“Este ano talvez tenha sido a edição mais política da história das paradas em Florianópolis, não só pelos discursos, mas especialmente pelo mar colorido de corpos afirmativos de nossa existência e resistência ao momento de graves ameaças aos direitos e à vida da população LGBT. Foi um ato extremamente politizado, em que organizações da sociedade civil e os próprios artistas que se apresentaram e se posicionaram recorrentemente contra as retiradas de direitos, contra os desmontes sociais do atual governo federal e em defesa dos nossos direitos.”
Como grande aliada das minorias, a força feminista das mulheres também marcou presença. Um cordão delas aninhou-se embaixo da bandeira gigante da diversidade, com as cores do arco-íris. Tendo à frente Ana Bezerra, Elenira Vilela, Juliana Lima, Íris Gonçalves, Elaine Sallas entre outras integrantes do 8M Florianópolis, as feministas lançaram a Greve Internacional das Mulheres, convocando para a preparação do 8 de março de 2020. Também lembraram a grande mártir Marielle Franco, vítima das milícias governistas, com o estandarte que trazia o seu grito: “Quantas mais tem que morrer pra esta guerra acabar?”
Às 16h30, acompanhado a pé pelo cordão gigante do arco-íris humano, o trio se deslocou até o palco principal do evento, no final da Beira-Mar Continental, para levantar e alegrar a multidão com as atrações musicais de Aretuza Lovi e Dan Murata, ícones da performance da diversidade. Também se apresentaram os influencers Mandy Candy (@mandycandyreal), Júlia & Flávia (@fripolter) e Biga Kalahare (@bigakalahare),
Embora a Polícia Militar tenha calculado o número de participantes em 10 mil pessoas, número que foi reproduzido nos jornais comerciais, as imagens da manifestação desmente essa estimativa. A própria foto publicada pelo G1, por exemplo, mostra que os números dos organizadores são muito mais próximos da realidade. Carla Ayres, que faz parte do Acontece – arte e política LGBTI (uma das entidades organizadoras da Parada) e a presidente da Comissão dos Direitos LGBTI+ da OAB-SC, Margareth Hernández, calculam a participação entre 50 e 70 mil pessoas.
Por diversas vezes, artistas, públicos e coordenadores fizeram referência aos 50 anos da Revolta de Stonewall, confronto entre a polícia e homossexuais nos Estados Unidos, que é um marco na resistência e luta por igualdade e marca o lema das paradas deste ano em todo o país. Fica o depoimento de Toninho Fernandes:
“Santa Catarina virou bunker de Nazifascistas… A intolerância levando à ignorância, mãe de tudo que é de pior na humanidade… O bom é que todos os (des)governos passam este passará muito rápido porque não chegará ao fim de mandato! Crivellas, Witzels, Bolsonaros irão embora do Brasil e espero que seus seguidores também…”
Edição de Emílio Rodrigues / Jornalistas Livres, com vídeo de Vagner Gomes Siqueira (GAPA/Florianópolis) e fotos do 8M Florianópolis e organização do evento
2 respostas
Por isso vários autores LGBT libertaram seus livros para download. Podem baixar o meu até 6a Feira. Protesto!!!
https://www.amazon.com.br/As-Chaves-Armário-Curiosos-Simpatizantes-ebook/dp/B07RZXJ1JR
obrigada pela dica aos leitores!