EUA
Acordo que beneficiou Dallagnol obriga Petrobras a fornecer informações estratégicas para autoridades dos Estados Unidos
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6 anos atrásem

Por Joaquim de Carvalho, para o DCM
Em longo artigo publicado em seu site, a Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET) defende a suspensão do acordo assinado pela Petrobras com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e a Securities & Exchange Commission (SEC), responsável pela fiscalização das bolsas de valores naquele país.
Em decorrência desse acordo, celebrado em 27 de setembro do ano passado, os procuradores da república sob a liderança de Deltan Dallagnol receberam R$ 2,5 bilhões dos cofres da estatal. O acerto entre Dallagnol e a Petrobras foi suspenso por decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Para os engenheiros, no entanto, a medida é insuficiente.
Tão grave quanto sangrar os cofres da empresa com o dinheiro entregue à turma de Dallagnol é permitir que a Petrobras forneça informações sigilosas e estratégicas para autoridades estrangeiros, como prevê o acordo em seu anexo C. Nele, está prevista a obrigação da empresa de se reportar à seção de fraudes do DOJ, periodicamente, com intervalo não menor que doze meses, durante três anos.
Nessas ocasiões, a empresa brasileira terá de demonstrar que está se submetendo ao que preconizam as autoridades americanas, de acordo com a legislação daquele país.
O item d desse anexo exige relatórios “com informações proprietárias, financeiras, confidenciais e de negócios competitivos”.
O mais grave é que essas informações deverão permanecer em sigilo, a menos que o DOJ autorize a sua divulgação.
“A Petrobrás optou por abrir informações estratégicas para órgãos dos Estados Unidos e que a sociedade brasileira somente poderá ter acesso a essas informações mediante aprovação de órgãos de um outro país”, alertam os engenheiros.
Para eles, houve “improbidade administrativa por parte dos administradores da Petrobrás que aprovaram o acordo com órgãos dos Estados Unidos, assim como dos administradores que homologaram o Acordo com os procuradores da República no Paraná.”
A AEPET decidiu que recorrerá à Justiça para “assegurar a soberania do Brasil, a moralidade e o interesse público ao tonar nulo de pleno direito este acordo, além da imputação, por possíveis implicações relativas à improbidade administrativa, dos responsáveis pela aprovação do referido acordo”.
Fica cada dia mais claro que a Procuradoria da República agiu contra os interesses da Petrobras desde que Rodrigo Janot, então chefe da instituição, liderou uma equipe que foi aos Estados Unidos para falar sobre o caso da empresa no Brasil, em fevereiro de 2015, logo depois da posse de Dilma Rousseff para o segundo mandato.
Naquela viagem, ele visitou o Departamento de Justiça e a SEC, justamente os órgãos que, quase quatro anos depois, obrigariam a Petrobras a firmar o acordo que os engenheiros entendem ser lesivo à empresa.
Janot também esteve no FBI, a polícia federal americana. Oficialmente, ele disse que havia ido buscar apoio para as investigações no Brasil.
Também afirmou que, nessas conversas com autoridades estrangeiras, a empresa era tratada como “vítima”, mas, como se vê agora, quando é obrigada a fazer os acordos, não foi bem esse o tratamento que passou a receber.
É preciso verificar até que ponto procuradores brasileiros contribuíram para que autoridades estrangeiras agissem contra a soberania nacional.
Link da matéria no DCM: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/acordo-que-beneficiou-dallagnol-obriga-petrobras-a-fornecer-informacoes-estrategicas-para-autoridades-dos-estados-unidos-por-joaquim-de-carvalho/
Arte
“…E o Vento Levou” deve ser visto pelo que é: uma fantasia perversa sobre a Guerra Civil Americana
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5 anos atrásem
15/06/20
Por James Cimino*
Esta semana foi marcada por uma nova polêmica racial, desta vez não envolvendo a polícia, mas a indústria do entretenimento dos Estados Unidos. O serviço de streaming HBO Max, que pertence ao grupo Warner Brothers, decidiu retirar de seu catálogo o clássico de 1939, vencedor de oito Oscar, inclusive de melhor filme, “…E o Vento Levou”.
A decisão foi tomada após John Ridley, roteirista do filme “12 Anos de Escravidão”, publicar um artigo no jornal Los Angeles Times, em que pedia que o filme fosse retirado do catálogo “PELO MENOS POR ENQUANTO”. Essa informação vem em caixa alta porque ela é muito importante e tem sido ignorada no debate.
No mesmo artigo, Ridley disse não acreditar em censura nem que gostaria que o filme fosse “enfiado em um cofre em Burbank”, cidade do condado de Los Angeles onde se encontram os estúdios da Warner. Seu pedido era que, em respeito ao que está acontecendo neste momento nos Estados Unidos, o filme fosse retirado e depois reinserido com outros filmes e documentários que retratassem a Guerra da Secessão com mais fidelidade ao seu contexto histórico.
Segundo Ridley, o clássico dirigido por Victor Fleming e estrelado por Vivien Leigh, Clark Gable, Leslie Howard, Olivia de Havilland e Hattie McDaniel “romantiza os horrores da escravidão”. E ele está certo. Tanto que a produtora, que detém os direitos sobre o filme, decidiu acatar o pedido do diretor.
Por que não se trata de censura
Imediatamente um debate infundado sobre censura tomou conta das redes sociais. Infundado porque a HBO Max realmente pretende remover o filme apenas temporariamente. Segundo porque a ação da produtora e de sua plataforma de streaming não configuram censura. Não foi o governo dos Estados Unidos que exigiu a remoção da obra do catálogo nem tampouco determinou sua destruição.
Não podemos esquecer que censura é sempre estatal e institucional. Pelo menos é isso que sugere a professora Cristina Costa, diretora do Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura da USP (Obcom), em uma série de reportagens sobre a censura às novelas durante a ditadura militar publicada em 2013 no UOL.
A professora inclusive destaca que a sociedade civil “pode e tem o direito de não querer ver certas coisas na TV, mas não pode ser um órgão do governo que irá decidir isso”. Foi o que aconteceu. Um representante da sociedade civil fez o pedido e a produtora e proprietária do filme resolveu acatá-lo em consideração ao momento político pelo qual o país está passando. E nunca é problema adicionar informação, contanto que o filme seja mantido em sua edição original.
Mas por que este filme que aprendemos a amar por ser um dos primeiros épicos do cinema falado e em cores é tão ofensivo aos descendentes de escravos dos Estados Unidos?
Muita gente que defende o retorno do longa-metragem ao catálogo da HBO Max acusa o estúdio de promover revisionismo histórico, pois o filme faz o “retrato de uma época”. Outra falácia. O pedido de John Ridley se baseia exatamente no caráter revisionista e romantizado que o filme faz sobre a história americana, mais especificamente sobre a Guerra de Secessão (1861 — 1865).
Tanto que não é de hoje que o filme tem gerado polêmica. Sua exibição tem sido cancelada em diversos cinemas do sul dos Estados Unidos desde pelo menos 2017, quando começou o movimento #OscarSoWhite, que criticava a ausência de artistas negros entre os indicados aos prêmios da Academia. Naquele ano, um cinema de Memphis, Tennessee, que sempre exibia o filme anualmente, cancelou a sessão por considerá-lo “insensível”.
As verdadeiras vítimas
Sua insensibilidade reside no fato de que o filme mostra o sul americano como uma vítima da Guerra de Secessão, a guerra civil americana, quando na verdade foram os sulistas, motivados pelo racismo e por seu suposto “direito” a comercializar pessoas, além de torturá-las e obrigá-las a trabalhos forçados. As vítimas dessa época, portanto, eram os negros, que são praticamente apagados do filme ou retratados de forma cômica e servil.
A Guerra Civil Americana começa em 1861 quando Abraham Lincoln é eleito presidente pelo Partido Republicano. Sua principal plataforma era acabar com a escravidão nos Estados Unidos. Lincoln não era de família escravocrata, mas desde criança aprendeu a odiar a escravidão — diferentemente da maioria dos Pais Fundadores da América (John Adams, Benjamin Franklin, Alexander Hamilton, John Jay, Thomas Jefferson, James Madison, and George Washington). Destes, apenas o advogado John Adams, que depois da independência se tornaria o segundo presidente americano, e Benjamin Franklin não tinham escravos.
Thomas Jefferson, que foi o terceiro presidente, que escreveu a Declaração de Independência e cujo memorial em Washington, D.C., mostra um texto seu chamando o tráfico negreiro de crueldade, tinha 607 escravos, além de pelo menos cinco filhos bastardos com uma escrava chamada Sally Hemings. Seus filhos com ela eram seus escravos, não tiveram direito a herança depois de sua morte, e Sally começou seu “romance” com Jefferson quando tinha apenas 14 anos.
Pelos padrões de hoje, o terceiro presidente americano, responsável pela primeira grande expansão americana em direção ao oeste, era um pedófilo. Fora isso, investigações genealógicas sobre os herdeiros negros dele mostram que alguns dos filhos de Sally poderiam ser, na verdade, filhos do irmão mais novo de Jefferson.
Ou seja, ela era estuprada em família. Há quem diga que o que houve entre eles não foi abuso sexual, mas um romance. Outra mentira histórica, afinal, quando uma pessoa é propriedade de outra, que detém poder de vida e morte sobre ela, a psicologia chama de síndrome de Estocolmo, não de amor.
Essa história está documentada não apenas no Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana inaugurado em Washington DC, em 2016, pelo presidente Barack Obama, mas até o museu de Monticello, Virgínia, que foi a propriedade onde Jefferson viveu, cansou de esconder a história de Sally Hemings com o presidente e tem um espaço dedicado a ela.
Enfim, quando Lincoln chegou ao poder, a escravidão e o tráfico negreiro já tinham entrado em declínio. Em 1804, o Haiti declarou independência da França e se tornou o primeiro país a abolir a escravidão. A Inglaterra, que havia começado uma revolução, a industrial, faria o mesmo em 1833.
Lincoln era republicano e os republicanos eram abolicionistas porque queriam trazer para os Estados Unidos a revolução industrial inglesa. Sociedades industriais não utilizam mão de obra escrava, mas assalariada, porque o escravo, embora não receba salário, é muito caro ao senhor, que tem que lhe dar de comer, beber, roupa e abrigo, além de pagar pelo escravo, que naquelas condições de trabalho e tortura não passavam dos 30 anos de vida. Ou seja, embora a narrativa sobre a abolição nos EUA e no Brasil seja romantizada e sempre mostrada como produto de um humanismo que se impôs, não foi nada disso. Ela acaba porque passou a não ser mais lucrativa.
O 16º presidente americano encontrou resistência nos 13 Estados ao sul do Distrito de Columbia, onde está localizada a capital Washington. Estes Estados eram predominantemente agrícolas e não queriam mudar sua matriz econômica, a plantation (monocultura do algodão e do tabaco), cuja mão de obra era escrava.
O que o vento levou
Uma série do jornal The New York Times chamada 1619, que saiu no ano passado, mostra que a escravidão foi responsável pelo início da riqueza americana e que alguns de seus elementos ainda existem em nossa sociedade, como, por exemplo, as cotas de vendas no comércio. Isso vem da plantation, onde os escravos tinham cotas de algodão a colher.
Quem não atingisse a cota tomava o número de libras faltantes em chibatadas. E quem cumprisse a cota, no dia seguinte, receberia uma cota maior. Aliás, essa série do New York Times pretendia fazer um revisionismo histórico ao declarar que a fundação dos Estados Unidos acontecera, de fato, em 1619, quando aportou aqui o primeiro navio negreiro, não em 1776 com a Declaração de Independência.
Apesar da postura dos sulistas quanto à escravidão, Lincoln ofereceu a eles 7 anos para que se adaptassem à nova matriz econômica, mas eles se recusaram. Declararam guerra contra a União e passaram a se autointitular Estados Confederados da América, cheios de empáfia, nacionalismo e muito racismo, mesmo sendo militarmente inferiores. E isso originou um dos conflitos mais sanguinários da história americana, que matou mais de 600 mil americanos e que durou quatro anos — Lincoln estimava que a guerra não duraria mais de seis meses.
A história de “…E o Vento Levou” se passa no período desta guerra, mas mostra os confederados como patriotas que se negam a respeitar as imposições do norte. Isso e a ocultação dos horrores da escravidão no filme consistem, sim, em um revisionismo histórico desonesto, pois seu roteiro, desde a primeira cena, se propõe a mostrar essa “civilização que o vento levou”.
Por isso o pedido do diretor de “12 Anos de Escravidão” para que o filme seja apresentado no catálogo em um contexto mais amplo é importante, já que os efeitos desta guerra se refletem até hoje na vida e nos costumes, inclusive na violência policial contra cidadãos afro-americanos.
Ao fim desses quatro anos de guerra civil, Lincoln foi reeleito e conseguiu fazer lobby para que o Congresso aprovasse a 13ª emenda que proíbe a escravidão em território nacional. Logo depois do fim da guerra, no entanto, um filho de um proprietário de escravos, o ator John Wilkes Booth, assassinou Lincoln enquanto ele assistia a uma peça no Teatro Ford, em DC. Booth achava que, se matasse o presidente, a abolição seria cancelada, o que é uma estupidez, já que quem aboliu de fato a escravidão foi o Congresso. Mas a morte precoce de Lincoln impediu que ele cumprisse seu projeto de reunificação da nação. Ele reunificou o território, mas as perdas do sul na guerra apenas aprofundaram suas cicatrizes.
A nova segregação
Os Estados sulistas resolveram que, como não podiam cancelar uma emenda constitucional, iriam criar leis em seus parlamentos locais para manter a população negra segregada. Leis que impediam os negros de ir ao mesmo banheiro dos brancos, de ter propriedade, de votar, de estudar nas mesmas escolas dos brancos, de dividir espaço com brancos nos restaurantes, no transporte público.
Isso perdurou até 1965, quando foi assinado o ato dos direitos civis pelo presidente Lyndon Johnson, que acabava com a segregação institucional, ou seja, um século depois da abolição estava Martin Luther King Jr. lutando para que os negros tivessem cidadania plena, o que culminou em seu assassinato em 1968, na mesma Memphis que hoje se recusa a exibir o filme. MLK, aliás, aos 10 anos, fez parte de um coral que se apresentou durante a première de “…E o Vento Levou” em Atlanta.
Quando se visita a capital americana, vemos no patamar das escadarias em frente ao Lincoln memorial o exato local onde MLK proferiu seu famoso discurso “I have a dream” em 1963. A escolha do local obviamente não foi por acaso. Em 2010, Obama também inaugurou na mesma cidade o Memorial de Martin Luther King Jr., cuja estátua não tem parte das pernas nem os pés esculpidos. Segundo o artista que projetou o monumento, o chinês Lei Yixin, ele quis simbolizar que, apesar de os afro-americanos terem conquistado muitos direitos, ainda há trabalho a ser feito. De fato, quando se olha para os protestos anti-violência policial contra negros, conclui-se que Yixin estava certo.
A glorificação do passado vergonhoso
Por fim, é muito importante que “…E o Vento Levou” seja visto pelo que ele é e sob a luz do que foi e ainda é a história do racismo americano. E é importante também não esquecermos da pior história envolvendo esse filme, que é o Oscar de atriz coadjuvante para Hattie McDaniel, a Mammy, que nem sequer pôde se sentar com o elenco do filme durante a premiação por causa das leis de segregação racial. Muitos negros, depois disso, a criticavam por aceitar interpretar papéis de empregada a vida toda. Uma vez, ela respondeu: “Prefiro interpretar uma empregada a ser uma.”
Portanto, essa retirada temporária do filme do catálogo da HBO Max é uma boa oportunidade para que se pare de glorificar o passado vergonhoso da humanidade, de lamentar pelas estátuas de senhores de escravos removidas de praças públicas. Esses monumentos são, em última instância, homenagens a esses homens. E qualquer pessoa que veja uma estátua de um escravagista não vai vê-lo pelo que ele foi, mas achar que, se ele está ali, é porque foi um grande homem.
E filmes não são apenas “obras de ficção”? Essa é outra interpretação rasa das artes cênicas. Quantas pessoas veem “…E o Vento Levou” e acham que tudo aquilo é verdade? Filmes históricos são interpretados como fatos por quem não tem as ferramentas intelectuais para analisá-los com profundidade.
Não nos esqueçamos que hoje 30% dos americanos (cerca de 107 milhões de pessoas) duvidam que 6 milhões de judeus tenham morrido no Holocausto, enquanto 3% da população dos Estados Unidos (cerca de 23 milhões de pessoas) acham que o leite achocolatado vem de vacas marrons, sem falar nos que insistem que a Terra seja plana.
Alguém poderia argumentar que grandes filmes fazem revisionismo histórico, como “Bastardos Inglórios” de Quentin Tarantino. A diferença é que, neste filme, o revisionismo histórico é o ponto de partida da narrativa e ele é apresentado ao espectador desde o lançamento. É uma sátira e é vendido como tal.
E outro apontamento importante sobre revisionismo histórico deve ser feito. Sempre vemos historiadores dizendo que a gente não pode julgar a escravidão com os valores de hoje. Não apenas podemos, como devemos. Mas vamos dar um salto em direção ao passado, mais especificamente à Idade Antiga.
Todo mundo que leu a Bíblia sabe por que aconteceu o Êxodo dos hebreus do Egito, certo? Os hebreus eram escravos dos egípcios e tratados com crueldade imensa, o que levou Deus a designar Moisés como seu libertador, certo? Considerando a Bíblia como um código moral, não como um registro histórico, pode-se concluir que, pela moral do Velho Testamento, a escravidão já era algo intrinsecamente perverso e cruel.
Por que então, de repente, no fim da Idade Média e começo da Idade Moderna, essa prática se tornou algo moralmente aceito? Porque era uma atividade econômica lucrativa. Então essa lenda de que a escravidão acabou porque “o mundo evoluiu” é pura falácia. Se o mundo tivesse evoluído tanto, não teria incorrido em um erro que, segundo a Bíblia, foi punido com dez pragas. Portanto, podemos e devemos julgar a escravidão não apenas pelos valores de hoje, mas também pelos valores de antes de Cristo.
Quanto a “…E o Vento Levou”, não deixemos nossa memória afetiva confundir nosso julgamento. O filme não vai ser queimado em praça pública e merece, sim, ser visto por seus atributos artísticos. Mas a inserção do contexto histórico vai apenas enriquecer a experiência de assisti-lo, não pelo que acreditávamos que fosse, mas pelo que realmente é.
James Cimino é jornalista graduado pela Universidade Estadual de Londrina (PR). Mora nos EUA há cinco e escreve sobre filmes e séries paras diversos veículos de comunicação do Brasil, tendo entrevistado as personalidades mais emblemáticas do entretenimento mundial. No Facebook jamescimino, no Intagram @james_cimino e no Twitter @rei_da_selfie.
Desigualdade
Barack Obama: “Como tornar este momento o ponto de virada para mudanças reais”
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5 anos atrásem
05/06/20por
Euzebio Santana
Segunda-Feira dia 1 de junho de 2020 Barack Obama compartilha em seu Medium (Medium é uma plataforma de publicação online) um texto cujo título:
“How to Make this Moment the Turning Point for Real Change”
Em tradução livre:
“Como tornar este momento o ponto de virada para mudanças reais”
“À medida que milhões de pessoas em todo o país saem às ruas e levantam suas vozes em resposta ao assassinato de George Floyd e ao problema contínuo de justiça desigual, muitas pessoas se perguntam como podemos sustentar o momento para provocar mudanças reais”
Barack Obama No Twitter
Após o discurso de Trump em Rose Garden na segunda-feira, BarackObama voltou ao Twitter, citando o irmão de George Floyd, que falou no início do dia em Minneapolis.
“Vamos fazer isso de outra maneira. Vamos parar de pensar que nossa voz não importa e vota. Não apenas para o presidente … eduque-se e saiba em quem você está votando. E é assim que vamos atingi-los […] “
Obama escreveu, anexando um clipe da NBC News do discurso de Terrence Floyd.
https://twitter.com/BarackObama/status/1267606608953192449?s=20
“Por fim, caberá a uma nova geração de ativistas moldar estratégias que melhor se ajustem aos tempos. Mas acredito que há algumas lições básicas a serem tiradas dos esforços passados que merecem ser lembradas. […]
[…] Artistas e Ativistas como Kylie Jenner, Beyoncé, Madonna e Lady Gaga, Dr Dre, Anitta, Snoop Dogg se manifestaram através do instagram, Chance the Rapper se manifestou na rua, Jordan, a marca do esportista Michael Jordan postou no seu instagram “faça parte da mudança. […]
[…] Primeiro, as ondas de protestos em todo o país representam uma frustração genuína e legítima ao longo de décadas de falha na reforma das práticas policiais e no sistema de justiça criminal mais amplo nos Estados Unidos. A esmagadora maioria dos participantes tem sido pacífica, corajosa, responsável e inspiradora. Eles merecem nosso respeito e apoio, não condenação – algo que a polícia de cidades como Camden e Flint compreendeu louvável.”– Barack Obama no the Medium
O chefe de polícia do condado de Camden, Joe Wysocki, que trabalha na cidade há décadas, juntou-se à linha de frente de uma marcha em Camden na tarde de sábado, ostentando seu uniforme, uma máscara protetora e um sinal de paz. Wysocki em comunicado por e-mail à Associated Press, disse:
“Ontem foi outro exemplo de nosso compromisso contínuo e um diálogo muito real que estamos tendo com os moradores de Camden que tornaram nossa agência parte da estrutura desta cidade” […]
[…] Por outro lado, a pequena minoria de pessoas que recorreram à violência de várias formas, seja por raiva genuína ou por mero oportunismo, está colocando em risco pessoas inocentes, agravando a destruição de bairros que costumam ter poucos serviços e investimentos. e prejudicando a causa maior. Vi uma negra idosa sendo entrevistada hoje em prantos, porque o único supermercado do bairro havia sido destruído… o objetivo do protesto é aumentar a conscientização do público, destacar as injustiças e tornar desconfortáveis os poderes… – e em uma democracia, que só acontece quando elegemos funcionários do governo que respondem às nossas demandas.
[…] Além disso, é importante entendermos quais níveis de governo têm maior impacto em nosso sistema de justiça criminal e nas práticas policiais…São prefeitos e executivos do condado que nomeiam a maioria dos chefes de polícia e negociam acordos coletivos com sindicatos policiais….Portanto, a questão é: se queremos trazer mudanças reais, a escolha não é entre protesto e política. Temos que fazer as duas coisas. Temos que nos mobilizar para aumentar a conscientização, e precisamos organizar e votar para garantir que elegemos candidatos que atuarão em reforma.”
Cardi B no seu Twitter fala a respeito das saques que ocorrem nos Estados Unidos em resposta a morte de George Floyd
“Eles saquearam em Minnesota e, por mais que eu não goste desse tipo de violência, é isso: marchas pacíficas demais, muitas hashtags de tendências e SEM SOLUÇÕES! As pessoas ficam sem escolha.”
https://twitter.com/iamcardib/status/1265831359425073153?s=20
Barack Obama:
“Por fim, quanto mais específicos pudermos exigir demandas por justiça criminal e reforma da polícia, mais difícil será para os funcionários eleitos oferecerem apenas elogios à causa e depois voltarem aos negóciosE se você estiver interessado em tomar medidas concretas, também criamos um site dedicado na Obama Foundation para agregar e direcionar você a recursos e organizações úteis que lutam pela boa luta nos níveis local e nacional há anos… Se, daqui para frente, pudermos canalizar nossa raiva justificável em ações pacíficas, sustentadas e efetivas, esse momento poderá ser um verdadeiro ponto de virada na longa jornada de nossa nação para cumprir nossos ideais mais elevados.”
Barack Obama se dirige também no seu Twitter no dia 29 de maio e publica sua declaração sobre a morte de George Floyd:
https://twitter.com/BarackObama/status/1266400635429310466?s=20
“Eu chorei quando vi o vídeo. Ele me quebrou. O’ joelho no pescoço ‘é uma metáfora de como o sistema detém tão negativamente os negros, ignorando os pedidos de ajuda”.
– Barack Obama
Seguindo o texto diz:
“Isso não deveria ser ‘normal’ na América de 2020”. – Barack Obama
LEIA MAIS SOBRE O ASSUNTO EM:
Policial americano tortura e mata no meio da rua homem negro que estava algemado
Protestos se intensificam contra o assassinato de George Floyd



É notório que as polícias no Brasil têm tradição em policiar eficazmente o entretenimento lucrativo dos blocos de carnaval, shows e aglomerações em campeonatos de futebol. Nesses casos, sua atuação se dá na manutenção do status quo dos públicos, constituída a partir das atividades de contenção e dispersão das multidões. Já para o controle de pessoas que ocupam o espaço público sob a forma de protestos de todos os matizes políticos, apesar de ser um fenômeno relativamente recente e não haver protocolos policiais escritos e validados, sabemos que esses eventos se tornam encenações, nas quais janelas são abertas para oportunistas de todas as ordens, para acertos de contas da polícia dos bens com a polícia do bem, incluindo os ‘caroneiros’ de manifestação que comparecem por motivos completamente alheios às pautas dos protestos.



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