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Manifestações

Em dois anos, 400 ações foram ajuizadas na justiça trabalhista contra o McDonald’s do Brasil

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Manifestação dos funcionários do McDonald’s, nessa quarta-feira (15), denuncia exploração no trabalho e péssimas condições de serviço

Quem trafegava pelos arredores do MASP por volta das 10h da quarta-feira (15), já podia ouvir o carro de som emitindo uma série de palavras de ordem. Era o ato mundial em defesa dos funcionários da gigante do fast food, o McDonald’s. A mobilização foi uma iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Restaurantes e afins de São Paulo (Sinthoresp), da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e Confederação Nacional de Trabalhadores de Hospitalidade e Turismo (Contratuh). Outras entidades também estiveram presentes em apoio à causa, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Em grande número, as camisas amarelas do Sinthoresp traziam os escritos #SemDireitoNãoÉLegal, nome adotado para a versão brasileira do movimento. Alguns Ronalds McDonald’s, presos em uma jaula, dava o tom performático da manifestação. Por volta das 11h30 da manhã, a manifestação saiu em marcha pela Avenida Paulista em direção a uma das unidades da lanchonete, que fica a algumas quadras do MASP, local caracterizado pelo grande número de artistas de rua.

Não houve atrito com a Polícia Militar, apesar do pequeno cordão de isolamento feito por policiais e seguranças na entrada da lanchonete, que permaneceu aberta a clientela. Cerca de uma hora depois, um ato simbólico cremou, sem muito sucesso, o caixão de Ronald McDonald’s, carregado pelos manifestantes. Dentro da lanchonete, alguns transeuntes paravam para olhar a movimentação, curiosos. A maioria, no entanto, fazia sua refeição tranquilamente.

Foto: Victor Santos

Resultado do encontro entre representantes sindicais de todo o mundo — ocorrido em maio do ano passado em Nova York — o evento foi marcado em 40 países e reuniu, em São Paulo, cerca de 1.000 pessoas segundo os organizadores. Já nos cálculos da PM, foram 300 participantes. A mobilização buscou chamar a atenção para as agressões trabalhistas sofridas pelos funcionários da lanchonete. Em especial, a questão dos baixos salários, que ganhou força em 2012, nos Estados Unidos, e passou a ecoar em muitos outros países.

No Brasil, contudo, a exploração dos funcionários do McDonald’s também não é nova. De acordo com as entidades, entre 2012 e 2014, quase 400 ações foram ajuizadas na justiça trabalhista contra a rede em todo o país. As principais ocorreram em 23 de fevereiro e 18 de março deste ano. Na ocasião, a empresa foi acusada de pagar salários inferiores ao mínimo, promover acúmulo de funções, não remunerar horas extras, desrespeitar intervalos de descanso e não pagar o adicional de insalubridade.

Leia também: A mobilizaçao das redes de Fast Food em Nova Iorque

Umas das questões mais polêmicas se refere à jornada móvel variável, método proibido em 2013, pelo qual o trabalhador “fica lá a disposição pra trabalhar só na hora do pico, e receber aquilo de acordo com as horas trabalhadas”, como explica Francisco Calasans Lacerda, presidente do Sinthoresp. Segundo ele, o McDonald’s ainda estimulou a criação de um sindicato específico para os trabalhadores de redes de fast food (Sindifast), na tentativa de driblar o piso salarial de R$ 1.050 estipulado pela Sinthoresp.

Apesar dessas condições, uma parcela ínfima da manifestação era composta de atuais funcionários da empresa. Os únicos dois que conseguimos entrevistar não quiseram revelar seus nomes com medo de represálias. Perguntado sobre os motivos de estar na manifestação, um dos jovem, de 23 anos, ressalta os baixos salários, o não pagamento de horas extras e o esquema de banco de horas. “Você fica até mais tarde hoje!Amanhã você pode sair mais cedo”, dizem os chefes aos funcionários. No entanto, nem sempre é respeitado, segundo o jovem. Ambos estão na empresa a 7 anos e dizem que recebem aumento anual de apenas alguns centavos.

Já a ex-funcionária Ana, 26, foi além dos salários e apontou para o assédio moral. “Não tratam a gente com dignidade! Só usam palavras de baixo calão!”, denuncia a trabalhadora.

Em nota pouco esclarecedora, o McDonald’s diz ter “convicção do cumprimento da legislação, seguida pela companhia desde a abertura do seu primeiro restaurante brasileiro, há 36 anos”.

 

Belo Horizonte

Marcha das Vadias – Por um mundo de respeito a todas as mulheres

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Fotografia: Sô Fotocoletivo

 

 

Marcha do que ? DAS VADIAS! Mas isso é xingamento! Sim… assim como puta, piranha, biscate ou “novinha”. Se as mulheres são seres marcados e oprimidos pela sociedade machista e patriarcal, que elas possam se remarcar e ser o que quiserem ser: bela, recatada, do lar (aff)! Mas também puta, da rua, da luta.

E não é não!
E marcharemos. Marcharemos até que todas sejamos livres.

 


A Marcha das Vadias surgiu em 2011, depois que o policial – segurança de uma universidade em Toronto, no Canadá, disse “para as vadias se comportarem para não ser atacadas”. Ele se referia à onda de estupros que estava ocorrendo lá. As vadias eram as mulheres vítimas dos ataques. O caso indignou as mulheres, que criaram a Marcha das Vadias para denunciar a Cultura do Estupro. Ela existe, não adianta negar. Assim como o machismo, e precisa ser extinta. A pauta é das mais urgentes.

A cada minuto uma mulher é violentada no Brasil. Os dados são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) e são assustadores. No mês seguinte ao caso de Toronto, as mulheres no Brasil passaram a marchar também. Em vários países elas marcham contra a Cultura do Estupro.

 


O ato começou espremido na Praça da Estação, pois o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, alugou a praça pública e assim “ela é privada hoje e não pública”, como disse o funcionário que ajudava na desmontagem da estrutura que havia no local. Na saída da Marcha das Vadias, o batuque do Bloco Bruta Flor e Tambores de Luta foi abafado por um som ligado bem na hora na tal estrutura. Estávamos ali há mais de uma hora e nada de som até ali. Coincidência não?

Mas marchamos.

Marchamos por respeito a vida de todas as mulheres.

 

 

Marchamos pelo fim da Cultura do estupro. Pela legalização do aborto. Pela igualdade. Pela maternidade como escolha, e não imposição. Pela vida de todas as mulheres. Marchamos contra o golpe em curso e em repúdio a políticos corruptos, machistas e homofóbicos:”Ei Temer, não sou da sua laia. Fora Cunha, Bolsonaro e Malafaia”.
E marchamos. Denunciamos. Brigamos. Piadas machistas não podem mais ser toleradas. É preciso revidar. Um homem não pode afirmar que uma mulher gosta de “piroca”. Isso é invasão, é desrespeito, é a cultura do estupro no seu sentido mais “desenhado”. E não, você não diz o que a novinha quer, só ela sabe e o querer é dela.

 

 

Tinha mulher vestida de todo jeito, e inclusive com pouca roupa. E não era um convite. “Tô de minissaia. Não te devo nada!”. A marcha terminou na Rua Guaicurus, no centro de Belo Horizonte. Local conhecido por abrigar muitas casas de prostituição, havia muitos homens ali, e foi ali que rolou olhares furtivos e piadas machistas. A marcha das vadias também é pelas putas. É por todas as Mulheres.

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Campinas

Parada LGBT resiste mesmo sem apoio oficial e atrai milhares às ruas de Campinas

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O domingo (26) na cidade de Campinas teve suas ruas tomada de cores, pessoas, alegria, música e protesto. A 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas, neste ano, tem como tema “Diga sim à educação e não à transfobia. Intolerância: o vírus mais assassino. Contra qualquer forma de opressão” . O tema, segundo Douglas Holanda, um dos organizadores é um alerta a todo e qualquer tipo de intolerância”.

A luta contra a incompreensão do segmento LGBT sofre no seu dia-a-dia se estendeu aos órgãos públicos. A Polícia Militar e o Ministério Público aconselharam a Prefeitura a não apoiar a Parada por falta de segurança. A Prefeitura também já havia sinalizado a insuficiência de recursos para colaborar com a Parada, assim como vem fazendo há alguns anos. O impasse aconteceu na semana passada, faltando poucos dias para o evento.

Segundo Lúcia Costa, integrante do Aos Brados e da Comissão da Parada LGBT de Campinas: “A Prefeitura nos desrespeitou ao acatar o Ministério Público, não lutou por nós, não pensou em nós. Ela se negou a dar banheiros químicos, segurança para as pessoas se recusando a pagar horas extras para a Guarda Municipal e Saúde. É um retrocesso e desrespeito ao movimento. É um movimento pacífico que leva grande número de pessoas, não há uma agressão. É menos violento que qualquer dérbi. O ato mais agressivo é um travesti retocando seu batom”.

Mesmo com a falta do apoio público, a Organização da Parada se articulou e conseguiu ajuda para que acontecesse a 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas. Mais de 20 mil pessoas acompanharam os dois trios elétricos, durante o trajeto pelas ruas centrais da cidade com muita  animação.

Várias pessoas residentes, na área central, acompanharam a Parada das janelas dos apartamentos,  algumas acenavam para os Trios Elétricos, na Avenida Francisco Glicério houve chuva de papel picado vinda dos prédios.

Encerrando o trajeto, a multidão que acompanhava lotou as praças do Largo do Rosário e Guilherme de Almeida (Praça do Fórum).

Este ano a concentração da 16ª edição da Parada foi ao lado do Fórum, na Avenida Dr. Campos Sales. De lá, a multidão subiu a Avenida Francisco Glicério até Dr. Moraes Sales, seguiu até o cruzamento com a Rua Irmã Serafina, continuando pela Avenida Anchieta até a Avenida Benjamin Constant. Ao retornarem à Avenida Francisco Glicério, o grupo seguiu até o Largo do Rosário.

A manifestação transcorreu pacífica até por volta das 20h, quando, segundo relatos a Polícia Militar  quis dispersar as pessoas que ainda estavam pelo centro da cidade. A concentração era na Praça Bento Quirino, um local habitualmente frequentado pela comunidade LGBTQ+.  Ainda segundo os relatos, a PM usou gás de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borrachas para dispersar as pessoas. Algumas pessoas ficaram feridas e foram socorridas por populares durante a ação truculenta da Polícia.

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Campinas

A cidade de Campinas amanhece com faixas de denúncia ao Prefeito Jonas Donizette.

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Campinas amanhece com faixas de denúncia contra governo de Jonas Donizette espalhadas pela cidade.

Nesta quinta-feira (30/06), mesmo dia em que a prefeitura inaugura a conclusão das obras da avenida Francisco Glicério, agentes culturais espalharam pela cidade faixas com uma série de críticas à gestão de Jonas Donizette (PSB).

Faixas laranjas foram fixadas em pontilhões e passarelas localizados em pontos de intensa circulação e fluxo de pessoas. A má gestão dos recursos, o atraso de pagamentos, a terceirização de serviços públicos que prejudica o atendimento à população, o descaso em relação à criação do conselho municipal de cultura, cuja lei não foi encaminhada à câmara e está parada há dois anos, e a recente repressão ao movimento LGBT ocorrida no final de semana, foram temas criticados pelas faixas.

Assim como no dia 8 de junho, em que faixas semelhantes foram estendidas das janelas do 15º andar da prefeitura, onde se localiza a Secretaria de Cultura, as faixas espalhadas pelos viadutos e passarelas na manhã de hoje trouxeram como assinatura apenas o termo “#cultura”, e até o momento a autoria não foi assumida por nenhum movimento específico da cidade.

 

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