Por Fabiana Kelly e Laura Capriglione, dos Jornalistas Livres
O vídeo que mostra o cidadão E.M.O. nu, uma bola de pano sujo enfiada na boca lacrada por fita adesiva, sendo humilhado, ameaçado e açoitado com um chicote feito com dois fios de cobre entrelaçados, viralizou nas redes sociais do Brasil e abriu sob o signo do horror a Semana da Pátria Amada Brasil.
O local da tortura, visto do estacionamento: a sala da segurança fica em um anexo ao supermercado
Fachada do Supermercado Ricoy
A tortura, obscenamente explícita, foi filmada pelos próprios torturadores, dentro de uma construção anexa ao supermercado, como prova de que ali, naquela quebrada da zona sul de São Paulo, ladrãozinho não se cria. Ladrãozinho mesmo.
Twix é o chocolate que E.M.O. tentou furtar do Supermercado Ricoy em um dia impreciso de julho, quando foi flagrado pelos seguranças da loja. A barrinha de 20 gramas, uma bomba calórica que envolve biscoito e caramelo sob uma camada de chocolate, custa a bagatela de R$ 1,49. E.M.O., que tem 17 anos de vida materializados em um corpo franzino de 1,60 metro, adora Twix –a embalagem dourada concentra a energia que falta ao garoto depois dos longos períodos de jejum impostos pela correria decorrente da dependência no crack.
“Todos os comerciantes da avenida Yervant Kissajikian, na altura da Cidade Ademar-Vila Joaniza, conhecem o menino, sabem que ele é um dependente químico, tem um retardo mental, é completamente desamparado e que comete pequenos furtos aqui e ali, para sustentar o consumo da droga”, disse o delegado Pedro Luis de Sousa, do 80º Distrito Policial, da Vila Joaniza, que cuida da região. “E.M.O. tem passagens pela delegacia por furtos de coisas insignificantes”, atestou.
Vivendo nas ruas desde os 12 anos de idade, E.M.O. não sabe ler e escrever –apenas desenha em letra de forma o seu nome. A mãe dele, alcoólatra, sumiu. O pai morreu há cinco anos em um incêndio. Um dos sete irmãos, Wagner Bispo de Oliveira, que também luta para se livrar da dependência em cocaína, tomou para si a tarefa de ajudar o irmão agora famoso a “sair dessa vida”. Os dois não se encontravam havia pelo menos sete meses.
Com 42 anos de vida policial, o delegado Pedro de Sousa não conseguiu assistir até o fim o vídeo mostrando a tortura de E.M.O.: ecos da escravidão
O vídeo que viralizou é perturbador demais pela covardia que contém. O delegado Pedro Luis, homem negro de 62 anos, 42 de polícia, 10 anos na Homicídios, é um policial experiente, que já viu sofrimento demais por conta do ofício. Mesmo assim, ele disse não ter conseguido assistir ao vídeo até o fim de seus infinitos 41 segundos e quatro chicotadas no corpo de E.M.O., que se contorce e retorce como aqueles bonecos de ar que vêem na frente de borracharias. E.M.O. chora e geme, mas não pode gritar porque a boca está tampada com a fita adesiva. Repugnante pelo evidente eco da escravidão, é tudo pior do que aparece, porque o vídeo mostra apenas uma fração do longo sofrimento imposto ao menino. Em seu depoimento à polícia, E.M.O. relatou que a sessão de maus tratos durou cerca de 40 minutos, ou 2.400 segundos.
O método do Supermercado Ricoy para evitar os pequenos furtos ganhou fama porque os seguranças que torturaram E.M.O. (Davi de Oliveira Fernandes, 37 anos, e Waldir Bispo dos Santos, 49 anos) decidiram filmar e colocar nas redes o registro de sua covardia. “Queriam impingir o medo à comunidade”, segundo o delegado. E.M.O. afirmou em entrevista aos Jornalistas Livres que a mesma punição os mesmos dois seguranças já lhe haviam aplicado em duas outras oportunidades, quando ele também tentou furtar o chocolate predileto. E ele nunca os denunciou porque sabia que ninguém lhe daria crédito, além de temer represálias piores. No vídeo divulgado, um dos torturadores tripudia sobre o menino, depois das chicotadas: “Você é corajoso, né? Você pega e volta?”
O crime de tortura é passível de pena de 2 a 8 anos de reclusão, acrescidos de até um terço em razão de a vítima ser adolescente. Também deverá contar como agravante o fato de E.M.O. ser portador de déficit cognitivo. Segundo o delegado, só isso explica ele tentar três vezes o “crime impossível” que é furtar o chocolate em uma loja repleta de câmeras de vigilância e bem na frente do guichê dos seguranças.
Chocolates no corredor que dá de frente para o balcão dos seguranças: crime impossível
A rede de supermercados Ricoy, com aproximadamente 75 lojas e mais de 4500 funcionários, disse em nota estar “chocada” com a tortura revelada dentro de suas instalações e jogou sobre a empresa de segurança terceirizada a responsabilidade pelos atos de barbárie. A KRP Valente Zeladoria Patrimonial, sediada em São José dos Campos, de propriedade de Kátia Regina Pelacani Valente, tem 15 anos de vida e 250 colaboradores. Em seu site, a empresa afirma realizar ações em conjunto com os órgãos de segurança, “objetivando o bem comum, que é a segurança de todos”. Também diz que “iniciou suas atividades diante da necessidade de ofertar à sociedade, um complemento na área de zeladoria patrimonial, a fim de manter a qualidade de vida de seus clientes, devido ao recrudescimento dos crimes, em especial os de roubo”. E que seus clientes “contam com atendimento personalizado, tecnologia de ponta, equipamentos de última geração e uma equipe de profissionais altamente treinada e qualificada”. Agora se sabe que treinamento é esse, que tecnologia de ponta é essa.
Segundo o advogado Ariel de Castro Alves, especialista em direito da criança e do adolescente, é infrutífera a tentativa do supermercado de livrar-se do escândalo, jogando a responsabilidade sobre a empresa terceirizada. “O supermercado responde pelos atos da empresa que contratou para lhe fazer a segurança”, diz ele (veja abaixo a vídeo-entrevista com o doutor Ariel)
Jornalistas Livres encontraram E.M.O. e seu irmão Wagner no estacionamento que fica no subsolo de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, na avenida Nossa Senhora de Sabará, 2.445. Exausto, esfomeado, E.M.O. descreveu a tortura e mostrou as marcas deixadas em seu corpo pelas chibatadas, mais de um mês depois das agressões, enquanto devorava, na padaria em frente, um X-Egg-Salada e três barras de chocolate. Wagner diz que conseguirá, com a força da fé, livrar o irmão da dependência de crack. “Se eu consegui, por que ele não conseguirá?” Às 20h em ponto, os dois irmãos estavam sentados em um dos bancos da igreja, as palmas das mãos voltadas para cima, implorando pela libertação dos vícios.
Observação: Jornalistas Livres não conseguiram contato com as defesas dos seguranças Davi de Oliveira Fernandes e Waldir Bispo dos Santos. Também buscam manifestação da empresa de segurança KRP Valente Zeladoria Patrimonial e do supermercado Ricoy, a quem desde já franqueamos espaço neste site para que façam suas defesas.
Reclame Aqui registra preconceito e discriminação do Ricoy
O site Reclame Aqui, que registra reclamações de consumidores que se sentem lesados por estabelecimentos e empresas vendedoras de bens e serviços, tem várias reclamações contra a rede supermercadista Ricoy. Várias dizem respeito a reclamações sem resposta descrevendo comportamentos abusivos, preconceituosos, discriminadores em relação a raça e classe.
Que história mais triste. Como podemos tolerar empresas (o supermercado e a de segurança) e pessoas que praticam barbáries como essa? Grande sensibilidade da jornalista – ao não se deter a mostrar o ato atroz cometido pelo supermercado e seus seguranças – mas, sim, apresentar TB um pouco da história de vida desse jovem, tão parecida com a de tantos outros nesse nosso país que entrou em profundo retrocesso desde o golpe de 2016.
Confesso que não vi o vídeo nem cogitei a possibilidade, nem ao menos outras matérias jornalísticas tinha ousado ler, está foi a primeira. É impressionante o tamanho de nossa ignorância, porque acredito que para tristes fatos assim devemos nos colocar de ambos os lados, afinal somos vítimas e também diversas vezes capitães do mato, mas, sempre, sempre, somos negros e pobres, apenas permutamos entre os papéis. É preciso sair de tal ignorância, que revela os traços fortes da escravidão ainda no século xxi, precisamos repensar as formas de fazer as coisas, e nisso passa nossa política de drogas (não só no Brasil) que é burra e geradora de violências como está, há décadas criminalizando, prendendo e matando, todavia, os índices não melhoram, e as vítimas se amontoam em valas, as vezes indigentes, outras tantas famílias destruídas, enfim, acredito que precisamos pensar e pensar muito, correr atrás de bandidos e dar tiro em favela não está resolvendo nada.
Dr. Ariel, abrace mais esta causa! E que a Justiça faça com que TODOS os responsáveis paguem muito caro. Que o mercado seja penalizado . Que esses irmãos órfaos recebam dinheiro suficiente para comprar uma moradia para eles. E cestas básicas mensais para nunca mais passarem fome !
Solidariedade, resistência e as doações têm sido fundamentais para reerguer a comunidade
Um incêndio que iniciou na madrugada de segunda-feira (28) desalojou 24 famílias na Comunidade Vila Paula na região da CDHU do bairro San Martin, em Campinas .
Segundo informações da Prefeitura de Campinas, entre as pessoas atingidas estão 36 adultos, 27 crianças, dois adolescentes e dois idosos. Essas pessoas foram acolhidas na Escola Estadual Maria de Lourdes Bordini e em duas instituições religiosas nas proximidades.
A maioria dos moradores deixou suas casas só com a roupa do corpo. Todos os seus pertences foram destruídos pelo fogo.
Na terça-feira, a reconstrução dos barracos foi iniciada no mesmo local em que as habitações de madeiras foram destruídas pelas chamas. Paulo César Santos, uma das lideranças da comunidade, relembra o drama desastre que consumiu os barracos e as dificuldades das famílias.
“ Foi uma tragédia muito grande na nossa vila. Foi duro para construir, foi duro para assentar as famílias . Foi difícil construir os barracos de madeira, estamos aqui faz um bom tempo. No início era só lona e o incêndio devorador acabou com tudo.”
Paulo Cesar é uma das lideranças da Comunidade Vila Paula e trabalha na reconstrução da vila
A comunidade existe há cerca de cinco anos e abriga aproximadamente 176 famílias que moram no local e outras 70 suplentes, que não moram ali. No total, segundo Paulo, são ao menos 700 pessoas, entre crianças, idosos e adultos.
Elas perderam tudo
As 24 famílias perderam tudo e ficaram apenas com a roupa do corpo.
Lourrane , mãe de Abdias e grávida de sete meses conta que ficou muita assustada. A vizinha tentou alertá-la sobre o incêndio mas o fogo estava intenso.
“ Foi desesperador. Eu tenho um sono pesado e não ouvi as batidas em minha porta. Quando eu me atentei e abri a porta, um calor intenso e fumaça invadiram minha casa. Eu peguei meu filho e minha bolsa com documentos e saí correndo. Assim que eu saí algo que me pareceu como um botijão de gás estourou e a chama do fogo começou a incendiar o meu barraco. Perdi tudo. Tinha acabado de chegar cesta básica e verduras. Estava tudo abastecido.”
Mãe e filho tem a esperança de reconstruir o barraco
“ É desanimador olhar para tudo aquilo que a gente construiu com tanto sacrifício e ver tudo em cinzas , mas eu também agradeço por estar viva com meu filho e bem.”
Do mesmo modo, Isadora também relembra com pesar . Casada, mãe de dois filhos morava com eles e seu marido no barraco que também foi destruído.
A família de Isadora perdeu tudo e ficou apenas com a roupa que estava no corpo
“ Ficamos só com a roupa do corpo. Tentamos até tirar algo da nossa casa mas não deu certo. Não deu tempo. Salvamos os nossos filhos.”
O casal trabalha e tiveram que faltar esses dias no trabalho mas pretendem retornar o mais breve possível.
Paulo Cesar segurando uma cavadeira fala de peito aberto esperançoso
“ Estamos começando a fase de reconstrução. A nossa casa está sendo reconstruída. Nosso povo está aí trabalhando para isso. A prefeitura está com equipes no trabalho de reconstrução. Os barracos serão de madeira. Recebemos muitas doações Campinas se mobilizou e algumas cidades da região também como Paulínia e Valinhos. Temos que agradecer muito a solidariedade”
As doações vindas de Campinas e algumas cidades da região
A futura mamãe também se sente esperançosa.
“ Sei que posso ter meu bebê e voltar para a casa e terei uma casa”
Ela havia sido presenteada com um berço e uma cômoda para o bebê, os móveis foram consumidos pelas chamas durante incêndio.
Abdias, um garoto esperto de cinco anos, vivenciou a experiência da tragédia.
Abdias perdeu todas as suas roupas e brinquedos no incêndio.
“ Todos os meus brinquedos foram queimados. Perdi todos os meus brinquedos e roupas. Quero voltar para a minha casa”.
A mãe do garoto agradece as pessoas que se solidarizaram com as famílias da Vila Paula e fizeram doações.
Isadora diz se sentir aliviada pelas doações e também pela reconstrução.
“ As doações dão um ânimo da gente. Também já vai começar a reconstruir. Isso também já ajuda muito. Porque tudo que passamos é muito triste”
Crianças brincam entre as madeiras “kits barracos” – como está sendo chamado – providenciados pela Secretaria de Habitação , em um total de 35 , para a construção de moradias de 20 metros quadrados com banheiro
“As doações são importantes para a Comunidade da Vila Paula sobretudo quando os barracos estiverem prontos novamente. Vamos precisar montar morada. Móveis. geladeiras. Comida.” segundo Paulo Cesar
Onde entregar as doações :
1-Comunidade Frei Galvão da Paróquia São Marcos, O Evangelista – Rua Valentino Biff, s/n – em frente ao CDHU San Martin
2- Escola Maria de Lourdes Bondine no CDHU San Martin, entre as quadras R e U.
As famílias não querem auxílio aluguel que não contempla todas as famílias. A Comunidade Mandela luta por Moradia para todas as famílias Foto: Fabiana Ribeiro | Jornalistas Livres
Negociação entre o proprietário do terreno e a municipalidade
A área de 300 mil metros quadrados é de propriedade de Celso Aparecido Fidélis. A propriedade não cumpre função social e possui diversas irregularidades com a municipalidade.
As famílias da Comunidade Mandela já demonstraram interesse em negociar a área, com o proprietário para adquirir em forma de cooperativa popular ou programa habitacional. Fidélis ora manifesta desejo de negociação, ora rejeita qualquer acordo de negócio.
Mas o proprietário e a municipalidade – por intermédio da COAB (Cia de Habitação Popular de Campinas) – estão negociando diretamente, sem a participação das famílias da Comunidade Mandela que ficam na incerteza do destino.
As mulheres são a grande maioria da Comunidade e também são elas que estão nos atos lutando por direitos. Foto: Fabiana Ribeiro | Jornalistas Livres
As famílias querem ser ouvidas
Durante o ato, uma comissão de moradores da Ocupação conseguiu ser liberada pelo contingente de Guardas Municipais que fazia pressão sobre os manifestantes , em sua grande maioria formada pelas mulheres da Comunidade com seus filhos e filhas. Uma das características da ocupação é a liderança da Comunidade ser ocupada por mulheres, são as mães que lideram a luta por moradia.
A reunião com o presidente da COAB de Campinas e Secretário de Habitação – Vinícius Riverete foi marcada para o dia 28 de setembro.
A luta e a esperança de igualdade social Foto: Fabiana Ribeiro | Jornalistas Livres
As mulheres da Comunidade Mandela, em sua maioria são trabalhadoras informais, se organizam para lutar por moradia.
Depois de muita espera, dez dias após o encerramento do prazo para a saída das famílias da área que ocupam, o juiz despacha no processo de reintegração de posse contra da Comunidade Mandela, no interior de São Paulo. No despacho proferido , o juiz do processo – Cássio Modenesi Barbosa – diz que aguardará a manifestação do proprietário da área sobre eventual cumprimento de reintegração de posse. De acordo com o juiz, sua decisão será tomada após a manifestação do proprietário. A Comunidade, que ocupa essa área na cidade de Campinas desde 2017, lançou uma nota oficial na qual ressalta a profunda preocupação em relação ao despacho do juiz em plena pandemia e faz apontamento importante: não houve qualquer deliberação sobre as petições do Ministério Público, da Defensoria Pública, dos Advogados das famílias e mesmo sobre o ofício da Prefeitura, em que todas solicitaram adiamento de qualquer reintegração de posse por conta da pandemia da Covid-19 e das especificidades do caso concreto.
Ainda na nota a Comunidade Mandela reforça:
“ Gostaríamos de reforçar que as famílias da Ocupação Nelson Mandela manifestaram intenção de compra da área e receberam parecer favorável do Ministério Público nos autos. Também está pendente a discussão sobre a possibilidade de regularização fundiária de interesse social na área atualmente ocupada, alternativa que se mostra menos onerosa já que a prefeitura não cumpriu o compromisso de implementar um loteamento urbanizado, conforme acordo firmado no processo. Seguimos buscando junto ao Poder público soluções que contemplem todos os moradores da Ocupação, nos colocando à disposição para que a negociação de compra da área pelas famílias seja realizada.”
Hoje também foi realizada uma atividade on-line de Lançamento da Campanha Despejo Zero em Campinas -SP (
Campinas acaba prorrogar a quarentena até 06 de outubro, a medida publicada na edição desta quinta-feira (10) do Diário Oficial. Prefeitura também oficializou veto para retomada de atividades em escolas da cidade.
A Comunidade Mandela e as ocupações
A Comunidade Mandela luta desde 2016 por moradia e desde então tem buscado formas de diálogo e de inclusão em políticas públicas habitacionais. Em 2017, cerca de mais de 500 famílias que formavam a comunidade sofreram uma violenta reintegração de posse. Muitas famílias perderam tudo, não houve qualquer acolhimento do poder público. Famílias dormiram na rua, outras foram acolhidas por moradores e igrejas da região próxima à área que ocupavam. Desde abril de 2017, as 108 famílias ocupam essa área na região do Jardim Ouro Verde. O terreno não tem função social, também possui muitas irregularidades de documentação e de tributos com a municipalidade. As famílias têm buscado acordos e soluções junto ao proprietário e a Prefeitura. Leia mais sobre: https://jornalistaslivres.org/em-meio-a-pandemia-a-comunidade-mandela-amanhece-com-ameaca-de-despejo/
Eloá
04/09/19 at 12:40
Parabéns pela excelente matéria. Não podemos nos conformar com o inconformável
Enidelce Bertin
04/09/19 at 13:12
Belo texto para um triste história. Parabéns
Cláudia
04/09/19 at 15:38
Que história mais triste. Como podemos tolerar empresas (o supermercado e a de segurança) e pessoas que praticam barbáries como essa? Grande sensibilidade da jornalista – ao não se deter a mostrar o ato atroz cometido pelo supermercado e seus seguranças – mas, sim, apresentar TB um pouco da história de vida desse jovem, tão parecida com a de tantos outros nesse nosso país que entrou em profundo retrocesso desde o golpe de 2016.
DAGOBERTO
04/09/19 at 22:21
Confesso que não vi o vídeo nem cogitei a possibilidade, nem ao menos outras matérias jornalísticas tinha ousado ler, está foi a primeira. É impressionante o tamanho de nossa ignorância, porque acredito que para tristes fatos assim devemos nos colocar de ambos os lados, afinal somos vítimas e também diversas vezes capitães do mato, mas, sempre, sempre, somos negros e pobres, apenas permutamos entre os papéis. É preciso sair de tal ignorância, que revela os traços fortes da escravidão ainda no século xxi, precisamos repensar as formas de fazer as coisas, e nisso passa nossa política de drogas (não só no Brasil) que é burra e geradora de violências como está, há décadas criminalizando, prendendo e matando, todavia, os índices não melhoram, e as vítimas se amontoam em valas, as vezes indigentes, outras tantas famílias destruídas, enfim, acredito que precisamos pensar e pensar muito, correr atrás de bandidos e dar tiro em favela não está resolvendo nada.
mari santos
07/09/19 at 0:30
Dr. Ariel, abrace mais esta causa! E que a Justiça faça com que TODOS os responsáveis paguem muito caro. Que o mercado seja penalizado . Que esses irmãos órfaos recebam dinheiro suficiente para comprar uma moradia para eles. E cestas básicas mensais para nunca mais passarem fome !