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Manifestações

Diretor de manicômio desumano é premiado com a Coordenação de Saúde Mental do país

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Por Cecília Bacha e César Locatelli, com a colaboração de Claudia Trigo de Aguiar, especial para os Jornalistas Livres


Marcelo Castro (PMDB), ministro da saúde, contrariou 656 entidades de saúde e movimentos sociais ligados à luta antimanicomial, ao revelar, em audiência pública em 10/12, a indicação de um ex-diretor de um manicômio, fechado por reconhecidos atos desumanos, para coordenar a política de saúde mental no Brasil.

O resultado não poderia ser diferente: os movimentos ocuparam, em 15/12/2015, a Coordenação de Saúde Mental do Ministério da Saúde. A nomeação de Valencius Wurch Duarte Filho provocou revolta geral dos trabalhadores da saúde e familiares de pacientes. Sua escolha representa um retrocesso gigantesco no processo de humanização das ações de saúde mental no Brasil.

Valencius Wurch Duarte Filho é o médico psiquiatra que atuou, de 1994 até 2000, como “diretor do maior manicômio privado da América Latina, a Casa de Saúde Dr. Eiras de Paracambi, que foi fechada por ordem judicial em 2012, após anos de denúncias sobre violações dos Direitos Humanos, diante das condições subumanas a que os pacientes eram submetidos”, denuncia o Sistema Conselhos de Psicologia que repudiou a indicação de Wurch para o cargo.

Valencius é “um opositor histórico ao movimento antimanicomial, crítico ferrenho da Lei 10.216/2001 desde o início, que desqualifica os saberes e práticas da Psicologia e de outras ciências no campo da saúde mental ao taxar de meramente ideológico o fechamento dos manicômios”, continua a nota do Sistema Conselhos de Psicologia:

No Brasil, o processo de reforma psiquiátrica eclodiu a partir da movimentação política e social de redemocratização, na segunda metade da década 70, forjando-se em torno dos ideais de garantia dos direitos de cidadania dos doentes mentais.

A Lei de Saúde Mental completa 15 anos em 2016, mas os envolvidos no processo histórico da Reforma Psiquiátrica brasileira terão pouco sossego para comemorar os avanços conquistados neste período.

A exoneração do antigo coordenador, Roberto Tykanori, um dos nomes mais importantes da transformação no atendimento em Saúde Metal no Brasil, gerou protestos em toda a rede de atendimento psiquiátrico do governo.

Tykanori, aliado ao doutor David Capistrano que estava à frente da Secretaria de Saúde de Santos, protagonizaram a primeira vivência brasileira de tratamento fora de hospício ao fechar a Casa de Saúde Anchieta, conveniada ao INAMPS na época. Era o desdobramento da I Conferência Nacional de Saúde Mental e do 2º Congresso Nacional dos Trabalhadores de Saúde Mental, em Bauru (SP), ocorridas em 1987.

O que teria feito Marcelo Castro (PMDB), ministro da saúde, nomear para o cargo de Coordenador de Saúde Mental, um médico com longa participação em um manicômio reconhecido pelos atos desumanos e violações que praticou?

Os movimentos brasileiros de saúde, não somente de saúde mental, preocupam-se com os constantes ataques feitos ao Sistema Único de Saúde — SUS. Há uma forte aliança de interesses voltados a desqualificar o SUS e convencer a população de que a única solução é privatizar definitivamente o sistema. Os movimentos não poupam críticas ao SUS, mas são frontalmente contra seu desmonte.

Para saber mais, por favor, veja:

1 – No blog Viomundo por Conceição Lemes

Trevas no rumo da Saúde Mental: ministro critica influência de Foucault e indica psiquiatra que dirigiu casa de horrores; “a comida não daria para meus cachorros”

http://www.viomundo.com.br/denuncias/trevas-no-rumo-da-saude-mental-ministro-critica-influencia-teorica-de-foucault-e-indica-psiquiatra-que-dirigiu-casa-de-horrores-a-comida-nao-daria-para-meus-cachorros.html

2 – Rede Saúde Mental UFMG lança nota pública contra a nomeação de coordenador de Saúde Mental do Ministério da Saúde

https://www2.ufmg.br/proex/content/download/6331/41007/file/nota%20rede%20sa%C3%BAde%20mental%20UFMG.pdf

3 – Ocupação Fora Valencius — contra o retorno da lógica manicomial

https://www.facebook.com/foravalencius/?fref=ts

4 – No sítio da Associação Brasileira de Saúde Coletiva — Abrasco

Repercussão da imprensa sobre nomeação de Valencius Wurch Duarte Filho

http://www.abrasco.org.br/site/2015/12/repercussao-da-imprensa-sobre-nomeacao-de-valencius-wurch-duarte-filho/

5 – No sítio Saúde!Brasileiros

Movimentos ocupam Ministério da Saúde contra nomeação de coordenador de Saúde Mental

http://brasileiros.com.br/2015/12/movimentos-ocupam-ministerio-da-saude-contra-nomeacao-de-coordenador-de-saude-mental/

6 – Do sítio da Associação Brasileira de Saúde Mental

Conselho Federal de Psicologia: Sistema Conselhos repudia troca de coordenador de Saúde Mental

http://www.abrasme.org.br/informativo/view?ID_INFORMATIVO=210

7 – Do sítio do Conselho Federal de Psicologia

Militantes da Luta Antimanicomail ocuparam a Coordenação Geral de Saúde Mental do Ministério da Saúde

http://site.cfp.org.br/manifestantes-da-luta-antimanicomial-ocupam-ministerio-de-saude/

Belo Horizonte

Marcha das Vadias – Por um mundo de respeito a todas as mulheres

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Fotografia: Sô Fotocoletivo

 

 

Marcha do que ? DAS VADIAS! Mas isso é xingamento! Sim… assim como puta, piranha, biscate ou “novinha”. Se as mulheres são seres marcados e oprimidos pela sociedade machista e patriarcal, que elas possam se remarcar e ser o que quiserem ser: bela, recatada, do lar (aff)! Mas também puta, da rua, da luta.

E não é não!
E marcharemos. Marcharemos até que todas sejamos livres.

 


A Marcha das Vadias surgiu em 2011, depois que o policial – segurança de uma universidade em Toronto, no Canadá, disse “para as vadias se comportarem para não ser atacadas”. Ele se referia à onda de estupros que estava ocorrendo lá. As vadias eram as mulheres vítimas dos ataques. O caso indignou as mulheres, que criaram a Marcha das Vadias para denunciar a Cultura do Estupro. Ela existe, não adianta negar. Assim como o machismo, e precisa ser extinta. A pauta é das mais urgentes.

A cada minuto uma mulher é violentada no Brasil. Os dados são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) e são assustadores. No mês seguinte ao caso de Toronto, as mulheres no Brasil passaram a marchar também. Em vários países elas marcham contra a Cultura do Estupro.

 


O ato começou espremido na Praça da Estação, pois o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, alugou a praça pública e assim “ela é privada hoje e não pública”, como disse o funcionário que ajudava na desmontagem da estrutura que havia no local. Na saída da Marcha das Vadias, o batuque do Bloco Bruta Flor e Tambores de Luta foi abafado por um som ligado bem na hora na tal estrutura. Estávamos ali há mais de uma hora e nada de som até ali. Coincidência não?

Mas marchamos.

Marchamos por respeito a vida de todas as mulheres.

 

 

Marchamos pelo fim da Cultura do estupro. Pela legalização do aborto. Pela igualdade. Pela maternidade como escolha, e não imposição. Pela vida de todas as mulheres. Marchamos contra o golpe em curso e em repúdio a políticos corruptos, machistas e homofóbicos:”Ei Temer, não sou da sua laia. Fora Cunha, Bolsonaro e Malafaia”.
E marchamos. Denunciamos. Brigamos. Piadas machistas não podem mais ser toleradas. É preciso revidar. Um homem não pode afirmar que uma mulher gosta de “piroca”. Isso é invasão, é desrespeito, é a cultura do estupro no seu sentido mais “desenhado”. E não, você não diz o que a novinha quer, só ela sabe e o querer é dela.

 

 

Tinha mulher vestida de todo jeito, e inclusive com pouca roupa. E não era um convite. “Tô de minissaia. Não te devo nada!”. A marcha terminou na Rua Guaicurus, no centro de Belo Horizonte. Local conhecido por abrigar muitas casas de prostituição, havia muitos homens ali, e foi ali que rolou olhares furtivos e piadas machistas. A marcha das vadias também é pelas putas. É por todas as Mulheres.

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Campinas

Parada LGBT resiste mesmo sem apoio oficial e atrai milhares às ruas de Campinas

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O domingo (26) na cidade de Campinas teve suas ruas tomada de cores, pessoas, alegria, música e protesto. A 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas, neste ano, tem como tema “Diga sim à educação e não à transfobia. Intolerância: o vírus mais assassino. Contra qualquer forma de opressão” . O tema, segundo Douglas Holanda, um dos organizadores é um alerta a todo e qualquer tipo de intolerância”.

A luta contra a incompreensão do segmento LGBT sofre no seu dia-a-dia se estendeu aos órgãos públicos. A Polícia Militar e o Ministério Público aconselharam a Prefeitura a não apoiar a Parada por falta de segurança. A Prefeitura também já havia sinalizado a insuficiência de recursos para colaborar com a Parada, assim como vem fazendo há alguns anos. O impasse aconteceu na semana passada, faltando poucos dias para o evento.

Segundo Lúcia Costa, integrante do Aos Brados e da Comissão da Parada LGBT de Campinas: “A Prefeitura nos desrespeitou ao acatar o Ministério Público, não lutou por nós, não pensou em nós. Ela se negou a dar banheiros químicos, segurança para as pessoas se recusando a pagar horas extras para a Guarda Municipal e Saúde. É um retrocesso e desrespeito ao movimento. É um movimento pacífico que leva grande número de pessoas, não há uma agressão. É menos violento que qualquer dérbi. O ato mais agressivo é um travesti retocando seu batom”.

Mesmo com a falta do apoio público, a Organização da Parada se articulou e conseguiu ajuda para que acontecesse a 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas. Mais de 20 mil pessoas acompanharam os dois trios elétricos, durante o trajeto pelas ruas centrais da cidade com muita  animação.

Várias pessoas residentes, na área central, acompanharam a Parada das janelas dos apartamentos,  algumas acenavam para os Trios Elétricos, na Avenida Francisco Glicério houve chuva de papel picado vinda dos prédios.

Encerrando o trajeto, a multidão que acompanhava lotou as praças do Largo do Rosário e Guilherme de Almeida (Praça do Fórum).

Este ano a concentração da 16ª edição da Parada foi ao lado do Fórum, na Avenida Dr. Campos Sales. De lá, a multidão subiu a Avenida Francisco Glicério até Dr. Moraes Sales, seguiu até o cruzamento com a Rua Irmã Serafina, continuando pela Avenida Anchieta até a Avenida Benjamin Constant. Ao retornarem à Avenida Francisco Glicério, o grupo seguiu até o Largo do Rosário.

A manifestação transcorreu pacífica até por volta das 20h, quando, segundo relatos a Polícia Militar  quis dispersar as pessoas que ainda estavam pelo centro da cidade. A concentração era na Praça Bento Quirino, um local habitualmente frequentado pela comunidade LGBTQ+.  Ainda segundo os relatos, a PM usou gás de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borrachas para dispersar as pessoas. Algumas pessoas ficaram feridas e foram socorridas por populares durante a ação truculenta da Polícia.

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Campinas

A cidade de Campinas amanhece com faixas de denúncia ao Prefeito Jonas Donizette.

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Campinas amanhece com faixas de denúncia contra governo de Jonas Donizette espalhadas pela cidade.

Nesta quinta-feira (30/06), mesmo dia em que a prefeitura inaugura a conclusão das obras da avenida Francisco Glicério, agentes culturais espalharam pela cidade faixas com uma série de críticas à gestão de Jonas Donizette (PSB).

Faixas laranjas foram fixadas em pontilhões e passarelas localizados em pontos de intensa circulação e fluxo de pessoas. A má gestão dos recursos, o atraso de pagamentos, a terceirização de serviços públicos que prejudica o atendimento à população, o descaso em relação à criação do conselho municipal de cultura, cuja lei não foi encaminhada à câmara e está parada há dois anos, e a recente repressão ao movimento LGBT ocorrida no final de semana, foram temas criticados pelas faixas.

Assim como no dia 8 de junho, em que faixas semelhantes foram estendidas das janelas do 15º andar da prefeitura, onde se localiza a Secretaria de Cultura, as faixas espalhadas pelos viadutos e passarelas na manhã de hoje trouxeram como assinatura apenas o termo “#cultura”, e até o momento a autoria não foi assumida por nenhum movimento específico da cidade.

 

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