Em maior ato de 2015 em BH, esquerda pede mais democracia e mais direitos

 

Na tarde desta 5ª feira (20), dezenas de atos aconteceram em todo o país para defender a democracia e os direitos do povo brasileiro e denunciar o golpe da direita.

Em Belo Horizonte, o ato reuniu cerca de 12 mil pessoas e percorreu a cidade entre a praça Afonso Arinos e a praça da estação onde aconteceu um ato cultural de fechamento que se estendeu até o início da noite.

O desfile reuniu mais de vinte organizações, sindicatos, movimentos sociais, movimentos estudantis e culturais, de vários campos da esquerda, compondo a Frente Popular Mineira de esquerda que foi lançada no início de agosto. A Frente Mineira expressa seu repúdio contra o “alinhamento de um campo neoliberal antipopular e antinacional, demarcado pelo Imperialismo e composto pela grande mídia, a oligarquia financeira, líderes políticos conservadores e setores do judiciário”, como estipulado na sua carta de fundação.

Foto: Gustavo Ferreira

“Não vai ter golpe!”, “Que os ricos paguem pela crise”, “Fora Cunha”, foram as chamadas que acompanharam os manifestantes ao som das baterias e dos cantos populares. O ato, além de denunciar o impeachment chamado pela direita, também expressou severas cobranças ao atual governo.

Precisamos denunciar o ajuste fiscal que sucateia as políticas públicas de educação, de previdência e joga a conta nas costas do povo”, avisa Marcelino Rocha da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Outra pauta relevante é a da Petrobras, cuja integral estatização é exigida pelo movimento, que vê nas atuais tentativas de desestabilização política do poder econômico o interesse de se apropriar as riquezas do Pré-Sal com a privatização da estatal.

Por sua vez, Leonardo Péricles, do Movimento de luta nos bairros, vilas e favelas (MLB), levanta o perigo que representa para os trabalhadores brasileiros as medidas provisórias MP 664 e 665, já aprovadas, e o projeto de lei da terceirização (PL 4330) em discussão no Senado. “Com essa agenda o Brasil vai voltar para trás” diz uma faixa segurada por duas jovens do movimento estudantil. “A violência com a qual Eduardo Cunha pretende destruir as conquistas do povo é assustadora e precisa ser denunciada”, diz uma delas, relembrando que na véspera, a redução da maioridade penal (PEC 171) também foi aprovada em segunda votação na Câmara.

Foto: Rafael Gaia

Ricos em cores e em pautas, as falas e as canções se sucederam até o fim do ato. Luta contra o monopólio dos meios de comunicação, reforma politica democrática, reformas agraria e urbana, defesa das liberdades contra o racismo, o machismo e a homofobia, inúmeras pautas que comprovam a possibilidade de construir um Brasil mais justo e social.

“Essa marcha é da cidadania, da valorização do povo. Esse ato superou nossas expectativas e comprova que estamos no caminho certo. Precisamos continuar fortalecer a Frente Popular porque somos mais fortes que os golpistas”, afirma Beatriz Cerqueira, presidente da CUT-MG ao final do ato.

Minas Gerais seguirá com agenda intensa de mobilizações progressistas até o início de setembro, com a participação do ex-presidente Lula no lançamento do congresso estadual da CUT no dia 28 de agosto, a organização do Encontro Nacional por um Plebiscito da Constituinte no dia 4 de setembro e o Lançamento Nacional da Frente Popular de Esquerda pelo Brasil no dia 5 de setembro.

Foto: Rafael Gaia

 

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