Um jovem de 17 anos passou cerca de quarenta minutos sendo torturado em uma unidade do Supermercado Ricoy, após ter sido acusado de furtar um chocolate. A tortura é apurada pela 80° Delegacia de Polícia, na Vila Joaniza, extremo sul da cidade de São Paulo.
Segundo o Boletim de Ocorrência (B.O), registrado ontem (02), o jovem entrou na unidade da rede Ricoy, que fica na Avenida Yervant Kissajikian, 3384. O fato ocorreu no mês de julho e depois de tentar sair com uma barra de chocolate, sem pagar, foi levado para um quarto no fundo do estabelecimento por dois indivíduos, identificados no B.O como Santos, segurança do mercado, e Neto. No B.O consta que uma vez no quarto “a vítima foi despida, amordaçada, amarrada e passou a ser torturada com um chicote de fios elétricos trançados. Ali permanecendo por cerca de quarenta minutos”, depois da tortura os torturadores o liberaram, mas ainda ameaçaram “que caso falasse algo para alguém iriam mata-lo”.
Este ano um jovem foi morto em um supermercado da Rede Extra, no Rio de Janeiro, por seguranças. Em ambos os casos as vítimas são negras. Após o caso do Extra diversos movimentos sociais, liderados por movimentos negros, exigiram ações do Extra sobre o caso.
A 80° DP abriu um inquérito para investigar o caso e busca informações sobre os acusados. Segundo a lei 9.445 de 1997 a tortura se configura quando se constrange “alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental” em razão de, entre outros motivos, “discriminação racial ou religiosa” e quando se submete “alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo”.
No vídeo, de cerca de 40 segundos, que passou a circular nas redes sociais é possível ouvir um dos torturadores falando que estavam torturando o jovem para não ter que “te matar”. Também é possível ouvir eles discutindo se os golpes chegaram a acertar o jovem e mandando ele tirar as mãos da frente do corpo. Nas imagens o jovem está nu e com uma fita sobre a boca.
2 respostas
O brasileiro solidário, alegre e acolherdor das diferentes raças é UM PERSONAGEM que se desfez e se desfaz infinitas vezes diante da esmagadora realidade de sua violência contra os não brancos e toda forma de lei e racionalidade.
Bando de covardes, se acham donos da lei.