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Ciência

Corte de R$ 3,5 bilhões no ministério da Ciência

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A coluna dia a dia do desgoverno aponta os problemas políticos da dívida de R$ 319 mil devido a não comprovação de pagamentos da lei Rouanet pela atriz Regina Duarte.

E as brigas entre o ministro da injustiça e o des-presidente. Mas não o des-presidente que falou que ia cortar ministérios?

A confirmação das denúncias contra o número dois da Secom, que tem empresas com pendência judicial e bloqueio de cotas. Samy Liberman, número dois da Secom, é acusado pela justiça federal criação de empresas fantasmas, simulação de contratos, sonegação de impostos em 2014 e 2015 e a Justiça Federal aplicou uma multa de R$ 55 milhões.

Veja link da matéria com as empresas bloqueadas e com pendência publicada a seis dias atrás:

https://jornalistaslivres.org/as-empresas-com-pendencia-judicial-da-turma-da-comunicacao-da-presidencia/

Nas redes sociais estudantes apontam problemas nas notas de cortes do Enem e que os alunos estão sendo aprovados ilegalmente em dois cursos ao mesmo tempo. E o Ministério Público acaba de entrar na justiça para suspender o Enem, Sisu e Prouni. E a total incompetência do ministro da “Educassão”.

O resultado da incompetência no  Enem  e as inscrições no Sisu e Prouni foram suspensas por decisão judicial.

Por ultimo, o corte de R$ 3,5 bilhões no ministério da Ciência, Tecnologia,  Inovação e comunicação .

Os cortes praticamente se espraiam em todos os grupos com destaque para corte de pessoal de R$ 1,49 bilhão, custeio do Ministério em R$ 380,9 milhões, investimentos em R$ 275 milhões e repasses para empresas públicas investirem da ordem de R$ 1,35 bilhão.

2019 2020 variação variação
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e 15.339.075.530 11.810.348.278 -3.528.727.252 -23,00%
Pessoal e Encargos Sociais 4.416.030.905 2.923.720.800 -1.492.310.105 -33,79%
Juros e Encargos da Dívida 11.395.795 11.395.795 #DIV/0!
Outras Despesas Correntes 3.681.125.836 3.300.134.636 -380.991.200 -10,35%
Investimentos 681.006.513 405.757.062 -275.249.451 -40,42%
Inversões Financeiras 1.351.007.842 50.000 -1.350.957.842 -100,00%
Amortização da Dívida 29.341.095 29.341.095 #DIV/0!

 

Por Unidade Orçamentária, uma subdivisão administrativa do Ministério,  destaco cortes na administração direta do Ministério Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações da ordem de R$ 2,5 bilhões, de R$ 156 milhões na Comissão Nacional de Energia Nuclear, de 57 milhões na Comissão Nacional de Energia Nuclear e do R$ 18 milhões no Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada – S.A. – CEITEC.

Unidade Orçamentária Orçamento 2019 Orçamento 2020 Variação Variação
24101 – Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – Administração Direta 4.929.202.645 2.416.747.684 -2.512.454.961 -50,97%
24201 – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 1.228.359.684 1.309.931.661 81.571.977 6,64%
24204 – Comissão Nacional de Energia Nuclear 1.035.935.126 878.964.240 -156.970.886 -15,15%
24205 – Comissão Nacional de Energia Nuclear 181.935.126 124.194.156 -57.740.970 -31,74%
24209 – Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada – S.A. – CEITEC 89.535.407 71.495.982 -18.039.425 -20,15%
24211 – Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL 593.652.324 607.894.650 14.242.326 2,40%
24901 – Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 4.238.112.323 4.891.707.968 653.595.645 15,42%
24906 – Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações – FUST 1.145.574.925 756.568.567 -389.006.358 -33,96%
24907 – Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações – FUNTTEL 204.488.099 18.101.568 -186.386.531 -91,15%

 

Por ação verificamos que o governo dos terraplanistas corta recursos da SBPC (-R$ 1,4 milhões ou -23,5%) da implantação do Centro espacial da base de Alcântara em -R$ 5,5 milhões ou -76%,  de monitoramento e alertas naturais em -R$ 8 milhões ou -43%, monitoramento da cobertura da terra e riscos de queimadas e incêndios florestais (INPE)  com redução de- R$ 1,3 milhões ou -42% projetos sobre mudança no clima com corte de 35%.

Ainda destaco cortes para fomento e pesquisa para áreas básicas e estratégicas em -R$ 167 milhões ou -67%, fomento a pesquisa para geração de conhecimento e inovação em -R$ 121 milhões ou -75%. E em outras áreas de pesquisa como Semicondutores (-12,8 milhões), para pesquisa, Desenvolvimento e Supercomputação para Previsão de Tempo e Clima com redução de 43,6%, Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologias para o Setor Espacial com -55%, para ampliação e Modernização da Infraestrutura para o Estudo da Biodiversidade, Inovação Tecnológica e Sustentabilidade dos Ecossistemas Amazônicos frente às Mudanças Globais com redução de 38,6%, Construção de Fonte de Luz Síncrotron de 4ª geração – SIRIU com corte de R$ 172 milhões e Expansão das Instalações Física e Laboratorial do LNNano em 45%.

 

24000 – Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
Ação Orçado 2019 Orçado 2020 Variação Variação
0A29 – Subvenção Econômica a Projetos de Desenvolvimento Tecnológico (Lei nº 10.973, de 2004) 70.557.222 52.960.225 -17.596.997 -24,94%
00F7 – Contribuição à Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica – ABIPTI 1.850.000 2.042.352 192.352 10,40%
00F8 – Contribuição à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC 5.950.000 4.549.808 -1.400.192 -23,53%
00LV – Formação, Capacitação e Expansão de Pessoal Qualificado em Ciência, Tecnologia e Inovação 784.787.619 1.011.325.963 226.538.344 28,87%
00NQ – Contribuição à Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro – SOFTEX 5.700.000 1.299.150 -4.400.850 -77,21%
00OQ – Contribuições a Organismos Internacionais sem Exigência de Programação Específica 778.200 414.930 -363.270 -46,68%
00P8 – Participação da União no Capital – Telecomunicações Brasileiras S.A – TELEBRÁS – Desenvolvimento e Lançamento de Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação Estratégica – SGDC 148.000.000 -148.000.000 -100,00%
00PA – Participação da União no Capital – Telecomunicações Brasileiras S.A – TELEBRÁS – Implementação da Infraestrutura para a Prestação de Serviços de Comunicação de Dados 852.000.000 -852.000.000 -100,00%
00PN – Participação do Brasil, como País não Membro, em Atividades de Cooperação Econômica junto à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE 70.000 43.966 -26.034 -37,19%
00PW – Contribuições a Entidades Nacionais sem Exigência de Programação Específica 22.350 261.408 239.058 1069,61%
00R1 – Participação da União no Capital – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) – Implantação de Projetos de Investimentos Referentes à Etapa “Adequação do Modelo Operacional dos Correios” Pertencente ao Programa DEZ em 1 350.000.000 -350.000.000 -100,00%
00R6 – Encargos Decorrentes da Extinção de Entidades Vinculadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC 4.750.000 3.572.237 -1.177.763 -24,80%
00RL – Formação e Expansão da Capacitação de Pessoal Qualificado em Atividades de Pesquisa Tecnológica, Empreendedorismo e Inovação 40.991.496 40.991.496 #DIV/0!
0Z00 – Reserva de Contingência – Financeira 4.767.810.278 5.120.522.744 352.712.466 7,40%
0Z01 – Reserva de Contingência Fiscal – Primária 19.426.146 19.426.146 #DIV/0!
2B32 – Formação Especializada para o Setor Nuclear 5.000.000 3.022.662 -1.977.338 -39,55%
2B68 – Relações com os Usuários de Serviços de Telecomunicações 23.880.409 32.209.920 8.329.511 34,88%
2E94 – Fomento à Pesquisa Voltada para a Geração de Conhecimento, Novas Tecnologias, Produtos e Processos Inovadores no Setor Agropecuário 18.000.000 18.000.000 #DIV/0!
2C67 – Pesquisa e Desenvolvimento no Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste – CETENE 791.229 -791.229 -100,00%
0005 – Sentenças Judiciais Transitadas em Julgado (Precatórios) 29.914.824 3.000 -29.911.824 -99,99%
7F40 – Implantação do Centro Espacial de Alcântara – CEA 7.300.000 1.742.669 -5.557.331 -76,13%
008A – Contribuição à Academia Brasileira de Ciências – ABC 4.750.000 3.554.524 -1.195.476 -25,17%
09HB – Contribuição da União, de suas Autarquias e Fundações para o Custeio do Regime de Previdência dos Servidores Públicos Federais 252.040.009 221.461.071 -30.578.938 -12,13%
12EA – Reforma do Edifício-Sede do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações 593.666 4.768.677 4.175.011 703,26%
12P1 – Implantação do Reator Multipropósito Brasileiro 11.180.962 532.495 -10.648.467 -95,24%
12QB – Implantação do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais – CEMADEN 100.000 -100.000 -100,00%
13CL – Construção de Fonte de Luz Síncrotron de 4ª geração – SIRIUS, por Organização Social (Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998) 255.150.000 82.491.173 -172.658.827 -67,67%
13CM – Implantação do Repositório de Rejeitos de Baixo e Médio Nível – RBMN 1.020.000 563.597 -456.403 -44,75%
13CN – Implantação do Laboratório de Fusão Nuclear 100.000 73.896 -26.104 -26,10%
14XT – Expansão das Instalações Física e Laboratorial do LNNano, por Organização Social (Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998) 8.985.674 4.938.301 -4.047.373 -45,04%
15P6 – Ampliação e Modernização da Infraestrutura para o Estudo da Biodiversidade, Inovação Tecnológica e Sustentabilidade dos Ecossistemas Amazônicos frente às Mudanças Globais 4.501.861 2.761.579 -1.740.282 -38,66%
15UI – Implantação da Infraestrutura para a Prestação de Serviço de Comunicação de Dados – PNBL 254.267.273 254.267.273 #DIV/0!
15UJ – Desenvolvimento e Lançamento de Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação Estratégica – SGDC 93.981.727 93.981.727 #DIV/0!
15UK – Implementação de Projetos de Cidades Digitais e Inteligentes 54.958 54.958 #DIV/0!
15UL – Implantação de Infraestrutura para os Projetos Norte e Nordeste Conectados 35.663.773 35.663.773 #DIV/0!
20GB – Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais – CEMADEN 18.460.570 10.427.678 -8.032.892 -43,51%
20I4 – Fomento a Pesquisa e Desenvolvimento em Áreas Básicas e Estratégicas 206.075.771 66.402.012 -139.673.759 -67,78%
20TP – Ativos Civis da União 1.509.500.355 1.483.378.607 -26.121.748 -1,73%
20UI – Ciência, Tecnologia e Inovação no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE 5.655.000 -5.655.000 -100,00%
20UJ – Ciência, Tecnologia e Inovação no Instituto Nacional do Semiárido – INSA 1.753.489 -1.753.489 -100,00%
20UK – Ciência, Tecnologia e Inovação no Observatório Nacional – ON 6.743.144 -6.743.144 -100,00%
20UL – Ciência, Tecnologia e Inovação no Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer – CTI 2.090.000 -2.090.000 -100,00%
20UM – Ciência, Tecnologia e Inovação no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas – CBPF 2.932.222 -2.932.222 -100,00%
20UN – Ciência, Tecnologia e Inovação no Instituto Nacional de Tecnologia – INT 5.440.903 -5.440.903 -100,00%
20UO – Ciência, Tecnologia e Inovação no Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST 785.000 -785.000 -100,00%
20UQ – Apoio a Projetos de P&D para Tecnologias Sociais, Assistivas, Extensão Tecnológica e de Inovação para Inclusão Social e Desenvolvimento Sustentável 2.550.000 9.811.096 7.261.096 284,75%
20UR – Ciência, Tecnologia e Inovação no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA 7.996.666 -7.996.666 -100,00%
20US – Fomento à Pesquisa Voltada para a Geração de Conhecimento, Novas Tecnologias, Produtos e Processos Inovadores 160.085.663 39.075.715 -121.009.948 -75,59%
20UT – Promoção da Pesquisa, do Desenvolvimento e da Inovação em Tecnologias Digitais, Componentes e Dispositivos Eletrônicos e Gestão das Obrigações de Contrapartida Relacionadas a Incentivos Fiscais 12.508.766 10.476.867 -2.031.899 -16,24%
20UV – Fomento a Pesquisa e Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia do Mar, Oceanos e Clima 2.400.000 1.058.489 -1.341.511 -55,90%
20UW – Segurança Nuclear e Controle de Material Nuclear e Proteção Física de Instalações Nucleares e Radiativas 14.796.000 6.375.768 -8.420.232 -56,91%
20UX – Desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia Nucleares 62.540.552 49.410.589 -13.129.963 -20,99%
20V0 – Desenvolvimento e Lançamento de Foguetes Suborbitais e de Veículos Lançadores de Satélites, com a Infraestrutura Associada 41.934.815 -41.934.815 -100,00%
20V6 – Fomento a Pesquisa e Desenvolvimento Voltados à Inovação e ao Processo Produtivo 18.016.245 36.815.701 18.799.456 104,35%
20V7 – Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação nas Unidades de Pesquisa do MCTIC 12.131.226 37.813.720 25.682.494 211,71%
20V8 – Apoio a Iniciativas e Projetos de Inclusão Digital 67.324.176 60.864.538 -6.459.638 -9,59%
20V9 – Monitoramento da Cobertura da Terra e do Risco de Queimadas e Incêndios Florestais (INPE) 3.220.000 1.865.080 -1.354.920 -42,08%
20VA – Apoio a Estudos e Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento Relacionados à Mudança do Clima 4.205.000 2.712.376 -1.492.624 -35,50%
20VB – Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologias para o Setor Espacial 22.048.636 9.804.844 -12.243.792 -55,53%
20VC – Desenvolvimento, Lançamento e Operação de Satélites, com a Infraestrutura Associada 69.085.456 -69.085.456 -100,00%
20ZD – Regulação dos Serviços de Telecomunicações 6.600.000 13.556.633 6.956.633 105,40%
20ZE – Universalização e Massificação dos Serviços de Telecomunicações 61.281 61.281 0 0,00%
20ZR – Política Produtiva e Inovação Tecnológica 16.500.000 18.000.000 1.500.000 9,09%
21AC – Encomendas Tecnológicas e Fomento a Tecnologias Aplicadas em Setores Estratégicos 1.868.554 1.868.554 #DIV/0!
21AD – Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação nas Unidades de Pesquisa do MCTIC 9.211.750 9.211.750 #DIV/0!
21AE – Evolução dos Serviços de Radiodifusão 318.754 318.754 #DIV/0!
21AG – Desenvolvimento de Sistemas Espaciais 54.815.595 54.815.595 #DIV/0!
21AH – Governança e Regulação de Atividades Espaciais 178.664 178.664 #DIV/0!
21AI – Infraestrutura e Aplicações Espaciais 20.850.457 20.850.457 #DIV/0!
0022 – Sentenças Judiciais Devidas por Empresas Estatais 3.100.000 28.901.804 25.801.804 832,32%
154K – Construção da Infraestrutura do Instituto Nacional do Semi-Árido – INSA 500.000 150.020 -349.980 -70,00%
154L – Implementação do Plano de Absorção e Transferência de Tecnologia no Âmbito do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas – SGDC 4.164.800 3.297.449 -867.351 -20,83%
0181 – Aposentadorias e Pensões Civis da União 1.885.843.193 1.215.828.122 -670.015.071 -35,53%
200D – Participação Brasileira na Utilização de Telescópios Internacionais 10.530.000 -10.530.000 -100,00%
210D – Fomento à Inovação e às Tecnologias Inovadoras 1.525.000 -1.525.000 -100,00%
212B – Benefícios Obrigatórios aos Servidores Civis, Empregados, Militares e seus Dependentes 60.050.583 45.239.187 -14.811.396 -24,66%
212H – Manutenção de Contrato de Gestão com Organizações Sociais (Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998) 279.572.325 210.845.422 -68.726.903 -24,58%
212N – Implementação de Projetos de Cidades Digitais 93.383.992 -93.383.992 -100,00%
215L – Fomento à Pesquisa e ao Desenvolvimento em Áreas Estratégicas e Tecnologia Social, e à Extensão Tecnológica para Inclusão Social 33.127.567 17.914.361 -15.213.206 -45,92%
215N – Prestação de Serviços Tecnológicos 702.257 461.111 -241.146 -34,34%
216H – Ajuda de Custo para Moradia ou Auxílio-Moradia a Agentes Públicos 2.109.388 1.727.301 -382.087 -18,11%
216V – Gestão de Infraestrutura de Pesquisa nos Laboratórios Nacionais Embarcados 200.000 98.924 -101.076 -50,54%
216W – Pesquisa, Desenvolvimento e Supercomputação para Previsão de Tempo e Clima 13.700.000 7.715.899 -5.984.101 -43,68%
217J – Gestão de Órgãos Colegiados Vinculados ao MCTIC 1.710.163 991.876 -718.287 -42,00%
218D – Ciência, Tecnologia e Inovação no Instituto Nacional da Mata Atlântica – INMA 610.000 -610.000 -100,00%
218E – Armazenamento de Rejeitos Radioativos de Baixo e Médio Níveis de Radiação 715.335 2.207.568 1.492.233 208,61%
0283 – Amortização e Encargos de Financiamento da Dívida Contratual Interna 40.736.890 40.736.890 #DIV/0!
0536 – Benefícios e Pensões Indenizatórias Decorrentes de Legislação Especial e/ou Decisões Judiciais 50.112 51.896 1.784 3,56%
0741 – Equalização de Taxa de Juros em Financiamento à Inovação Tecnológica (Lei nº 10.332, de 2001) 346.307.998 297.330.423 -48.977.575 -14,14%
0745 – Investimento em Empresas Inovadoras 1.007.842 50.000 -957.842 -95,04%
2000 – Administração da Unidade 533.919.523 585.380.141 51.460.618 9,64%
2004 – Assistência Médica e Odontológica aos Servidores Civis, Empregados, Militares e seus Dependentes 33.268.764 24.964.640 -8.304.124 -24,96%
2095 – Fomento a Projetos de Implantação, Recuperação e Modernização da Infraestrutura de Pesquisa das Instituições Públicas (CT-Infra) 172.832.375 113.616.020 -59.216.355 -34,26%
2113 – Fomento à Pesquisa e à Inovação Tecnológica (CT-Verde Amarelo) 7.256.145 9.000.000 1.743.855 24,03%
2119 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor Mineral (CT-Mineral) 57.907 50.000 -7.907 -13,65%
2189 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Energia Elétrica (CT-Energ) 3.470.866 50.000 -3.420.866 -98,56%
2191 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Transportes Terrestres e Hidroviários (CT-Transporte) 23.163 50.000 26.837 115,86%
2223 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Recursos Hídricos (CT-Hidro) 1.081.901 50.000 -1.031.901 -95,38%
2357 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor Espacial (CT-Espacial) 603.419 50.000 -553.419 -91,71%
2424 – Fiscalização em Telecomunicações 31.510.570 37.933.641 6.423.071 20,38%
2478 – Produção e Fornecimento de Radiofármacos no País 103.987.256 85.438.530 -18.548.726 -17,84%
2495 – Controle de Bens Sensíveis 458.229 252.805 -205.424 -44,83%
2997 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Saúde (CT-Saúde) 13.981.360 50.000 -13.931.360 -99,64%
4031 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Biotecnologia (CT-Biotecnologia) 347.444 50.000 -297.444 -85,61%
4043 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Agronegócio (CT-Agronegócio) 1.677.681 50.000 -1.627.681 -97,02%
4053 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor Aeronáutico (CT-Aeronáutico) 1.676.784 600.000 -1.076.784 -64,22%
4125 – Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em Ciências Sociais e Naturais no Museu Paraense Emílio Goeldi – MPEG 8.691.890 -8.691.890 -100,00%
4126 – Pesquisa e Desenvolvimento em Astrofísica e Astronomia no Laboratório Nacional de Astrofísica – LNA 1.876.563 -1.876.563 -100,00%
4128 – Pesquisa e Desenvolvimento no Centro de Tecnologia Mineral – CETEM 1.957.800 -1.957.800 -100,00%
4132 – Pesquisa e Desenvolvimento no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT 2.100.000 -2.100.000 -100,00%
4139 – Pesquisa e Desenvolvimento no Laboratório Nacional de Computação Científica – LNCC 9.091.228 -9.091.228 -100,00%
4148 – Apoio a Entidades para Promoção de Eventos Científicos e Tecnológicos 2.383.194 50.000 -2.333.194 -97,90%
4156 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Petróleo e Gás Natural (CT-Petro) 8.619.744 245.000 -8.374.744 -97,16%
4185 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Tecnologia da Informação (CT-Info) 162.141 50.000 -112.141 -69,16%
4210 – Formulação e Gestão da Política Nacional de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações 10.000.000 5.296.336 -4.703.664 -47,04%
4641 – Publicidade de Utilidade Pública 3.000.000 1.978.754 -1.021.246 -34,04%
4947 – Fomento a Projetos Institucionais de Ciência e Tecnologia 778.645 68.966.320 68.187.675 8757,22%
4949 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa na Região Amazônica (CT-Amazônia) 304.722 50.000 -254.722 -83,59%
6147 – Cooperação Internacional em Ciência, Tecnologia e Inovação 6.123.313 2.639.356 -3.483.957 -56,90%
6432 – Pesquisa, Desenvolvimento, Fabricação e Comercialização de Componentes Semicondutores 38.316.104 25.436.283 -12.879.821 -33,61%
6702 – Apoio a Projetos e Eventos de Educação, Divulgação e Popularização da Ciência, Tecnologia e Inovação 24.976.522 11.795.711 -13.180.811 -52,77%
8563 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Transporte Aquaviário e de Construção Naval (CT-Aquaviário) 1.962.916 50.000 -1.912.916 -97,45%

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Censura

Militares fazem o que sabem de melhor: esconder os mortos

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Imagine uma epidemia que se alastra rapidamente e mata entre 10% e 20% dos infectados. Imagine que essa epidemia mata principalmente crianças e em especial as da periferia, com menor acesso ao saneamento básico e à saúde. Agora, imagine que por três anos os meios de comunicação sejam censurados nas reportagens sobre a epidemia, que os médicos sejam proibidos de dar entrevistas e que o Ministério da Saúde, controlado por militares, não divulgue os números corretos sobre a doença e as mortes. Isso já aconteceu no Brasil, e não faz tanto tempo assim.

Entre 1971 e 1974, pelo menos 60 mil pessoas de sete estados brasileiros (40 mil só em São Paulo, o epicentro da epidemia) foram infectadas pela bactéria causadora da meningite. Até hoje é impossível precisar quantos morreram. Mas para impedir o que achavam ser uma histeria dos médicos, os militares decidiram esconder esses fatos, e os mortos, da população. Centenas, talvez milhares de crianças, aliás, foram enterradas na mesma vala comum clandestina do cemitério de Perus, na capital paulista, onde eram jogados os corpos de dissidentes políticos torturados e mortos pelo Doi Codi.

Um ótimo vídeo curto sobre a epidemia de meningite e a maquiagem de dados da ditadura militar está disponível no canal Meteoro.doc. Ontem, o canal publicou um novo vídeo, tratando especificamente da atual maquiagem de dados e da disputa de narrativas entre o novo governo militar, que teoricamente ainda não é uma ditadura, e os meios de comunicação para se informar ou desinformar a população.

O tratamento governamental da epidemia de meningite dos anos 1970 só vai mudar em 1974, com um novo general no poder e a aquisição pelo governo de 80 milhões de doses da vacina. Sim, já havia vacina para a meningite e o governo sabia que se tivesse feito uma campanha de vacinação anos antes, teria poupado milhares de vidas. Mas pra que admitir um genocídio se podia dizer que havia um “milagre econômico”? É como disse a ex-secretária da Cultura, Regina SemArte: é muito peso carregar essa fileira de mortos.

Telegrama da Polícia Federal ordenando a censura nos dados sobre a epidemia de meningite. Fonte: Twitter do historiador Lucas Pedretti @lpedret. Como os telegramas não tinham pontuação, usavam a sigla VG para vírgula e PT para ponto final.

Assim, em julho de 1974, com a admissão oficial de que havia uma epidemia, o jornalista Clovis Rossi, então trabalhando no jornal O Estado de São Paulo, preparou uma grande reportagem de capa, intitulada Epidemia de Silêncio, na qual dizia: “Desde que, há dois anos aproximadamente, começaram a aumentar em ritmo alarmante os casos de meningite em São Paulo, as autoridades cuidaram de ocultar fatos, negar informações, reduzir os números referentes à doença a proporções incompatíveis com a realidade — ou seja, levando, deliberadamente, a desinformação à população e abrindo caminho para que boatos ocupassem rapidamente o lugar que deveria ser preenchido per fatos. Fatos que as autoridades tinham a obrigação, por todos os títulos de esclarecer ampla e totalmente”. Leia a matéria completa aqui.

Mas, claro, militares não gostam que digam quais são suas obrigações e publiquem que estão desinformando a população. Assim, a matéria de Rossi foi censurada e em seu lugar o Estadão publicou um trecho do poema Os Lusíadas, de Luís de Camões.

Por causa da Lei da Anistia, de 1979, os militares jamais foram responsabilizados criminalmente pelas mortes na pandemia e nem pelas torturas, mortes, desaparecimentos e ocultação de cadáveres de dissidentes políticos. Mas talvez a história não se repita com a pandemia de coronavírus. Ontem, o Supremo Tribunal Federal, atendendo a uma ação dos partidos Psol, PCdoB e Rede Sustentabilidade, determinou a divulgação diária das informações sobre os dados de Covid-19 até às 19h30, pelo Ministério da Saúde. E também ontem, o Tribunal Penal Internacional de Haia, na Holanda, decidiu analisar a denúncia do PDT de genocídio promovido pelo Governo Bolsonaro. Esse é um caso raro, já que normalmente o TPI só julga ex-governantes acusados de crimes contra a humanidade.

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Ciência

Com Bolsonaro, Brasil se torna o paraíso do Coronavírus

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Bolsovírus, ministro da Saúde paraquedista e e o ex-dono do curso de inglês Wizard em posto chave na Saúde: Brasil, pátria da Covidcargo estratégico
Por Dacio Malta*

O auxiliar de coveiro e ministro da Covid, Eduardo Pazuello, general paraquedista que usou o dispositivo para pousar no cargo que ocupa, não entende nada de Saúde. Sua especialidade no Exército é logística de munição – uma função pomposa mas totalmente inútil para um país que não está em guerra.

Para auxiliá-lo no ministério, Pazuello convocou mais de uma dezena de coronéis e oficiais de menor patente para preencher cargos que deveriam ser de médicos, cientistas, sanitaristas e infectologistas. Mas ele achou mais fácil trabalhar com os seus “cães de guerra”, como já declarou.

Nos finais de semana, o auxiliar de coveiro veste um jeans e uma camiseta e, ao lado do chefão, participa das manifestações antidemocráticas junto à boiada, defendendo o fechamento do Congresso e do STF, e pedindo a implantação do AI-5 e uma intervenção militar com Bolsonaro no poder.

Pazuello não é o que existe de pior neste governo.

Não porque seja um estranho no ninho onde pousou, mas porque é mesmo difícil dizer o que existe de pior em uma administração que ignora a ciência, combate à imprensa, despreza as pessoas, protege os fascistas, blinda os filhos milicianos, se cerca de desqualificados, não tem programa para nenhuma área. E, quando se reúne, como no dia 22 de abril, é para filmar uma conversa de botequim e selecionar os melhores momentos para inflamar seus adeptos com uma propaganda barata e sem o menor pudor.

Mas o general da Covid – que será julgado e, certamente, condenado pela História – decidiu agora convocar um civil, tão despreparado para a função como os militares que o cercam.

Carlos Wizard, do cursinho de inglês para um dos cargos mais importantes do Ministério da Saúde. E daí?

Carlos Wizard, do cursinho de inglês. E daí?

Um tal Carlos Wizard, de sobrenome conhecido para quem faz esses cursinhos de inglês, é o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde (SCTIE), um dos cargos mais importantes do ministério, e que estava sendo ocupado pelo professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Antonio Carlos Campos de Carvalho, um dos poucos nomes indicados pelo ex-ministro Nelson Teich.

Sua secretaria terá a incumbência de formular políticas nacionais de ciência e inovação em saúde, assistência farmacêutica, além do fomento à pesquisa, desenvolvimento e educação.

Sua experiência é zero. Mas como diz o capitão: “E daí?”

Wizard era proprietário do curso de inglês que leva seu nome, vendeu-o para um grupo estrangeiro, e hoje dedica-se às marcas Mundo Verde e Pizza Hut.

Paralelamente às questões sanitárias, vai importar o Taco Bell “um fast-food com muitos fãs no Brasil”.

Wizard é filho de família humilde – pai caminhoneiro e mãe costureira – que frequentavam a igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Por conta dos contatos que teve com missionários norte-americanos, aprendeu inglês.

Aos 17 anos viajou para os EUA levando 100 dólares no bolso e, sabe-se lá como, tornou-se “bilionário”, como ele se declara em perfil no Wikipedia.

No Instagram, o espertalhão gosta de postar fotos com Bolsonaro, com a terceira primeira dama Michelle, com Eduardo Bananinha e a ministra da goiabeira.

Antes da posse, prometeu entupir a população de cloroquina.

Se uma pessoa apresentar algum sintoma da Covid, basta se dirigir a um hospital para começar o tratamento preventivo. E a droga será ministrada ainda a todos os que o cercam, como esposa, filhos, empregados, vizinhos e afins.

Para a próximo mês, Wizard fez uma promessa mais diabólica: ele quer recontar o número de mortos pelo coronavírus – já que os dados divulgados até agora são “fantasiosos ou manipulados”.

A Bela Megale, de ‘O Globo’, ele sentenciou:

– Tinha muita gente morrendo por outras causas e os gestores públicos, puramente por interesses de ter um orçamento maior nos seus municípios, nos seus estados, colocaram todo mundo como Covid. Estamos revendo esses óbitos.

Para o coveiro da nação e morador do Alvorada, seu novo contratado está se saindo melhor que a encomenda.

*Dacio Malta trabalhou nos três principais jornais do Rio – O Globo, Jornal do Brasil e O Dia – e na revista Veja.

Leia mais Dacio Malta em:

Cadê o Queiroz? Braço direito de Bolsonaro tem a senha pra derrubar o presidente

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Cidadania

Impasse sobre Enem 2020 reflete desigualdades brasileiras na educação

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Por: Beatriz Passos – do Com_Texto

Entrar em uma universidade pública é o sonho de muitos estudantes brasileiros. Mesmo com diversos fatores que tornam complicadas as vivências na universidade, milhares de alunos em todo Brasil se inscrevem no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para tentarem uma vaga no ensino superior. Mas essas instituições estão preparadas para receber esses alunos? Quais são os obstáculos desses jovens? Quem os ajuda nessa caminhada? São questões como essas que fizeram o Com_Texto investigar um pouco dessa trajetória, em 2020, no cenário inédito de pandemia mundial causada pela Covid-19.

Em maio de 2019, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) divulgou que a maioria dos seus estudantes era mulher, parda, com idade entre 18 e 24 anos e com renda per capita familiar de até um salário mínimo. Tais dados foram levantados a partir da V Pesquisa Nacional de Perfil dos Graduandos das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), promovida pelo Fórum Nacional de Pró Reitores e Assuntos Estudantis (Fonaprace) da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Para a coleta de informações foram entrevistados 28.481 estudantes dos cinco campi da UFMT, consultando 68,6% da sua comunidade estudantil.

Cerca de um ano depois, em meio à pandemia causada pelo novo coronavírus, estudantes com perfis parecidos com a realidade da UFMT correm o risco de não terem a oportunidade de pleitear uma vaga no ensino superior. Afinal, a edição 2020 do Enem, principal meio de entrada nas universidades, ainda não tem sequer uma data certa para ocorrer, apesar do governo ter gasto muito dinheiro numa propaganda onde atores com mais de 20 anos interpretavam secundaristas com pleno acesso a computadores, smatphones importados, quartos individuais e livros nas estantes. Esse cenário utópico está muito longe da realidade da maioria dos estudantes brasileiros.

DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO

A UFMT foi uma das primeiras universidades a aderir o sistema de cotas sociais, em 2011, antes mesmo da consolidação da Lei 12.711 de 2012, a Lei das Cotas. Ocasionando um quadro de 69% de seus estudantes pertencentes à categoria de baixa renda, além de ter 55% vindos de escolas públicas. Segundo Vinicius Brasilino, Conselheiro de Estado de Educação, representante dos estudantes do ensino superior na Câmara de Educação Profissional e Ensino Superior e também graduando de Saúde Coletiva pela UFMT, essa realidade ampliou o processo de democratização da universidade. “A maior participação de estudantes das redes públicas garantiu que mais jovens das classes populares tivessem acesso ao ensino superior, podendo dar continuidade ao seu processo de formação e escolarização formal”, afirma.

Brasilino ressalta, contudo, que a manutenção desse acesso não basta. É preciso também garantir a permanência dos alunos no ensino superior. “O fato desta democratização ter dado acesso à universidade aos diferentes perfis de estudantes, ocasionou na demanda pela permanência estudantil, o que a gente chama de assistência estudantil: garantia de benefícios para que o estudante possa estudar com qualidade”, explica. “Esses meios podem ser, por exemplo, bolsas alimentação e moradia. Foi por isso que o Brasil criou o Programa Nacional de Assistência Estudantil, para dar conta de atender a esses estudantes que têm especificidades e demandas emergentes dentro das universidades”.

Porém, especialmente por conta dos cortes de verbas desde 2014, as políticas de assistência não conseguem garantir tais benefícios a todos os que necessitam. No caso da UFMT, em 2020 o orçamento total de custeio é 21% menor do que no ano passado, e da assistência estudantil foram retirados cerca de 40% da verba. “Os principais obstáculos que estudantes em vulnerabilidade social enfrentam estão relacionados às políticas de permanência e assistência estudantil. Afinal, a educação vem sofrendo nos últimos anos vários cortes, como a Emenda Constitucional nº 95 , de 2016, que congelou os investimentos em educação, saúde e outras áreas do desenvolvimento social do país por 20 anos”, comenta o Conselheiro de Estado de Educação.

Vinicius Brasilino também vê como prática perigosa aos cidadãos o possível agendamento da prova do Enem ainda em 2020. “Observando o movimento da pandemia no Brasil e as ações que o Governo Federal vem tomando, que são muitas vezes contrárias ao que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem proposto, a realização do Enem não só coloca em vulnerabilidade sanitária milhares de estudantes, como também se transforma em instrumento de ampliação das desigualdades educacionais e sociais do Brasil”, analisa.

Em razão da pandemia do Covid-19, o Enem 2020, incialmente marcado para os dias 1 e 8 de novembro, provavelmente será adiado de 30 a 60 dias, de acordo com Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) que aplica a prova. A contragosto do Ministro da Educação, Abraham Weintraub, e do Governo Federal, o Senado aprovou um projeto de adiamento o exame por 74 votos a 1 (do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República). No dia seguinte, o presidente do Congresso, deputado Rodrigo Maia, informou ao presidente o projeto teria placar semelhante na Câmara dos Deputados, forçando o mudança.

Sem dúvida essa foi uma grande vitória das pressões de organizações como a União Nacional dos Estudantes (UNE). Mas ainda não é o suficiente. “O adiamento do Enem de 30 até 60 dias, mantém o processo perverso desse governo de privilégios, assim como a anuncida modalidade virtual do exame. Quem realmente tem acesso à internet para fazer o Enem digital? Quem fará virtualmente poderá fazer a prova de sua casa com um conjunto de livros e conteúdos ao lado, com condições de ter um melhor resultado na prova? Para mim, o Enem digital reforça ainda mais uma falsa meritocracia e condições desiguais de acesso à universidade. É um equívoco”, afirma Vinicius Brasilino.

Alunos da UFMT em manifestação contra o projeto Future-se, em 2019 (Foto: Com_Texto)

FUTURO E INCERTEZAS

Luiz Antônio está no quinto semestre do ensino médio integrado ao curso técnico em edificações, no Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) – campus Várzea Grande. Com 18 anos, seus planos no início de 2020 eram prestar o Enem e concorrer a uma vaga na UFMT. “Eu costumava passar em torno de 35 a 40 horas semanais na escola, tudo isso entre aulas, projeto de pesquisa e extensão e grupo de estudo. Esse ano seria o meu último ano do ensino médio, mas agora já estamos nos encaminhando para o terceiro mês de aulas interrompidas por causa da pandemia do novo coronavírus”, conta.

Sem aulas desde o dia 17 de março, o estudante declarou que sua rotina mudou bastante. Como passava muito tempo na escola, se organizava para estudar no colégio, e em casa dedicava-se às outras responsabilidades domésticas. Diferente de outros alunos da sua escola, Luiz Antônio tem acesso à internet em casa, mas ainda assim preferiu fazer a prova na modalidade física, por segurança. “Eu tenho acesso à internet em casa, o que tem me ajudado bastante nesse processo de adaptação. E devido aos problemas da correção da edição passada do Enem, eu optei pela versão impressa da prova, porque tenho um pouco de incerteza com essa experimentação”, assume.

Apesar do ministro dizer que foi “o melhor Enem de todos os tempos”, a edição de 2019 teve erros de correção, além do vazamento de uma das páginas da prova durante o dia do exame, em 3 de novembro. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), foi divulgada uma foto da folha de redação antes do final do exame, já no momento da correção. E quem fez a prova com uma determinada cor de gabarito, teve suas respostas corrigidas com base em um gabarito de cor diferente.

Diante de tantas dúvidas, Luiz comenta que, assim como ele, seus colegas estão muito inseguros. “Tudo isso tem sido muito comentado nos grupos de turmas sobre o Enem, e tudo é uma grande incerteza. Ninguém sabe como vai ser ou o que pode acontecer. Está todo mundo muito apreensivo porque o ano está correndo e já perdemos o final de semestre todo. Então estamos ficando para trás sim, comparado aos alunos de escola particular”, revela.

Sobre os próximos acontecimentos com relação ao Enem, o estudante acredita que o melhor é o cancelamento da aplicação da prova em 2020. “Eu acho as discussões sobre o adiamento do Enem muito pertinentes, porém, ao meu ver, o correto nesse momento seria o cancelamento dessa edição. Porque já foi praticamente todo o primeiro semestre do ano e as escolas estaduais de Mato Grosso não chegaram nem a começar o ano letivo de 2020, enquanto as escolas particulares já estavam praticamente no fim do primeiro semestre”.

OBSTÁCULOS DIFERENTES

Para uma professora de biologia que atua há 20 anos em escolas estaduais de Mato Grosso, que preferiu não ter a identidade revelada, os alunos da rede pública e da rede particular têm condições intelectuais iguais para prestar o Enem. A diferença entre os dois perfis está nas oportunidades sociais que acabam por privilegiar apenas um dos lados. “Os alunos de escola pública têm que trabalhar mais para conseguir uma vaga na universidade. Então, quando eles conseguem, é muito gratificante porque é todo um universo que eles conseguiram vencer. Por isso que, intelectualmente, eles têm condições tanto quanto um aluno de escola particular, porém em relação à estrutura social eles saem perdendo”, comenta a professora.

Com experiência no ensino também em escolas particulares, a professora ressaltou a diferença dos perfis dos alunos que frequentam escolas pagas daqueles matriculados em instituições públicas. “Quando dei aulas em escolas particulares, no começo da carreira, os alunos, em sua maioria, eram classe média ou classe média alta. As escolas tinham boas estruturas, como lousa mágica, internet veloz e salas climatizadas. Além do que, grande parte dos estudantes de escolas particulares não trabalhavam. Já os meus alunos do ensino público normalmente têm duplas jornadas. Se estudam de manhã, trabalham à tarde, e se estudam à tarde, trabalham de manhã, em sua maioria em empregos com carga horária pesada”, conta.

A professora defende a educação pública, acredita que apesar das dificuldades enfrentadas por alunos e até mesmo por professores, o ensino gratuito garante o atendimento a demandas às quais as escolas particulares não se comprometem.

“Outra grande diferença entre a escola particular e pública é que são poucas as escolas pagas que têm, no meu conhecimento, ensino inclusivo com alunos PcD (Pessoas com Deficiência). Na escola pública, esses estudantes são inclusos em salas regulares. E falando do estado de Mato Grosso, existem também as escolas quilombolas, indígenas e rurais com logísticas diferentes”, salienta.

Atenta à diversidade de perfis, a educadora também se preocupa com o lado psicológico dos estudantes que pretendem realizar o Enem. “Como todos que estão passando por essa pandemia, os estudantes estão assustados e com medo, de certa forma sem condições psicológicas para fazerem uma prova densa como o Enem”, acredita a professora. “E nesse momento, o aluno de escola pública estadual soma a essas inseguranças a angústia de não ter iniciado o ano letivo devido à greve realizada ano passado. E o que a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) disponibilizou para eles, que são aulas online e/ou pelo canal da TV Assembleia, não é o ideal. Eu sei disso porque participo de grupos de conversas com eles e eles dizem que não têm condições porque não entendem os conteúdos devido aos problemas de conexão”, revela.

As transmissões das videoaulas acontecem via TV ALMT (canal 30.2), com aulas inéditas e reprises durante a semana. As aulas são sobre as quatro áreas do conhecimento exigidas no Enem: matemática; linguagem e suas tecnologias; ciências sociais aplicadas; e ciência da natureza e suas tecnologias. O projeto foi apresentado pelo deputado estadual Delegado Claudinei (PSL), no dia 8 de maio, pela indicação de n.º 1.572/2020, na qual propunha à Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) a aplicação de método de ensino a distância para promover aulas virtuais para alunos da rede pública estadual durante a pandemia do novo coronavírus.

Estudante segurando cartaz “Em defesa da educação pública” durante as manifestações contra os cortes no setor em 2019 (Foto: Com_Texto)

DIMINUINDO BARREIRAS

A Rede de Cursinhos Populares Podemos+ formada pelo Levante Popular da Juventude ajudou a aprovar em 2019 mais de 100 alunos no Enem. Criada em 2017, em São Paulo, a rede está presente em 50 cidades, distribuídas em 21 estados do Brasil, e tem em sua organização 1600 educandos e 800 educadores. Com componentes voluntários a Podemos+ reúne pessoas que buscam ajudar jovens brasileiros que são afastados ou excluídos do ensino superior a ingressar em universidades federais ou estaduais.

“As experiências na nossa rede de cursinho estão vinculadas aos jovens da classe de trabalhadores, que são moradores de periferias, jovens estudantes de escolas públicas, jovens mães, e aos que não têm possibilidade de pagar mensalidades absurdas em cursos preparatórios. Nosso objetivo é com as questões de igualdade mesmo, de facilitar o acesso à universidade, como é o caso do cursinho de escrita acadêmica que serve justamente para aqueles que têm dificuldades em desenvolver trabalhos com critérios acadêmicos”, explica a Coordenadora da Rede de Cursinhos Populares Podemos+ e da Frente Territorial do Levante Popular da Juventude, Lorhana Lopes.

Outra ação neste sentido foi o mutirão de ajuda na realização das inscrições no Enem. “A gente precisava fazer com que o máximo de pessoas tivesse acesso. Por isso, movimentamos mais de 800 pessoas, em ação voluntária, para contribuírem nesse processo que é extremamente burocrático. Então, passamos por processo formativo, lemos todas as informações da plataforma do Inep, e depois entramos em contato por telefone com pessoas que preencheram o formulário básico para solicitar a ajuda, além dos outros educandos já inscritos”, conta Lorhana. Em Mato Grosso, a Podemos+ atua desde 2019 em Cuiabá e conta com 42 educadores voluntários. No primeiro ano de curso foram aprovados três alunos na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Em 2020, o processo de mobilização foi interrompido pela pandemia do Covid-19, e até o momento da pausa cerca de 60 jovens já estavam inscritos para participarem das aulas.

Questionada sobre o porquê de não continuar com as aulas no formado de Ensino a Distância (EaD), a coordenadora da Rede de Cursinhos Populares Podemos+ em Mato Grosso, Amandla Sousa, revela que a modalidade seria incompatível com as realidades dos educandos que a rede atende. “Nós da Podemos+ não podíamos pensar na manutenção das aulas do cursinho em uma modalidade EaD. Essa não é a realidade da população brasileira. Essa não é a realidade dos sujeitos com os quais estamos contribuindo para que acessem a universidade e essa também não é a realidade de Mato Grosso. Nós temos bairros do município de Cuiabá, onde é a situação de vulnerabilidade dos trabalhadores é tamanha que falta por vezes alimentação para essas pessoas. O que dirá internet”, esclarece.

Segundo a coordenadora, a Podemos+ utiliza uma metodologia da educação popular e justamente por isso considera mais importante acompanhar os educandos e suas famílias neste período de fragilidade causada pela crise sanitária e econômica mundial. “Neste momento nós temos que nos preocupar com a vida do nosso povo. Temos que nos preocupar em garantir condições de vida digna, e o Enem deve se adaptar a esse processo para que ele não seja mais excludente. Na realidade do nosso povo que é tão diverso, que tem tantas dificuldades, adiar o Enem com base no ano letivo de 2020 é fazer justiça social”, afirma Amandla Sousa.

 

NOTA OFICIAL DIVULGADA NO PORTAL DO INEP

Atentos às demandas da sociedade e às manifestações do Poder Legislativo em função do impacto da pandemia do coronavírus no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação (MEC) decidiram pelo adiamento da aplicação do exame nas versões impressa e digital. As datas serão adiadas de 30 a 60 dias em relação ao que foi previsto nos editais.

Para tanto, o Inep promoverá uma enquete direcionada aos inscritos do Enem 2020, a ser realizada em junho, por meio da Página do Participante. As inscrições para o exame seguem abertas até as 23h59 desta quarta-feira, 27 de maio.

 

SAIBA MAIS:

 

V Pesquisa Nacional de Perfil dos Graduandos das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes): https://noticias.paginas.ufsc.br/files/2019/05/VERSAO_MESTRA_DO_RELATORIO_EXECUTIVO_versao_ANDIFES_14_20h52_1.pdf

NOTA OFICIAL | Adiamento do Enem 2020: http://portal.inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/nota-oficial-adiamento-do-enem-2020/21206

Rede de Cursinhos Podemos+: @cursinhospode

Matéria original no site do Com_Texto: https://com-texto.wixsite.com/comtexto/post/impasse-sobre-enem-2020-reflete-desigualdades-brasileiras-na-educa%C3%A7%C3%A3o

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