Jornalistas Livres

Imigrantes fazem greve em Buenos Aires contra decreto de Macri

Por Coletivo Passarinho, direto de Buenos Aires, especial para os Jornalistas Livres

 

Mais de 600 imigrantes participaram, na tarde desta quinta-feira (30/03), da Greve Geral de Imigrantes, contra medidas xenófobas do governo do presidente Mauricio Macri. Os manifestantes se concentraram na Praça do Congresso e seguiu em marcha até a Praça de Maio, na capital.

A pauta central do ato é o repúdio ao Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) 70/2017, publicado em 30 de janeiro deste ano, que quer estabelecer no país uma política anti-imigratória e inconstitucional – já que modifica a Lei de Imigrações 25.871, a Lei de Procedimento Administrativo, o Código Penas e o Código Processual Penal.

A medida amplia a lista de pressupostos que permite a proibição da entrada no país ou deportação quando a pessoa tem antecedentes criminais. Agora todos os crimes do Código Penal são contemplados, inclusive o exercício de atividades informais como camelô, ocupação de moradia e obstrução da via pública. Isso significa que todo imigrante que já tem documento regularizado pode ser considerado passível de expulsão porque ele está dentro do sistema penal. Além disso, o DNU diminui a chance de defesa do imigrante no processo de deportação, já que ele tem três dias para tal e o juíz decide a questão também num período de três dias.

A Argentina, que nas últimas décadas se tornou um país exemplar em políticas migratórias, agora é palco de propostas como o DNU 70/2017 e o Centro de Detenção Migrante, discriminando, criminalizando, excluindo e tolhendo direitos da coletividade imigrante.

Os manifestantes acusam o governo Macri de usá-los como “bode expiatório” para suas políticas e econômicas impopulares de ajuste. “Estamos em greve porque nos afirmamos como trabalhadores que migraram para se tornar parte do crescimento deste país, porque migrar não é um crime, é um direito humano”, diz o manifesto dos organizadores.

Houve faixas de “Nenhum ser humano é ilegal”, “Todos somos imigrantes” e, é claro, “Fora Temer”.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais posts