A prisão do empresário Sylvino de Godoy, proprietário do Grupo RAC – Rede Anhangüera de Comunicação, uma das maiores empresas de comunicação da região de Campinas – marca a terceira fase da Operação OURO VERDE que investiga desvios de recursos públicos do Hospital Ouro Verde, do município Campinas. Foram expedidos oito mandados de prisão temporária e onze mandados de busca e apreensão nas cidades de Campinas, Jundiaí, Serra Negra e São Paulo.
O ex-secretário de Assuntos Jurídicos de Campinas, Silvio Bernardin, exonerado recentemente após ter sido expedido um mandato de prisão em seu nome , está sendo investigado e foi preso ao desembarcar no aeroporto de Viracopos quando voltava de Brasília.
Estão sendo averiguados também dois ex-diretores do Hospital e quatro empresários. Todos são investigados pelos crimes de organização criminosa, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. Em Jundiaí foi preso Thiago Neves, diretor da Vitale, empresa que administrava o Ouro Verde. João Carlos da Silva Júnior, ligado a empresa Vitale, foi preso na capital e chegou à sede do MP em Campinas por volta das 10h. Também foram presos Danilo Silveira, empresário e Felipe , dono da lavanderia Greenlav- Lavanderia Clinica e Hospitalar .Todos os detidos foram levados para a 2ª Seccional de Campinas.
O filho de Sylvino de Godoy , Gustavo Godoy – que também possui mandado de prisão expedido -conduzia a Organização Social Vitale e é considerado responsável pelos desvios do dinheiro na gestão do hospital, ainda não foi localizado.
A etapa da operação Ouro Verde, que aconteceu hoje foi batizada de “Reação” e investiga desvios de recursos públicos do Hospital Ouro Verde em Campinas.
Nesta terceira etapa das investigações foi constatado desvio de mais de R$ 2 milhões de reais de recursos públicos. O esquema envolvia fraude na contratação de fornecedores com preços superfaturados e a entrega de vantagens indevidas a agentes públicos.
Segundo o GAECO (Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) que é um braço do Ministério Público do estado de São Paulo, na 1ª e 2ª fases da Operação Ouro Verde que ocorreram em novembro do ano passado e em março deste ano, foram apurados desvios de cerca de R$ 7 milhões.
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Sylvino de Godoy usava sua influência como proprietário da RAC
O empresário, proprietário do jornal Correio Popular e outros meios de comunicação foi interceptado em ligações telefônicas pelo Ministério Público onde exercia “pressão” junto ao Prefeito de Campinas Jonas Donizette e ao secretário de Assuntos Jurídicos de Campinas, Sílvio Bernardin, para liberar mais verba através de um aditamento ao contrato da Vitale .
Em outras gravações, Godoy não só tenta impedir que a Rádio CBN Campinas cite o nome do seu filho, em notícia sobre a Operação do MP como manda que funcionários do Correio Popular levantem factoides que possam abalar a imagem de vereadores da oposição. Entre os vereadores citados estão Marcelo Silva (PSD) , Tenente Santini (PSD) e Pedro Tourinho (PT) considerados inimigos de Sylvino pela cobrança nas investigações em relação o escândalo que envolve a administração da Vitale no Hospital Ouro Verde. Marcelo Silva (PSD) e Pedro Tourinho (PT) fazem parte do grupo de vereadores que pediram a abertura de CPI para apurar as denúncias envolvendo OS Vitale. O requerimento foi rejeitado pelo vereadores da base do prefeito Jonas Donizette (PSB).
Segundo vereador Pedro Tourinho, o Ministério Público ao ter conhecimento das gravações onde Sylvino usava seu poder de proprietário de veículos de comunicação para constranger os vereadores resolveu alerta-los para assim os vereadores. “ Como muitas vezes os veículos de comunicação se esquecem da neutralidade e agem como um ator político influenciando no cenário, o MP decidiu nos alertar. Pois era de baixíssimo nível a ordem para promover a descredibilidade política de nossa atuação como vereadores.” – afirma Pedro Tourinho que completa “ A indústria fraudulenta promovida pela administração do prefeito saqueou e destruiu o Hospital Ouro Verde tendo como conivência o papel corrupto de uma imprensa manipuladora a serviço e do processo político de um grupo”
****Após denuncias ao Ministério Público, o Hospital Ouro Verde foi alvo de operações do Gaeco ( Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado ) em novembro do ano passado. Na primeira fase, foi constatado que um grupo ligado à OS Vitale usava a entidade para desviar recursos por meio de consultorias que nunca existiram. Vários empresários investigados foram presos, entre eles Fernando Vitor Torres Nogueira Franco, que teve dois carros, modelos Ferrari e BMW, apreendidos. A Promotoria ainda aponta que os donos da Vitale eram ligados à Pró-Saúde, instituição que administrou unidades de saúde no estado e teve problemas de estrutura e gestão.
Na 2ª fase que aconteceu em março deste ano, o ex-diretor da Secretaria de Saúde de Campinas Anésio Corat Júnio e o ex-servidor comissionado Ramon Luciano Silva e um médico de São José do Rio Preto, Osvaldo Perezi Neto, também foram presos. Todos têm ligação com a OS Vitale. Três veículos foram apreendidos até o momento, sendo uma BMW e duas motocicletas – uma Ducati, de luxo, e uma Burgman.
A operação de hoje (22) teve intensa repercussão em toda a imprensa nacional.
Fontes: ACidadeON Campinas, G1,
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