Jornalistas Livres

Autor: Martha Raquel

  • Eleições da Bolívia: eleitores avaliam governo Evo Morales

    Eleições da Bolívia: eleitores avaliam governo Evo Morales

    Por Martha Raquel Rodrigues e Leonardo Milano, direto da Bolívia, especial para os Jornalistas Livres 

    A poucas horas das eleições presidenciais a Bolívia vive um momento de disputa nas ruas. Entre El Alto e La Paz a equipe dos Jornalistas Livres conversou com dezenas de pessoas que se dividiram entre a intenção de votar no atual presidente Evo Morales e no segundo colocado Carlos Mesa. Mas uma coisa foi unânime, todas as pessoas destacaram que a vida da população mais pobre melhorou muito durante os três governos de Evo Morales, do MAS (Movimento ao Socialismo).

    De 2006 a 2018 23% da população saiu da extrema pobreza e 24% saíram da pobreza. A ascensão econômica do país, cujo PIB passa de 4%, atingiu toda a população, mas fez teve uma importância ainda maior na vida da população baixa renda.

    A Feira 16 de Julho, a maior feira do mundo, é famosa por ocupar toda a avenida durante as quintas-feira e os domingos. É possível encontrar de tudo, desde material para higiene ou limpeza, até roupas, sapatos, verduras, legumes, eletrônicos, etc. Em dia de eleição não há feira, por isso parte dela esteve presente neste sábado (19). Quando o assunto são as eleições, os vendedores se dividem entre os candidatos.

    Foto: Leonardo Milano / Jornalistas Livres

    Salomé Quispe Collque tem 35 anos e dois filhos. Artesã e vendedora de material escolar há 7 anos, ela sustenta a casa com o dinheiro das vendas da feira. Ao nos ouvir falar sobre as eleições tratou logo de dizer que seu candidato é Evo Morales. Antes mesmo de ser questionada já explicou que a vida do povo melhorou, que as crianças têm escola, os adultos têm emprego e que as casas tem comida. Para ela, Evo entende o sofrimento do povo porque já passou por ele – já que era agricultor e é indígena. Ela diz que ele quando criança ele também sentiu a pobreza, então entende as necessidades do povo.

    A estudante Ximena Mamani, de 21 anos, disse que ainda não tem candidato mas destacou que Evo Morales fez o que havia prometido em suas campanhas. Ela destacou que os teleféricos ajudam muito a população, principalmente os trabalhadores e os estudantes. Hoje ela mora com seus pais e três irmãos a poucas quadras da Avenida 16 de Julho, onde cuida da banca da família.

    Ximena Mamani – Foto: Leonardo Milano / Jornalistas Livres

    Liset Huanca, de 28 anos, é estudante e também trabalha como vendedora na feira. Quando questionada sobre o atual governo, disse gostar muito porque ele investiu em muitas obras, hospitais e escolas. Liset se emocionou ao dizer que viver na Bolívia e, em especial em El Alto, é muito bom. Ela disse não se imaginar vivendo em outro país. Apesar de concordar que o país teve avanços e que melhorou a vida do povo, ela irá votar pela mudança de partido.

    Liset Huanca – Foto: Leonardo Milano / Jornalistas Livres

     

     

    COMO ESTÁ A BOLÍVIA HOJE SOB O COMANDO DE EVO MORALES 

    Foto: Leonardo Milano / Jornalistas Livres

    Educação a porta de entrada para outros direitos

    O governo do presidente Evo Morales dedica 10% do orçamento nacional à educação, o que coloca o país como o segundo maior investidor no setor na América Latina, perdendo apenas para Cuba. Segundo o vice-presidente Álvaro García Linera, o objetivo desse investimento é melhorar e ampliar a qualidade da educação recebida por crianças e jovens bolivianos e, também, o fortalecimento da educação pública. Desde 2006 mais de 3 mil centros educacionais foram reformados e pelo menos outros 16 mil foram criados. Numa conta rápida, se equipararmos ao Brasil pelo número de pessoas vivendo no país, significaria ter disponível mais de 300 mil escolas – hoje temos apenas 184 mil.

    Combate ao analfabetismo: O programa “Yo Sí Puedo” (Sim, Eu Posso) importado de Cuba ensinou mais de um milhão de adultos a escrever. Hoje menos de 3% da população não sabe ler ou escrever. O combate ao analfabetismo foi uma das prioridades do primeiro governo Evo Morales em 2006. O projeto surgiu de um estreitamento das relações diplomáticas e ideológicas com Cuba e Venezuela. Evo Morales, Fidel Castro e o falecido Hugo Chávez desenvolveram juntos o projeto na Bolívia. A Venezuela deu suporte financeiro e Cuba cedeu profissionais e os materiais necessários para a implementação. Mais de oito milhões de pessoas já foram alfabetizadas através do método em mais de 30 países, de acordo com dados cubanos.

    Ensino universitário público e de qualidade: A Bolívia tem hoje 12 universidades públicas espalhadas pelo país. A Universidade Pública de El Alto, por exemplo, recebeu um investimento de 1 milhão de bolivianos em 2018. A UPEA, como é conhecida, tem 35 cursos para milhares de alunos da região. Para os moradores de El Alto a UPEA foi uma grande oportunidade para seus jovens.

     

    Teleféricos como principal meio de transporte

    Silencioso, limpo, seguro, rápido, barato e movido a energia elétrica e solar. O teleférico é o principal meio de transporte público que liga a cidade de La Paz a cidade de El Alto, na Bolívia. El Alto fica 400 metros acima de La Paz e seu percurso de carro pode levar até uma hora e meia. De teleférico a viagem dura em média 17 minutos.

    Com a maior linha do mundo, o teleférico transporta 440 mil pessoas por dia. Os bondinhos distribuídos em 10 linhas e 36 estações, são movidos a energia elétrica, que é parcialmente fornecida por células fotovoltaicas instaladas em cima de cada um. Eles andam a uma velocidade média de 6 metros por segundo e a cada 12 segundos um novo bondinho está disponível. Com capacidade para 10 pessoas, algumas linhas contam com mais de 200 cabines disponíveis. No total as linhas alcançam mais de 30 km. O transporte de passageiros funciona de segunda a sábado das 06h às 23h e de domingo das 07h às 21h.

    O projeto foi iniciado em 2014 pelo governo de Evo Morales e teve um investimento inicial de 230 milhões de dólares. Para os passageiros a passagem sai 3 bolivianos, em média R$ 1,80. A segunda baldeação custa 2 bolivianos, R$ 1,20. Estudantes de 3 a 25 anos, idosos e pessoas com deficiência pagam meia passagem.

    Foto: Leonardo Milano / Jornalistas Livres

     

    Saúde como direito e não mercadoria 

    O Sistema Único de Saúde boliviano é bem parecido com o brasileiro. Todas e todos têm direito aos cuidados de saúde sem qualquer pagamento direto dos usuários no local ou horário dos cuidados. Medicamentos essenciais também são ofertados de forma gratuita pelos governos municipais. Quando há necessidade de um procedimento ainda não é ofertado pelo SUS, o paciente terá direito de realizá-lo em unidades privadas e seus custos serão pagos pelo Ministério da Saúde.

     

    “Calle de las Brujas” (Mercado das Bruxas)

    Foto: Leonardo Milano / Jornalistas Livres

    O Mercado das Bruxas de La Paz é conhecido por tomar as ruas da região central da cidade e por vender todo tipo de artigo, inclusive alguns considerados exóticos pelos turistas. Tomado por cores, é possível encontrar desde roupas, artesanatos, quadros, sapatos, comidas típicas e até fetos de lhamas empalhados. As lhamas empalhadas são usadas como prenda para Pachamama (Mãe-Terra) em um ritual que consiste em montar uma mesa de oferendas a Pachamama com lhamas empalhadas e doces. A prenda é queimada ao final do ritual e acredita-se que traz segurança, saúde, prosperidade. Segundo as vendedoras muitas empresas fazem o ritual antes de construírem seus prédios.

    Nas lojas o entra e sai é constante. Mery Pacossilo tem 33 anos e há 3 trabalha na loja “Dona Maria Mãe Poderosa”. Ela conta que muitas pessoas costumam levar os amuletos para deixar em casa ou presentear um ente ou amigo querido. O que mais sai custa 10 bolivianos (R$ 6) tem várias versões. Pode proteger a casa, os moradores, os carros, as viagens ou os animais. Já esta é a semente de Huayruro é usada como amuleto para trazer dinheiro. Se ingeridas são tóxicas, então os compradores carregam dentro da carteira. Já esta coruja é um amuleto para ajudar nos estudos. No mesmo estilo há este amuleto de uma mão segurando um saco de dinheiro, que é usado como amuleto da sorte na hora de fazer investimentos financeiros.

     

    La Paz é a capital da Bolívia e a 3ª maior cidade do país.

     

  • Elsa pode ser lésbica e Damares não tem nada a ver com isso

    Elsa pode ser lésbica e Damares não tem nada a ver com isso

    A ministra Damares Alves, responsável pelas pastas Mulher, Família e Direitos Humanos do Governo Bolsonaro, declarou que a princesa Elsa, personagem principal do filme Frozen, terminou a trama sozinha em um castelo de gelo porque é lésbica. No vídeo Damares ainda diz que “O cão está muito bem articulado e nós estamos alienados”.

    Logo após o vídeo ser divulgado, a internet se levantou para questionar a ministra e dizer que Elsa não é lésbica. E essa defesa feroz de que Elsa é hétero está me incomodando demais.

    Frozen veio para quebrar a velha história de que toda princesa precisa de um príncipe encantado para ser feliz. Na trama Elsa é uma irmã mais velha que nasceu com o dom de criar gelo e neve. Ainda criança, enquanto brincava com a irmã mais nova Anna, um acidente machuca a caçula. Como precaução os pais decidem separar as irmãs e pedem aos Trolls que apaguem as memorias de Anna sobre o acontecido. Elsa então se isola de todos para aprender a controlar seus poderes até o dia de sua coroação. Neste dia dois eventos importantes acontecem: 1) Anna, uma menina que cresceu sozinha, sai do castelo, conhece um rapaz e, como na maioria dos contos de fadas, acredita ter encontrado seu amor verdadeiro; 2) Quando Anna comunica à irmã que irá se casar com aquele rapaz que acabou de conhecer, Elsa se zanga por ver a ingenuidade da irmã e acidentalmente congela toda a cidade.

    É neste momento que Elsa foge e se refugia em um castelo de gelo construído por ela mesma. Anna vai atrás da irmã e acaba atingida por um raio de gelo que congela seu coração. A única forma de a jovem sobreviver é um ato de amor verdadeiro. Ela então volta correndo para o castelo na esperança de que seu prometido lhe beije e descongele seu coração. O príncipe então diz que deixará que ela morra e que matará Elsa para se tornar rei. Elsa retorna em busca da irmã e quando o príncipe tenta matá-la, Anna, praticamente congelada, entra na frente e toma a espadada.

    Este é o ato de amor verdadeiro, o amor de irmãs. Anna daria sua vida para salvar Elsa. Não tem beijo, não tem romance, não tem nada. Damares acusa Elsa de ser lésbica porque ela decidiu se isolar no castelo de gelo. Eu discordo. Elsa pode ser lésbica por outras razões, mas não por ter medo e se refugiar em um castelo sozinha. Mas Damares pode estar certa quando diz que Elsa é lésbica. E daí?

    Elsa pode ser lésbica porque toda mulher pode ser lésbica. Do mesmo jeito que uma mulher pode ser hétero e não ter um príncipe num conto. Essa defesa de que Elsa é hétero só reforça que as pessoas vêem a lesbianidade como algo indefensável, como algo que precise ser dito que não é, que não é e que não é.

    Sempre vi Elsa como uma mulher bem-resolvida, forte e LÉSBICA. Já passou da hora de os contos infantis retratarem a lesbianidade como algo normal. Alguns portais sobre cinema especulam que Elsa pode ser a primeira rainha lésbica da Disney na continuação da animação e eu acho isso o máximo.

    Sua canção de libertação diz:

    Este momento do filme, pra mim, sempre retratou o alívio de deixar pra trás toda a frustração de viver escondida. A metáfora me parece bem clara, o que aprisiona Elsa não é o gelo e sim a lesbianidade. O medo de machucar a irmã e os pais, o medo de não ser compreendida e aceita. O gelo é a materialidade do medo vivido por Elsa e por todas as mulheres lésbicas na sociedade: o medo da não aceitação. E perceber tudo isso me fez ter Frozen como animação preferida. Já me senti como Elsa e hoje Livre Estou.

    Ministra Damares, parece que este tema pra você é uma obsseção. Não é a primeira vez que você fala sobre isso de forma tão “indiganada”. Torço para que a você se liberte desta obsessão e, se for o caso, possa se libertar, sair do armário deixando as frustrações pra trás e cantar Livre Estou. Te garanto a vida do lado de cá é uma delícia.

     

    O medo das mulheres lésbicas não é restrito ao Brasil

    No início de 2013, quando o filme foi lançado, diversos pastores o acusaram de “induzir crianças a homossexualidade”. O longa que ganhou o Oscar de melhor animação foi criticado pela primeira vez pelo pastor norte-americano em um programa de rádio. Kevin Swanson afirmou que Frozen trazia “perigosas mensagens da homossexualidade e da bestialidade para as crianças”. “Eu acho que esse filme bonitinho vai doutrinar minhas alunas de 5 anos de idade a se tornarem lésbicas” afirmou o pastor.

  • Banda sapatão se destaca em festival com Pussy Riot

    Banda sapatão se destaca em festival com Pussy Riot

    Sapataria, uma banda que surgiu em setembro de 2016, foi o destaque do festival Garotas à Frente. Mesmo não sendo a atração principal, a banda formada por Marina Garcia, Isabelle Miranda, Dani Cox e Zu Medeiros chamou a atenção por abordar em suas músicas temas como a lesbianidade e o feminismo.

     

    O quarteto, que nasceu e cresceu nos eventos feministas, contou que a ideia não é produzir algo comercial e sim transmitir mensagens através das músicas. Para a baixista Dani Cox, o Pussy Riot sempre foi uma inspiração. “Quando eu tinha 14 anos eu costumava ouvir muito a banda e hoje foi a realização de um sonho. Pudemos ver como a banda cresceu”.

     

    A Sapataria é a única banda sapatão do cenário Punk de São Paulo. A cada música cantada pelo grupo, elas revelavam o porquê de terem escrito aquela letra.

     

    “Eu tenho orgulho de ser sapatão, eu tenho orgulho de ser lésbica, eu tenho orgulho de ser como sou e tenho orgulho de como ela é”. O início do show foi marcado num só grito – Foto: Adriano Choque / Jornalistas Livres

     

    “A música MSB, Movimento das Sem Banheiro, é algo muito recorrente pra mim, pra nós quatro e para todas as lésbicas não feminilizadas, que é ser expulsa do banheiro feminino. Algumas vezes confundem a gente com um menino e chamam o segurança, mas o que eu acho mais perigoso e mais maldoso é a mulher que sabe que a gente é lésbica e resolve causar porque para ela lésbicas são predadoras. Ela acha que nós, lésbicas, estamos ali para sexualizá-la enquanto ela faz xixi. O que não faz o menor sentido, a gente só quer fazer xixi” contou Marina Garcia, guitarrista da banda. “Durante minha vida, sempre que eu tinha uma dificuldade, eu recorria à música. Se eu brigava com meus pais ou na escola, eu sempre recorria a música para ouvir uma mensagem que me fortalecesse. E de repente não tinha nenhuma e se não tinha, eu pensei ‘vou criar’”, concluiu Marina.

     

    Carta aos Pais também foi uma das músicas mais aplaudidas pelo público. A atriz Maria Elisa foi ao festival com a irmã e cantou a música com todas suas forças, como ela mesmo classificou. “Essa [música] é muito importante pra mim porque foi por causa dela que eu consegui colocar todas as minhas frustrações pra fora. Eu estive no armário por muitos anos e isso trouxe muito sofrimento. Tudo que eu queria era poder amar e minha família me condenava por isso. Hoje quando cantei com todas as minhas forças, parece que fiquei mais leve”.

    “A música retrata como é sufocante você estar em um lar lesbofóbico. Quando eu tinha 18 anos eu tive que sair de casa. Eu não tinha formação, eu mal tinha um emprego, mas tive que sair porque a minha família era extremamente lesbofóbica. Foi algo que ficou por muito tempo guardado e é interessante você usar a arte para canalizar um sentimento que ficou meio mal-resolvido”, revelou Dani Cox. “É interessante pra um LGBT ver que tem arte sendo feita pra LGBT, é importante ele poder se encontrar no mundo e ver que ele não está sozinho”, continuou.

     

    A baterista Isa contou que era muito fã da banda e hoje se sente realizada por tocar nela. “Sempre crie e sempre acredite nas coisas que você quer passar. Pode ser para duas pessoas, mas se for algo bom você vai ajudar duas pessoas. É isso que eu acredito”.

    Foto: Adriano Choque / Jornalistas Livres

    A música 175 foi o ponto alto da noite. Com uma crítica a Jair Bolsonaro, a música começa respondendo uma das frases mais asquerosas do que preside o país “Sem essa de porrada pra deixar de ser viado”. Em entrevista à revista Playboy em junho de 2011 Bolsonaro afirmou que prefere um filho morto a um herdeiro gay e diz que ser vizinho de um casal homossexual é motivo de desvalorização de imóvel. “Seria incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui: prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo”, disse.

     

    A música segue entoando frases como “Lesbianidade não é novidade, não nascemos ontem, não é só diversidade” e “Eles querem nosso sangue, mas não vão conseguir. Seguiremos em frente e sempre vamos existir”. Para Isa o conservadorismo é uma ameaça a toda diferença, uma ameaça a diversidade e uma ameaça evidente a cada lésbica. “A conjuntura atual, com Bolsonaro como presidente, legítima a violência contra minorias através do discurso de ódio e pratica a violência através de ações concretas, institucionalizadas. A extrema direita é capitalista e o capitalismo é um sistema que se alimenta da desigualdade. Viver nele como minoria é e sempre será ruim; quando ele vem com conservadorismo ou neo-fascismo, é muito pior para minorias como as LGBTs, pois além da precarização do trabalho, o sucateamento dos serviços e instituições públicas, há o ataque direto a políticas inclusivas que foram conquistadas depois de muita luta. É uma ameaça que afeta sim nós lésbicas, mas também à todos e só a organização política das minorias, dos trabalhadores poderá reverter essa situação atual do Brasil”.

    Dani Cox completa “Você ser uma pessoa lésbica no mundo vai te fazer lidar uma hora ou outra com política, porque não dá pra você fechar os olhos e fingir que nada está acontecendo no mundo. Querendo ou não os fatos políticos atingem diretamente a nossa comunidade. A gente está vendo um aumento da violência em decorrência das eleições de 2018 e é importante ter esse tipo de arte pra fortalecer a comunidade e ver que tem uma saída”.

    Foto: Adriano Choque / Jornalistas Livres

     

    O Festival

    O festival O Garotas à Frente é um espaço multimídia que celebra a participação ativa das mulheres em todos os âmbitos da sociedade. Mais do que feministas, as mulheres de hoje são seres políticos que reivindicam e ocupam os lugares que escolhem no mundo, questionando papéis de gênero tradicionais, posições de trabalho onde são minoria e se expressando sem pudores através de moda, cultura e artes.

  • Nadya, do Pussy Riot, exibe faixa “Fora Bolsonaro” em show em SP

    Nadya, do Pussy Riot, exibe faixa “Fora Bolsonaro” em show em SP

    Nadya Tolokonnikova, do Pussy Riot, se apresentou no último sábado (20) em São Paulo no festival Garotas à Frente. A apresentação contou com uma mistura de arte e letras anti-Pútin, anti-indústria farmacêutica, pró-liberdade de decisões sobre o próprio corpo, entre outros temas, cantadas furiosamente sobre bases sampleadas de músicas punk.

    Durante a apresentação a cantora questionou quem mandou matar Marielle Franco e exibiu uma faixa escrita “Fora Bolsonaro”. A platéia respondeu com gritos de Lula Livre.

    https://www.instagram.com/p/Bwf3kV6n8WQ/

    https://www.instagram.com/p/Bwf3EAUH2dy/

    A banda

    Pussy Riot é um grupo de punk rock feminista russo que se tornou conhecido por realizar, em Moscou, flash mobs de provocação política, protestando contra o estatuto das mulheres na Rússia e, mais recentemente, contra a campanha do primeiro-ministro Vladimir Putin para a presidência da Rússia.

    Em 3 de março de 2012, durante um concerto improvisado e não autorizado na Catedral de Cristo Salvador de Moscovo, duas integrantes da banda, Nadya Tolokonnikova e Maria Alyokhina, foram presas e acusadas ​​de vandalismo motivado por intolerância religiosa.

    As integrantes da banda ganharam simpatia, tanto dentro da Rússia como internacionalmente, devido a acusações de tratamento cruel enquanto estiveram sob custódia, e ao risco de uma possível sentença de prisão de sete anos; mas também foram criticadas na Rússia por ofenderem os sentimentos religiosos do povo.

    No jogo entre França e Croácia da final da Copa do Mundo na Rússia em 2018, membros da banda invadiram o campo em protesto contra o presidente russo Vladimir Putin sendo imediatamente retirados do campo.

     

    O Festival

    O festival O Garotas à Frente é um festival multimídia que celebra a participação ativa das mulheres em todos os âmbitos da sociedade. Mais do que feministas, as mulheres de hoje são seres políticos que reivindicam e ocupam os lugares que escolhem no mundo, questionando papéis de gênero tradicionais, posições de trabalho onde são minoria e se expressando sem pudores através de moda, cultura e artes.

     

     

  • NOVO VÍDEO MOSTRA QUE MAIS DE 10 HOMENS FORAM PRA CIMA DA MULHER NA AV. PAULISTA

    NOVO VÍDEO MOSTRA QUE MAIS DE 10 HOMENS FORAM PRA CIMA DA MULHER NA AV. PAULISTA

     

    Um novo vídeo conseguido com exclusividade pelos Jornalistas Livres mostra como a agressão a jovem Elô começou. Indo para o trabalho, Elô e Kim atravessavam a manifestação dos fascistas contra o STF, na Av. Paulista, quando Kim fez o sinal do “dedo do meio” para a fala de Isabela Trevisan, mulher que na semana passada estava armada com um taser em outra manifestação.

     

    O fascista de gorro preto, ainda não identificado, dá uma voadora no jovem, o derruba no chão e o imobiliza com uma chave de braço. Vários outros homens cercavam o rapaz prensado no chão quando Elô tenta tirar o amigo daquela situação. Neste momento mais de 10 homens vão pra cima dela e começam a empurra-la, até que Francisco Medeiros, Jaderson Soares Santana e Eliezer Caldeira Paiva, os 3 fascistas que estampam a foto e que já foram identificados, aparecem.

     

    No vídeo abaixo é possível ver as agressões:

    Veja abaixo uma entrevista EXCLUSIVA com Elô e Kim. Eles contam detalhes das agressões e fazem um pedido a população brasileira.

     

  • Posse de Bolsonaro: o medo venceu a esperança!

    Posse de Bolsonaro: o medo venceu a esperança!

    Medo, medo e mais medo. Esse é o clima da posse de Jair Bolsonaro (PSL) no próximo dia 1 de janeiro. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República divulgou na manhã de hoje, 18, as medidas de segurança da cerimônia de posse.

    Carrinhos de bebê, guardas-chuva, animais de estimação, bolsas, mochilas e até garrafinhas de água estão proibidos – além, é claro, de armas de fogo e produtos inflamáveis. Segundo o GSI, também haverá um bloqueio de sinal dos aparelhos de celular, ou seja, não haverá a possibilidade de fazer ligações e ou usar a internet.

    O órgão pediu ao Exército equipamentos que impeçam a transmissão de rádio frequência na Esplanada dos Ministérios nos momentos em que Jair Bolsonaro estiver se deslocando em ambientes externos. Segundo Sérgio Etchegoyen, chefe do GSI, a previsão é que também sejam utilizados aparelhos para proibir o uso de drones no local.

    Emissoras de televisão estão buscando outras formas de transmitir a posse, já que o mochilink – aparelho usado para transmitir ao vivo acontecimentos por meio de vários chips de celular – não irá funcionar nos arredores da Esplanada dos Ministérios.

    Numa sociedade com medo das chamadas “fakes news”, Jair Bolsonaro, o maior criador delas, se esconde atrás da auto-propaganda. O presidente eleito que já vetou a presença de jornalistas em entrevistas, agora quer falar sozinho ou não falar, como fez na campanha eleitoral. Blindado dos questionamentos dos jornalistas e de tudo que possa colocá-lo numa situação embaraçosa, Bolsonaro veta – não sem intenção – emissoras e a mídia independente de trabalhar.

    Posse mais cara dos últimos anos

    Além de todo essas proibições, Jair Bolsonaro também usará um colete à prova de balas e será acompanhado de perto por atiradores de elite. Agentes de segurança estarão disfarçados no meio da multidão e os prédios da Esplanada terão atiradores de elite posicionados.

    A Esplanada dos Ministérios será isolada e convertida numa espécie de zona de exclusão já nos últimos dias de 2018. O governo informou que já comprou 32 km de cercas de aço – suficientes para cercar pelo menos 92 estádios de futebol como a Arena Corinthians – para montar o esquema de segurança e controlar o acesso do público.

    Segundo o governo, o custo total do evento pode chegar a R$ 1 milhão, um dos mais altos da história, quase o dobro das posses de Dilma e de Lula.

    Segundo o GSI, até 12 mil agentes devem participar do evento. Em 2010, o desfile da presidente Dilma Rousseff contou com pouco mais de 2.600 agentes e em 2014 não passou de 4 mil.

    Carro aberto

    Janeiro é um dos meses que mais chove em Brasília, mas para a equipe de segurança de Jair Bolsonaro isso pode ser um aliado. Enquanto as pessoas correrão o risco de se encharcar, um auxiliar do governo disse ao jornal “O Globo” que todos estão torcendo pela chuva para que Jair Bolsonaro não precise desfilar em carro aberto.