“Já é madrugada e não consigo dormir.
Estou com um nó na garganta e não posso gritar, pois poucos querem ouvir. Tenho tentado expressar minhas indignações desde que se iniciou este lindo movimento grevista, mas todos me calam. Dizem que sou formadora de opiniões, mas são tantos os opressores… A justiça tão parcial, o prefeito ditador Carlos Amastha, o secretário bajulador Danilo de Melo, os puxa sacos diretores de escolas e os colegas de profissão que se intimidaram e não vieram à luta em busca de nossos direitos. Então, me recolho com o novo título que me deram nos últimos dias: INSIGNIFICANTE, sim isso mesmo… Sou PROFESSORA INSIGNIFICANTE, facilmente de enganar, facilmente de pisar, humilhar e substituir.” (Manifesto de uma professora que participou do movimento grevista em Palmas, segundo informação do site GBrasil)
Terminou ontem (26) a greve, iniciada há 21 dias, dos professores do município de Palmas, Tocantins. Os professores, que reivindicavam que o prefeito Carlos Amastha (PSB) cumprisse os acordos firmados e dialogasse com a categoria, afirmaram que a suspensão da greve não significa o fim do movimento.
“Se o prefeito Carlos Amastha não dialogar, poderemos retornar a qualquer momento. Aqui decidimos uma suspensão, e não um encerramento”, afirmou o Presidente Regional do Sintet, Fernando Pereira, ao site de #SouMaisNotícias.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet), declarou que o motivo da greve é o descaso da gestão municipal com os professores. Eles reivindicam, principalmente, o cumprimento da data-base dos professores, a realização de eleição para diretores e o cumprimento do plano de carreira (PCCR).
Os trabalhadores chegaram a fazer greve de fome na tentativa de romper a recusa ao diálogo por parte do prefeito Amastha (PSB). Dois dos sete professores que iniciaram a greve de fome permaneceram por seis dias apenas bebendo água. “Já tentamos diálogo por meio da Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa e até mesmo diretamente no gabinete do Secretário Municipal de Educação, porém, não houve evolução”, afirmou um dos grevistas à CUT.
A Defensoria Pública Estadual (DPE) e Ministério Público Estadual (MPE) publicaram uma recomendação conjunta ao prefeito de Palmas e ao secretário municipal de Educação, nesta terça-feira, 26, para que “os gestores que instituam o diálogo com os profissionais em greve e com a comunidade escolar, visando alcançar uma possível conciliação”. Também orientaram que a administração não desconte as faltas nas folhas de pagamento até que seja apresentada uma planilha pormenorizada da reposição do conteúdo e do calendário escolar.
Os gestores públicos têm prazo de 48 horas, contados a partir da notificação, para informar sobre o cumprimento da carga horária regular nas escolas do município.
Notas
Para saber mais sobre a greve dos professores municipais de Palmas, Tocantins.
1 “Trabalhadores da educação de Palmas decidem suspender greve, após 21 dias”, via Cleber Toledo Blog, em: https://www.clebertoledo.com.br/estado/2017/09/26/90485-trabalhadores-da-educacao-de-palmas-decidem-suspender-greve-apos-21-dias
2 “MPE e DPE recomendam que município estabeleça diálogo com grevistas da Educação”, via Defensori Pública Tocantis, em: http://ww2.defensoria.to.gov.br/noticia/24193
3 “Moção de solidariedade à greve de fome dos/as trabalhadores/as em educação de Palmas/TO”, via SINTET – Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins, em: http://www.sintet.org.br/ultimasnoticias-442-mocao-de-solidariedade-a-greve-de-fome-dos-as-trabalhadores-as-em-educacao-de-palmas-to
4 “Em plena era da democracia, da evolução tecnológica e humanas, professores e professoras precisam apelar para greve de fome”, via #SouMaisNotícias, em: http://www.soumaisnoticias.com/em-plena-era-da-democracia-da-evolucao-tecnologica-e-humanas-professores-e-professoras-precisam-apelar-para-greve-de-fome/
5 “Greve de fome de trabalhadores da educação já dura mais de 40 horas”, via CUT, em: https://cut.org.br/noticias/greve-de-fome-de-trabalhadores-da-educacao-ja-dura-mais-de-40-horas-28e1/
6 “Amastha, professores e Lenin: professores aplicam derrota política no prefeito, invertendo o ônus da paralisação e aumentanto do perímetro da causa”, via Blog do Luiz Armando Costa, em
7 “Amastha humilha professores e é chamado de ditador”, via Gbrasil, em: http://gbrasil.com/tocantins/detalhe/amastha-humilha-professores-e-e-chamado-de-ditador