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EM DEFESA DO CENSO 2020

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A Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED) manifesta seu apoio à realização íntegra do Censo Demográfico de 2020. As recentes notícias sobre a forma como vêm sendo conduzidas as discussões sobre a realização do Censo colocam em risco o cumprimento de suas funções básicas, que contribuem decisivamente para promover os valores democráticos e o processo de desenvolvimento econômico. A ABED, calcada no propósito de defesa destes valores, vê com preocupação este processo, notadamente no que se refere à interferência junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que pode levantar dúvidas na sociedade sobre a necessária autonomia técnica da instituição para implementação deste crucial projeto.

À exemplo do que ocorre em todos os países desenvolvidos, é de entendimento amplo que as sociedades democráticas não prescindem de instituições estatísticas fortes, com autonomia técnica e alto grau de transparência na elaboração e na realização de suas pesquisas, em consonância com as demandas da sociedade. O IBGE conta com quadro técnico próprio altamente qualificado e experiente para a condução do Censo e das demais pesquisas possuindo amplo reconhecimento internacional da qualidade de seu trabalho.

Do ponto de vista estritamente econômico, nota-se uma preocupação quase exclusiva com a questão dos custos do projeto dada a situação fiscal. A análise econômica completa, entretanto, não pode excluir o dimensionamento dos benefícios do projeto. É evidente que o corpo técnico do IBGE já havia analisado diversas alternativas no intuito de reduzir ao máximo os custos do levantamento do censo, entretanto, tendo o cuidado de não comprometer a qualidade das informações. Neste sentido são bastante duvidosas as propostas colocadas no debate público de redução de amostra, da remuneração do recenseador e do tempo de treinamento que representam economias de custo em escalas muito reduzidas ou que põem em xeque a qualidade das estatísticas, especialmente quando comparados aos potenciais benefícios e levados em conta os custos fixos da realização de uma operação de grande porte como esta.

A nomeação de um consultor externo ao Instituto, com a atribuição de apresentar um questionário alternativo, estranho ao desenvolvido pelo corpo técnico da casa, expôs o caráter de intervenção e quebra de autonomia técnica. A recente declaração de que será realizado um Censo digital em nome da modernidade ignora a experiência já implementada em 2010, que não atingiu os resultados esperados. Esta iniciativa demonstrou que o Censo 2010, realizado por recenseadores, se mostrou um dos mais baratos do mundo, enquanto a parcela realizada pela internet revelou-se mais cara e menos consistente.

Mudanças estruturais numa operação censitária demandam anos de investimento, planejamento e testes. No Reino Unido, por exemplo, que busca produzir os dados do Censo 2021 por meio de registros administrativos, foi estabelecida uma etapa de comparação destes dados com aqueles coletados no Censo tradicional para verificar sua confiabilidade. Apenas a partir de resultados positivos é que o levantamento censitário será substituído pelos registros. Vale pontuar que para desenvolver este trabalho, foi criada uma gerência que vem desenvolvendo tais estudos há quatro anos, com importante aporte de recursos, e que aquele país conta com bases de registros bastante sofisticadas e interconectadas, situação diferente da brasileira.

O Censo é, por sua natureza, um projeto de maturação de longo prazo, que tem na operação censitária a sua fase mais intensa, mas precedida por um extenso e cuidadoso planejamento, desde a concepção do questionário em diálogo com a sociedade, realização de testes e pilotos, estruturação de sistemas, até a divulgação efetiva dos seus resultados. A situação tornou-se mais delicada diante da exoneração de dois diretores e a nomeação de um diretor externo à casa, sem experiência em operação censitária, com a missão de reelaboração de várias etapas do processo que já eram consideradas finalizadas. Uma remodelagem do questionário e/ou do planejamento da coleta, nessas circunstâncias, a poucos meses da sua realização, podem comprometer decisivamente a qualidade e o cronograma da pesquisa, colocando em risco seu resultado final e a autonomia do Instituto.

A ABED manifesta assim seu apoio à realização plena do Censo, garantindo a autonomia técnica para sua implementação, de forma a se aumentar a eficiência na aplicação dos recursos públicos, aperfeiçoar as políticas públicas e tornar conhecida a realidade do país e dos seus cidadãos.

Texto: ABED.

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Ato ecumênico em Brasília em protesto à marca de 50 mil mortes por covid-19 no Brasil

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Texto e fotos: Matheus Alves
O Brasil chegou na última semana ao triste número de 50 mil mortos.

O país chora e, com aquele aperto no peito, grita por justiça, dignidade e o nobre ato do luto. Em um desses gritos, dezenas de pessoas correram para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília e ocuparam, com mil cruzes, a Alameda dos Estados — que faz frente ao Congresso Nacional.

O choro se instala e sem querer se prende à garganta que dói cansada. O respiro perde o compasso. A boca seca. O tremor vem, a lágrima cai.

A sensação de perder um ente querido tão de repente é, sem dúvida, uma das piores demonstrações vitais que o corpo humano pode dar e, bastasse isso, ainda há a infeliz necessidade de assistir aos atos genocidas de um Presidente da República que nega a gravidade da maior crise sanitária da história.

Por mais que tentem explicar, o luto e a luta são as únicas formas de expressar o que é sentir falta de quem não está mais entre nós.

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Racistas, fascistas, não passarão!

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Em um lado da Esplanada dos Ministérios, um ato em defesa da democracia, contra o racismo e o fascismo. No outro, a marcha do ódio e antidemocrática dos bolsonaristas defendendo o mesmo de sempre: fechamento do STF, intervenção militar, morte aos comunistas, maconheiros e outros absurdos.

Houve muita provocação verbal dos dois lados, mas apenas os bolsonaristas tentaram criar um embate físico, ao cruzarem a barreira policial no gramado central, para correr entre os manifestantes antifa. A polícia? Parecia mais preocupada em intimidar aqueles que defendem a democracia. Mas a resposta dos que lutam contra o racismo e o fascismo foi linda: muito grito de luta, um ato cheio de emoção e sem violência, como era esperado.

Confira a galeria de imagens da cobertura dos Jornalistas Lives em Brasília

Galeria 1- Fotos: Leonardo Milano / Jornalistas Livres

 

Galeria 2- Fotos: Matheus Alves

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Agora com a ajuda do genro de Silvio Santos, brasileiros são levados ao matadouro

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A muvuca que o vírus gosta: Doria "libera" comércio para a Covid-19

Por Ricardo Melo*

O Brasil está no fundo do poço. Não pretendia gastar muito tempo com Bolsonaro, um facínora orgulhoso de sua condição.

Mas não pode passar sem registro seu ato mais recente: criar um ministério para o genro de Silvio Santos, o tal Fabio Faria.

Para quem não se lembra, Fabio Faria é aquele mesmo, deputado pilhado pagando passagens com verba parlamentar para namoradas como Adriane Galisteu e família.

Membro do tal centrão, agora “colega de trabalho” do sogro decrépito e capacho de qualquer governo, Fabio Faria une o inútil ao desagradável aos olhos do povo: engrossa a gangue do capitão no Congresso e fortalece os laços com o dono de uma emissora já conhecida como Sistema Bolsonaro de Televisão. Sim, o SBT, que entrou para a história ao tirar do ar um telejornal de horário nobre para não se indispor com seu patrão do Planalto.

A patiFaria corre solta.

Falemos dos governadores e prefeitos que tentaram posar de equilibrados de olho em dividendos eleitorais.

Não durou muito tempo. Um exemplo. João Dória, o Bolsodória, e seu assecla Bruno Covas vinham fazendo discursos ¨humanitários” até outro dia. Seu repertório esgotou-se tão rápido quanto sua sinceridade.

São Paulo, assim como o Brasil, vive um momento de ascenso da pandemia. O número de vítimas cresce sem parar. Qualquer aspirante a médico sabe que é hora de reforçar as poucas medidas de defesa à disposição. A única à mão enquanto não se descobre uma vacina é manter as pessoas isoladas e dar a elas condições de sobreviver.

O que faz Bolsodória? O contrário. Libera geral. Manda abrir tudo obedecendo ao comando de seus tubarões do Lide de sempre. As fotos estampadas nas redes mostram multidões circulando pelas ruas indefesas diante do apetite do coronavírus e dos senhores das bolsas de valores.

No Rio, a mesma coisa. Assim como Bolsodória, Witzel segue na prática os mantras de quem o elegeu: “E daí”. Ou: “todos vão morrer mesmo. É o destino”. Enquanto isso, faz o que parecia inacreditável. Alimenta uma máquina de corrupção à custa do sofrimento de milhares de brasileiros. Contrata a construção de hospitais a preços hiper super faturados que nunca saíram do papel. Assim acontece em vários outros estados. “Governantes” valem-se da morte do povo para engordar seus cofres particulares.

Tentei evitar, mas tenho que falar de Bolsonaro novamente. Depois de tentar esconder as mortes e roubar o Bolsa Família, ele e seu capanga preferido, Paulo Guedes, estudam ampliar o prazo da esmola aos desvalidos. Como? Em vez dos trocados de 600 reais que até hoje não chegaram a milhões que morrem de fome, fala-se em… 300 reais!! Faça vc mesmo os cálculos para ver o tamanho do disparate.

O destino dos países, mais do que nunca, depende da juventude, do povo trabalhador e de governantes responsáveis (a esse respeito, pesquisem no google o nome Jacinda Ardern, da Nova Zelândia. uma sugestão: https://www.brasil247.com/oasis/jacinda-ardern-quando-a-coragem-restaura-a-politica).

Chega. Não, não pague as dívidas, apenas as indispensáveis que podem te deixar sem luz, água, gás. Peça ajuda aos poucos advogados honestos, cada vez mais raros, é verdade. Procure a parte sadia da OAB. Recorra às organizações populares, aos sindicatos ainda dignos deste nome e, sobretudo, aos coletivos de jornalistas que se libertaram da mídia oficial. Ignore o palavrório dos políticos cínicos, hipócritas e ladrões, seja qual for o partido. E, se puder, fique em casa.

O Brasil depende dos brasileiros dignos desse nome.

 

*Ricardo Melo, jornalista, foi editor-executivo do Diário de S. Paulo, chefe de redação do Jornal da Tarde (quando ganhou o Prêmio Esso de criação gráfica) e editor da revista Brasil Investe do jornal Valor Econômico, além de repórter especial da Revista Exame e colunista do jornal Folha de S. Paulo. Na televisão, trabalhou como chefe de redação do SBT e como diretor-executivo do Jornal da Band (Rede Bandeirantes) e editor-chefe do Jornal da Globo (Rede Globo). Presidiu a EBC por indicação da presidenta Dilma Rousseff.

 

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