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jornalismo

Criador da sigla PIG, Paulo Henrique Amorim não poupava Moro, Dallagnol, Bolsonaro e o PSDB

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O jornalista Paulo Henrique Amorim morreu aos 77 anos de idade na madrugada desta quarta-feira (10), na casa onde morava, no Rio de Janeiro, vítima de um infarto fulminante.

Jornalista respeitado e polêmico, era funcionário da Record, mas havia sido afastado do programa Domingo Espetacular há duas semanas por pressões de aliados do governo Bolsonaro.

Crítico ferrenho do ex-juiz Sérgio Moro, da seletividade da operação Lava Jato, de Jair Bolsonaro e de políticos do PSDB, em especial Fernando Henrique Cardoso e José Serra, o jornalista mantinha atualizado diariamente o blog Conversa Afiada, referência entre os veículos de mídia progressista.

Foi Paulo Henrique Amorim quem criou a sigla PIG para satirizar o que ele chamava de Partido da Imprensa Golpista, alusão aos órgãos de mídia tradicional do país, com destaque para a Rede Globo e os jornais O Globo, Folha de S.Paulo e Estado de S.Paulo.

Também ficou popularmente conhecido pelo bordão “olá, tudo bem?”.

Amorim iniciou a carreira no jornalismo em 1961 e, antes de criar o Conversa Afiada, atuou tanto na televisão como na mídia impressa. Entre as empresas por onde passou estão a Record, Rede Globo, Band, TV Cultura, jornal A Noite, jornal do Brasil, além das revistas Veja, Exame, Realidade, Fatos e Fotos e Manchete.

Premiado, Paulo Henrique Amorim recebeu o prêmio Esso de jornalismo em 1972 por uma reportagem publicada pela revista Veja sobre a renda dos brasileiros.

O jornalista também colecionou processos por crimes de injúria, calúnia e difamação, sendo obrigado a indenizar alguns figurões do jornalismo, a exemplo de Ali Kamel, Merval Pereira e Heraldo Pereira, da Rede Globo, o banqueiro Daniel Dantas, e até o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes.

A última vez que esteve em Natal (RN) foi em 2016, quando participou como convidado do projeto “Na trilha da Democracia”, iniciativa promovida pela Adurn-Sindicato com grandes nomes progressistas do país. Na ocasião, ele lançou o livro “O Quarto Poder” com críticas ao Partido da Imprensa Golpista.

Paulo Henrique Amorim deixa uma filha e a esposa.

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Economia

CENSURA: Quando a gente para de gritar de horror, a gente aceita tudo

Censura a 11 matérias do jornalista Luis Nassif (JornalGGN) visa impedir a divulgação dos negócios do BTG Pactual; juiz obrigou à “despublicação”

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Solidariedade ao jornalista Luis Nassif, do JornalGGN

A censura ao JornalGGN e ao jornalista Luis Nassif está naquele rol de obscenidades a que o Brasil se acostumou. Se nem Deus mais se respeita (olha o padre e a evangélica que gabaritam em todos os pecados), se nem médico mais se respeita (veja as invasões de hospitais insufladas por Bolsonaro), se advogado agora leva socos na boca quando vai a presídios (e quem os dá são os policiais), se uma criança estuprada de 10 anos é xingada de “puta” e querem obrigá-la a levar a gestação a termo, mesmo que ela morra… Se num dia é uma patroa praticamente jogando um menino das alturas de um prédio e, no outro, é o surgimento instantâneo da Máfia dos Respiradores (enquanto o País sufoca com cento e picos mil mortos). Se morrem cento e picos mil e o presidente que perguntou “E daí?” está praticamente reeleito… Se tudo isso é verdade, por que não censurar o JornalGGN e o jornalista Luis Nassif? O que é, diante de tanto horror, um juiz mandar apagar as matérias que mencionem o BTG Pactual, não por acaso o hiper-banco de investimento de onde emergiu o atual ministro Paulo Guedes, antes de se consagrar como o maior criminoso do País? Só para dar uma idéia do tamanho, em julho de 2014, o BTG Pactual alcançou a marca de US$ 200 bilhões em ativos totais. Mais de R$ 1 trilhão.

É que, se eles conseguirem censurar o JornalGGN e o jornalista Luis Nassif, se eles conseguirem censurar a imprensa, eles também serão capazes de suprimir todas as notícias que foram mencionadas acima. Bastará um juiz decidir que quer que seja assim. Cancelam-se as matérias. Cancela-se o jornalismo. Cancela-se o que é inconveniente para os amigos do Presidente.

E por que o BTG Pactual quer censurar o mais importante jornalista de economia do País, Luis Nassif?

Essa é fácil: para que ele não possa contar a todos que o Brasil está sendo esquartejado e vendido como lavagem para porcos, para ser comprado em seguida por bancos como o BTG Pactual, o hiper-banco de investimento de onde emergiu o atual ministro Paulo Guedes — antes de se consagrar como o maior escroque do País (é sempre bom lembrar).

Follow the money (“Siga o dinheiro”) é um bordão que foi popularizado pelo filme “Todos os Homens do Presidente” (EUA, 1976). É assim: se você está investigando um escândalo de corrupção, o primeiro aspecto a considerar é quem vai ganhar com isso. Quem vai ganhar na loto.


Luis Nassif, porque é o mais importante jornalista de economia do País, estava fazendo exatamente isso. Mostrando os grandes fluxos de dinheiro que permitem provar os esquemas de corrupção graúdos. Censurar Nassif e o JornalGGN é calar o jornalismo, impedir as reportagens. É cassar da população o direito de se informar. É tornar os entes financeiros absolutamente fora de qualquer controle social, sob o argumento de que, estando nas bolsas de valores, não podem sofrer qualquer vibração na opinião pública. Absolutamente fora de qualquer controle social.

Pense nisso. Bancos livres para fazer o que quiserem…

Por tudo isso, os Jornalistas Livres solidarizam-se com o mais importante jornalista de economia do País, Luis Nassif. E colocam-se à disposição para republicar em nossas páginas os conteúdos censurados.

Pela liberdade de imprensa!

Pela liberdade de expressão!

Abaixo a censura

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Comunicação

Mídia 4P está órfão da sua grande inspiração, o Conversa Afiada

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O portal Mídia 4P, mídia independente lançado ano dia 2 de Julho de 2019 para servir à luta antirracista brasileira, central para a pauta nacional, está mais triste desde ontem. Nesta sexta-feira, 31 de julho, encerrou suas atividades a grande inspiração para nossa plataforma, o site Conversa Afiada, liderado até o ano passado pelo grande Paulo Henrique Amorim, pela jornalista Georgia Pinheiro e por uma equipe de guerreiros e guerreiras da mídia alternativa e progressista.

Foi do CAF (como era carinhosamente chamado) e da inspiração no site e no seu capitão que surgiu este Mídia 4P, sempre incentivado das formas mais diversas por PHA, por Georgia e por todos. Entenda mais lendo esse texto aqui, lançado quando da morte irreparável dele, ironicamente poucos dias após o lançamento do nosso site.

Também te convidamos a ler nossa homenagem ao completar um ano dessa grande dor, há poucos meses. Clique aqui para ler completo.

Mas, principalmente, indicamos clicar para ver o texto de despedida do CAF, que lemos com o coração palpitante e os olhos marejados.

Realmente, há pessoas que são insubstituíveis.

O Mídia 4P está órfão da sua grande inspiração!

Adeus e boa sorte! PHA vive!

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jornalismo

Editora faz vaquinha para produzir 20 livros de jovens jornalistas

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A Casa Flutuante, especializada em livros-reportagem e acadêmicos, abriu um financiamento público no Catarse para conseguir atravessar o período de pandemia e, de quebra, ajudar 20 novos autores a publicar gratuitamente, em formato e-book, bons trabalhos jornalísticos. Por meio de assinaturas mensais entre R$ 5 e R$ 50 (mas também pode doar mais, claro), a editora conseguirá manter seus custos nesse complicado momento da economia nacional e divulgar a marca. Mas não é só isso: jovens jornalistas e estudantes de jornalismo poderão se inscrever na campanha para produzirem profissionalmente livros com seus trabalhos de conclusão de curso de ou para grandes reportagens que merecem uma perenidade maior do que sites ou veículos que podem fechar com a recessão.

Não haverá custos para os jovens jornalistas, que receberão assessoria para projetos personalizados com revisão, diagramação, capa, registo ISBN, ficha catalográfica e um local na estante virtual da editora para a distribuição e divulgação. Além disso, receberão ainda cinco exemplares impressos de sua obra e dois arquivos digitais (um do e-book e um para impressão de novas cópias pelo próprio autor). Os assinantes, por sua vez, poderão receber desde a menção do nome nos títulos que ajudou a publicar, no site da editora e em ações de divulgação (se quiser), como também 20 títulos em e-book por mês em seu e-mail ou nos e-mails que indicar (boa dica para professores que quiserem distribuir as obras da editora a seus alunos).

No mercado desde 2016, a editora já lançou mais de 150 títulos com trabalhos de conclusão de curso e grandes reportagens sobre temas tão abrangentes quanto ética no jornalismo, feminismo, questões LGBTI+, política, refugiados, educação, entre outros, que podem ser adquiridos, baixados ou lidos gratuitamente em sua livraria digital. Entre as obras, está o livro Jornalismo Independente do Analógico ao Digital – 15 Anos da MediaQuatro, dos colaboradores dos Jornalistas Livres Vinicius Souza e Maria Eugênia Sá e prefácio de Laura Capriglione, também cofundadora do coletivo. O livro, aliás, está em promoção por R$ 12,00!

 

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