Jornalistas Livres

Maior festival de esquerda da Europa pede por solidariedade para América Latina

Bruno Falci e Clara Domingos, de Lisboa, especial para os Jornalistas Livres

Foto de capa: Midia Ninja

O segundo dia da Festa do Avante, realizado nas cercanias da cidade de Lisboa pelo Partido Comunista Português (PCP), foi de atividades intensas. A festa que se realiza desde 1974, o ano da Revolução dos Cravos, é tradição anual para o encontro de diferentes partidos de esquerda do mundo. Neste ano, a América Latina tem sido tema central de muitos debates e atos de solidariedade no Avante. O imperialismo norte-americano sobre o continente tem preocupado líderes de diferentes nações. Na tarde deste sábado (09/), lideranças dos partidos comunistas de Portugal, Brasil, Cuba, Venezuela e Colômbia debateram a verdadeira resistências que países como Cuba e Venezuela representam neste momento à conjuntura político-econômica marcada pela agenda neoliberal selvagem conduzida por Donald Trump. Neste contexto, a crise da democracia brasileira, a prisão politica do presidente Lula e a destruição do Estado brasileiro promovido pelo governo Bolsonaro foram questões citadas por toda a composição da mesa.

Para os representantes é perceptível como isso está atrelado a uma estratégia internacional de derrubada de governos progressistas eleitos na América Latina.  As lideranças latino-americanos denunciaram serias tentativas de  desestabilização de governos democraticamente eleitos, travestido por uma falsa retórica de liberdade feita pelos EUA. O bloqueio criminoso imposto a Cuba foi lembrado pelo representante do Partido Comunista Cubano, deputado do Congresso Abel Prieto, um dos maiores intelectuais da ilha caribenha e da América latina.  O dirigente cubano, que também é educador e foi ex-ministro da Cultura, relembrou os diversos momentos em que os Estados Unidos operaram para derrubar governos progressistas democraticamente eleitos, desde a doutrina Monroe até a desestabilização que a Venezuela vem sofrendo atualmente.

Walter Sorrentino, vice-presidente do Partido Comunista do Brasil e secretário de relações internacionais, representou o Brasil na roda de conversa. Com o suporte de ativistas brasileiros, que fizeram intervenções em diversos momentos com palavras de ordem como “Lula Livre” e “Fora Bolsonaro”, Sorrentino denunciou o absurdo das políticas do governo Bolsonaro. “O Governo Bolsonaro promove uma agenda pós-colonial agressiva que alterou profundamente o lugar do Brasil no mundo, colocando o país subserviente à estratégia norte americana, com uma aliança que humilha o Brasil e aprofunda a condição semi periférica dependente de nosso país aos Estados Unidos”. Ele ainda lembrou  que essa problemática em que o país se encontra atualmente foi possibilitada por meio do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff e a prisão do presidente Lula. Para Sorrentino,  a solução para mudar este cenário é a ampla aliança dos setores progressistas e democráticos brasileiros.

Confira na íntegra o debate entre as lideranças políticas. Na sequência da esquerda para a direita: Carolus Wimmer (PCV), Ângelo Alves (PCP), Gabriel Beleina (PCColombiano), Walter Sorrentino (PCdoB)
e Abrl Prieto (PCC).

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Solidariedade à Venezuela 

A questão da soberania e democracia na Venezuela também tem sido uma das questões em pauta em diferentes manifestações. Cartazes em suporte ao país latino-americano estão estampados em stands de partidos de diferentes lugares do mundo, um abaixo-assinado contra o bloqueio econômico financeiro e comercial imposto pelos Estados Unidos está sendo coletado em solidariedade ao governo de Nicolás Maduro.

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Já na sequência de manifestações, líderes venezuelanos pediram pelo fim da agressão imperialista, imposta por Washington, que vem asfixiando economicamente o país, causando graves danos humanitários à nação sul-americana. Carolus Wimmer, secretário de relações internacionais do PCV denunciou as graves violações do direito internacional feita contra a soberania do povo venezuelano. Wimmer aproveitou o encontro com a equipe do Jornalistas Livres na Festa do Avante e concedeu um depoimento exclusivo sobre a situação da Venezuela e do Brasil. Veja abaixo:

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Outras lideranças latino-americanas estiveram presentes no debate, como o Padre Camilo Medina, ex-dirigente das Farc, que em setembro de 2015 teve o pedido de extradiçao decretado pelo governo de Alvaro Uribe. O Presidente Lula interviu e ajudou no processo que foi decidido no final pelo Supremo Tribunal de recusar a extradiçao do Padre Camilo. Abaixo veja o depoimento do dirigente do Nuevo Partido

https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/1329827933807747/?epa=SEARCH_BOX

Ao final da noite, o show do Cachorro Latino atraiu centenas de pessoas para o Palco Solidariedade. O público que foi escutar o som da banda que surgiu com a ideia de fundir a música cubana com a música brasileira também gritava Lula Livre. O deputado federal pelo estado do Paraná Zeca Dirceu, que está acompanhando a programação do Festival do Avante desde a abertura, também subiu ao palco.

https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/378877989453237/?epa=SEARCH_BOX

Video: Francisco Mateus

Comentários

Uma resposta para “Maior festival de esquerda da Europa pede por solidariedade para América Latina”

  1. Avatar de Ana Maria Silveira
    Ana Maria Silveira

    Estava interessante o artigo, até que entrou Zeca Dirceu. O fruto não cai vai longe do pé.
    Zé Dirceu foi a maçã podre na cesta do PT.

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