Conecte-se conosco

Greve Geral

Greve geral: setor de transporte vai parar

Publicadoo

em

14 DE JUNHO

Da Rede Brasil Atual, com edição da Redação Spbancarios

Trabalhadoras do setor de transportes – aeroviários, aeroportuários, portuários, motoristas e cobradores rodoviários, além de metroviários e ferroviários – decidiram aderir à greve geral do dia 14 de junho, contra a reforma da Previdência, pela retomada do crescimento econômico brasileiro com geração de empregos e renda e contra os cortes na educação. A confirmação da participação dos trabalhadores do setor – alguns, como metroviários, motoristas e cobradores da capital paulista e rodoviários da Grande São Paulo já tinham anunciado adesão – ocorreu na terça-feira 4, em uma reunião na capital paulista. A reportagem é da RBA.

> Trabalhadores, estudantes e movimentos sociais ampliam unidade rumo à greve geral do dia 14
Sindicato convoca bancários para decidir sobre greve em assembleia dia 11

O presidente da CUT, Vagner Freitas, que abriu a reunião, reafirmou o papel que a greve tem no atual momento social e econômico do Brasil, com recessão econômica, recordes de desempregados e as políticas de retirada de diretos pelo governo de Jair Bolsonaro.

Adesão dos transportes fortalece a greve

O dirigente ressaltou o papel dos trabalhadores em transportes para o êxito da mobilização do dia 14 de junho. “Em todas as greves gerais que construímos com grande êxito, a participação dos trabalhadores e trabalhadoras dos transportes foi fundamental”, disse o dirigente.

Vagner avalia que essa greve geral difere das anteriores, já que cresce a cada dia a politização da sociedade, que “acordou para o fato de que esse governo está destruindo o Brasil”.

“A greve está sendo debatida em escolas, igrejas, bares e as pessoas falam da greve por conta do rumo que o país tomou com Bolsonaro. Há um absoluto desalento com o governo. Bolsonaro se apresentou como solução e não resolveu nada. As pessoas estão vivenciando uma enorme crise e questionando o governo, que não tem proposta de política econômica”, afirmou Vagner.

Participação geral

O cenário, ainda de acordo com o presidente nacional da CUT, fortalece a mobilização de todas as categorias, ainda mais do que em greves anteriores.

Por sua vez, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL-CUT), Paulo João Eustásia, relatou que está consolidada a participação de todos os modais de transporte na paralisação de 14 de junho.

“Temos tudo para superar o dia 28 de abril de 2017 e dar uma resposta ao governo com relação aos ataques aos direitos, principalmente contra a reforma da Previdência”, disse Eustásia, referindo-se à greve geral realizada há dois anos contra a política neoliberal do ilegítimo Michel Temer.

Caminhoneiros

Ainda de acordo com o presidente da CNTTL, boa parte dos caminhoneiros é representada pela confederação e a categoria também anunciou, com ressalvas, que vai paralisar atividades no dia 14 de junho.

O ativista avalia que muitos caminhoneiros deverão aderir à greve geral em número superior a outras mobilizações organizadas pela CUT e pela CNTTL. Ele explica que, habitualmente, greves desses motoristas começam em pontos isolados e vão ganhando corpo, assim como aconteceu em 2018.

“Acredito que mais caminhoneiros vão aderir. Eles têm uma pauta específica da categoria, que é a questão da fiscalização do piso mínimo para os fretes e o congelamento do preço do óleo diesel, mas também são alvo da reforma da Previdência e boa parte já decidiu participar da greve geral.”

O dirigente explica também que um fator determinante para a adesão da categoria é o crescente descontentamento com Bolsonaro: “Na ocasião da eleição, 70% dos caminhoneiros apoiavam Bolsonaro. Hoje, já percebendo o retrocesso do Brasil, o número inverteu e 70% são contra o governo.”

Ainda sobre os caminhoneiros, durante o encontro, Paulo Eustasia informou que a categoria tem uma mobilização marcada para o dia 20 de junho, caso as pautas específicas não sejam atendidas.

A greve e os transportes

A preocupação dos sindicatos dos trabalhadores em transportes é de que grande parte da responsabilidade das greves deve recair sobre eles. “Ainda que você mande ofício 72 horas antes informando a greve, logo vem a liminar proibindo a paralisação e estipulando multas absurdas”, afirma o presidente da CNTTL.

Como resposta à previsível reação dos poderes públicos para diminuir o alcance do movimento, o consenso entre as entidades é de que os sindicatos vão “bancar a greve” e enfrentar todos os obstáculos, como liminares e descontos do dia da folha de pagamento.

“É hora de enfrentar o governo. Bolsonaro, na verdade, nunca teve um plano de governo eficiente e real. Hoje isso está claro para sociedade. Ele não tem proposta. Enquanto isso, o país afunda no desemprego, empresas quebram e a população está percebendo isso. E está vindo para a luta para poder reverter. É agora ou nunca mais”, afirmou Paulo Eustasia.

Mobilização nacional

Para Vagner Freitas, presidente da CUT, a greve geral será uma resposta que a sociedade dará à questão nacional. “A greve é por mudança na economia e isso é favorável para que seja uma grande paralisação no dia 14.”

Prova disso, segundo o dirigente, foram as mobilizações dos dias 15 e 30 de maio, organizadas por entidades do movimento estudantil, que levaram às ruas milhões de pessoas e que não tinham relação com os movimentos sociais e sindical.

“Foram mobilizações construídas no movimento sindical, pela CNTE, que viraram protestos de estudantes e englobaram toda a sociedade”, concluiu.

Trabalhadores do transportes definem adesão à greve geral de 14 de junho. Direitos de toda a população ameaçados exigem resposta e resistência Foto: José Antônio/DT

Continue Lendo
3 Comments

3 Comments

  1. frederic

    06/06/19 at 18:28

    Precisamos da imprensa para estimular os aposentados também irem pra rua. ATUALMENTE 70% são saudáveis só não trabalham devido ao preconceito das empresas em relação aos sessentoes. Ao contrário dos Eua que os contratam

  2. PEDRO

    06/06/19 at 18:56

    Infelizmente só agora as categorias perceberam que este governo não tem projetos? Kkkkk francamente
    É só olhar pro passado deste idiota melissiano chef das milícias armadas do Rio de Janeiro e ver que durante 27 anos como deputado nunca sancionou uma emenda parlamentar no congresso tudo que esse bostonaro fez foi exaltar a ditadura militar e aproveitou a onda da corrupção pra se auto promover… aliás alguém de extrema direita sabe dizer oque o deltan Dallagnol fez com o dinheiro pago pelas estatais que pagaram milhões em acordos de relações referentes aos desvios da Petrobrás?
    Ao invés de lavrar dinheiro público com ONGs criadas por eles mesmos porque não empregaram na saúde pública e educação ao invés de so fazerem cortes?
    Francamente o povo foi na onda do bolsonarismo e caiu direitinho na armadilha do sistema maldoso que existe em nosso país …
    Vamos beijar nossa bandeira e não bandeira americana pois temos que ter primeiramente amor a nossa pátria e ao nosso povo!

  3. Fernando

    07/06/19 at 12:33

    Falta de governabilidade para a sociedade civil

Leave a Reply

Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

#EleNão

Sem papas na língua. Juliano Medeiros no Dialogando de hoje

Quais interesses políticos estão por detrás da próxima disputa eleitoral? Tudo isso e um pouco mais, sem papas na língua, como diz o Pastor Fábio. Vem!

Publicadoo

em

Quais interesses políticos estão por detrás da próxima disputa eleitoral? No Programa Dialogando desse domingo (26/07), 18h, o Pastor Fábio recebe Juliano Medeiros, presidente do PSOL para um papo sobre eleições e aprendizados da pandemia que passa por uma das fases mais críticas do momento, onde prefeituras e governos de vários Estados do país programam reabertura de mais uma parcela considerável de setores, enquanto isso, a mídia normaliza as curvas ascendentes do número de infectados pelo Coronavírus.

Outra pergunta que precisa ser respondida é qual é o sentido das eleições serem realizadas ainda neste ano? Quais interesses políticos estão por detrás da próxima disputa eleitoral? Tudo isso e um pouco mais, sem papas na língua, como diz o Pastor Fábio. Vem!

Assista, compartilhe. comente e mande perguntas no Facebook.

Juliano Medeiros é um jovem dirigente político da esquerda brasileira e desde janeiro de 2018 ocupa a presidência do Partido Socialismo e Liberdade. Historiador e Mestre em História pela Universidade de Brasília, é Doutor em Ciências Políticas pela mesma instituição.

Co-autor e organizador de Um Mundo a Ganhar e Outros Ensaios (Multifoco, 2013), Um Partido Necessário – 10 anos do PSOL (Fundação Lauro Campos, 2015) e Cinco Mil Dias: o Brasil na era do lulismo (Boitempo, 2017), colabora com sites, jornais e revistas no Brasil e exterior.[2]

Em 2018 coordenou a campanha de Guilherme Boulos à Presidência da República pelo PSOL[3] e, no segundo turno, após decisão do partido, passou a integrar a coordenação da campanha de Fernando Haddad[4]. Desde a vitória de Jair Bolsonaro, participa do Fórum dos Presidentes de Partidos de Oposição[5].

Durante mais de uma década Juliano Medeiros foi dirigente da corrente interna Ação Popular Socialista – Corrente Comunista do PSOL. Em Junho de 2019, a APS-CC se fundiu com o Coletivo Rosa Zumbi e mais oito coletivos regionais para fundar a Primavera Socialista, atualmente maior tendência do PSOL, da qual Juliano também é dirigente.[6]

Fábio Bezerril Cardoso é Pastor, cientista social, ativista social e Cofundador & Coordenador da Escola Comum e atualmente apresenta o Programa Dialogando, todos os domingos, às 18h. É um dos pastores progressistas que têm lutado pela defesa dos povos periféricos e costuma não ter papas na língua para falar sobre a realidade desses lugares. A produção é de Katia Passos, com arte de Sato do Brasil.

Conheça mais sobre a atuação do Pastor Fábio https://www.facebook.com/fabio.bezerrilhttps://www.facebook.com/fabio.bezerril

Continue Lendo

#EleNão

EDITORIAL – HOJE É DIA DE LUTO! PERDEMOS O MENINO GABRIEL

Publicadoo

em

Gabriel e Lula: aniversário no mesmo dia: 27/10

Gabriel e Lula: aniversário no mesmo dia: 27/10

Gabriel e Lula: aniversário no mesmo dia: 27/10

Perdemos um camarada valoroso, um menino negro encantador de feras, um sorriso no meio das bombas e da violência policial, um guerreiro gentil que defendeu com unhas e dentes a Democracia, a presidenta Dilma Rousseff durante todo o processo de impeachment, e o povo brasileiro negro e pobre e periférico, como ele.

Gabriel Rodrigues dos Santos era onipresente. Esteve em Brasília, na frente do Congresso durante o golpe, em São Paulo, nas manifestações dos estudantes secundaristas; em Curitiba, acampando em defesa da libertação do Lula. Na greve geral, nas passeatas, nos atos, nos encontros…

O Gabriel aparecia sempre. Forte, altivo, sorrindo. Como um anjo. Anjo Gabriel, o mensageiro de Deus

Estamos tristes porque ele se foi hoje, no Incor de São Paulo, depois de um sofrimento intenso e longo. Durante três meses Gabriel enfrentou uma infecção pulmonar que acabou levando-o à morte.

Estamos tristíssimos, mas precisamos manter em nossos corações a lembrança desse menino que esteve conosco durante pouco tempo, mas o suficiente para nos enriquecer com todos os seus dons.

Enquanto os Jornalistas Livres estiverem vivos, e cada um dos que o conheceram viver, o Gabriel não morrerá.

Porque os exemplos que ele deixou estarão em nossos atos e pensamentos.

Obrigada, querido companheiro!

Tentaremos, neste infeliz momento de Necropolítica, estar à altura do Amor à Vida que você nos deixou.

 

 

Leia mais sobre quem foi o Gabriel nesta linda reportagem do Anderson Bahia, dos Jornalistas Livres

 

Grande personagem da nossa história: Gabriel, um brasileiro

 

 

 

 

Continue Lendo

Belo Horizonte

HOSPITAL DESMENTE INTOXICAÇÃO POR MONÓXIDO DE CARBONO

Publicadoo

em

 

 Na última segunda-feira, 17, veio a óbito Edi Alves Guimarães, uma mulher de 53 anos, que passou mal e sofreu uma parada cardiorrespiratória a caminho do Hospital Risoleta Neves em Belo Horizonte, na manhã de sexta-feira, 14, quando foi socorrida por Policiais Militares. Segundo a assessoria do hospital, ela sofreu morte encefálica às 14h30 e o corpo foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal).

 O fato ocorreu simultaneamente a um protesto na Avenida Antônio Carlos, reprimido com bombas de gás lacrimogêneo pela polícia e que durou cerca de 10 minutos. O trânsito também foi rapidamente desviado, orientando os carros a saírem pelas ruas perpendiculares à Avenida, como a Rua Leopoldino dos Passos no bairro São José. O ato fazia parte de um grande dia de paralisação nacional em que milhares saíram às ruas em defesa da previdência social e da educação pública, contrariando a política de Reforma da Previdência e cortes de investimentos na Educação promovidas pelo governo Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas no palco, multidão, árvore, céu e atividades ao ar livre

Avenida Afonso Pena – BH 14/04 – Foto: Maxwell Vilela

 

 No primeiro momento as grandes mídias relataram que o falecimento foi causado pela inalação de fumaça tóxica dos pneus que bloquearam a via. Em entrevista à Rede Globo Minas o Tenente Cel Bruno Assunção confirma a versão que Edi foi levada ao Hospital Risoleta Tolentino Neves apresentando sinais de parada cardiorrespiratória. Ao chegar no pronto-socorro, a paciente foi levada para os procedimentos de reanimação na manhã do último dia 14 e que veio a óbito dois dias depois. O hospital comunicou a morte encefálica da paciente na tarde de segunda sem liberar detalhes clínicos relacionando a causa da morte a inalação de fumaça. Contudo, muitas reportagens ainda publicaram postagens afirmando a relação da morte com a inalação da fumaça da queima de pneus, o que foi desmentido ontem através de um comunicado oficial do Hospital Risoleta Tolentino Neves.  

 Ainda de acordo com nota divulgada pela assessoria de comunicação do hospital na tarde da terça-feira, 18, os exames realizados não evidenciam intoxicação por monóxido de carbono. O óbito está associado a doença cardíaca e neurológica como pode ser visto na nota na íntegra abaixo. A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar o caso que segue em andamento e até o momento as investigações são conduzidas pelo delegado da 3ª Delegacia de Polícia Civil Noroeste, Weser Francisco Ferreira Neto.

Nota sobre o atendimento da paciente Edi Alves Guimarães

O Hospital Risoleta Tolentino Neves (HRTN) informa e lamenta o falecimento da senhora Edi Alves Guimarães, esclarecendo que a paciente foi atendida do dia 14/06/2019 ao dia 17/06/2019, quando evoluiu para o óbito. Durante a internação, o Hospital realizou todos os procedimentos necessários visando à sua recuperação. O HRTN ressalta que os exames realizados não evidenciaram intoxicação por monóxido de carbono, estando o óbito associado à doença cardíaca e neurológica.

Assessoria de Comunicação do HRTN

 O que fica sobre esses episódios além da dor da família, conhecidos e do lamento dos envolvidos na necessária mobilização do 14J em todo o Brasil é a emergência da situação frágil que vivemos em relação às mobilizações vindas da classe trabalhadora e estudantil em vistas das ameaças de criminalização dos movimentos sociais. Neste contexto se faz cada vez mais precisa a luta por um jornalismo aprofundado e plural que possa trabalhar em prol da visibilização de diversas perspetivas existentes em acontecimentos políticos como os da Greve Geral.

 

Continue Lendo

Trending