EM ATO NA UNIFESP INTELECTUAIS COMPARAM CENÁRIO ATUAL À GOLPE 64

O Ato pela Legalidade, Democracia e Universidades Públicas na Unifesp, debateu a fragilização que a votação do golpe impõe à nossa democracia. A comparação dos dias de hoje com o ano sombrio de 1964, do Golpe Militar, esteve em quase todas falas dos palestrantes.

O professor do Instituto de Economia da Unicamp, Eduardo Fagnani disse que “parece que não evoluímos e esse golpe mostra isso. A história continua e ela não vai terminar com esse episódio grotesco de domingo”, declarou.

Para o juiz André Bezerra o papel policial e judicial na política vem se impondo sobre os demais. “Quero ressaltar o quadro político e jurídico que tem protagonismo na ordem de prisão. Esse é um quadro que não afeta a classe média, mas sim as pessoas mais excluídas e com menos poder. Mas por quê? Porque esse quadro é muito semelhante ao de 1964, onde em nome de um suposto combate à corrupção, tirou-se um presidente legítimo e instaurou-se a ditadura. Mais uma vez na nossa história esse combate à corrupção vem à tona”.

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A defesa da população pobre foi a tônica de sua fala. “Tenho três fundamentos pra explicar o perigo desse discurso: ao falar de impunidade à corrupção o judiciário exclui que o Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo, em sua maioria por pessoas pobres. Em segundo lugar, exclui o discurso de liberdade pública, que tem origem liberal, esses que nossas elites econômicas dizem, mas só dizem, defender. Em terceiro lugar é um discurso que fortalece os salvadores da pátria”, explicou o juiz.

O sociólogo e jornalista, professor da USP, Laurindo Lalo Leal disse que “estamos às vésperas de um golpe de estado e precisamos combatê-lo. Não podemos nos desestabilizar, mesmo que a mídia golpista fique martelando o fascismo nessa sociedade”,

E André Roberto Espinosa, ex-preso político e professor da Unifesp, acrescentou que a mídia golpista tenta desestabilizar aqueles que estão lutando contra o golpe.

Já o jornalista Breno Altman, editor do Opera Mundi, firmou a questão dizendo que “quem não entendeu ainda que o golpe tem um elitismo de classe, que esse golpe é um retrocesso como nunca visto desde 64, não entendeu nada!”

Também esteve presente no ato o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, Paulo Zocchi que defendeu que hoje, diferentemente de 1964, os jornalistas tem organização e condições melhores para enfrentar e prosseguir na luta.

Para finalizar, o ex-senador Eduardo Suplicy, mitou exigindo que uma mulher estivesse na mesa e animou a torcida: “Todos aqui irão, assim como eu, na manifestação no Vale do Anhangabaú domingo? Quero todo mundo lutando pela nossa democracia porque #NaoVaiTerGolpe!!!

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