou alguns de seus sucessos, como ‘Assassinos Sociais’ e ‘Brasil com P’. GOG respondeu diversas perguntas dos internautas ao longo da entrevista, além das perguntas dos repórteres.  

Ao falar de RAP, o poeta mencionou as importância das rappers, e o papel feminino na cena:

“É muita gente, a começar pela Ellen Oléria. Eu gosto muito tanto da música quanto da postura da Preta Rara. Ela me traz uma cena que passa pela transversalidade da música e da mulher negra mais empoderada”.

Para ele, o RAP é anti-sistêmico por natureza, por emocionar ao falar das realidades em que é feito. Sobre seu novo trabalho, o 12º disco, com sete faixas, terá participação de Renan Inquérito e Fábio Brazza. O foco é ancestralidade e nesse ponto contará com a participação, também, de Milton Barbosa do MNU (Movimento Negro Unificado).

Sobre o COVID-19, GOG lembrou:

“Nessa pandemia do coronavírus, tem que ter atitude. Mas qual o papel do governo e porque o estado mínimo não serve? O Estado tinha que estar preparado para receber, também, o que é emergência e o que não foi esperado”.

GOG insistiu sobre a importância de permanecer em casa, mesmo entendendo a preocupação de quem tem que sair para trabalhar: “Sem saúde você não traz o alimento”.

Veja a entrevista:

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MST

Sem-terra resistem e PMs batem em retirada

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Na última terça-feira, 17, os acampamentos Zequinha e Pátria Livre, em São Joaquim de Bicas, na Grande Belo Horizonte, foram invadidos por viaturas da Polícia Militar que, sem nenhum mandado judicial, montaram um cerco intimidando as 5 mil pessoas que lá residem. A PM chegou até a armar uma tenda no acampamento. A invasão durou 42 horas, até as 6 horas desta quinta-feira, 19, quando a tropa de choque deixou o local duas horas após o horário estabelecido em acordo.

Porém, os policiais não saíram sem deixar a marca da violência na área, uma fazenda improdutiva do empresário mineiro Eike Batista. Na noite de quarta-feira, a PM destruiu uma bandeira do MST e avançou para dentro dos lotes atropelando os moradores e apoiadores, além de destruir jardins e plantações. Logo após um ato político inter-religioso celebrado pelo bispo Dom Vicente, os policiais desrespeitaram a liderança religiosa da Diocese de Belo Horizonte, atuando de forma desmoralizante e agressiva, afirmando que continuariam a invasão se fosse necessário.

Em uma ação de criminalização dos pobres e dos movimentos populares, a Polícia Militar reproduz na região metropolitana de Belo Horizonte a mesma violência aplicada às famílias Sem Terra de Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, de Campo do Meio, no Sul de Minas, e do Vale do Rio Doce. A responsabilidade das vidas colocadas em risco nesses territórios é do governo de Romeu Zema (NOVO) e do general Mário Lúcio Alves de Araújo, secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, por serem coniventes com a violência da ação irregular irresponsável.

“O que nós vivemos aqui é uma reintegração de posse forçada, na tentativa de nos desestabilizar com tiros e com ameaças, da mesma forma que aconteceu e acontece no acampamento Quilombo Campo Grande, no Sul de Minas, e no acampamento Terra Prometida, no Jequitinhonha. Nós estamos aqui para denunciar o crime da Vale em Brumadinho e a exploração do território pela mineração que não traz riquezas para os municípios, e a única saída para o conflito é a garantia da terra”, disse Mirinha Muniz, da direção estadual do MST.

“A luta continua, seguimos ocupando as terras improdutivas de corruptos, terras da especulação imobiliária e da mineração predatória, combatendo o agronegócio e o capital que nos violenta, contra todas as formas de opressão. A justiça na terra se faz com reforma agrária e não com violência” acrescentou Mirinha.

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