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Racista ofende crianças negras de 10, 11 e 12 anos no restaurante

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Por Laura Capriglione e Douglas Alves Mendes, dos Jornalistas Livres

 

Três crianças, de 10, 11 e 12 anos, foram atacadas com injúrias racistas nesta quarta-feira (19), em um restaurante na praça da Liberdade, o Bentô House, logo depois de terem almoçado no local em companhia dos pais de um deles, ambos negros.

Bentô House: restaurante na Liberdade e foi cenário do ataque racista

O agressor, Luis Alberto Oze Jacob, de 47 anos, programador, morador em Osasco, almoçava no mesmo local, quando viu as crianças sentadas em uma mesa, à espera dos adultos que as acompanhavam, que estavam pagando a conta no caixa. Imediatamente, o homem começou a incitar os demais comensais em voz alta, dizendo que cuidassem de suas bolsas e pertences pessoais, que os garotos eram “filhos de detentos do PCC que vivem no Glicério” (um bairro pobre vizinho à Liberdade), que eram “filhos de presos que receberam indulto de natal”, que estavam ali “só para roubar”.

Acompanhante das crianças, e mãe de um deles, Débora Rosa da Silva viu o que estava acontecendo e foi tomar satisfações com o agressor. Disse a ele que se tratava de injúria racial e discriminação, mas Oze Jacob, em vez de se desculpar, começou a se dizer “vítima” –segundo ele, estava apenas tentando “ajudar” os demais clientes do restaurantes.

 

 

Duas mulheres que também almoçavam no andar térreo, mostravam-se indignadas com o preconceito manifestado pelo homem, o mesmo ocorrendo com o cineasta Diego Avarte, 33 anos, sentado ao lado do agressor e que a tudo testemunhou.

“Eu vou chamar a polícia! Você vai ter de se explicar na polícia!”, disse Débora a Oze Jacob. Foi a senha para o homem largar seu sushi de salmão e a coca-cola zero, levantar-se da mesa, empurrar Débora e sair correndo pelo bairro da Liberdade. Ele não pagou a conta do restaurante.

 

Em seu encalço foi o acompanhante dos meninos e pai de um deles, o professor José Francisco Ferreira de Oliveira, 60 anos, e mais dois amigos.

Oze Jacob foi detido e levado ao 1º Distrito Policial. A coragem que demonstrava dentro do restaurante contra os três meninos (de 10, 11 e 12 anos, repita-se), sumiu. O homem, que não quis falar com a imprensa, disse à polícia que “foi mal interpretado”, que estava “triste” por ter sido chamado de “racista”, que “não entende o porquê de tanta ira”.

Oze Jacob, que é casado com uma mulher de origem nipônica, não tem perfil nas redes sociais, mas a mãe dele tem. Ela fez campanha para Bolsonaro, é evangélica e usou o avatar: “Brasil Acima de tudo; Deus acima de todos” durante o período eleitoral.

O delegado plantonista, Julio César dos Santos Geraldo, lavrou um termo circunstanciado, que remeteu ao Ministério Público ainda ontem.

Bem ao lado do restaurante, poucos minutos antes da discussão entre Oze Jacob e a família negra, aconteceu um ato público exigindo respeito aos mortos cujos cadáveres afloraram neste mês na terra vermelha do bairro da Liberdade, quando da demolição de um prédio comercial. Trata-se de remanescentes do antigo cemitério dos escravos, o primeiro cemitério público de São Paulo, chamado “Dos Aflitos” (não por acaso), fechado em 1855.

Moradores nada ilustres da cidade da São Paulo do passado, escravos, defensores da independência face à Coroa Portuguesa, loucos, líderes populares eram enterrados lá, sem caixão, sem lápides ou monumentos mortuários, enquanto os ricos encontravam o descanso eterno dentro das igrejas.

A família negra ofendida no restaurante japonês tinha participado do ato em homenagem aos seus ancestrais. Feitiço do tempo, a agressão contra os meninos mostra que a escravidão e o racismo ainda não foram devidamente enterrados. Só isso explica o homem branco que ousa, em pleno 2018, atacar três crianças baseado no fato de que a pele delas não é “suficientemente” branca. O nome disso é racismo!

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13 Comments

13 Comments

  1. L.

    20/12/18 at 12:36

    Ato detestável, desprezível e que necessita de punição. Entretanto, qual o significado dessa parte “Oze Jacob, que é casado com uma mulher de origem nipônica”, o que vcs querem dizer com isso? O que importa se a esposa desse medíocre tem descendência nipônica?
    Denunciando o racismo com mais racismo, deprimente.

    • Laura Capriglione

      20/12/18 at 16:18

      informações não são acusações. visam apenas a colocar um contexto em torno do cidadão acusado, já que ele se recusou a ser entrevistado. todas as informações são corretas. obrigada.

      • Claudia

        21/12/18 at 12:24

        Parabéns, é um prazer ler uma reportagem completa, com informações que ajudam a completar o quadro da lamentável criatura (a mãe evangélica e apoiadora do inominável mostra bem a quem ele puxou). E ao L., que criticou a informação sobre a mulher do racista, o correto é utilizar é ASCENDÊNCIA. Descendência é prole, ascendência é origem.

  2. Pingback: Racista ofende crianças negras de 10, 11 e 12 anos no restaurante | O LADO ESCURO DA LUA

  3. Tuako

    20/12/18 at 15:46

    Que apodreça na cadeia.

  4. Além

    20/12/18 at 17:25

    A educação proposta os Freire em 64 em seu plano Nacional junto a Goulart teria evitado esta ascensão do racismo, da homofobia, da mentira. E teria evitado um presidente eleito com mentiras e ameaças.

  5. Fabio Bobadilha

    20/12/18 at 19:05

    Triste. Lamentável.

  6. Lima

    20/12/18 at 20:49

    Programador que não tem perfil nas redes sociais??? A mãe dele tem? Será que o perfil é da mãe dele ou ele se esconde atrás do nome dela?

  7. Renato Pinheiro

    21/12/18 at 3:52

    O Brasil já era. Esses acontecimento continuarão e mesmo com processos nunca terão fim. É triste mas esses poderia ter sido um país que poderia dar certo, no entanto, nã deu.

  8. Angel

    21/12/18 at 7:17

    Ele sai sem pagar a conta e o trombadinha são os negros???? … ser humano precisa evoluir muito.
    Ridículo, impugnate, lamentável… sem dominacoes a um ato desse diante as crianças

  9. Antonio Brito

    21/12/18 at 10:59

    Ser humano desprezível!!!!!!

  10. José Roberto Barbosa

    21/12/18 at 12:24

    Ele disse que os meninos iriam roubar, mas acabou que ele roubou o restaurante.

  11. Ana Maria Silveira

    01/02/19 at 10:43

    Cadeia é pouco para um agressor desse tipo! Tem é de pagar uma indenização robusta, que pese bastante no bolso. Depois ir para a cadeia.

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Nota da ABI – Bolsonaro mente na ONU e envergonha o Brasil

No seu discurso na manhã desta terça-feira na Assembléia Geral das Nações Unidas, o presidente Jair Bolsonaro contribuiu para que o Brasil caminhe para se tornar um pária internacional.

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No seu discurso na manhã desta terça-feira na Assembléia Geral das Nações Unidas, o presidente Jair Bolsonaro contribuiu para que o Brasil caminhe para se tornar um pária internacional.
Sem qualquer compromisso com a verdade, o presidente afirmou que seu governo pagou um auxílio emergencial no valor de mil dólares para 65 milhões de brasileiros carentes, durante a pandemia. O auxílio foi de 600 reais.
Bolsonaro mentiu
O presidente responsabilizou, ainda, índios e caboclos pelos incêndios na Amazônia e no Pantanal, que alcançam níveis nunca antes vistos no País. Todas as investigações, inclusive de órgãos oficiais, indicam que fazendeiros estão na origem das queimadas.
Como se vê, de novo Bolsonaro mentiu.
O presidente transferiu a responsabilidade para governadores e prefeitos pelos quase 140 mil mortos vítimas do coronavírus. Todo o país é testemunha de sua leviandade, ao classificar a pandemia de “gripezinha” e ir na contramão dos procedimentos defendidos pelas autoridades de Saúde.
Assim, mais uma vez Bolsonaro mentiu.
A ABI, com a autoridade de seus 112 anos de existência em defesa da democracia, dos direitos humanos e da soberania nacional, repudia esse comportamento que vem se tornando recorrente e conclama o povo brasileiro a não aceitar o verdadeiro retrocesso civilizatório que o governo está impondo ao País.
Paulo Jeronimo – Presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI)

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Sem papas na língua. Juliano Medeiros no Dialogando de hoje

Quais interesses políticos estão por detrás da próxima disputa eleitoral? Tudo isso e um pouco mais, sem papas na língua, como diz o Pastor Fábio. Vem!

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Quais interesses políticos estão por detrás da próxima disputa eleitoral? No Programa Dialogando desse domingo (26/07), 18h, o Pastor Fábio recebe Juliano Medeiros, presidente do PSOL para um papo sobre eleições e aprendizados da pandemia que passa por uma das fases mais críticas do momento, onde prefeituras e governos de vários Estados do país programam reabertura de mais uma parcela considerável de setores, enquanto isso, a mídia normaliza as curvas ascendentes do número de infectados pelo Coronavírus.

Outra pergunta que precisa ser respondida é qual é o sentido das eleições serem realizadas ainda neste ano? Quais interesses políticos estão por detrás da próxima disputa eleitoral? Tudo isso e um pouco mais, sem papas na língua, como diz o Pastor Fábio. Vem!

Assista, compartilhe. comente e mande perguntas no Facebook.

Juliano Medeiros é um jovem dirigente político da esquerda brasileira e desde janeiro de 2018 ocupa a presidência do Partido Socialismo e Liberdade. Historiador e Mestre em História pela Universidade de Brasília, é Doutor em Ciências Políticas pela mesma instituição.

Co-autor e organizador de Um Mundo a Ganhar e Outros Ensaios (Multifoco, 2013), Um Partido Necessário – 10 anos do PSOL (Fundação Lauro Campos, 2015) e Cinco Mil Dias: o Brasil na era do lulismo (Boitempo, 2017), colabora com sites, jornais e revistas no Brasil e exterior.[2]

Em 2018 coordenou a campanha de Guilherme Boulos à Presidência da República pelo PSOL[3] e, no segundo turno, após decisão do partido, passou a integrar a coordenação da campanha de Fernando Haddad[4]. Desde a vitória de Jair Bolsonaro, participa do Fórum dos Presidentes de Partidos de Oposição[5].

Durante mais de uma década Juliano Medeiros foi dirigente da corrente interna Ação Popular Socialista – Corrente Comunista do PSOL. Em Junho de 2019, a APS-CC se fundiu com o Coletivo Rosa Zumbi e mais oito coletivos regionais para fundar a Primavera Socialista, atualmente maior tendência do PSOL, da qual Juliano também é dirigente.[6]

Fábio Bezerril Cardoso é Pastor, cientista social, ativista social e Cofundador & Coordenador da Escola Comum e atualmente apresenta o Programa Dialogando, todos os domingos, às 18h. É um dos pastores progressistas que têm lutado pela defesa dos povos periféricos e costuma não ter papas na língua para falar sobre a realidade desses lugares. A produção é de Katia Passos, com arte de Sato do Brasil.

Conheça mais sobre a atuação do Pastor Fábio https://www.facebook.com/fabio.bezerrilhttps://www.facebook.com/fabio.bezerril

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Hilário Ab Reta Awe Predzaw e a história de um povo, historicamente, moído pelo ódio ou indiferença

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Por Diane Valdez, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás, militante do Movimento de Meninos(as) de Rua e Comitê de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno

 

 

Hilário Ab Reta Awe Predzaw, 43 anos, morador da Aldeia Xavante N. S. de Guadalupe, em Barra do Garças, Mato Grosso, morreu na madrugada de 18 de junho de 2020, vítima do descaso governamental que permitiu a chegada do Coronavírus em sua comunidade. Era aluno do 5º período do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás. Sua tia morreu há pouco mais de uma semana vítima do mesmo descaso, a mãe e seus dois irmãos, seguem contaminado pelo vírus, assim como outros Xavantes e outras pessoas de etnias indígenas de todo o Brasil.

Hilário entrou na UFG, pelo sistema de cota para indígenas, no ano de 2018. Chegou com o já conhecido atraso histórico de acesso dos povos originários no ensino superior, ainda que a UFG seja uma das universidades públicas que tem buscado cumprir com o direito de povos indígenas ao ensino universal, o acesso e a permanência ainda sofrem de fragilidade.

A trajetória de Hilário, na UFG, não se limitou às dificuldades ocasionadas pela pobreza, como muitos de nossas/os alunas/os enfrentam. A academia era um outro mundo, distante de sua comunidade, não só em quilômetros, como também em movimentos culturais, sociais e políticos. Talvez essa distância, o fazia um aluno reservado e observador, sem abrir mão da seriedade e interesse pelo conhecimento.

Era umas das lideranças de seu povo, portanto, sabia da responsabilidade que assumia frente a comunidade, ele seria um professor, um educador de seu chão, de sua gente. Hilário trabalhava em uma escola, com o formato de um Tatu Bola, na sua aldeia, trabalhava na área de serviços gerais, em breve voltaria como Professor!

No primeiro ano de curso, Hilário, na desconfiança de seu silêncio indígena, que não significava submissão, tentava se inserir no mundo acadêmico. Veio um tempo, que largou tudo e voltou para a aldeia, não por opção dele, mas por opção deste desgoverno que é incansável na destruição de direitos dos povos originários.

O Ministério da Educação e Cultura, suspendeu todas as bolsas de permanência para a população indígena e quilombola. Um grupo de alunas e professoras se juntaram, arrecadaram dinheiro e o trouxeram de volta para a Faculdade. Foi feita uma mobilização de docentes e discentes sensibilizados e a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da UFG, cumprindo seu importante papel, disponibilizou uma bolsa e outros auxílios emergenciais.

Nessa ocasião, quando perguntado sobre o porquê de não falar nada dos problemas para colegas, e voltar para sua comunidade, Hilário disse que achava que ninguém sentiria falta dele.

No segundo ano, trouxe seu curumim para estudar em Goiânia, começou a trabalhar como intérprete na escola, acompanhando seu filho na dificuldade com a lingua. Era visível seu orgulho de exercer a função de intérprete. Lutou e enfrentou as diferenças que separavam as culturas e, como muitos, guerreou como seus ancestrais, para não perder seu lugar de legítima conquista.

No início da Pandemia, que começou junto com o semestre letivo, Hilário resistiu em voltar para sua comunidade, tinha medo das aulas retornarem e ele não estar presente na Faculdade, isso aponta o lugar que a UFG ocupava em sua vida. Quando percebeu que seu povo não estava acreditando na letalidade do vírus, retornou para alertar todos sobre o perigo. A UFG, cumprindo seu papel de instituição pública, providenciou o transporte para seu retorno no Mato Grosso.

Em maio, informou para duas amigas, que sua comunidade precisava de cobertores, pois fazia muito frio, e seu povo estava adoecendo. Elas mobilizaram, imediatamente, uma Vakinha On Line, onde arrecadou-se pouco mais de três mil reais, no entanto, como o total da arrecadação demora para ser liberado, emprestaram dinheiro e compraram os cobertores de forma mais hábil, enviando-os dia seguinte.

Os sintomas que atingia a comunidade, febre, falta de ar etc. já indicavam que era Coronavírus, no entanto, isso não foi motivo de interesse governamental, que poderia ter evitado o alastramento do vírus.

Ao apresentar os sintomas da doença, Hilário mostrou-se resistente em ir para o hospital, tinha dificuldade de aceitar o tratamento “dos brancos”. Acreditava nos rituais de seu povo, no tratamento natural que conhecia há tempos. Por outro lado, a histórica resistência dele, fazia todo sentido, pois sabemos como os povos indígenas são tratados neste país tão indígena que não se reconhece como indígena. Foi convencido a ir para o hospital e, na última conversa com as amigas em chamada por vídeo, estava muito escuro, e a família arrumou uma lanterna para as meninas verem o rosto dele, que disse para elas, em lágrimas, que estava somente suado, quando perguntado se estava com medo, disse que sim, que estava com muito medo…

A ida para o hospital foi acompanhado de longe pelas amigas, falavam sempre com a Assistente Social que afirmava que Hilário estava se recuperando, que receberia alta a qualquer momento. Nessa madrugada, ao pedirem informações sobre o amigo no hospital, alguém disse que alguém havia morrido, mas não sabia o nome. O nome de mais um número morto é Hilário Ab Reta Awe Predzaw, que deixou a mulher, filhos e todo seu povo Xavante.

O acesso dos povos indígenas ao ensino superior é recente, no entanto, é marcado por extrema coragem e resistência, pois o mundo acadêmico não é de todo um espaço acolhedor. Ainda que a dureza prevaleça na universidade, Hilário encontrou solidariedade e amizade na Faculdade de Educação, ainda que não seja uma solidariedade coletiva, foi construído uma rede de apoio, tanto de alunas/os, como também de docentes, isso pode ter aliviado sua dura estrada longe de seu chão.

Hilário não morreu porque “chegou a hora dele”, morreu por não ter o direito de ser mais um indígena, digno de necessários cuidados. Hilário, era um homem parte do “povo indígena”, um povo invisibilizado, injustiçado, espezinhado, humilhado e, odiado por este desgoverno.

Um povo com suas terras ameaçadas e roubadas pelo latifúndio, mortos por pistoleiros do agronegócio, ironizado e menosprezado por representantes deste desgoverno, ignorado por gente nativa que se acha descendente de europeus, machucados por todos que acham que universidade não é lugar de indígenas.

Não sei falar de fé, nem de ‘destino’, nem de coragem para aliviar o cansaço de um tempo incansavelmente dolorido. Ironicamente, para não dizer, funestamente, o tal ministro da educação, que afirmou odiar a expressão “povos indígenas”, ampliando seu descaso com a educação, revogou hoje [H OJ E], (19/06) a portaria assinada pelo ex-ministro de educação, Aluísio Mercadante, que estabelecia a política de cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação. Hilário, estaria fora da pós-graduação, se dependesse deste ser desumano.

Quando lanternas começaram a iluminar caminhos de direitos para esta população, no interior de nossas universidades públicas, ainda que timidamente, um furacão de perversidade em formato de governo, dá pontapés e pisa, moendo, as possibilidades de justiça. Feito bandeirantes, grupos genocidas a frente das decisões da nação, estimulam a morte em todos os formatos. Deixar que o coronavírus atue, sem controle, é a proposta de morte atual para os povos originários.

Como Hilário, temos medo, muito medo, mas agarremos as lanternas, e assumimos nosso lugar na defesa dos povos indígenas, não os condenando a escuridão, como muitos fazem.

Hilário Ab Reta Awe Predzaw presente!

Este texto foi escrito com informações coletadas com as alunas, companheiras de Hilário, da turma do quinto período de Pedagogia da Faculdade de Educação/UFG, Dorany Mendes Rosa e Raysa Carvalho.

A elas e a toda turma, meu carinho e solidariedade.

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