Jornalistas Livres

Categoria: Machismo e misoginia

  • Evangélica deixa o país por sofrer ameaças

    Evangélica deixa o país por sofrer ameaças

    “Perdi o direito! Perdi o direito de viver no meu próprio país! Quem defende a laicidade do Estado, é massacrado por um Estado que não é laico. Perdi o direito de viver com minha família e meus amigos, de levar meu trabalho adiante. Perdi o direito de viver minha vida como a vivo hoje. Perdi esse direito porque o fundamentalismo que governa o Brasil hoje assassina qualquer profeta que denuncie o pecado das grandes lideranças.”

    O desabafo é da carioca Camila Montovani da Silva e foi postado nesta sexta-feira, 26, em sua página no Facebook. É mais uma brasileira do Estado do Rio a deixar o país em consequência das perseguições e ameaças que vem sofrendo, neste caso, de fundamentalistas. A jovem é perseguida por prestar solidariedade e apoio pastoral a mulheres evangélicas que sofrem violência doméstica. Recentemente, o deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) e a ex-candidata ao governo do Rio de Janeiro pelo PT, a filósofa Márcia Tiburi, também tiveram de deixar o país por causa de perseguições e ameaças. 

    “Perdi meus direitos porque um Brasil governado por evangélicos é um Brasil anti povo, anti direitos, anti pluralidade que é tão importante pra assegurar a democracia! Estou indo embora do país em exílio depois de esgotar todas as minhas possibilidades de ficar aqui e permanecer viva. Lutei o quanto pude pra não ter que sair, mas me colocaram no limite. Estou indo porque quero viver e quero viver porque quero continuar a construção de um outro mundo. Estou indo porque quero deixar minha família e meus amigos seguros. Estou indo, mas continuo a denúncia da barbárie que esse país se tornou sendo um país tão evangélico! Sigo na luta, porque a despeito da igreja hegemônica que persegue e mata quem ousa contrariá-la, eu tenho comigo a força do Nazareno, do Deus que encarnou preto e pobre, do Deus que valorizava as mulheres. Eu sigo com Jesus Cristo, apregoando o Reino de Deus, mesmo que isso me custe a Cruz!
    Me tiraram tudo. Mas o sorriso de quem tem paz no coração fica!

    Aqui ou em qualquer lugar eu sigo pela vida das mulheres, pelo respeito à diversidade, pela garantia da democracia, contra o fundamentalismo religioso!
    Da Luta, não me retiro!”, conclui Camila em seu desabafo de despedida.

    Solidariedade

    Além do apoio manifestado por muitos de seus 4.979 amigos e amigas de Facebook, Camila recebeu também a solidariedade  do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC).

     

    Nota de Solidariedade a Camila Montovani e seus familiares

    “Felizes as pessoas que promovem a paz,
    porque serão chamadas filhas de Deus” (Mt5.9)

    O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) e o Fórum Ecumênico ACT Brasil (FEACT) expressam irrestrita solidariedade a Camila Montovani e seus familiares.

    Uma das atuações de Camila, uma jovem evangélica, é prestar solidariedade e apoio pastoral a mulheres evangélicas que sofrem violência doméstica e não conseguem romper com este ciclo porque são orientadas por lideranças religiosas de que “a mulher cristã deve ser submissa a seu marido”.

    Lembramos que nas histórias do Antigo Testamento bíblico muitas mulheres ousaram desafiar o sistema opressor, entre elas, Vasti, que não se submeteu ao rei Assuero (Est 1.1-22).

    Há bastante tempo, o protagonismo de Camila tem provocado a raiva de líderes religiosos evangélicos fundamentalistas. Hoje, a raiva tornou-se ódio.

    As ameaças se tornaram graves. Sua casa e seus familiares passaram a ser vigiados e Camila ficou sem lugar fixo para morar. Foi obrigada a mudar a rotina. A gravidade das ameaças obrigou Camila a sair do país.

    O CONIC e o FEACT colocam-se ao lado de Camila e de seus familiares. Denunciam que outras pessoas evangélicas, engajadas em movimentos de promoção e defesa dos direitos humanos, estão sofrendo ameaças semelhantes.

    A perseguição vivida por estas pessoas é consequência da instrumentalização da fé cristã para legitimar práticas de violência e discursos de ódio. O fundamentalismo religioso não aceita o pluralismo e nem a crítica à religião – mesmo que ela cause algum tipo de opressão ou violência.

    A fé cristã não pode ser instrumentalizada para subjugar as pessoas, nem para dominar territórios, impondo medo às pessoas. A fé cristã não pode ser associada com armas e nem com o crime organizado.

    A fé evangélica não é violência. Não está fundamentada no exclusivismo e nem no autoritarismo. Ela se orienta pela graça amorosa de Deus e pela liberdade. É este o testemunho das muitas tradições evangélicas no país. Não aceitaremos que nossa tradição de fé seja instrumentalizada para a promoção do ódio, do racismo, do sexismo e outras formas de dominação e violência.

    Que a paz de Jesus Cristo, seu testemunho radical de vida, contrário a todo o poder opressor estatal e religioso nos oriente e fortaleça.

  • Eu festejo a condenação de Danilo Gentili. Por Lola Aronovich

    Eu festejo a condenação de Danilo Gentili. Por Lola Aronovich

    POR LOLA ARONOVICH, blogueira feminista

    O assunto nas redes sociais ontem era a condenação do reaça misógino, racista e homofóbico Danilo Gentili a seis meses e 28 dias de prisão em regime semiaberto por injúria à deputada federal Maria do Rosário (PT-RS).

    Em 2016 o reaça disfarçado de humorista publicou vários tuítes contra a deputada, como faz cotidianamente contra mulheres em geral (euzinha, a deputada Sâmia Bonfim, a youtuber Alexandra Gurgel, entre inúmeras outras). A intenção é sempre a de divulgar sua ideologia de direita contra ativistas e de atiçar seus milhões de seguidores a atazanarem a vida de mulheres que trabalham e não têm medo. Maria do Rosário então pediu, via notificação extrajudicial, que Gentili apagasse os tuítes com insultos chamando-a de falsa, cínica e nojenta.

    Qual foi a reação de Gentili? Um vídeo que quase todo mundo viu: alegando que paga o salário da deputada e que pode dizer o que quiser, ele rasgou a notificação, a esfregou nas suas partes íntimas, por baixo da calça, e concluiu, num show de misoginia: “Maria do Rosário, chegando minha cartinha, abre ela, tira o conteúdo, sinta aquele cheirinho do meu saco e abra a bunda e enfie bem no meio dela tudo isso aí que eu estou mandando agora pra você”.

    Nada de muito chocante pra quem já fez “piada” discordando de Jair Bolsonaro e dizendo que a deputada merece sim ser estuprada.

    A juíza Maria Isabel do Prado, que decidiu pela condenação criminal de Gentili, justificou que a intenção do comediante não era humorística, e sim de insultar e humilhar. Ao receber a notificação, segundo ela, ele “poderia simplesmente ter discordado ou ter buscado a orientação jurídica de advogados para acionar pelo que entendesse ser seu direito”, mas optou por gravar um vídeo “altamente reprovável e ofensivo”.

    Alguma dúvida que esta juíza já deve estar recebendo ameaças de morte e estupro desde anteontem? A lógica é a mesma. Não tem a ver com humor. Tem a ver com misoginia, com poder e humilhação, com subjugar as mulheres.

    É óbvio ululante que Gentili não vai passar nem um minuto na cadeia. A pena será substituída por prestação de serviços comunitários e multa. Mas, se mantida a condenação, ele ao menos não será mais réu primário. Já é alguma coisa pra quem goza da impunidade faz tanto tempo. Por outro lado, a condenação está lhe dando muita publicidade. As buscas por seu nome no Google aumentaram 4.000% nas últimas 24 horas. E ele, assim como o presidente dele, é adepto do “falem mal mas falem de mim”.

     

    Gentili tem um longo histórico de atacar minorias. Seu humor não é o de criticar poderosos, muito menos o sistema, e sim de xingar ativistas e pessoas comuns. Em 2012, por exemplo, Thiago Ribeiro, um jovem redator negro, fez um vídeo em que juntou vários momentos racistas do humorista. Gentili lhe mandou um tuíte: “Sério, vamos esquecer isso… Quantas bananas vc quer pra deixar essa história pra lá?”.

    Imagino que agora em 2019 isso seria interpretado como racismo, mas, cinco anos atrás, a 10a Vara Criminal da Justiça de SP absolveu o humorista porque não houve “intenção de ofender a vítima”.

    Ah sim, tem mais um detalhe: Gentili, este defensor incansável da liberdade de expressão, conseguiu tirar o vídeo de Thiago do ar.

     

    Em 2013, Gentili fez piadas no seu programa de TV contra a maior doadora de leite do Brasil, Michele Maximino. Michele era uma mulher comum, casada, mãe de dois filhos, conservadora até, habitante de uma cidadezinha em Pernambuco, mas ela todos os dias dirigia 80 km para levar seu leite materno a Caruaru. Sua doação diária era responsável por 90% do banco de leite do hospital de lá. Ela não ganhava nada com isso, fora a certeza que fazia a coisa certa de ajudar outros bebês.

    Gentili achou divertido mostrar fotos de Michele em seu programa, falar das “tetas” dela, comparar o leite dela ao “leite” de um ator pornô, fazer montagem com uma das fotos, transformando-a em “Leite da Moça”.

    Michele passou a ser hostilizada na sua cidade com menos de 25 mil habitantes, apelidada de “vaca do Gentili”. Ela e a família tiveram que se mudar por virarem motivo de chacota. Ela processou Gentili, ganhou, ele recorreu o quanto pode, e agora em janeiro saiu a sentença definitiva: Gentili terá que indenizar Michele em 200 mil reais. O que deve representar, sei lá, metade do salário do humorista e apresentador em um mês?

     

    Durante o processo da votação do impeachment de Dilma, em 2016, Gentili, para marcar seu posicionamento, achou engraçado questionar se a senadora negra e nordestina Regina Sousa (PT-PI) seria de fato senadora. “Senadora? Achei que fosse a tia do café”, deixando claro seu racismo nada enrustido.

     

    A única ocasião em que Gentili pediu perdão por uma piada foi em 2011, quando escreveu um tuíte sobre os moradores de Higienópolis (onde há muitos judeus) serem contra o metrô no bairro (“Entendo os velhos de Higienópolis temerem o metrô. A última vez que eles chegaram perto de um vagão foram parar em Auschwitz”). A Band, sua emissora na época, sentiu a pressão dos patrocinadores e mandou ele se retratar.

    No mesmo dia do tuíte odioso, Gentili obedeceu, e disse em seu Twitter: “Minha intenção como comediante nunca foi trazer nenhum outro sentimento ao público q não fosse alegria. Peço perdão se falhei nesse meu objetivo com a piada q fiz essa tarde. Me coloco a disposição da comunidade Judaica para me redimir”.

    Nada de oferecer bananas a um negro que protesta contra racismo, ou de esfregar no saco a notificação de uma deputada mulher. Quando o alvo da piada é um grupo com poder econômico um pouco maior, a defesa da liberdade de expressão irrestrita some rapidinho.

    E por falar em liberdade de expressão, dói ver a maioria dos humoristas — quase todos homens brancos e héteros — defendendo Gentili. Eles raramente defendem os alvos das “piadas” do humorista, mas creem que o humor pode tudo, e que é censura condená-lo, ainda mais com uma sentença de prisão (imagino que eles saibam que Gentili não será preso, né?).

    Também vi gente se manifestando contra o “punitivismo” de prender alguém, ainda mais alguém tão inofensivo. Bem, vejamos: um carinha que nunca matou ninguém — não estou falando de Gentili –, mas que faz fóruns anônimos festejando massacres e recrutando rapazes para cometê-los é inofensivo?

    Ou é só liberdade de expressão? Ao ser acusado, ele não pode alegar que foi tudo uma piada? E se eu ofender alguém, chamando-o de estuprador, e, ao ser processada, fizer um vídeo rasgando e esfregando o papel nas minhas partes íntimas? Tudo bem? No processo, eu posso alegar que só estava brincando, que não foi minha intenção insultar?

    Acho que quem reclama do “punitivismo” na condenação de Gentili sabe que o sistema que prende e tortura uma mulher pobre por furtar uma lata de leite condensado num supermercado é o mesmo que permite que não seja preso um senador gravado pedindo dinheiro pra empresário corrupto e dizendo que mataria o primo se o delatasse. É também o mesmo sistema que permite que um humorista que faz carreira perseguindo mulheres e negros tenha no máximo que pagar uma parcelinha de seu salário se porventura for condenado.

    Ironicamente, o público de Gentili é o mesmo que quer que eu vá presa por defender a legalização do aborto (acho que é meio a meio: metade me quer presa, metade me quer fuzilada). É o mesmo que celebra quando sou processada por misóginos que me ameaçam de morte e estupro e fazem de tudo pra destruir minha vida (Marcelo, ou “Psy”, que passou cinco anos ininterruptos me ameaçando e atacando, e que finalmente foi condenado a 41 anos e está preso desde maio, já me processou duas vezes). Aliás, parte do público de Gentili é aquele composto por grupos neonazistas e misóginos que planejam e executam massacres em escolas e que veem o humorista como um dos seus.

    Por que será que os piores cidadãos de bem do Brasil (entre eles o  presidente fascista, que não deu um pio sobre a execução de um pai de família negro pelo exército, mas escreveu um tuíte se solidarizando com Gentili) identificam o stand-up bully como sendo da mesma trupe? Bom, em dezembro de 2015, quando o Profissão Repórter dedicou um programa à luta feminista contra os misóginos, chegando ao ponto de tentar entrevistar Marcelo, Gentili se posicionou. Não contra gangues que ameaçam mulheres e negros, mas contra mim — como se algum dos onze boletins de ocorrência que fiz foi por alguém ter me chamado de gorda.

    Gentili tem um ódio todo especial por mulheres gordas (pode chamar de gordofobia, se preferir).

    Se você já foi gorda alguma vez no seu passado, como é o caso da candidata a vice-presidente Manuela D’Ávila, você será “zoada” pelo eterno “pior aluno da escola” (Gentili escreveu um livro glorificando o bullying. O livro virou filme com apoio da Lei Rouanet. Nossos impostos pagam campanha pró-bullying). Simples assim.

    A deputada federal Maria do Rosário, provavelmente a mulher mais atacada do Brasil (fazem ataques orquestrados até à filha menor de idade dela!) há anos, é fina demais para comemorar a condenação de Gentili.

    Mas eu festejo sim. É uma vitória coletiva de todas nós que somos frequentemente atacadas pelo humorista e seu séquito. E vale perguntar se Gentili mantém o que disse aos judeus ofendidos — “minha intenção como comediante nunca foi trazer nenhum outro sentimento ao público que não fosse alegria”. Qual é a alegria dessa gente em hostilizar mulheres, principalmente aquelas que não aceitam se calar?

  • Identificados dois dos três covardes que agrediram mulher em ato pró-Bolsonaro

    Identificados dois dos três covardes que agrediram mulher em ato pró-Bolsonaro

    Na primeira foto desta reportagem, à esquerda, vê-se Jaderson Soares Santana. À direita, o companheiro dele, Eliezer. Ambos atacaram uma mulher que ousou atravessar uma manifestação na avenida Paulista, que reunia apoiadores de Jair Bolsonaro, neste domingo (7/4). Por ter criticado Bolsonaro e Sergio Moro, ela foi imobilizada e enforcada pelos corajosos machões.

    Aqui, a foto da agressão:

    Homens atacam mulher na avenida Paulista, durante ato pró-Bolsonaro – Foto de Jardiel Carvalho

    Nesta foto, Jaderson é o que está de óculos e camisa branca; Eliezer, musculoso, veste uma camisa polo azul arroxeada.

    A polícia, que a tudo assistiu, só resolveu intervir depois que aplicaram na mulher o golpe chamado “mata leão”, que poderia tê-la matado.

    Jaderson Soares Santana é mestre em Literatura e Crítica Literária pela PUC de São Paulo. Trabalha no TRF-3, como analista judiciário (oficial de justiça). Em sua dissertação de mestrado, intitulada “As marcas do autor em ‘O Ano da morte de Ricardo Reis’”, apresentada em 2016, Jaderson dedicou o trabalho:

    “A Eliezer, meu companheiro, e aos meus três filhos que dividem seu dia a dia conosco”.

     

    Estudantes da PUC que conviveram com o casal reconheceram Eliezer como o homem transtornado que cai no chão da avenida Paulista e depois se lança contra a mulher, até agora não identificada.

    Com a péssima repercussão da agressão dos machões contra a mulher, a página de Jaderson Soares Santana no facebook começou a ser bombardeada por pessoas que o reconheceram nas fotos e vídeos divulgados.

    Um colega de estudos perguntava-lhe: “Jaderson, você se reconhece nesta imagem?” e postou uma foto, a mesma da agressão, que você pode ver acima.

    Jaderson Soares Santana, que no facebook identificava-se apenas como Jaderson Santana, postava inúmeras mensagens de apoio a Sergio Moro, a Jair Bolsonaro e a movimentos de extrema direita. Corajoso (SQN), ele foi incapaz de dar conta do fato de ter sido descoberto como agressor de mulheres. Tentou mudar o nome para “Paulo Mores” e, por fim, deletou a página.

    Jaderson tira sua página do ar

    Estamos ainda atrás do terceiro agressor, o homem de blusa cor de salmão, que dá a gravata na mulher. Vc o conhece, tem informações sobre ele? Também estamos em busca de contato com a jovem que foi atacada pelo brutamontes. Por favor, quem tiver informações sobre esse caso, envie para nosso email: jornalistaslivres@gmail.com.

    Manteremos sigilo sobre a origem das informações.

    NÃO PODEMOS PERMITIR QUE UMA MULHER SEJA ATACADA DESSA FORMA COVARDE E QUE OS AGRESSORES ESCONDAM-SE NO ANONIMATO! NOIX!

    Veja o vídeo:

  • Bolsonaristas fascistas agridem mulher na Av. Paulista

    Bolsonaristas fascistas agridem mulher na Av. Paulista

    Olha quem estava hoje na Av. Paulista defendendo Bolsonaro e Sérgio Moro: os covardes, os vermes, os selvagens, os mal amados, os doentes, os que se juntam pra bater numa mulher que não concorda com eles. O mais interessante: nota-se que a polícia algema quem? A mulher que foi agredida pelos fascistas.

    video: Chico Prado

  • DEPUTADO TRANSFÓBICO DO PARTIDO DE BOLSONARO ASSUME SER GAY PRA ESCAPAR DE DEDURAGEM NAS REDES!

    DEPUTADO TRANSFÓBICO DO PARTIDO DE BOLSONARO ASSUME SER GAY PRA ESCAPAR DE DEDURAGEM NAS REDES!

    Depois de ofender e ameaçar a deputada Erica Malunguinho, mulher trans do PSOL, o deputado Douglas Garcia, do PSL, o mesmo partido de Jair Bolsonaro, assumiu-se gay em plena sessão desta sexta à tarde, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

    Na quarta-feira, Douglas Garcia dirigiu-se a Erica Malunguinho, dizendo-lhe:

    “Se acaso dentro do banheiro de mulher que a minha irmã ou a minha mãe estiver utilizando um homem que se sente mulher […] entrar no banheiro eu não estou nem aí, eu vou tirar primeiro no tapa e depois chamo a polícia”

    Não foi a primeira derrapada grave de Douglas, que vinha se notabilizando por comportamento agressivo e abusado. No dia 21 de março, o mesmo deputado chamou os professores de “vagabundos” por protestarem contra a Reforma da Previdência nas ruas.

    Na sessão desta sexta, a homossexualidade de Douglas foi apresentada por sua colega de bancada, Janaína Paschoal, a quem ele cedeu seu tempo de fala para que ela o “defendesse”. Em apartes, Douglas afirmou que sempre foi uma pessoa muito bem “resolvida” com sua homossexualidade, que nunca quis fazer dessa condição uma bandeira, mas que temeu que se concretizassem “ameaças” de que, nas redes sociais, sua condição fosse revelada à revelia.

    Importante salientar e explicar para o mais novo membro da bancada LGBT, Douglas Garcia, que ninguém deixa de ser transfóbico apenas porque se assumiu como gay. Há muitos gays e lésbicas transfóbicos, e a luta contra a discriminação dentro da própria esfera LGBT é permanente.

    Douglas Garcia disse que continua sendo adepto da Escola sem Partido e disse que o PSL de Bolsonaro está acolhendo-o muito bem.

    Só para entender, Jornalistas Livres querem já de antemão, dirigir a ele cinco perguntas básicas:

    1. O que o senhor acha da frase do presidente Bolsonaro, que disse preferir um filho morto em um acidente de carro a um filho que apareça com outro homem?

    2. O senhor já foi vítima de bullying?

    3. O senhor já tentou fazer a cura gay?

    4. O senhor acha que existe cura gay?

    5. O que o senhor acha das propostas da ministra Damaris que prevêem que meninos sejam educados como guerreiros e as meninas, como princesas?

    No mais, toda a felicidade do mundo para mais esse homossexual que sai do armário montado pela repressão, pelo machismo e pela discriminação defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro!

    Viva a liberdade de ser quem se é!

  • Mulheres que ocuparam a Fazenda de João de Deus perguntam: quem mandou o vizinho de Bolsonaro matar Marielle?

    Mulheres que ocuparam a Fazenda de João de Deus perguntam: quem mandou o vizinho de Bolsonaro matar Marielle?

     

    Desde o dia 13 de março, quando cerca de 800 mulheres ocuparam a fazenda de João de Deus, em Anápolis-GO, as bravas militantes  do MST resistem próximas à sede da fazenda do médium preso por abusar de centenas de mulheres. João também é acusado de homicídio e pelo desaparecimento de várias pessoas.

    O clima de vigilância na ocupação Marielle Vive (nome dado para lembrar Marielle Franco, vereadora assassinada por lutar por direitos humanos), é constante, já que funcionários da fazenda circulam diariamente pela área; alguns, armados. Na entrada da ocupação, diversas faixas chamam a atenção de quem passa: pelo fim do feminicídio, direito ao aborto e ao próprio corpo, entre outras questões de fundamental importância para as mulheres. Mas a pergunta que está na boca de todas e todos na ocupação Marielle Vive é:

    Quem mandou o vizinho de Bolsonaro matar Marielle?

    Conheça um pouco do dia a dia na ocupação do MST, pelas lentes dos fotógrafos Leonardo Milano e Matheus Alves, para os Jornalistas Livres.

     

    Fotos: Leonardo Milano

     

     

    Fotos: Matheus Alves