Jornalistas Livres

Autor: Helio Carlos Mello

  • Por onde anda nossa cabeça?

    Por onde anda nossa cabeça?

     

    No nada sinto, vou dizer, no nada vejo as aflições que nos envolvem e uma gente ancestral que permeia cada beco de nós. Seria mais um dia de chuva, mas a tarde deu seu protesto com sol na avenida, vitrine viva, a Paulista e seus paulistanos transeuntes. 

     

    Enquanto fazem piada sem graça, em Brasília, enquanto distribuem bananas ao público da quarta-feira e ofendem a impressa, na capital de São Paulo são os indígenas que dão a mensagem com graça e canto. Os Guarani M’byá distribuem seus segredos enquanto protestam pela guarda do território. Querem paz e saúde, querem a terra.

     

    O luto virou luta, querem sim a floresta em pé, viva entre a  metrópole e seus veículos. 

     

     

    Via larga, diversa, difusa, caminho antigo de indígenas ao mar, hoje uma passarela para aqueles que discordam.  Uns usam plumas, outros capacetes, boné, coroa.

     

    Não esmoreço, não cedem. Mundo torto, mundo reto.

    Como dissera o poeta das águas, Thiago de Mello, como sei pouco, e sou pouco, faço o pouco que me cabe, me dando por inteiro.

    No asfalto aqueles que sofrem na própria vida a garra da opressão.

     

    É índio.   

     

    No nada, em fórum.

     

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/227731361777642/

     

    Leia mais em :

    Os Guarani convocam povo de SP para proteger Terra Indígena Jaraguá

     

    *imagens por helio carlos mello©

  • Voo de malícias

    Voo de malícias

    De frases auspiciosas vou me alimentando, já que o revisionismo avança.  De Bertold Brecht republicam agora, que do rio, que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas as margens que o comprimem

     

    Assim como Jesus também sobe em pés de goiaba, também anda em helicópteros, para não se cansar tanto. Vai de barco ou internet, vai de carta ou alforria mesmo. Os povos isolados não terão muito como se resguardar da visão do Senhor, mesmo que esse, há tantos séculos, tenha partido para as estrelas, mas não lhe dão sossego. 

     

    Coitado de Jesus, tão boa pessoa, deu a vida pelo amor, bondade e perdão. Condenou aqueles que  por moedas queriam o templo, mas negócios são negócios, e gente isolada também gera dividendos, mesmo que dinheiro não tenha ou nem saiba que igrejas existem.

    https://www.youtube.com/watch?v=FjRjSkY13To&feature=youtu.be

    Fico intrigado com a emoção, aquilo que nos move para fora, quando um indígena desvela, compreende, sucumbi à palavra das igrejas. O que de fato o religa, como a morte, à nova palavra?

     

    Só consigo ver a noite, por mais que imagine.

     

     

    Há aqueles que pensam em novas tribos, como que ser indígena fosse uma missão. Desentendem o que é origem, não veem o que é ser, não bebem da fonte, desconhecem a boa notícia da vida.

     

    Sei que os anjos, quando há, têm suas asas e sabem nadar quando necessário. Hélices trazem bobagens, enganos vis, mensagens de cão e afogados. Tal um animal extinto, querem recriar a servidão e o arcaico.

     

    Mamutes invadem a terra plana.

     

    Grafites do artista Crânio.*Fotografias por Helio Carlos Mello©

     

    Saiba mais:

    https://epoca.globo.com/sociedade/missionarios-compram-helicoptero-para-evangelizar-indios-24277463

  • Qual é tua inquietação?

    Qual é tua inquietação?

     

    É positiva a placa que indica a contramão de nossas modas, pois índio não é a festa que insiste na avenida, mas em protesto ocupa seu lugar na cabeça dos brancos que não desistem da causa indígena, sua cunha nas ideias dos homens, um rastro de sabedoria na insanidade do arauto, que nos cancela a academia do bom senso.

     

    por Francio de Holanda© / acervo Acadêmicos do Baixo Augusta

     

    No meio de tanta gente que vejo na rua em carnaval, alegria difusa, fico pensando no cocar de índio, penacho na mente, plumas nas ideias de nossos modos.

     

     

     

    Comportamento, atitude, fantasia, dura pena das desfaçatezes que atropelam ator em cena, o antigo símbolo das culturas da Ameríndia, agora é dinamite e dissenso.

     

    Cocar, pena das aves que voam, que envolve um rito profundo dos modos de vida, não é alegoria, mas a mão em punho, a coroa que apresenta o ser em seus quereres, seja qual etnia a use ou resguarde.

     

     

    Viva os cocares que trazem a memória do voo de nação insólita.

     

    O doutor Murillo de Oliveira Villela, assassinado essa semana entre vento oportuno de trama bárbara, escrevera em arquivo sobre a saúde nas aeronaves que nos conduzem: uma viagem saudável é para pessoas saudáveis e preparadas para fazê-la!

     

    http://apm.org.br/imagens/Pdfs/suplementocultural/Suplemento_Maio2010.pdf

     

    *imagens por Helio Carlos Mello©

  • Parceria ou barbárie

    Parceria ou barbárie

    Acordo cedo e sei que o dia trará duras penas, desatinos, protuberâncias.

     

    Os olhos já nem enxergam tanto diante de fac-símiles desfocados, mas a verdade insiste, pedra, diamante duro, não aflora ou se entrega. Sei apenas que há abusos e desfaçatez, ou o que chamavam de cara de pau quando nasci, cinismo, covardia. 

     

    Reproduzo aqui o que jornais velhos estamparam um dia.

     

    Hoje miopia, desencantos da inteligência ou longa noite apenas. 

     

    No fundo do baú encontro, reporto, compartilho:   

    Parceria ou barbárieManuela Carneiro da Cunha / Folha de São Paulo, 22/08/1993, pág 3- Tendências e Debates.

     

     

    A contagem dos mortos Yanomami nem terminou e já há quem procure lucrar com os cadáveres. Até para se contestarem demarcações  e …(?)… demanda de recursos está servindo o massacre.

     

    Não é a marcha inelutável e impessoal da história quem mata os índios, são ações e omissões muito tangíveis, movidas por interesses concretos. Mineradoras, madeireiras, setores das Forças Armadas e políticos locais, de olho na revisão constitucional, acobertados pela falta de vontade política do governo, desencadeiam uma campanha anti indígena na imprensa e estimulam um acerto de contas.

     

    Nesta campanha há três ordens de censura que se estão fazendo aos índios: as de fundo, as absurdas e as irrelevantes. Irrelevantes (e mal intencionadas) são as censuras que não tem nada a haver com a verdadeira questão: o que pretendem é confundir a opinião pública e criar um clima, geralmente desfavorável aos direitos indígenas. Faz parte desse conjunto polimorfo a exploração do caso Paiakan.

     

    Absurdas são as preocupações de segurança e fronteiras que os índios causam às Forças Armadas. A propósito desses cuidados, bastará repetir o que o senador Jarbas Passarinho escreveu em um número recente da “Revista do Clube Militar”: Qual o risco para a soberania nacional? Nenhum”.

     

    Resta a verdadeira questão: a Constituição não proíbe a mineração em áreas indígenas, mas prescreve salvaguardas especiais. Esta é uma questão de fundo que deveria ser discutida em seus próprios termos e não escondida por uma nuvem de fumaça.

     

    Justiça, economia e política são os termos da questão. Na ótica da justiça não há o que sofismar. Sacrificar a sobrevivência de sociedades indígenas é inadmissível. Essas populações têm direito a seus territórios por motivos históricos, que foram reconhecidos no Brasil ao longo dos séculos. O que argumento aqui é que essa justiça pode concorrer para interesses nacionais. Falo dos verdadeiros: frequentemente demais, tomam-se os interesses particulares de mineradoras, por exemplo, por interesses gerais do Brasil.

     

    É preciso ultrapassar a miopia econômica e estratégica que clama pela exploração imediata de todas as riquezas do país. A riqueza natural da Amazônia não só seus minérios, suas madeiras, seus recursos hídricos: são também sua biodiversidade e os conhecimentos de que se dispõe acerca dela. Existem pelo menos uma 250 mil espécies vegetais, 95% da alimentação mundial repousa apenas sobre 30 espécies, o que torna a humanidade particularmente vulnerável a vírus que as afetem. Daí decorre a importância estratégica fundamental de bancos genéticos e de sementes que permitem novos pontos de partida.

     

    As variedades vegetais evoluem e eventualmente co-evoluem com microorganismos. Tão essencial quanto a conservação nos seu local de origem: e esta não é obra simplesmente da natureza e sim de gerações de cultivadores.

     

    Tudo isto aponta para duas coisas: primeiro, que a riqueza biológica é uma das mais estratégicas para o século 21. Segundo, que o conhecimento das populações indígenas é fundamental para sua exploração.

     

    Resumindo: numa perspectiva tanto estritamente econômica quanto estratégica, é irracional querer abrir todas áreas da Amazônia à exploração indiscriminada. Os direitos dos índios podem assim coincidir com os interesses da sociedade brasileira. Foi nessa mesma perspectiva que, na Constituinte, a Coordenação Nacional dos Geólogos defendeu(contra mineradoras) que áreas indígenas fossem reservas minerais, ou seja as últimas a serem exploradas.

     

    Para a conservação da riqueza biológica, o raciocínio deveria ser semelhante: avalia-se que se a floresta tropical for preservada apenas nos parques e reservas ambientais existentes, 66% das espécies podem se extinguir. Tanto para evitá-lo quanto para preservar conhecimentos, é preciso estabelecer um novo pacto com populações indígenas. Nada há a alterar na Constituição, que já contém essa postura.

     

    O Ano Internacional do Índio, que foi colocado sob o lema”Povo indígena: uma nova parceria”, está manchado pelo massacre Yanomami. Há o risco de que seja também lembrado por uma ardilosa destruição dos direitos indígenas na Constituição. Ou por uma nova e enfim civilizada parceria.

     

     

     

     

    Maria Manuela Ligeti Carneiro da Cunha é antropóloga, doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (1976) é graduada em matemática pela Faculté des Sciences de Paris (1967). Fez pós-doutorado na Universidade de Cambridge. Foi professora doutora da Universidade Estadual de Campinas e professora titular da Universidade de São Paulo, onde, após a aposentadoria, continua ativa. Foi full professor da Universidade de Chicago de 1994 a 2009, onde é professora emérita. Foi professora visitante na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, na Universidade Pablo de Olavide, na Universidade de Chicago (antes de ser contratada); no PPGAS do Museu Nacional (UFRJ). Foi titular da cátedra “savoirs contre pauvretés” no Collège de France em 2011-2012. É membro da Academia Brasileira de Ciências, e da Academia de Ciências do terceiro mundo; foi presidente da Associação Brasileira de Antropologia (1986-88) e representante da comunidade cientifica no CD (conselho deliberative) do CNPq, onde foi bolsista na categoria A1. Atuou como juri dos Programas do Milênio (2001), e fez parte do International Advisory Group (IAG) do Pilot Program to Conserve the Brazilian Rain Forest (PPG-7). Foi indicada em 2014 pelo Governo Brasileiro para compor a Força Tarefa da IPBES (Plataforma Inter-governamental da Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos). É membro da (ILK Work Force) Força Tarefa de Conhecimentos de Povos Indígenas e Comunidades Locais da IPBES (2014-2019) e Overall Review Editor do Global Assessment dessa plataforma (2017-2019). Colabora também na Plataforma Brasileira da Biodiversidade e é membro, desde 2018, do Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Recebeu várias distinções, entre as quais a Ordem do Mérito Cientifico na Classe Grã Cruz, a Légion d´honneur da França, a medalha Roquette-Pinto da Associação Brasileira de Antropologia e a medalha da Francofonia da Academia Francesa. Em 2018 recebeu o Prêmio de Excelência Gilberto Velho para Antropologia conferido pela ANPOCS. Publicou 12 livros, 38 artigos em Periódicos especializados e 32 capítulos em livros, e organizou quatro livros. Seus livros receberam prêmios da ANPOCS, Jabuti e da Biblioteca Nacional. Sua atuação distribui-se pela etnologia, história e direitos dos índios, escravidão negra, etnicidade, conhecimentos tradicionais e teoria antropológica. Entre suas publicações constam os livros “Cultura com aspas”; “Negros, estrangeiros” e “Os mortos e os outros” ; organizou entre outras obras “História dos índios no Brasil” e “Enciclopédia da floresta”. Na Universidade de São Paulo, fundou em 1986 o Núcleo de História Indígena e do Indigenismo e dirigiu um projeto temático sobre História Indígena. Foi PI (Principal Investigator) de um projeto colaborativo financiado pela Fundação MacArthur (1992-1995) sobre conhecimentos tradicionais no alto rio Jurua, Acre; PI de projeto no CEBRAP financiado pela Fundação Ford sobre Políticas Culturais Indígenas (2009-2014); recebeu encomenda do Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação (2014-2017) para estabelecer bases de um programa sobre conhecimento indígena, e, recentemente, para construir diagnóstico sobre as contribuições dos povos indígenas e comunidades locais no Brasil para a geração, manutenção ou conservação da biodiversidade e a recuperação de solos e outros serviços ecossistêmicos. Formou mais de 30 mestres e doutores em sua atuação na Unicamp, na USP e na Universidade de Chicago. Faz parte de numerosos conselhos editoriais de revistas científicas.

    Certificado pelo autor em 27/01/2020.

     

    Manuela: vivemos em mundo ao contrário

  • Massarandupió

    Massarandupió

     

    Quando não se consegue esquecer as tolices, talvez seja porque não são tolices.

     

     

     

    Nunca escrevi sobre culinária e a arte de cozer bons alimentos e vendê-los no justo preço , mas quando me lembro da vila de Massarandupió, o chef Patrício e seus pratos, servindo em seu rancho peixe vermelho, frito inteiro, e caranguejos, e lambretas e siris, que de tão frescos, ainda mexem na boca, tudo de canto de mar, grito de carcará, vigia de urubu e jangada de praia.

     

     

    Tão tenro alimento me desperta imaginação, me alerta para a solidão da gente na imensidão desse costado, onda verde revolta de virgindade, tão vazia que o nu dos corpos se torna pura necessidade entre ventos que agitam. 

     

    A nudez e o alimento, o isolamento que se impõe à mente nesses momentos crus, sem celular, sem eletricidade, sem podcasts. Despido de tudo minha mente  imagina índios na praia quando as caravelas aqui chegaram, na Bahia mesmo, me faz até pensar nas bolas de óleo, tão preto e viscoso, que meses atrás Patrício diz que retirou com as próprias mãos, mãos da comunidade de Massarandupió que acudiram, limparam a praia como se limpa igreja e templo depois dos cultos.

     

    Memória de praia é isso, todo dia renova, tal maré, tal  alimento e arte de cozer, bem servir. Chef Patrício, praia feita de solidão e ressacas, cachorros, que de tão soltos, nem ligam pra gente.

    Acreditam em verdades os que cá vivem e trabalham, campesinos do mar, mestres da arte da piaçava e da tolerância, do pescado e bem viver, chão de lua cheia e roças de cajá, umbu, liberdade.

    Massarandupió, Deus e seus absurdos.

     

     

    *imagens por helio carlos mello©

  • Hippie Arembepe

    Hippie Arembepe

     

    Não diga que a canção está perdida, cantava Raul Seixas.  Nesses dias difíceis em que vivemos, em que vontades escusas de restrição das liberdades querem impor-se e instigam violências contra a pluralidade do viver social, redescubro lugar histórico da contracultura, o modo de ser, arma primitiva dos homens, numa praia baiana da cidade de Camaçari.

    Ney Matogrosso em Arembepe – 1974 / foto compartilhada de Cristiano Costa

     

     

    Lugar que envolve, Arembepe, tem aldeia de não índios, hippie, palavra que não desiste, ideologia que curva-se à natureza e persiste além dos comandos rudes em curso. Vestígios de um modo de viver,  é doce alternativa aos militares em moda:  cabelos compridos, dreads, peles douradas, um jeito colorido de vestir e andar.

     

    Ser hippie é hoje algo tão revolucionário como nos anos 70, sinto, de repente, na Estrada do Coco e  Linha Verde, vias que ligam grandes condomínios e empreendimentos entre  paraísos da costa da Bahia. Sinais de vida na vida alternativa, contracultura do século passado, jovens cinquentões que tornaram-se bastiões, artistas, pensadores.  Não mais como há 50 anos, onde nu se ficava conforme a vontade, é fato, mas nu está aquele que hippie é. Hoje um ponto turístico de fácil acesso, placas coloridas com palavras ideais  presas nas  árvores, a indicar condutas,  banners com imagens de personalidades e astros que na areia da aldeia pisaram, estão à mostra entre tradicional arte do movimento. Também pode-se comer preciosa moqueca  na cabana do Roque, sem camisa fumar a história entre as dunas, mesmo que um emissário do pólo petroquímico de Camaçari demarque a linha do horizonte, na imensa praia.

     

    No livro Anos 70 Bahia: Vertigem e contracultura no paraíso tropicalista, de Luiz Afonso e Sérgio Siqueira, pode-se ler que os anos 70 marcaram a explosão do movimento hippie na Bahia: Salvador, Arembepe, Trancoso e Berlinque (território de My Friend) consagraram-se como “terras prometidas” da peregrinação mochileira e da vida alternativa. Comunidades brotaram em toda parte e os outsiders, os marginais ao sistema viviam o coletivo, as casas com as portas escancaradas para quem chegasse. Na Boca do Rio, Pituaçu e aldeia hippie muita gente veio para morar, as tribos da contracultura misturadas a nativos e pescadores.

    Vida limpa, que nas águas e areias baiana, resiste.

     

    Jack Nicholson, Roman Polanski e Dennis Hopper passeavam nas dunas de Arembepe. Todo mundo queria vir para a Bahia, desde ícones sagrados da música, cinema, literatura e artes plásticas a mochileiros cosmopolitas, ligados na natureza exuberante, na contracultura tropicalista e na utopia da “terra prometida”. Estiveram aqui astros do calibre de Janis Joplin, Mick Jagger, Keith Richards, Richard Gere, Michael Douglas, Ney Matogrosso, Vinicius de Moraes, Tim Maia, Novos Baianos, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Amado, Dorival Caymmi, Pablo Neruda, João Gilberto, José Simão, Rita Lee e muitos outros. Mergulhe fundo nos relatos de 200 autores que viveram os anos vertiginosos da contracultura na Bahia, com avistamentos de discos voadores, viagens astrais, carnaval, festas, experimentalismo, vanguardismo. Um livro escrito a 200 mãos, traçando um painel coletivo dos anos loucos da cultura baiana, brasileira e planetária.

    Vila de Arembepe, praia de Camaçari, BA.

     

    Vivemos dias tristes, feliz é o coração da aldeia, baluarte.

    O último carnaval da terra e seu refúgio. Enfim, como cantara  Janis Joplin,

    Oh! But it don’t make no difference, babe, hey,

    And I know that I could always try.

    There’s a fire inside everyone of us,

    You’d better need it now,

    I got to hold it, yeah,

    I better use it till the day I die.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    imagens por helio carlos mello©

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