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Bolsonaro destrói conselhos participativos por meio de canetada

O presidente Bolsonaro assinou hoje o decreto Nº 9.759 que “extingue e estabelece diretrizes, regras e limitações para colegiados da administração pública federal” a partir de 28 de junho. O decreto afeta conselhos consultivos e comissões nacionais que funcionam para intermediar as relações entre governo e sociedade civil. Vistos por movimentos sociais como forma de mais direta de democracia o número de conselhos teve aumento significativo nas últimas décadas.

O decreto põe fim a quase todos os conselhos que não foram criados ou modificados pelo governo Bolsonaro. Os conselhos referentes às instituições de ensino federal, autarquias e fundações, as comissões de sindicância, processo disciplinar e as comissões de licitação, não serão afetados pelo decreto. Serão afetados importantes fóruns de discussão como o Conselho Nacional de Saúde, Conselho da Transparência Pública e Combate à Corrupção, Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de LGBT, Comissão Nacional de Política Indigenista.

Também é revogado o Decreto nº 8.243, de 23 de maio de 2014, que estipulou a Política Nacional de Participação Social – PNPS, responsável por normatizar e coordenar os esforços do governo federal na relação com a sociedade civil. No dispositivo de 2014 estavam como objetivos como “consolidar a participação social como método de governo; promover a articulação das instâncias e dos mecanismos de participação social; incentivar a participação social nos entes federados” entre outros.

No decreto assinado hoje são declaradas as condições de extinção dos conselhos e as condições para a criação ou recriação de possíveis conselhos. Entre as condições para os novos conselhos estão limites de duração, número de componentes – sendo necessária justificativa para aumentar o número de conselheiros além de 7, especificação dos horários a serem seguidos pelos conselhos além de tratar dos encontros entre membros dos conselhos que forem de estados diferentes – sendo preferível que se faça a reunião por videoconferência.

A deputada Áurea Carolina (PSOL-MG) por meio das redes sociais se manifestou sobre o ato “não restam dúvidas: esse governo é avesso à democracia”. Já o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana – CONDEPE, Dimitri Sales, classificou o decreto como “um veloz passo para o desfecho definitivo da democracia brasileira! Com o fim da participação oficial da sociedade civil nas deliberações do Estado brasileiro, extingue-se a essência da participação política, restando cada vez mais uma democracia formal, pálida, limitada à processos eleitorais que servem tão somente para legitimar atos autoritários sustentados pelo manto da legalidade ou eleger governantes pouco comprometidos com a própria democracia”.

Comentários

2 respostas para “Bolsonaro destrói conselhos participativos por meio de canetada”

  1. Avatar de Inácio da Silva
    Inácio da Silva

    Ótimo que retirem os penduricalhos dos governos anteriores!

  2. Avatar de Luanda272923
    Luanda272923

    SE O PRESIDENTE BOLSONARO FEZ, #BOLSONAROTEMRAZAO

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