No sábado, 27 de maio, aconteceu em Campinas (SP) Marcha da Maconha de 2017 com o tema: “Prender pra quê? Fumar Sem Temer!”. O ato levou dezenas de pessoas às ruas do centro da cidade no interior paulista, os manifestantes pediam a legalização do uso da maconha e discutiam a questão carcerária do Brasil relacionada à criminalização da erva.
Encarcerar não garante mais segurança e não muda a realidade das ruas. Quanto mais se prende, mais violência se cria e a mercê de um estado paralelo criado pelo crime organizado. O maior problema da proibição do uso de drogas não é o uso de drogas, mas a própria proibição, em si que gera o tráfico, é o que gera a violência.
Na atual legislação, cabe ao policial definir quem é usuário ou traficante, existe o tráfico que transporta drogas em aviões, helicópteros e passam impunes contrapondo com o traficante que geralmente é jovem negro, pobres e periférico que são encarcerados com penas desproporcionais e revelam a face do racismo institucional.
A legalização das drogas ou a adoção de penas alternativas para o pequeno traficante poderia liberar até 25% das vagas em presídios para combater a superpopulação carcerária no país.
Estudos do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) publicados Atlas da Violência 2016 revela que há um aumento de quase 20% nos homicídios de negros na última década. No mesmo período, a taxa de assassinatos para não negros diminuiu em 15%.
Os manifestantes também defenderam o cultivo caseiro da maconha.
Por Fabiana Ribeiro – Jornalistas Livres