Na tarde desta 5ª feira (20), dezenas de atos aconteceram em todo o país para defender a democracia e os direitos do povo brasileiro e denunciar o golpe da direita.
Em Belo Horizonte, o ato reuniu cerca de 12 mil pessoas e percorreu a cidade entre a praça Afonso Arinos e a praça da estação onde aconteceu um ato cultural de fechamento que se estendeu até o início da noite.
O desfile reuniu mais de vinte organizações, sindicatos, movimentos sociais, movimentos estudantis e culturais, de vários campos da esquerda, compondo a Frente Popular Mineira de esquerda que foi lançada no início de agosto. A Frente Mineira expressa seu repúdio contra o “alinhamento de um campo neoliberal antipopular e antinacional, demarcado pelo Imperialismo e composto pela grande mídia, a oligarquia financeira, líderes políticos conservadores e setores do judiciário”, como estipulado na sua carta de fundação.
“Não vai ter golpe!”, “Que os ricos paguem pela crise”, “Fora Cunha”, foram as chamadas que acompanharam os manifestantes ao som das baterias e dos cantos populares. O ato, além de denunciar o impeachment chamado pela direita, também expressou severas cobranças ao atual governo.
Precisamos denunciar o ajuste fiscal que sucateia as políticas públicas de educação, de previdência e joga a conta nas costas do povo”, avisa Marcelino Rocha da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Outra pauta relevante é a da Petrobras, cuja integral estatização é exigida pelo movimento, que vê nas atuais tentativas de desestabilização política do poder econômico o interesse de se apropriar as riquezas do Pré-Sal com a privatização da estatal.
Por sua vez, Leonardo Péricles, do Movimento de luta nos bairros, vilas e favelas (MLB), levanta o perigo que representa para os trabalhadores brasileiros as medidas provisórias MP 664 e 665, já aprovadas, e o projeto de lei da terceirização (PL 4330) em discussão no Senado. “Com essa agenda o Brasil vai voltar para trás” diz uma faixa segurada por duas jovens do movimento estudantil. “A violência com a qual Eduardo Cunha pretende destruir as conquistas do povo é assustadora e precisa ser denunciada”, diz uma delas, relembrando que na véspera, a redução da maioridade penal (PEC 171) também foi aprovada em segunda votação na Câmara.
Ricos em cores e em pautas, as falas e as canções se sucederam até o fim do ato. Luta contra o monopólio dos meios de comunicação, reforma politica democrática, reformas agraria e urbana, defesa das liberdades contra o racismo, o machismo e a homofobia, inúmeras pautas que comprovam a possibilidade de construir um Brasil mais justo e social.
“Essa marcha é da cidadania, da valorização do povo. Esse ato superou nossas expectativas e comprova que estamos no caminho certo. Precisamos continuar fortalecer a Frente Popular porque somos mais fortes que os golpistas”, afirma Beatriz Cerqueira, presidente da CUT-MG ao final do ato.
Minas Gerais seguirá com agenda intensa de mobilizações progressistas até o início de setembro, com a participação do ex-presidente Lula no lançamento do congresso estadual da CUT no dia 28 de agosto, a organização do Encontro Nacional por um Plebiscito da Constituinte no dia 4 de setembro e o Lançamento Nacional da Frente Popular de Esquerda pelo Brasil no dia 5 de setembro.