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Calúnia e Difamação

Escracho nas lojas Havan revida afronta de proprietário contra Lula com boicote

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Um grupo de destemidos defensores do presidente Lula decidiu mostrar a hipocrisia do empresário: “sonegador de impostos!”

No dia seguinte à condenação de Lula, o empresário Luciano Hang, dono da rede nacional de lojas de departamento Havan, que já foi condenado pela Justiça Federal por sonegação e lavagem de dinheiro, divulgou nas redes sociais um vídeo comemorando a decisão com um foguetório. Apoiadores de Lula não deixaram a hipocrisia barato. No início da noite de ontem (26/1), realizaram um protesto em frente a uma das lojas da Havan em Florianópolis, localizada no bairro Capoeiras. Tudo não passaria de um escracho pacífico e bem humorado de 20 cidadãos indignados, com dois cachorros e uma faixa remendada, se a Polícia Militar de Santa Catarina, chamada pela direção da Havan, não tivesse intimidado os manifestantes, ameaçando-os de prendê-los algemados. Também  forçou-os a abrir Boletim de Ocorrência contra eles mesmos em frente à loja que ostenta a bizarra réplica da Estátua da Liberdade. O conflito deu origem a outros manifestos em frente às lojas de Itajaí e Criciúma, onde manifestantes promoveram quebra do cartão Havan e boicote à rede.

O protesto iniciou por volta das 18 horas, quando uma parte do grupo, formado em sua maioria por professores e profissionais liberais, promoveu uma performance teatral dentro das Lojas Havan. Depois de encherem três carrinhos de compras, algumas manifestantes se dirigiram ao caixa. Antes de computar as compras e efetuar o pagamento, uma delas, Margareth Sandrini, professora aposentada e voluntária social, foi “surpreendida” pela amiga Hilma Santos, que a advertiu: “Margarete, quando me contaram que estavas aqui, eu não acreditei. Tu, numa loja de sonegador de impostos? Nunca esperava isso de você!”. Simulando estarrecimento, as três mulheres abandonaram as compras no interior da loja, sob o anúncio de que nunca mais consumiriam na Havan e se juntaram aos demais do lado de fora. Até por volta de 19 horas, os manifestantes sustentaram uma faixa voltada para o lado da via expressa, “meio esfarrapada”, segundo eles mesmos, com os dizeres: “Havan não paga impostos. Sonegar impostos é crime. Moralista sem moral!”. Vários carros passavam e buzinavam em apoio ao ato.

Veja o vídeo do protesto: 

O EMPRESÁRIO DE R$ 5 BI DE FATURAMENTO

X O PRESIDENTE DE 58 MILHÕES DE VOTO

Na saída do estacionamento, três policiais militares, tendo a frente o capitão Thyago, do 22º Batalhão da Polícia Militar de SC, abordaram os manifestantes Carlos Alberto Fiorenzano da Silveira, e Valdnei Gomes da Cruz. Segundo ambos, eles foram impedidos de sair do local durante pelo menos uma hora, quando foram obrigados a abrir e a assinar um Boletim de Ocorrência contra eles mesmos, sob ameaça de serem presos, algemados e ter o veículo interditado. “Eles começaram numa espécie de constrangimento elegante, solicitando documentos e pedindo que abríssemos o B.O. antes de sairmos. Depois partiram para as intimidações, revistaram o carro, abriram o bagageiro”, conta Carlos, 59 anos, terapeuta aposentado, mestre em Reiki e morador de Águas Mornas.

Caravana do Lula por Minas Gerais. Foto: Ricardo Stuckert

Manifestações de apoio ao ex-presidente por todo o país Foto: Ricardo Stuckert

Valdnei, 36 anos, professor e voluntário do Curso de Pré-vestibular gratuito do PT em Florianópolis, foi ameaçado de ser algemado e levado para a delegacia e de ter o veículo apreendido, segundo confirma o companheiro. “Ficamos perplexos e sem ação. Estávamos apenas manifestando, fora da loja, nosso repúdio contra a hipocrisia deste país onde um cidadão condenado por sonegação de impostos, com intenções de se lançar a governador, promove uma ofensa pública contra o ex-presidente, chamando-o de corrupto e de outras coisas”, indigna-se Valdnei, que foi fotografado e teve os documentos apreendidos. No Boletim de Ocorrência que os dois ativistas se disseram coagidos a abrir contra eles mesmos, ambos foram acusados de “Desordem, com Paralisação/Manifestação de greve de trabalhadores (A apurar)”.

Boletim de Ocorrência que os policiais fizeram os manifestantes abrirem contra eles mesmos por “Desordem/Paralisação/Manifestação grevista de trabalhadores”

Enquanto Carlos e Valdnei eram abordados, três outras manifestantes conseguiram se livrar da abordagem policial para procurar ajuda. Marileia Gomes, servidora da área de saúde, procurou Luzia Cabreira, da Rede Nacional de Adovogados e Adovogadas Populares, segundo quem nenhuma das acusações constituiria crime e que o direito à manifestação era legítimo.
A advogada popular Rosângela de Souza também se dirigiu ao local e orientou-os a abrir um Boletim de Ocorrência por abuso de poder.”Estranho a inversão de valores neste país, onde agentes policiais pagas com dinheiro público, servem como guardas particulares de empresas privadas”, comenta a jurista. “Eles estavam preocupados apenas em cumprir o desejo de vingança da direção da Havan, sem sequer ouvir o nosso depoimento sobre como as coisas haviam ocorrido”, afirma Carlos.

Mesmo sem apoio de entidades ou de partidos, a professora aposentada da Secretaria de Estado da Educação, Margarete Sandrini, afirma que o grupo decidiu fazer espontaneamente o protesto porque não suportou ver seu candidato a presidente escrachado em público por um empresário que, “além de ter sido condenado por sonegação e lavagem de dinheiro, defende uma política entreguista, expressa no culto aos símbolos dos Estados Unidos, país que está roubando as nossas riquezas”. Construídas no formato da Casa Branca, as 104 lojas da Havan, espalhadas por cidades de médio porte do país, ostentam na sua entrada réplicas da Estátua da Liberdade com 57 metros de altura, 10 a mais do que a original nos Estados Unidos.

Luciano Hang e Bolsonaro: Parceria costurada pela defesa da intervenção militar

Logo após o julgamento de Lula, no dia 24, o empresário já havia gravado um vídeo convidando a população para uma grande queima de fogos às 13 horas do dia seguinte, num terreno de sua propriedade, em Brusque, no Vale do Itajaí (SC). No vídeo, ele anuncia que o foguetório duraria 13 minutos, em alusão ao número eleitoral do PT, para comemorar a condenação de Lula e a libertação “do maior mentiroso que este país já teve”. Crítico feroz dos programas de inclusão social, acusou Lula de promover uma “política populista e assistencialista”, e de transformar o país numa “experiência fracassada como em outros países comunistas”. Apesar da perseguição ao PT, que acusa de ter “paralisado o país”, o empresário se valeu do aumento no poder de compra das classes baixa e média para multiplicar sua rede. De apenas uma loja em Brusque no início da década de 1980, a Havan rapidamente chegou a cem. Esses que hoje o empresário chama de “petralhas”, sempre foram seus clientes em potencial.

Convidado por Bolsonaro, no dia 5 de janeiro, a ser vice na sua chapa a presidente da República, Luciano Hang tem aparecido com frequência em colunas políticas sociais na mídia local e nacional atacando fortemente as esquerdas brasileiras por corrupção e populismo. Já manifestou publicamente sua intenção de se candidatar, ora como governador de Santa Catarina, ora como senador, ora como vice de Bolsonaro, sem até agora declarar sua decisão. http://www.oblumenauense.com.br/site/luciano-hang-diz-em-nota-a-condenacao-de-lula-e-a-liberdade-do-brasil/.

 

MESMO TRIBUNAL QUE ACELEROU CONDENAÇÃO DE LULA DEIXOU SENTENÇA DO SONEGADOR PRESCREVER

Em sentença da Vara Federal Criminal de Florianópolis, no ano de 2008, a Justiça Federal condenou o empresário Luciano Hang, a 13 anos, nove meses e 12 dias de reclusão, além do pagamento de uma multa de R$ 1,245 milhão por crimes contra o sistema financeiro nacional, como falsificação e lavagem de dinheiro. (Entenda o histórico do caso: http://www.mpf.mp.br/sc/sala-de-imprensa/noticias-sc/2004/201101131416500200-acao-penal-do-ministerio-publico-federal-denuncia-megafraude-nas-empresas-havan-blumenau. Leia também: http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2008/03/dono-da-havan-recorre-de-condenacao-e-aguarda-julgamento-do-stj-1795294.html). O empresário apelou em liberdade ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, o mesmo que condenou Lula e, num desdobramento obscuro, a pena acabou prescrevendo:  https://exame.abril.com.br/revista-exame/a-estatua-a-loja-e-os-bilhoes/.

Acusado desses crimes gravíssimos, o empresário foi beneficiado pela morosidade e complacência da justiça, que não marcou sua sentença até deixar a pena prescrever. Já o ex-presidente Lula, que Luciano Hang chama de corrupto esfregando a certidão de que sua ficha criminal está limpa, não recebeu o mesmo tratamento: seu julgamento e condenação estão sendo, ao contrário, acelerados em tempo recorde na história da justiça brasileira.

De acordo com a denúncia do MPF, o empresário teria mantido depósitos no exterior sem declaração aos órgãos de fiscalização nacionais. Os depósitos teriam sido feitos em nome de empresas que, segundo a Receita Federal, pertenceriam à Havan, além de outros em nome próprio.
Em outro processo, Hang foi condenado a prisão e a pagar uma multa por não recolher a contribuição previdenciária de funcionários. Ele arcou com a taxa e a prestação de serviços comunitários. O empresário sofreu a execução fiscal de sua dívida ativa em 3 de agosto de 2016, pelo juiz de Direito da Vara de Execução Fiscais do Estado, Elemar Leopoldo Schloesser, da Comarca de Brusque do Tribunal da Justiça de Santa Catarina. Ver processo em: https://www.jusbrasil.com.br/diarios/documentos/369436078/andamento-do-processo-n-0900231-6720168240011-execucao-fiscal-divida-ativa-03-08-2016-do-tjsc?ref=topic_feed

 

Com faturamento de R$ 4 bilhões, Luciano Hang pretende chegar a 200 réplicas da Casa Branca em cinco anos e aumentar seu patrimônio para R$ 5 bilhões já em 2017, segundo a revista Exame (Foto)

No segundo semestre de 2017, Luciano Hang já havia assumido seus princípios políticos ditatoriais:  gravou vídeo de apoio ao general do Exército Antônio Hamilton Mourão pelas declarações em defesa de uma intervenção das Forças Armadas, valendo-se do jargão “Ordem e Progresso” sustentado pelo Golpe Militar de 64. A identidade do proprietário das lojas Havan, que lhe conferem um faturamento de R$ 4 bilhões, sempre foi mantida em sigilo, assim como os seus processos criminais. Até que o próprio adorador do império estadunidense saiu em campanha publicitária na grande mídia para se declarar o verdadeiro dono do patrimônio quando, nas vésperas do Golpe de 2016, os “caçadores de petralha” espalharam, entre uma rede de boatos, que o dono das lojas Havan era o filho de Lula. Entre sonegar a propriedade e ver seu império acusado de petista, o hóspede da Casa Branca preferiu sair da moita.

Atualização: Os dois militantes que denunciaram coação e ameaça pela polícia militar registraram queixa à Ouvidoria da Secretaria de Segurança Pública do Estado:

SOBRE A MANIFESTAÇÃO À FRENTE DA HAVAN DA VIA EXPRESSA EM FLORIANÓPOLIS NA TARDE DE HOJE, 25/02.

Comunico que após o ato pacífico de repúdio ao vídeo do empresário dono da rede de lojas Havan que comemorou a condenação do ex-presidente Lula, eu, Valdney, o companheiro Carlos Fiorenzano e mais duas companheiras sofremos
abuso de poder por parte de três policiais do 22º Batalhão da PM/SC, pois fomos obrigados pelos policiais a permanecermos no local da manifestação a fim de prestarmos esclarecimentos por conta da denúncia dos funcionários da loja.

Atendendo ao chamado dos funcionários, os policias exigiram que nós entregássemos nossos documentos para averiguação e registro em B.O. Além disso, submeteram-nos a uma série de perguntas baseadas em acusações de desordem causada na loja submetendo-nos a uma situação constrangedora e forçada, pois tínhamos plena convicção de que não agimos de forma ilegal e também temíamos produzir provas que nos incriminassem.

Informo que os policias agiram de forma despreparada, abusiva, que atentaram a todo momento para a denúncia dos funcionários, que fomos impedidos de deixar o local mesmo sem a tipificação e flagrante de ato criminal e que fomos tratados com falta de respeito, diferentemente do trato dispensado aos funcionários da Havan.

Informo ainda que um dos policias ameaçou-me de ser algemado e preso se eu continuasse auxiliando o companheiro Carlos em seu depoimento, que disse ao companheiro que se ele não relatasse sua presença ali, que ele mesmo, o policial, registraria o B.O. a seu modo. Em seguida, o policial tratou-me com descortesia e exigiu que eu me ausentasse. Informo também que o policial registrou o B.O. dos funcionários baseado em três argumentações e que os funcionários foram atenciosamente ouvidos em todas as suas queixas que prestaram contra o ato, diferentemente de nós que fomos coagidos a todo momento, obrigados a prestar esclarecimentos e a permanecer no local por quase uma hora, sem salvaguardar nosso direito de permanecermos calados.

Diante dos fatos, comunico registro de B.O. e denúncia junto à Secretaria de Segurança Pública de SC e à Corregedoria da PM do Estado em face do desrespeito e do abuso de autoridade ao qual fomos submetidos.

Sem mais,

Valdinei Gomes da Cruz

 

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  1. Rachel

    29/01/18 at 20:36

    Como será que se abre tantas lojas em tão puco tempo?

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Calúnia e Difamação

Justiça manda médico bolsonarista apagar vídeo com agressões à governadora Fátima Bezerra

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Por Rafael Duarte, da agência Saiba Mais

O médico bolsonarista Nelson Geraldo Freire Neto foi obrigado a retirar das redes sociais um vídeo gravado numa manifestação pro-Bolsonaro em Brasília (DF), em 1º de maio, no qual ataca a honra da governadora do Rio Grande do Norte Fátima Bezerra (PT). A decisão é do juiz Giordano Resende Costa da 4ª Vara Cível de Brasília, que julgou apenas o pedido de urgência. O mérito da ação ainda será apreciado. Além desta ação, Geraldo Freire Neto também está sendo processado criminalmente e responde a uma ação por danos morais.

A decisão foi divulgada na segunda-feira (18). Hoje, Fátima Bezerra completa 65 anos de idade.

Freire Neto é primo do ex-governador do Estado Fernando Freire, condenado a 96 anos de prisão por vários crimes, entre eles corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O agressor é médico, nasceu em Natal (RN), mas hoje mora em Anápolis, no interior de Goiás. No video, ele diz de forma generalista que “os 27 governadores são cafajestes, mentirosos e oportunistas que criaram pânico na população e estão se locupletando com dinheiro público”.

No entanto, o único nome que ele cita é o da governadora do Rio Grande do Norte e única mulher eleita entre os 27 governadores do país.

Nelson Freire Neto chama Fátima Bezerra de “macumbeira” e “traficante de drogas”.

O juiz Giordano Resende Costa classificou de “surreal” os ataques do médico à governadora do Rio Grande do Norte:

“A situação exposta na inicial é surreal, pois temos um cidadão que sobe num carro de som e brada para o público que lá estava, ser a Governadora uma traficante (1 tonelada de droga), uma macumbeira e ser uma pessoa que faz vodu para o Presidente. Se não bastasse dizer em voz alta, o requerido ainda conseguiu registrar e divulgar as informações por meio das redes sociais”, diz.

Na mesma decisão, o magistrado lembra que “lutar pelas suas ideias, não significa ausência de limites e a possibilidade de sair afrontando e desrespeitado a todos que se encontram na sua frente. O mínimo que se exige é o respeito à pessoa”.

Embora os advogados da governadora tenham pedido uma multa em caso de descumprimento da decisão, o juiz afirmou que não há necessidade e adiantou que, caso Nelson Freire Neto não retire do ar o video, poderá ser determinado ao Facebook e Instagram o bloqueio das contas.

Para o juiz, o médico abusou do direito de liberdade de expressão.

– A partir do momento em que o requerido imputa a uma Governadora de Estado a prática criminosa, sem qualquer lastro ou demonstração mínima de algum elemento probatório, este, evidentemente, abusa do seu direito de liberdade de expressão, pois ofende a honradez e a imagem do requerente perante o meio social. Ora, os direitos constitucionais da autora foram totalmente desprezados e a autora como uma agente pública tem o dever de protegê-los. O excesso/abuso de direito deve ser combatido, razão pela qual deve ser reconhecida a probabilidade do direito, ao passo que o risco da demora encontra-se presente, porquanto há uma lesão diuturna na honra subjetiva e objetiva da autora. Seus eleitores precisam de uma resposta e podem ser contaminados por este discurso tresloucado”, disse.

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#EleNão

Editorial: Conhecereis os fatos e a verdade aparecerá

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O jornalismo, assim como a ciência, não se pretende detentor da “verdade”. Nossa matéria-prima são os fatos. E os fatos bem apresentados a leitores, ouvintes e telespectadores são fundamentais para cidadãos tomarem decisões políticas. Jornalistas sérios, como a colega Patrícia Campos Mello, apuram, documentam e relatam fatos importantes para a compreensão da realidade cotidiana. Foi exatamente isso que ela fez na premiada série de reportagens que demonstrou, com dados, fatos e documentos, a contratação de empresas de “marketing” para o ilegal e milionário disparo em massa de mensagens de WhatsApp destinadas a favorecer a candidatura de Jair Bolsonaro e outros políticos de extrema direita  nas eleições de 2018. Como atestaram entidades do porte da Organização dos Estados Americanos, o Brasil foi o primeiro caso documentado em que as fake news (MENTIRAS, em bom português) distribuídas massivamente por celulares tiveram papel decisivo nas eleições majoritárias de uma grande democracia. Mais tarde, reportagem do jornal britânico The Guardian trouxe uma pesquisa provando que 42% de mais de 11 mil mensagens virais utilizadas durante a campanha eleitoral no Brasil traziam conteúdo falso (MENTIRAS) que favoreciam o então candidato de extrema direita à presidência.

Os fatos, portanto, são que campanhas de extrema direita por todo país, incluindo a presidencial, se utilizaram de recursos ilegais e fake news para eleger seus candidatos. Os fatos são que os órgãos de fiscalização das eleições, como o Tribunal Superior Eleitoral, viram isso acontecer e não tomaram, à época, as atitudes que deveriam tomar. Os fatos são que o homem que ocupa a presidência e seus asseclas se elegeram e governam por meio de mentiras e ilegalidades. O fato é que por meio dessas mentiras, o governo caminha rapidamente para um fascismo aberto e ataca diariamente todas as instituições democráticas brasileiras, especialmente as que trabalham com fatos, como o jornalismo. E os fatos são que, apesar de gostarem de usar um versículo bíblico associando verdade e liberdade, o que se tem são mentiras e agressões diárias contra pessoas que trabalham com fatos, como cientistas e jornalistas.

Ontem, o Brasil viu estarrecido a escalada de um novo patamar nas mentiras, baixarias, calúnias e difamações, apoiadas e divulgadas pelo governo, contra uma jornalista e, portanto, contra toda a imprensa séria nacional. Patrícia Campos Mello foi alvo, em pleno Senado da República, não somente de mentiras sobre sua atuação profissional impecável no caso, mas também de calúnias de conteúdo sexual, o que demonstra, mais uma vez com fatos, que esse governo não apenas é fascista e mentiroso, como também machista e misógino. A Patrícia, toda a nossa solidariedade e apoio, tanto pessoal como profissional.

É passada a hora de a imprensa brasileira dar um basta nas mentiras e agressões desse governo que tomou posse há mais de um ano num evento grotesco em que os jornalistas foram confinados longe dos políticos e ameaçados de serem baleados se tentassem se aproximar. Não é possível que os colegas da mídia hegemônica sigam aceitando as “coletivas” da porta do Palácio do Planalto em que o homem que ocupa a presidência os xinga, manda calarem a boca, destrata os veículos para os quais trabalham e foge cada vez que é feita uma pergunta diferente da que ele quer responder. É urgente que jornais, rádios, TVs e portais noticiosos PAREM de tratar esse governo como “normal” e usem as palavras corretas para designar os fatos. Mentiras são mentiras. Fascismo é fascismo. Extrema direita é extrema direita. Retirada de direitos é retirada de direitos. Autoritarismo é autoritarismo. Corrupção é corrupção. Milícia é milícia. E bandidos são bandidos.

A sociedade e os democratas brasileiros devem exigir das autoridades que ainda não foram totalmente cooptadas por esse governo fascista que façam funcionar as instituições democráticas. Os mentirosos e caluniadores precisam ser processados. Os crimes, inclusive de morte como da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, precisam ser investigados e punidos. Os políticos que se beneficiaram de esquemas de corrupção, financiamento ilegal de campanhas e difusão em massa de mentiras precisam ser cassados, ainda que se faça necessário anular as eleições de 2018.

Não é a mentira manipulada com o uso versículos bíblicos para enganar a população de boa fé que vai nos libertar. Nossa libertação como nação virá da VERDADE proveniente dos FATOS. E para isso, uma imprensa forte e independente é fundamental.

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Calúnia e Difamação

Fabricando uma delação: contradições e pressão por uma delação envolvendo Lula

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Nesta quinta-feira (20), o sócio e ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, preso em Curitiba, prestou um depoimento no qual muda completamente o que vinha dizendo desde sua prisão, em novembro de 2014. Segundo a imprensa, as novas alegações fazem parte de um acordo de delação que ele e a empresa OAS estariam fechando com o Ministério Público. Uma pré-condição para esse acordo seriam afirmações que incriminassem Lula no processo que envolve a apuração da propriedade de um apartamento no Guarujá. Léo Pinheiro não apresentou provas, mas cumpriu com uma parte do script.

Léo Pinheiro é um depoente condenado a 26 anos de prisão em outro julgamento. Sua negociação com os procuradores para reduzir sua sentença é pública e documentada.

Acompanhe a cronologia da pressão sobre Léo Pinheiro:

Novembro de 2014 – prisão
A primeira prisão de Léo Pinheiro data de novembro de 2014. No entanto, cinco meses depois, em abril de 2015, o Supremo Tribunal Federal decidiu que ele fosse colocado em prisão domiciliar.

Junho de 2016 – delação recusada: faltou Lula
Condenado a 16 anos de prisão, o empresário aceitou fazer uma delação premiada. Porém, num episódio que lembra um famoso vídeo do canal humorístico Porta dos Fundos, sua delação foi recusada em junho porque, segundo matéria publicada na Folha de São Paulo, não incriminava o ex-presidente.

Delação de sócio da OAS trava após ele inocentar Lula
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/06/1776913-delacao-de-socio-da-oas-trava-apos-ele-inocentar-lula.shtml

Agosto de 2016 – procuradoria encerra negociações
No final de agosto, a Procuradoria-Geral suspendeu as negociações com Léo Pinheiro e a OAS. Os advogados de Lula pedem que sejam apuradas as informações de que a delação foi recusada por inocentar o ex-presidente.

Negociação da delação da OAS é suspensa
http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/2016/08/pgr-suspende-negociacoes-de-delacao-premiada-com-leo-pinheiro.html

Pedido de investigação dos advogados de Lula sobre pressão sobre Léo Pinheiro na PGR não dá em nada
http://www.averdadedelula.com.br/pt/2016/08/27/advogados-de-lula-pediram-a-janot-apuracao-sobre-conduta-de-procuradores/

Setembro de 2016 – segunda prisão e intensificação das pressões
Duas semanas depois de recusada a primeira delação de Léo Pinheiro, o empresário foi preso novamente. Segundo o despacho do juiz de primeira instância Sergio Moro, para “garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e segurança da aplicação da lei penal”. Começava aí a uma nova fase de pressões na fabricação da delação.

Moro prende de novo Léo Pinheiro em setembro após a delação da OAS ser suspensa
http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/253453/Moro-prende-L%C3%A9o-Pinheiro-que-faria-a-dela%C3%A7%C3%A3o-da-OAS.htm

Em  outubro de 2016, um blog que atua como assessoria de imprensa clandestina dos promotores da Lava Jato publica uma nota revelando qual era o verdadeiro objetivo da prisão de Léo Pinheiro: obter qualquer afirmação que corroborasse a insustentável tese de que Lula seria dono de um apartamento no Guarujá.

Moro favorece delação de Léo Pinheiro
http://www.oantagonista.com/posts/moro-favorece-delacao-de-leo-pinheiro

Novembro de 2016 – sem Lula, pena é aumentada em 10 anos
A pressão se intensifica sobre o empresário em novembro, quando sua pena é aumentada em 10 anos. A matéria do Estadão que noticia o caso faz referência à dificuldade em se conseguir uma delação de Léo Pinheiro:

Tribunal impõe 26 anos de prisão para Léo Pinheiro da OAS
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/tribunal-impoe-23-anos-de-prisao-para-leo-pinheiro-da-oas/

 

Abril de 2017 – o condenado Léo Pinheiro se dobra e mente
Finalmente, em abril de 2017, Léo Pinheiro se dobra, troca de advogados e faz o depoimento que os procuradores queriam incriminando Lula. O empresário diz ter sido o único responsável dentro da OAS pela questão do triplex e deixa claro que não tem provas do suposto acerto.

Advogados deixam defesa de Léo Pinheiro por conflito de interesses
http://paranaportal.uol.com.br/operacao-lava-jato/advogados-deixam-defesa-de-leo-pinheiro-por-conflito-de-interesses

 

A prova de que a delação fabricada já estava até nas mãos da imprensa é que jornal Valor Econômico anuncia o depoimento horas antes dele acontecer, assim como o blog de assessoria clandestina de imprensa dos procuradores da Lava Jato em todos os vazamentos ilegais que saem da equipe.

Léo Pinheiro vai dizer hoje que triplex era de Lula, afirma Valor
http://jornalggn.com.br/noticia/leo-pinheiro-vai-dizer-hoje-que-triplex-era-de-lula-afirma-valor

Na condição de réu, Léo Pinheiro tem o direito constitucional de mentir para se proteger. Como testemunha, no entanto, ele está proibido de mentir. O juiz de Curitiba foi questionado para esclarecer a situação, mas não viu contradição entre a negociação com o Ministério Público por benefícios penais e a busca da verdade no processo.

O depoimento de Léo Pinheiro contradiz depoimentos anteriores de funcionários da OAS, feitos com o compromisso de dizer a verdade, que disseram que Lula não seria o dono do apartamento, mas um potencial cliente. Além disso, uma série de documentos comprovam que até hoje a OAS é a detentoda da propriedade do imóvel.

Um Power-Point prova que o triplex não é de Lula
http://www.lula.com.br/um-power-point-com-prova-que-o-triplex-nao-e-de-lula

A narrativa negociada com o réu Leo Pinheiro muda substancialmente a denúncia apresentada pelo MPF naquele famoso power-point. Os procuradores acusaram Léo Pinheiro de ter transferido a propriedade para a família Lula da Silva em outubro de 2009, quando a OAS assumiu formalmente o empreendimento. Era uma acusação contrária aos fatos, testemunhos e documentos. Uma acusação absolutamente insustentável.

Também era (e é) insustentável a tese de que, desde 2009, o imóvel seria dado em troca de três contratos da OAS com a Petrobrás. Isso foi desmentido pelas auditorias externas e pelos depoimentos dos réus colaboradores Pedro Barusco e Alberto Youssef. Na farsa negociada com os procuradores da Lava Jato, Léo Pinheiro mudou sua versão e passou a dizer que:

a) João Vaccari exigiu que o triplex fosse “reservado” para Lula;

e

b) que o custo do imóvel e das reformas teria sido “deduzido” de supostos valores comprometidos pela OAS com o PT.

Claramente, a falsa versão negociada com Léo Pinheiro destina-se a cobrir os furos e inconsistências da denúncia do power-point, além de transferir sem provas, para outra pessoa (Vaccari), a responsabilidade pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro pelos quais Pinheiro é acusado na ação. Trata-se de uma farsa em favor do réu e dos levianos promotores.

LINK Original

Fabricando uma delação: contradições e pressão por uma delação envolvendo Lula

 

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