Fernando Haddad é recebido como chefe de estado em Portugal

Fernando Haddad com o primeiro ministro português António Costa, acompanhados por Tarso Genro e Carlos César, presidente do PS. Foto: Ricardo Stuckert

Por Bruno Falci, de Lisboa, Especial para os Jornalistas Livres

 

Em umas das etapas de suas viagens no exterior, Fernando Haddad esteve em Lisboa nos dias 22 e 23 de janeiro, para seguir com sua proposta de construir laços internacionais com partidos políticos, movimentos sociais e intelectuais de esquerda visando a criação de uma frente, que ele denominou de Internacional Progressista, com o objetivo enfrentar o crescimento da extrema-direita no mundo e propor projetos alternativos populares contra o neoliberalismo.  Sua recepção calorosa em Lisboa contrapõe-se ao desempenho desastroso de Jair Bolsonaro no Fórum Econômico de Davos.

Neste contexto, Haddad  já esteve nos Estados Unidos, quando reuniu–se com o  senador Bernie Senders e  socialistas democratas americanos. Também estava presente neste encontro Yánis Varoufákis , líder do Syrisa, partido de esquerda grego. Haddad  foi também ao Uruguai onde encontrou-se  com o ex-presidente Pepe Mujica e com lideranças da Frente Ampla, partido que governa o país  há  mais de uma década. Em suas atividades na Europa, acompanhado por Tarso Genro, manteve contato  inicialmente na Espanha, onde reuniu-se com  os ex-primeiros-ministros  Felipe Gonzales e Jorge Luis Zapatero, do Partido Socialista,  atualmente no governo,  e com dirigentes do Podemos.

Após a Espanha, Fernando Haddad e Tarso Genro estiveram em Portugal. A escolha da vinda à Península Ibérica foi devido ao fato de ambos os países serem governados por partidos socialistas, focos de resistência ao neoliberalismo e à extrema-direita em ascensão na Europa. A presença de Haddad em Lisboa teve grande repercussão na mídia e na sociedade portuguesa.  Ele concedeu  inúmeras entrevistas para os  mais importantes meios de comunicação do país, denunciando as graves violações da democracia e dos direitos humanos no Brasil, desde o golpe de 2016 contra a presidente Dilma Rousseff, que culminou na prisão ilegal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,  e na eleição do líder da extrema-direita Jair Bolsonaro, em 2018.  Haddad  participou de vários encontros com lideranças políticas da esquerda  que atualmente governa Portugal, em uma histórica aliança denominada de gerinçonça, e  com dirigentes de movimentos sociais e intelectuais, como o professor Boaventura de Souza Santos, da Universidade de Coimbra, e Pilar del Rio, presidenta da Fundação Saramago.

Fernando Haddad em encontro com a deputada Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda. Foto: Paula Nunes

No primeiro dia, participou de uma relevante atividade denominada  “Democracia e perda de direitos no Brasil”, diante de um grande público que lotou o auditório da Casa do Alentejo em Lisboa, no dia 22, terça feira. O evento, que contou com a cobertura dos Jornalistas Livres, foi organizado pelo Núcleo do Partido dos Trabalhadores de Lisboa com o apoio da Fundação Saramago, do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL) e do Coletivo Andorinha – Frente Democrática Brasileira de Lisboa. Tarso Genro também estava presente e fez uma breve introdução  sobre a situação política brasileira.

Confira a fala completa do Haddad.

Fernando Haddad falando diante um grande público na Casa do Alentejo
Foto: Ricardo Stuckert

No segundo dia de sua visita, Haddad concedeu uma coletiva de imprensa na Fundação José Saramago e, em seguida,  foi recebido na sede do Partido Socialista pelo primeiro-ministro português   António Costa, com o qual teve uma longa conversa que durou cerca de duas horas e que contou também com a presença de Carlos César, presidente do PS, e o secretário nacional de relações internacionais do PS, Francisco André.

Na ocasião, eles debateram sobre a frente internacional antifascista, as ameaças à democracia em geral e o impacto das redes sociais. Fizeram também  uma análise detalhada da situação internacional, frisando os casos da América Latina e da União Européia. Haddad elogiou a solução política e os resultados do governo português, apoiado no parlamento pelo Bloco de Esquerda, Partido Comunista e Partido Ecologista (Verdes), e considerou que a experiência portuguesa de governo deve ser encarada como um exemplo. Antonio Costa colocou-se à disposição para mediar em breve o encontro de Fernando Haddad com o primeiro ministro da Grécia, Alexis Tsipras. A agenda de Haddad prosseguirá em março quando deverá  ir à Alemanha para seguir a construção da Internacional Progressista

Abaixo segue a cobertura completa da  coletiva. Vídeo de Bruno Falci.

Coletiva de imprensa de Fernando Haddad, na Fundação Saramago, em Lisboa, no dia 22 de janeiro de 2019

Coletiva de imprensa de Fernando Haddad, na Fundação Saramago, em Lisboa, no dia 22 de janeiro de 2019

Gepostet von Jornalistas Livres am Samstag, 26. Januar 2019

 

COMENTÁRIOS

20 respostas

  1. Vão tomar nu cu .
    seus jornalistas merda.
    só sabem escrever mentiras e distorcer os fatos.

    1. Que revolta sem lógica, raimundinho. Não queira que todos sigam seus costumes, menino danadinho!!!

  2. Raimundo muito nervosinho. Muito perigoso. Se caso esteja armado, atira sem pestanejar.

  3. So vai aumentar a fama dos burrugas no Brasil. Aposto que a sociedade portuguesa no Brasil nem sabe disso.
    Que esse bosta fique por lá e se junte ao Jean wyllys.
    Jornalistas de merda.

  4. Kkkkk… Estes bolsomínions fascistas se contorcem todos no sofá quando vêem que a esquerda não está isolada no mundo e se organiza para contrapor esses governecos de segunda e desqualificados que ganham eleições na base de fraudes eleitorais e de notícias falsas na internet. Ainda terão o que merecem e gostaria que fosse nas trincheiras da revolução.

  5. Ótima cobertura, parabéns ao jornalistas livres.
    Qto ao comentário do mineon aí em cima deve estar frustrado ao saber dos indícios de ligação de integrantes do governo eleito por ele com as milícias.

  6. Nível dos eleitores do Bozo é lamentável.
    Está bracb pq a lua de melda vai acabar.
    Pobre coitado

  7. Pobres de informações.
    Ele fez o certo, não falou de vento, mandioca e nem de vender o Pais.

  8. Ainda bem que temos a coragem de mostrar alternativas e outras persoectivas para olhar a histpria. Uma tristeza o que ocorre em nosso pais e as manifestaçoes de odio dis nossos compatriotas…

  9. Tenho certeza q vc é um desses desavisados que sonha ir morar em Portugal. Informe-se sobre a política desse país. Para pessoas que odeiam a esquerda, Portugal talvez não seja o destino mais recomendado.

  10. Ao que tudo indica esse ???????? ?????? ???????? é bolsomenor. Se for, o que ele com linguajar chulo está comentando ? Por que não vai comentar na emissora do Edir Macedo, ou na do Silvio Santos ?

  11. Enquanto isso na bolha bozoasniana os chucros relincham e compreendem que quem nasceu pra bozo nunca chegará a ser HADDAD. Por razões óbvias e por questões de cognição

  12. Você usa esse linguajar chulo e quem não presta são os jornalistas?

  13. Um comentário como este acima depõe muito.mais contra seu autor do que contra a informação que quer combater, sem argumentos.

  14. A matéria é excelente e revela que Fernando Haddad desponta como uma nova liderança democrática em nível internacional, mantendo contatos produtivos com personalidades políticas relevantes nos Estados Unidos e na Europa. Seus pronunciamentos no evento e na entrevista com jornalistas em Portugal revelam seu conhecimento da complexa conjuntura social e econômica do Brasil e do mundo contemporâneo. Apresentam também alternativas viáveis e lúcidas em um cenário ameaçador, onde a extrema-direita dissemina o ódio, pregando a xenofobia e o racismo. Sem dúvida,a postura de Haddad é de um verdadeiro estadista, ao contrário do miliciano Jair Bolsonaro, que teve um desempenho patético em Davos, desmoralizando o Brasil no exterior.

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